terça-feira, 8 de abril de 2025

A guerra tarifária dos Estados Unidos que gera forte reação

Os Estados Unidos estão causando tumulto no mundo, aplicando indiscriminadamente tarifas sobre aliados e adversários, agitando o cenário global. 

Em março, os EUA impuseram uma tarifa de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México e aumentaram as tarifas adicionais de 10% para 20% sobre os produtos chineses, que já estavam sendo tarifados desde fevereiro. Além disso, uma tarifa de 25% foi aplicada sobre produtos de aço e alumínio de todos os países.

Neste mês, a guerra tarifária dos EUA escalou ainda mais. No dia 2, os EUA anunciaram uma tarifa adicional de 25% sobre todos os carros importados. Além disso, foi introduzida uma tarifa padrão de 10% sobre todos os produtos estrangeiros que entram no país, com tarifas mais altas sendo impostas a países com grandes volumes de comércio. Para países considerados os maiores "invasores" da economia dos EUA, como países europeus e a China, tarifas de até 50% poderão ser aplicadas.

A imprensa estrangeira relatou que essas medidas tarifárias dos Estados Unidos estão causando um choque na economia mundial e transmitiu que, com os “bombardeios tarifários” lançados indiscriminadamente, os principais parceiros comerciais dos EUA estão reagindo com força, iniciando assim uma verdadeira guerra comercial.

A China, que se tornou o principal alvo da guerra tarifária dos Estados Unidos, está enfrentando a situação com firmeza. O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Comércio da China condenaram que a imposição adicional de tarifas pelos EUA, sob o pretexto de “reciprocidade”, não está de acordo com as regras do comércio internacional e constitui um típico ato de hegemonia unilateral. Assim, decidiram impor uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos importados originários dos Estados Unidos e incluir 16 entidades estadunidenses na lista de controle de exportação, adotando as medidas correspondentes.

O governo chinês já havia aplicado, em fevereiro, uma tarifa adicional de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito dos Estados Unidos, além de 10% sobre o petróleo bruto e maquinário agrícola. Em março, impôs tarifas adicionais de 15% sobre frango, trigo, milho e de 10% sobre sorgo, soja, carne suína, produtos do mar, frutas e laticínios. Paralelamente, processou a medida de imposição de tarifas adicionais dos Estados Unidos no mecanismo de resolução de disputas da Organização Mundial do Comércio.

Os países europeus também estão reagindo contra a cobrança adicional de tarifas pelos Estados Unidos.

A União Europeia declarou em um comunicado que “não há qualquer fundamento para impor tarifas sobre os produtos exportados pela União Europeia. Iremos responder para proteger os interesses das empresas e dos consumidores europeus dessas medidas injustas.”

Em seguida, anunciou que, em resposta à imposição de tarifas adicionais dos EUA sobre produtos de aço e alumínio, aplicará uma tarifa de 50% sobre o uísque estadunidense.

Sobre as tarifas adicionais sobre automóveis e as medidas de tarifas de reciprocidade, a primeira-ministra da Itália criticou dizendo que se trata de um erro que não beneficia ninguém, enquanto a presidente da Comissão Europeia advertiu que tem "um plano robusto de retaliação.”

Diante dessa situação de confronto, diversos meios de comunicação estrangeiros têm reacendido a opinião pública criticando os Estados Unidos com expressões como “Tarifas dos EUA zombam do mundo” e “O comércio mundial em perigo.”

Resta saber o que realmente os Estados Unidos pretendem com esse jogo indiscriminado de imposição de tarifas.

O aumento das tarifas sobre produtos importados é uma medida destinada a proteger o mercado e a indústria internos, sendo que, em determinados momentos, esse protecionismo comercial já foi amplamente praticado.

No entanto, especialistas afirmam que, considerando a estrutura econômica distorcida dos Estados Unidos — que, à sombra do status do dólar como moeda de reserva e da hegemonia financeira mundial, se degenerou em uma economia centrada no consumo e nos serviços —, a imposição de tarifas adicionais jamais poderá restaurar a indústria manufatureira decadente do país.

Por exemplo, a medida de impor tarifas adicionais sobre o aço e os produtos de alumínio estrangeiros já foi praticada anteriormente, mas as regiões dos Estados Unidos onde a indústria siderúrgica está concentrada, como os estados de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, continuam sendo conhecidas como “zonas industriais em declínio”, sem conseguir se livrar dessa má reputação.

De acordo com uma pesquisa recente conduzida pela Universidade de Chicago, 98% dos economistas afirmaram que o peso do aumento das tarifas acaba recaindo, em última análise, sobre os consumidores estadunidenses.

Os Estados Unidos já travaram guerras tarifárias diversas vezes no passado — como a “guerra do frango” contra a Europa, os conflitos comerciais com o Japão sobre carne bovina, tangerinas e automóveis —, mas nunca houve uma ofensiva tão ampla e indiscriminada quanto a atual. Isso é, ao mesmo tempo, uma evidência de que os Estados Unidos estão mergulhando em um estado de estagnação desesperadora.

O site do jornal de Singapura "The Straits Times" criticou que a tempestade de tarifas dos Estados Unidos está varrendo o mundo e destruindo a ordem geopolítica.

O jornal revelou que os Estados Unidos estão tentando entrelaçar seus interesses nas áreas militar, financeira, científica, tecnológica e comercial, utilizando sua hegemonia.

O fato dos Estados Unidos estarem brandindo o bastão das tarifas sem se importar com os prejuízos significa, em última análise, que eles estão ameaçando os países aliados que dependem da segurança deles e desestabilizando as práticas consolidadas de comércio e economia com seus parceiros comerciais, numa tentativa especulativa e desesperada de maximizar seus próprios interesses e preservar sua hegemonia em meio ao caos.

Essas ações barulhentas dos Estados Unidos estão provocando forte reação da comunidade internacional.

Jang Chol

Rodong Sinmun

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