quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Rim Su Gyong - A flor da reunificação


Nascida em 6 de novembro de 1968 em Seul, Rim Su Gyong (chamada de Lim Su Kyung na Coreia do Sul) foi uma estudante corajosa que viajou à Pyongyang para participar do do 13º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes realizado em Pyongyang de 1 a 8 de julho de 1989, contrariando as medidas da ditadura sul coreana que proibia a ida ao norte e consideravam o evento como "propaganda comunista", o que é um crime no sul de acordo com a Lei de Segurança Nacional.

Rim foi estudante da escola particular Jin Myong em Seul e se formou na Universidade de Línguas Estrangeiras da Coreia. Quando aluna escolar ela ouvia a tradicional propaganda anti-comunista e anti-RPDC que segue até o atual momento na Coreia do Sul, mas sempre quis conhecer como era de fato o norte e achava que a Coreia deveria ser reunificada o quanto antes. Ela não era comunista ou defensora do norte, era apenas uma estudante que gostaria de conhecer com seus próprios olhos o outro lado que era censurado pela ditadura sul coreana.

Então ela decidiu fazer algo no mínimo arriscado: Ir ao norte sem permissão especial do governo sul coreano.


Representando o Hanchongryun (Federação Sul-coreana de Conselhos de Estudantes Universitários) a jovem se juntou aos irmãos do norte na cerimônia de abertura e recebeu aplausos das várias delegações do mundo todo que estavam presentes e do Presidente Kim Il Sung e do Dirigente Kim Jong Il enquanto dava um duro golpe no governo sul coreano que censurava o evento e fazia esforços para que a maioria do sul coreanos não soubessem do fato, contudo, entre os universitários muitos conheciam-a e sabiam que estava sumida e já imaginavam o que havia feito.


Durante os dias em que esteve em Pyongyang ela aproveitou para conhecer o que até então era desconhecido para ela e quebrou a visão do governo sul coreano que pintava o norte como um inferno onde ninguém era feliz e todos viviam na miséria. Ela pôde conversar com vários norte coreanos e trocar opiniões sobre diversos temas sobretudo político-ideológico e mostrou um olhar ainda mais positivo à reunificação do que tinha antes. Ela se encontrou com o Presidente Kim Il Sung que a chamou de "flor da reunificação" e conversaram sobre diversos pontos de vista e frente ao líder máximo e único presidente legítimo da Coreia ela jurou fazer esforços pela reunificação da Coreia, tornando-se um símbolo mundial pela tão ansiada reunificação.

Muitos temiam que quando voltasse poderia ser condenada à muitos anos de prisão ou até condenada à morte por "ato anti-estatal grave" de acordo com a Lei de Segurança Nacional, mas observando que o mundo olhava para seu país de pior forma possível, o governo sul coreano garantiu que ela fosse punida apenas com 5 anos de prisão. Vale ressaltar também que nesse período na história da Coreia do Sul começava-se o movimento pela democracia, que segundo diz os livros de história por lá teve início em 1987, contudo os resquícios de ditadura seguiram por mais uma tempo.

Naquele tempo a luta pela democracia era forte e o governo sul coreano embora rígido não mais a ditadura Yusin de Park Chung Hee onde talvez tudo isso tivesse terminado da pior forma.

Ela foi liberta da prisão com 2 anos e seis meses por bom comportamento e foi muito procurada pela imprensa do mundo todo que queria saber sobre sua história. Em Tóquio ela deu uma palestra onde falou como mudou sua visão do norte e fortaleceu sua vontade de ser uma ativista pró-reunificação da Coreia, além de fazer duras críticas à "Lei de Segurança Nacional" e contar sobre seu tempo na prisão.


"O principal conteúdo da "Lei de Segurança", que descreve o norte como uma "organização anti-estatal", permanece inalterado na Coreia do Sul mesmo após a histórica reunião de Pyongyang. É importante abandonar a hostilidade em prol da reunificação."
Recordando que muitas pessoas a ajudaram durante sua prisão, ela disse que ela considera isso como uma apreciação de seus esforços de reunificação e fará todos os esforços para a reunificação.



Mais tarde ela entrou no mundo da política atraindo a atenção do mundo por seu passado e pelo mesmo motivo sendo fortemente criticada por forças conservadoras. Em 2012 pelo Partido Democrata Unido, um partido social democrata da Coreia do Sul, ela foi eleita para a 19ª Assembléia Nacional mas durante o governo de Park Geun Hye pouco pode fazer com relação à política com o norte. Ela foi muito questionada sobre "desertores do norte" e a mídia fez um enorme sensacionalismo com seus palavras de que eram "traidores", acrescentando adjetivo pejorativos para queimar sua imagem e colocá-la como infiltrada do norte.

Seu partido mudou para uma política mais liberal ao se fundir com o Partido da Nova Visão Política (liberal) formando o atual partido Minjoo. Mas ela segue como uma ativista que busca a reunificação pacífica da Coreia como prometeu ao Presidente Kim Il Sung e apoia o diálogo entre norte e sul.









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