A existência cancerígena para a paz – denunciando os crimes da OTAN (5)
Após o fim da Guerra Fria, a OTAN jogou fora como um trapo a promessa de que não buscaria a ampliação da aliança, e desde 1999 até o presente admitiu 16 países em 7 etapas, dobrando o tamanho de sua estrutura.
Comparado ao fato de que a OTAN, lançada com 12 países, admitiu apenas 4 países adicionais durante os 40 anos da Guerra Fria, o fato de ter atraído 16 países aliados nos 30 anos após o fim da Guerra Fria, por si só, demonstra a ambição hegemônica cada vez mais crescente.
Em 1991, a OTAN organizou o Conselho de Cooperação do Atlântico Norte, composto por 25 países, incluindo os ex-membros do Pacto de Varsóvia, e no ano seguinte atraiu mais 11 países da Comunidade dos Estados Independentes e a Albânia, ampliando-se para 37 membros. Sob o pretexto de ser uma organização de cooperação de segurança pan-europeia, preparou as condições para a expansão da OTAN.
Em seguida, em 1994, lançou a chamada "Parceria para a Paz", planejando cooperar com os países da Europa Oriental em aspectos como ajuda humanitária, resposta a crises, manutenção da paz e exercícios militares conjuntos. Também assinou um documento-quadro com a Rússia.
Isso foi, na aparência, uma tentativa de fingir concessão à Rússia, mas na realidade era uma etapa intermediária, uma espécie de proposta de compromisso para promover a expansão da OTAN para o leste.
Após esse processo preparatório, em 1999, a OTAN admitiu oficialmente Polônia, República Tcheca e Hungria. Em 2004, os países bálticos — Letônia, Lituânia, Estônia — bem como Bulgária, Romênia, Eslováquia e Eslovênia aderiram à OTAN.
Historicamente, esses países da Europa Oriental possuíam um importante significado estratégico como zona intermediária entre as potências ocidentais e a Rússia. Por isso, a Rússia sempre considerou a área que se estende do Mar Báltico ao Mar Negro como uma "linha vermelha" que a OTAN não deveria ultrapassar.
No entanto, com essas duas etapas de expansão, a OTAN ultrapassou essa "linha vermelha" e passou a ameaçar diretamente a fronteira noroeste da Rússia.
Cinco anos depois, em 2009, os países da região dos Bálcãs Ocidentais — Albânia e Croácia — tornaram-se o 27º e o 28º membros da OTAN. Em 2017, Montenegro, um novo Estado dos Bálcãs, aderiu oficialmente à OTAN como o 29º membro.
O fato da OTAN ter estendido seus tentáculos de expansão a esses países não se deveu à cobiça por sua força econômica ou militar.
Por exemplo, Montenegro tem uma área de 13.800 km² e uma população de cerca de 600 mil habitantes, sendo um país cuja economia se baseia principalmente no turismo. Considerando seu poderio militar, é um país pequeno que não merece grande atenção nesse aspecto. Por que, então, a OTAN cobiçava tanto esse país?
A imprensa estrangeira avaliou que a adesão de Montenegro à OTAN significava que toda a costa norte do Mar Mediterrâneo passava a pertencer à OTAN, e que isso equivalia a arrancar o último prego da Rússia no tabuleiro geopolítico da Europa.
Em 2020, a OTAN admitiu a Macedônia do Norte, e em seguida tentou atrair até a Ucrânia, que faz fronteira com a Rússia, para sua esfera de influência. Foi justamente essa imprudente ação de expansão da esfera de poder da OTAN, liderada pelos Estados Unidos, que acabou provocando o conflito armado na Ucrânia.
A estratégia de ampliação da aliança da OTAN tem como objetivo completar o cerco militar contra a Rússia e transformá-la em um derrotado estratégico.
Mesmo após o início do conflito na Ucrânia, a OTAN não interrompeu sua expansão.
Em 2023 e 2024, admitiu também os países nórdicos — Finlândia e Suécia — como membros da OTAN.
O secretário-geral da OTAN, alegando que o Ocidente deve se preparar para um "confronto de 10 anos" com a Rússia, justificou a expansão da OTAN, propagando a teoria da "ameaça" russa, dizendo que "não há garantia de que a Rússia, se vencer a guerra na Ucrânia, não estenderá seus tentáculos de agressão a outros países."
Com a adesão da Suécia, todos os países litorâneos do Mar Báltico, com exceção da Rússia, tornaram-se membros da OTAN, transformando de fato o Mar Báltico em um verdadeiro "lago da OTAN."
Não apenas no Mar Báltico, mas também na região do Mar Negro e nas zonas fronteiriças entre a Rússia e os países membros ou seguidores da OTAN, o perigo de um conflito militar está se agravando cada vez mais devido às imprudentes manobras de confronto da OTAN.
A realidade mostra claramente que a OTAN, que não se contenta em ter feito da Ucrânia uma vítima da expansão de sua aliança e de sua esfera de influência, nem em ter criado um risco de guerra ainda mais grave na Europa, continua ampliando sua área de confronto em escala mundial, incluindo a região da Ásia-Pacífico — revelando-se, assim, uma entidade cancerígena que destrói a paz do planeta.
Jang Chol
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