O comentarista de assuntos internacionais, Kim Yu Chol, publicou em 23 de fevereiro um artigo intitulado "O que mostra a presente situação da Ucrânia?".
Seu texto íntegro segue:
Já transcorreu quase um ano desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia.
Viver em um mundo pacífico sem conflito armado nem guerra é o desejo secular da humanidade.
Porém, a atual situação da Ucrânia, muito distante do nobre ideal da humanidade, mostra quem é o culpado que fomenta o litígio e choque por toda parte do planeta e ameaça a paz e segurança do mundo e a existência da humanidade.
Produto inevitável da coação e hegemonia.
Seria uma opinião muito limitada e míope se alguém insistisse que o caso da Ucrânia, que provoca a inquietude e preocupação da sociedade internacional, foi iniciado há um ano ou em 2014 quando ocorreu lá um golpe de Estado.
Quem possui critério próprio e juízo normal sobre os assuntos internacionais pode compreender que o caso da Ucrânia não é um desafio casual ou passageiro contra a humanidade, mas uma crise inevitável e prolongada que se iniciou na década de 90 do século passado na sequência do confronto URSS-EUA no tempo da Guerra Fria.
Como é consabido, a OTAN, que desde os primeiros dias de sua fundação colocou a URSS em seu colimador estratégico, descumpriu sua promessa de não ampliar nem no mínimo seu âmbito, feita nas negociações com o primeiro país socialista sobre o tema da reunificação da Alemanha.
Admitiu em 5 ocasiões 14 países da Europa Oriental, balcânicos e bálticos depois da desintegração da URSS e agora fala publicamente do ingresso da Ucrânia, situada ao lado da Rússia.
É um fato bem conhecido que a política dos EUA e do Ocidente sobre o "avanço ao Oriente" da OTAN tem como seu objetivo acelerar a formação do cerco militar contra a Rússia, país sucessor da URSS e, por fim, separar, debilitar e arruinar este país euroasiático.
Apesar da advertência reiterada da Rússia sobre o movimento perigoso dos EUA e da OTAN, eles expuseram abertamente até a intenção de implantar o sistema de armas de ataque na Ucrânia, menosprezando a demanda racional e justa da Rússia, e vieram vulnerando de modo sistemático o ambiente de segurança regional.
Para aliviar a crise, a Rússia apresentou em dezembro de 2021 aos EUA e à OTAN a proposta de firmar um pacto que reúne as legítimas exigências de segurança, tais como o cessar da ampliação da OTAN ao Oriente, inclusive o ingresso da Ucrânia e a proibição da implantação do sistema de armamentos de ataque nos países vizinhos à Rússia. Porém, foi muito fria e indiferente a reação deles.
Os EUA e outros países ocidentais vieram recorrendo à incessante ameaça militar e à política de pressão sobre a Rússia sem considerá-la realmente como sua contraparte de diálogo e acompanhante com quem devem coexistir.
No fim das contas, se pode dizer que a política hegemônica deles levou a Rússia a empreender as ações militares de caráter preventivo para erradicar a ameaça militar do exterior.
Os EUA e o Ocidente já levaram vários países à voragem de discórdias, antagonismo e conflitos armados entre diferentes nações utilizando pretextos injustos.
Contudo, enquanto ao incidente da Ucrânia, causado por eles mesmos, estigmatizam absurdamente a Rússia de "invasora", "país criminoso de guerra" e "destruidora da paz".
Verdadeira intenção de jogar gasolina no fogo.
Recentemente, o Bureau de Inteligência Exterior da Rússia anunciou que os EUA e os membros da OTAN forneceram à Ucrânia 440 tanques, 1.510 veículos blindados de combate, 665 canhões e mais de 1,8 milhões de obuses de diferentes tipos no total.
O Departamento de Defesa dos EUA também reconheceu que desde fevereiro do ano passado enviou à Ucrânia armamentos avaliados em 29,8 bilhões de dólares, que são suficientes para armar a um país inteiro e cumprir uma guerra total.
