domingo, 29 de janeiro de 2023

Kim Tong Myong comenta a viagem do Secretário-Geral da OTAN à Ásia


O investigador da Associação de Estudo de Políticas Internacionais, Kim Tong Myong, fez público em 29 de janeiro um artigo intitulado "Seria para instigar a fundação da 'OTAN de versão asiática´ a viagem do Secretário-Geral da OTAN?".

O texto íntegro do artigo segue.

Segundo os informes, o secretário-geral da OTAN realizou viagens à Coreia do Sul e ao Japão.

Aumenta a preocupação essa visita da alta autoridade do bloco militar, que converteu o território ucraniano no campo de guerra por procuração, à região da Ásia-Pacífico do hemisfério oriental que não é seu teatro operacional.

É consabido que desde muito tempo a OTAN vem tentando obstinadamente ampliar sua zona de influência, limitada à defesa da Europa, à região da Ásia-Pacífico que passou a ser o centro estratégico do mundo.

Falando da oposição à "mudança de status quo pela força", a OTAN desenvolveu exercícios militares bilaterais e multilaterais sob diversos rótulos mobilizando porta-aviões, caças e outras forças armadas dos países membros.

Por outra parte, pretende estender suas garras à região da Ásia-Pacífico com o método de ampliar e estreitar a cooperação com as alianças exclusivas de segurança como "AUKUS", "QUAD" e "Cinco Olhos".

Ademais, nos últimos anos, vem fomentando mais do que nunca o fortalecimento das relações bilaterais com a Coreia do Sul e o Japão considerando-os como elos-chaves para realizar sua ambição hegemônica.

O comprovam as visitas à Coreia do Sul e ao Japão realizadas em abril e junho do ano passado, respectivamente, pelo presidente da comissão militar da OTAN para debater o tema de estreitar os laços de sociedade e cooperação militar, e a participação pela primeira vez na história dessas partes asiáticas na Cúpula da OTAN, realizada no final de junho de 2022 em Madrid, Espanha.

Além disso, em maio do ano passado, a OTAN admitiu a Coreia do Sul como membro pleno do centro de cooperação de defesa cibernética, adscrito a si mesma, e em outubro despachou uma delegação de sua assembleia parlamentar para discutir o fortalecimento da colaboração bilateral.

A Coreia do Sul firmou com a Polônia, país membro da OTAN, o contrato de venda de tanques pesados, canhões autopropulsados, aviões e outros armamentos avaliados em dezenas de milhares de dólares enquanto o Japão firmou com Inglaterra e Itália o desenvolvimento conjunto do caça de última geração, fato que mostra em que grau chega a má intenção da OTAN de utilizá-los como instrumentos para ampliar sua influência.

É evidente o objetivo com que a OTAN estende abertamente sua mão à Coreia do Sul e ao Japão, se tomamos em conta que no ano passado, ela qualificou a Rússia como "ameaça mais grave e direta" e a China como "desafio sistemático" em sua nova "concepção estratégica".

A OTAN, liderada pelos EUA, aspira em geral a criar em contubérnio com as forças seguidoras sua "versão asiática" ao serviço de sua posição hegemônica e da manutenção da ordem.

É natural que ao ver o atual comportamento preocupante da OTAN, os países regionais insistam em que este bloco pretende reproduzir o método de enfrentamento coletivo, já usado na Europa, também na região da Ásia-Pacífico e advertiram a Coreia do Sul e o Japão que não introduzam as forças da OTAN na mesma região.

Está claro que o secretário-geral da OTAN, que visita a Coreia do Sul e o Japão quando o incidente ucraniano se encontra em novo momento crítico devido a decisão dos EUA e do Ocidente sobre o fornecimento de tanques, ressaltará reiteradamente àquelas partes asiáticas a necessidade da fundação da "OTAN de versão asiática" pretextando obstinadamente o "rumor de ameaça proveniente da China" e os repreenderá e pressionará fortemente pela passividade na ajuda militar à Ucrânia.

É uma questão de tempo a aparição na frente ucraniana dos armamentos sul-coreanos e japoneses que serão entregues à OTAN.

A Coreia do Sul e o Japão, que tentam obter proveitos ao trazerem o intruso à região, devem ter em mente que estão aproximando ainda mais a extremada crise de segurança, longe de aliviar a inquietude das mesmas.

Nada de bom ocorrerá se chegam na região as botas da OTAN, sinônimo de guerra e confrontação.

A visita à Ásia de sua alta figura é prelúdio de guerra que busca levar a nuvem negra da "nova Guerra Fria" à região da Ásia-Pacífico.

Os países regionais e a sociedade internacional deverão elevar ao máximo a vigilância sobre os passos da OTAN em direção à Ásia-Pacífico.

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