quarta-feira, 16 de março de 2022

Caminhadas para o estudo e a restauração do país


É possível que um menino com pouco mais de 10 anos de idade percorra sozinho mais de mil ris (400 quilômetros)? Sem a coragem, a audácia, a valentia, a perseverança e a vontade férrea, isso terminaria como uma mera ambição.

Apesar de tudo, que a realizou foi precisamente o Presidente Kim Il Sung quando era pequeno.

Caminhada para o estudo.

Na década de 1920, a Coreia estava sob a ocupação militar do imperialismo japonês (1905-1945). Na época o menino Kim Il Sung vivia em Badagou, na China, e em um dia próximo à graduação na escola primária foi chamado por seu pai.

Este disse a ele que seria bom se fosse à Coreia para estudar. Destacou que os nascidos na Coreia deviam conhecê-la bem necessariamente e que seria muito proveitoso que conhecesse lá porque o país foi arruinado e experimentasse a vida tão miserável que o povo coreano sofria.

Segundo o propósito do progenitor, ele se decidiu a estudar na pátria e partiu de Badagou da China em 16 de março de Juche 12 (1923). Mais da metade do caminho que ele devia percorrer eram cordilheiras abruptas quase desabitadas. Teve que atravessar os vales onde soprava furiosamente a nevasca e as selvas milenares em que se ouviam os sons de animais selvagens em pleno dia. Ao cruzar o monte Oga, o caminho era interminável de forma que caminhou todo o dia e seguiam aparecendo novas colinas.

O mais triste e penoso não era a fadiga da caminhada mas ver os compatriotas sofrer o martírio e as vicissitudes devido à ocupação militar do imperialismo japonês.

A cabo de 14 dias após sua partida de Badagou, chegou em sua casa-natal em Mangyongdae. Depois o Presidente Kim Il Sung se transladou para a casa de seus avós maternos em Chilgol onde, estudando na escola Changdok, reforçou a convicção de que somente mediante a luta a nação coreana podia expulsar os colonialistas japoneses e viver felizmente na pátria independente.

Caminho da revolução.

Passaram dois anos desde a chegada em Mangyongdae. Em um dia de janeiro de 1925, quando o Presidente estava próximo da graduação na escola Changdok, recebeu o informe inesperado de que seu pai havia sido detido pela polícia japonesa. Seu progenitor Kim Hyong Jik, destacado dirigente do movimento antijaponês da libertação nacional da Coreia, após fundar a Associação Nacional Coreana em março de 1917, empreendia o movimento independentista.

Com a decisão de lutar ao risco da vida para se vingar dos inimigos de seu pai, sua família e a nação coreana empreendeu o caminho de regresso à Badagou.

Ele voltou a caminhar mil ris atravessando montes elevados e, por fim, a cabo de 13 dias desde a partida de Magyongdae, chegou pela noite em Phopyong no lado oposto ao território chinês. Uma vez na entrada do embarcadouro, ele não se atreveu a pôr seus pés sobre o gelo do rio Amnok que media uns 30 metros de largura, pois lhe passou pela mente o pensamento de que caso se despedisse da pátria no momento, não saberia quando voltaria a voltar a cruzar aquele rio.

Desejoso de guardar com cuidado qualquer coisa que servisse de recordação da pátria, pegou um seixo na encosta da margem do rio.

Logo deu passos à margem oposta do rio entonando em sua mente a “Canção do reio Amnok”, de autor desconhecido.

Com respeito à sua inesquecível experiência daquele instante, o Presidente Kim Il Sung, em  suas Memórias “No Transcurso do Século”, escreveu assim:

“Cheio de tristeza e indignação lancei meu olhar várias vezes ao território-pátria. Coreia, te deixarei. Embora não possa viver nem por um momento separado de ti, cruzo o rio Amnok para resgatar-te; do outro lado se estendem terras estrangeiras; vou lá, porém não te esquecerei; espere por mim, Coreia. Pensei assim e voltei a cantar ao rio Amnok.

Não sabia quando poderia voltar a pisar nesta terra; quando chegaria o dia de meu retorno a esta terra que me viu crescer e guarda os restos de meus antepassados. Embora fosse um menino, ao pensar assim não podia conter a tristeza. Ante a visão da trágica realidade da pátria, reafirmei a decisão de não voltar à Coreia até que lograsse sua independência.”

Para realizar o juramento que fez à pátria e ao povo, empreendeu o caminho da revolução e, ao expulsar o imperialismo japonês, logrou a histórica causa da libertação nacional (em 15 de agosto de 1945).

As caminhadas efetuadas pelo Presidente em sua adolescência concebendo a verdade da luta são continuadas hoje pelas caravanas de “caminhada de mil ris” de jovens e crianças escolares de todo o país.

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