sexta-feira, 24 de abril de 2020

Em defesa do direito à educação nacional


Depois da libertação da Coreia (15 de agosto de 1945) os coreanos residentes no Japão empreenderam a educação nacional mesmo sob as difíceis condições de vida no território estrangeiro.

Embora seja o inviolável direito nacional dos coreanos, os reacionários japoneses proclamaram em janeiro de 1948 o “decreto de fechamento das escolas coreanas” falando da “obrigação dos coreanos de observar as leis do Japão” e da “detenção da educação comunista”.

Indignados pelo injusto proceder das autoridades japonesas, os coreanos organizaram o “comitê de medidas para a educação dos coreanos” e empreenderam uma enérgica luta exigindo ao governo japonês que assegurasse o direito à educação dos descendentes de coreanos residentes em seu país. A luta chegou ao auge em abril.

Os reacionários japoneses, atemorizados, mobilizaram policiais que detiveram e prenderam inúmeros coreanos e feriram centenas em todas as localidades do Japão e, incluso, não vacilaram em matar a tiros um jovem aluno coreano. Porém não puderam deter a luta dos coreanos. Especialmente, dezenas de milhares de coreanos residentes na prefeitura de Hyogo se dirigiram à sede da prefeitura em 24 de abril onde empreenderam uma luta tenaz gritando o lema de “Defendamos as escolas coreanas à custa da vida!”.

As autoridades japonesas se viram obrigadas a abolir o “decreto” acima mencionado.

Esta luta em que participaram mais de 1,1 milhão de coreanos no total foi registrada como a luta pela educação de 24 de Abril na história do movimento dos coreanos no Japão.

Durante mais de 70 anos desde quando se iniciou a educação nacional, as autoridades japonesas não cessaram a opressão a ela e hoje também a prossegue, seja reduzindo e suspendendo os subsídios às escolas coreanas ou excluindo os jardins de infância das escolas coreanas em seu país do sistema de ajuda à educação e criação das crianças.

O governo japonês, não satisfeito em suspender o pagamento do subsídio às escolas coreanas e excluir do objeto de ajuda às escolas superiores, excluiu os jardins de infância das escolas coreanas do citado sistema que entrou em vigência desde outubro de 2019, desprezando até a lei internacional, incluindo o acordo do direito infantil, referente a assegurar os interesses primordiais e a ajuda financeira às crianças.

A Associação Geral de Coreanos Residentes no Japão (AGCRJ) e os demais coreanos residentes neste país organizaram sucessivamente as manifestações em que condenaram as ignominiosas manobras do governo japonês destinadas a exterminar a educação nacional e na 11ª Conferência Central das Mães da AGCRJ a aplicação dos sistemas de ajuda às escolas superiores e de “educação e criação gratuitas das crianças”.

Até os japoneses participaram na campanha de recolhimento de assinaturas de um milhão de pessoas para a defesa do direito dos coreanos no Japão à educação nacional e censuraram o injusto procedimento de seu governo dizendo que sua medida de exclusão dos jardins de infância coreanos lhes causava muita vergonha, pois todos os residentes no Japão pagam imposto de consumo.

Hoje em dia os coreanos no Japão seguem lutando energicamente para defender o direito à educação nacional herdando o espírito da luta pela educação de 24 de Abril.

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