quarta-feira, 4 de junho de 2025

A conduta contraditória da França é a principal razão que a impede de ser representante da Europa

No 22º Diálogo de Shangri-La, ocorrido recentemente, o presidente francês Macron afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) intervirá nos assuntos da Ásia caso não cesse a intervenção da RPDC na Europa, ao passo que questionou as normais relações de cooperação entre a RPDC e a Rússia.

De fato, trata-se de uma retórica extremamente contraditória baseada na lógica de bandido.

As forças armadas da República Popular Democrática da Coreia não "intervieram" na Europa, como disse Macron, mas participaram da justa operação de libertação para repelir os neonazistas ucranianos que invadiram o território do país aliado, com base no Artigo 51 da Carta da ONU e no Artigo 4 do Tratado de Associação Estratégica Integral entre a RPDC e a Rússia.

A cooperação militar normal entre dois países, totalmente conforme ao Direito Internacional, não pode, em hipótese alguma, ser objeto de difamação nem servir de pretexto para a ingerência militar da OTAN na região da Ásia-Pacífico.

Ainda que Macron tenha descrito essa cooperação militar como pretexto para a intervenção da OTAN na Ásia, o avanço militar dessa aliança nessa região já começou muito antes de se estabelecerem as relações de cooperação militar entre a RPDC e a Rússia, sendo justamente a França quem o lidera — um fato histórico irrefutável.

Em 2019, a França foi o país da Europa que mais traçou uma estratégia para o Indo-Pacífico e, desde então, vem agravando a situação ao enviar todos os anos navios e aviões de combate para a zona marítima da Península Coreana e outras regiões asiáticas. Neste ano, pela primeira vez em quase 60 anos desde 1968, enviou até uma flotilha de ataque com porta-aviões para a região da Ásia-Pacífico, a fim de realizar em conjunto com os EUA e o Japão o treinamento militar "Pacific Steller 2025".

Por sua vez, a OTAN vem estendendo suas garras para esta região já há muito tempo, insistindo na “inseparabilidade da segurança entre a Europa e a Ásia-Pacífico” e demonstrando seu empenho em atrair certos países regionais submissos ao Ocidente para sua estratégia de divisão em blocos, convidando desde 2022 a República da Coreia e o Japão para a cúpula e a reunião de chanceleres da OTAN.

Atualmente, os países da Ásia-Pacífico observam com seriedade o fato de que a França está à frente da expansão militar da OTAN, cuja dimensão e frequência vêm aumentando nos últimos anos.

Diante dessa situação, a alegação invertida de Macron demonstra que ele é muito pobre em clarividência e conhecimento sobre a situação da região da Ásia-Pacífico, ou então fez uma declaração mentirosa de forma intencional.

Macron pensa que poderá encobrir a intenção maliciosa da OTAN de fincar suas botas militares nessa região, criticando sem fundamento as relações de cooperação entre a RPDC e a Rússia e tentando esconder suas manobras militares perigosas, mas será em vão.

O presidente francês defendeu a fundação de uma “aliança” entre países europeus e asiáticos para que não se tornem vítimas da disputa entre os EUA e a China — o que não passa de uma hipocrisia egoísta voltada à venda de armas aos países asiáticos e à justificação de seu avanço militar e ampliação de sua influência na região.

As palavras impensadas de Macron revelaram mais uma vez o fato de que ele é conhecido como um político que busca exibir sua presença por meio de retóricas sensacionalistas, atraentes e irreais, sem considerar as consequências.

A França, aprisionada por seu excesso de autoestima, comete erros na hora de compreender a situação.

Por mais que a França e a OTAN tentem perturbar a paz e a estabilidade da região da Ásia-Pacífico, isso apenas provocará a reação mais firme dos países regionais e enfraquecerá sua posição estratégica.

A França deve perceber o quanto antes que, por sua conduta contraditória, não é reconhecida como representante da Europa.

Choe Ju Hyon, comentarista de segurança internacional

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