segunda-feira, 7 de abril de 2025

O que sugere a fabricação do Comando Conjunto EUA-Japão?

Estão se intensificando os movimentos para a criação de um Comando Conjunto EUA-Japão.

Na recente reunião realizada entre as autoridades militares dos Estados Unidos e do Japão, foi confirmado o estreitamento da ligação de comando e controle entre as Forças Armadas dos EUA e as “Forças de Autodefesa” do Japão, e foi acordado o fortalecimento da chamada “capacidade de resposta” da aliança EUA-Japão.

Anteriormente, no Japão, foi oficialmente lançado o Comando de Operações Integradas, responsável por comandar de forma unificada o Exército, a Marinha e a Força Aérea das “Forças de Autodefesa” dentro de um sistema integrado.

Os Estados Unidos, simultaneamente, iniciaram o processo de reorganização do Comando das Forças dos EUA no Japão para transformá-lo em um Comando Militar Integrado.

Em breve, essas duas entidades serão unificadas, criando-se o Comando Conjunto EUA-Japão que integrará completamente o sistema de comando das operações militares dos dois países, ficando o controle sob a liderança do exército estadunidense.

Dov Zakheim, ex-vice-secretário do Departamento de Defesa dos EUA e atualmente conselheiro sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais dos EUA, ao comentar sobre a criação do Comando Conjunto EUA-Japão, afirmou que o Comando Militar Integrado EUA-República da Coreia, onde os militares dos EUA ocupam o cargo de comandante e os militares sul-coreanos o de vice-comandante, pode servir como modelo para o futuro Comando Conjunto EUA-Japão.

A tentativa dos EUA e do Japão de estabelecer um comando integrado já vem de longa data. Já em 1952, os EUA e o Japão haviam secretamente acordado a criação, em caso de emergência, de forças integradas e de um comando conjunto EUA-Japão, com um militar estadunidense ocupando o posto de comandante.

Na reunião informal entre o então secretário de Estado dos EUA e o ministro das Relações Exteriores do Japão, os Estados Unidos exigiram que esses pontos fossem claramente registrados no Acordo Administrativo. No entanto, o Japão, considerando a opinião pública, assumiu a posição de que seria difícil formalizar esses conteúdos, resultando na redação ambígua no texto do acordo de que “serão tomadas ações conjuntas necessárias para a defesa”. Contudo, na prática, foi concluído um acordo secreto conforme exigido pelos Estados Unidos, sob a chamada “interpretação verbal” do primeiro-ministro japonês e outros.

Isso demonstra que os Estados Unidos, já há várias décadas, prepararam garantias legais e um sistema operacional para mobilizar as “Forças de Autodefesa” do Japão em caso de provocação de uma nova guerra na Coreia.

De fato, com base nesse acordo, os Estados Unidos avançaram ainda mais na concretização do conceito de comando conjunto EUA-Japão, realizando incessantemente exercícios militares conjuntos entre os EUA e o Japão para completar as ações conjuntas em caso de emergência na Península Coreana e no Nordeste Asiático.

Os Estados Unidos, alegando que a guerra moderna é uma guerra total, exigem uma forma de participação das forças terrestres, navais e aéreas dos EUA e das “Forças de Autodefesa” do Japão, afirmando que, em caso de emergência, EUA e Japão devem responder conjuntamente, e que, nesse caso, operações isoladas das forças terrestres, navais ou aéreas seriam impossíveis. Assim, têm se lançado freneticamente em exercícios de guerra junto com o Japão.

Neste ano, os Estados Unidos também realizaram exercícios militares conjuntos chamados “Iron Fist” no Japão, mobilizando numerosas forças, incluindo a 3ª Força de Fuzileiros Navais dos EUA e a Brigada Anfíbia das “Forças de Autodefesa” do Japão. As provocações militares dos EUA e Japão estão se tornando cada vez mais frenéticas a cada dia.

O conluio militar entre os Estados Unidos e o Japão está agravando ainda mais a situação na Península Coreana e chegou a uma etapa extremamente perigosa, que ameaça seriamente a paz e a segurança da região da Ásia-Pacífico.

Os Estados Unidos estão manipulando e fortalecendo o Comando Conjunto EUA-Japão, e pretendem conectar a esse sistema operações conjuntas com a República da Coreia títere, visando completar a integração militar e o sistema operacional entre os Estados Unidos, Japão e República da Coreia. Um exemplo representativo disso foi o treinamento marítimo trilateral EUA-Japão-RC, realizado simultaneamente nas águas próximas à Ilha de Jeju, no momento em que o exercício militar conjunto de grande escala “Freedom Shield 2025” atingia o auge na RC, tendo como alvo direto o nosso país.

Devido às manobras dos Estados Unidos, que mobilizam até as forças seguidoras para oprimir a nossa República e outros países da região, e para dominar o mundo, a região da Ásia-Pacífico encontra-se em uma situação extremamente perigosa, à beira de uma guerra que pode estourar a qualquer momento.

A realidade exige que o nosso país acelere ainda mais o fortalecimento de uma capacidade de dissuasão muito mais poderosa, capaz de conter as provocações militares dos inimigos e garantir de maneira segura o controle e a gestão da situação regional.

Ri Hak Nam

Rodong Sinmun

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