Os EUA insistem em que sua enorme ajuda militar às autoridades de Kiev é para permitir que a Ucrânia se defenda da "invasão" da Rússia, porém isso não passa de um sofisma pueril.
Como opinam os especialistas em assuntos internacionais, a verdadeira intenção dos EUA, que oferecem enormes equipamentos de guerra à Ucrânia em contubérnio com seus aliados, reside em instigar este país a seguir cumprindo, em vez de si mesmo, a guerra com a Rússia e derrubar esta a todo custo.
Outra tentativa suja dos EUA é manter sua posição hegemônica ao satisfazer os interesses dos consórcios estadunidenses da indústria bélica e tomar o controle dos países europeus através da piora do ambiente de segurança regional.
Um velho ditado diz: O mal deve ser cortado pela raiz.
Porém, os EUA impedem obstinadamente que Rússia e Ucrânia resolvam o caso de maneira pacífica mediante o diálogo e negociações.
Na sede da Conferência de Segurança de Munique, convocada recentemente, se escutaram as vozes preocupantes de que existe alguma força que não deseja as negociações pela paz e o acordo do armistício abrigando uma meta estratégica maior que não toma em consideração o sacrifício dos ucranianos nem as perdas da Europa.
Os EUA, que acarretam à Ucrânia o derramamento de sangue e desgraças de guerra ao enviar-lhe grande quantidade de armamentos mortíferos de diferentes tipos, inventa e circula ruidosamente o rumor da inexistente "ajuda de armas à Rússia" por outros países, em vez de refletir e pedir desculpa por seu crime antiético, o que é o clímax da pauta de padrão duplo e do cinismo de estilo estadunidense.
Se os EUA seguem recorrendo à imprudente ajuda militar à Ucrânia como agora, será inevitável a resposta mais forte da Rússia e isso trará o resultado de piorar ainda mais a situação de segurança regional e aumentar o perigo de choque armado entre Rússia e EUA.
Não há nenhuma garantia de que este conflito não se estenderá à nova guerra mundial, que ameaça a existência de toda a humanidade, ultrapassando o marco da Europa.
A obediência aos EUA é a via de autodestruição.
Rússia e Ucrânia não são simples vizinhas.
Os dois países têm relações inseparáveis na história, cultura, linhagem, crença religiosa e nas demais esferas e seus povos são praticamente compatriotas.
Contudo, a Ucrânia foi envolvida como agora na guerra com a Rússia, o que se deve inteiramente ao seu servilismo aos EUA.
Por instigação dos EUA, assediou os habitantes falantes da língua russa e compatriotas da região de Donbas, rompeu os laços culturais com a Rússia formados durante mais de mil anos e ressuscitou o nazismo negando a história da Segunda Guerra Mundial, fato que causou a tragédia de hoje.
Isso não foi uma fatalidade.
A situação não haveria piorado tanto como agora se a Ucrânia não houvesse se somado cegamente à política conflitiva com a Rússia dos EUA e houvesse fomentado a conciliação e unidade com sua vizinha quase compatriota rechaçando as garras sujas dos EUA.
Este império do mal nasceu e se enriqueceu com a agressão e, em função de seus objetivos egoístas, prejudica sem vacilação alguma a segurança e interesses de seus aliados incluso, para não falar dos Estados em relações hostis.
A horda de traidores, que leva uma vida efêmera sob o amparo frágil dos EUA, deve resolver de maneira pacífica a situação atual livrando-se o quanto antes do servilismo aos EUA não só pela segurança de sua população mas também pelo destino de si mesmos.
A situação atual da Ucrânia evidencia mais uma vez que o mundo nunca pode estar em paz enquanto existam o despotismo, as arbitrariedades e a gananciosa política de agressão dos EUA que destroem a paz e segurança de um Estado soberano para manter sua posição hegemônica.
Os EUA deveriam cair em si, embora tardiamente.
Buscarão a autodestruição se continuam sua loucura de ameaçar militarmente a soberania e segurança de outros países instigando seus lacaios com o maligno objetivo de derrubar os Estados soberanos desobedientes.
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