quarta-feira, 9 de abril de 2025

Até que ponto chegou a mudança climática?

Aquecimento global que se agrava a cada dia (1)

Recentemente, a Organização Meteorológica Mundial anunciou a chocante notícia de que, em 2024, a temperatura média da Terra aumentou 1,55°C em comparação com o período anterior à Revolução Industrial, ultrapassando pela primeira vez o limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas há 10 anos.

Em dezembro de 2015, foi realizada em Paris, França, a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na qual foi adotado um acordo com o objetivo de reduzir ao máximo a emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo. O acordo estipulava o compromisso de conter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C em relação ao período anterior à Revolução Industrial e, de preferência, limitar esse aumento a menos de 1,5°C, a fim de evitar os efeitos prejudiciais do aquecimento global.

Segundo especialistas, o limite de 2°C é a linha máxima para preservar o ecossistema existente.

Atualmente, com o aumento contínuo da temperatura da Terra a cada ano, as geleiras do Ártico estão derretendo gradualmente e fluindo para o mar. A cada ano, as geleiras desaparecem mais rapidamente, e o nível do mar está subindo devido à água proveniente do gelo derretido.

Se esse processo não for interrompido, alguns climatologistas preveem que, por volta de 2030, o gelo do mar Ártico desaparecerá completamente e, até o ano 2100, o nível do mar poderá subir até 7,1 metros.

É também grave o fato de que, com o aumento do nível do mar, países e regiões situados em áreas costeiras poderão ser inundados, e pequenas nações insulares do Oceano Pacífico correm o risco de desaparecer por completo.

Além disso, prevê-se que, se a temperatura continuar subindo e o gelo do Ártico desaparecer, a ocorrência de secas severas e grandes inundações se tornará mais frequente, podendo resultar no colapso de todo o ecossistema.

Segundo um relatório publicado pela ONU em 2007, se a temperatura global aumentar 1°C em relação ao presente, espécies sensíveis à temperatura, como sapos e salamandras, desaparecerão da Terra. Caso a temperatura suba mais de 2°C, de 20% a 30% das espécies existentes no planeta serão extintas, e até 2080 a maioria das espécies poderá enfrentar o risco de desaparecimento.

Além disso, com a queda da imunidade das pessoas e o aumento de carrapatos e mosquitos, o risco de diversas epidemias se espalharem pelo mundo também cresce.

A opinião unânime da comunidade internacional é que, para evitar isso, é necessário conter o aumento da temperatura abaixo de 2°C. Se a temperatura for controlada em 2°C e reduzida para menos de 1,5°C, estima-se que a elevação do nível do mar se limite a 2,4 metros, possibilitando a preservação do ecossistema.

Tendo em conta esses fatos, o fato de que a temperatura média da Terra já tenha subido mais de 1,5°C em relação ao período anterior à Revolução Industrial no ano passado é uma questão extremamente grave.

Mais grave ainda é o fato de que o limite para conter o aquecimento global está desmoronando.

A principal causa do aquecimento global está na contínua emissão de gases de efeito estufa.

Os gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, desempenham a função de manter a temperatura da superfície da Terra estável, assim como o vidro de uma estufa.

No entanto, quando esses gases aumentam além do necessário, a temperatura do planeta se eleva.

Atualmente, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera continua aumentando. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, a concentração média global dos principais gases de efeito estufa na atmosfera em 2023 foi de 420 ppm, um aumento de 2,3 ppm em relação ao ano anterior.

Já no início do ano passado, a Organização Meteorológica Mundial alertou que, no período de 12 meses de março de 2023 a fevereiro de 2024, a temperatura da Terra ultrapassou o limite de aumento de 1,5°C, emitindo, em relação a isso, um "alerta vermelho".

Apesar disso, no ano passado, a temperatura continuou subindo, causando nas mais diversas regiões do mundo, incluindo a África e a Europa, as piores secas já registradas, além de chuvas torrenciais, grandes inundações e ondas de frio intenso, resultando em enormes danos humanos e materiais.

Na região dos Andes, as geleiras desapareceram completamente, e 44% dos recifes de corais em todo o mundo enfrentam risco de extinção. Como resultado, 2024 foi registrado como o ano mais quente desde o início das medições.

Os desastres climáticos catastróficos, que deixaram de ser uma previsão futura e já se tornaram uma realidade presente, comprovam claramente que o aquecimento global chegou a um estágio extremamente perigoso, ameaçando concretamente a sobrevivência da humanidade.

Un Jong Chol

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