segunda-feira, 16 de junho de 2025

Atos perigosos que prejudicam a estabilidade da região

Recentemente, na base aérea de Barksdale, no estado da Louisiana, EUA, ocorreu uma reunião de alto nível entre autoridades diplomáticas e militares dos EUA e do Japão sobre "dissuasão estendida". Segundo relatos, na ocasião foi reafirmada a diretriz de "dissuasão estendida" adotada entre EUA e Japão no final do ano passado.

Os EUA conceberam o conceito de "dissuasão estendida" há várias décadas sob o pretexto de "proteção dos aliados".

No início da Guerra Fria, os EUA equiparam os países membros da OTAN com armas nucleares, adotando a teoria do guarda-chuva nuclear para proteger a Europa com seu arsenal nuclear. Nesse contexto, ampliaram sua "força de dissuasão nuclear" para proteger os aliados, denominando isso de "dissuasão estendida". Não é mais um segredo que o compartilhamento nuclear é o elemento central dessa estratégia.

O compartilhamento nuclear é uma forma prática de aliança nuclear em que os aliados gerenciam conjuntamente as armas nucleares dos EUA e operam os meios de transporte dessas armas, podendo participar de um ataque nuclear em caso de emergência.

Na década de 1950 a 1960, quando entre os membros da OTAN havia dúvidas sobre a eficácia do guarda-chuva nuclear, os EUA assinaram com os aliados da OTAN o "Acordo de Compartilhamento de Responsabilidades Nucleares" (conhecido como "Acordo de Compartilhamento Nuclear") para dissipar essas dúvidas.

Além disso, foi criado o "Grupo de Planejamento Nuclear" com os países membros da OTAN, formalizando a política de compartilhamento nuclear sob a aprovação rigorosa dos EUA.

No ano passado, os Estados Unidos e o Japão realizaram sua primeira reunião ministerial sobre “dissuasão estendida” e comprometeram-se com o compartilhamento nuclear, além de estabelecerem diretrizes práticas de ação sobre o tema — cujo conteúdo foi classificado como altamente secreto.

A esse respeito, fontes estrangeiras revelaram que, nos círculos políticos do Japão, está sendo discutido de forma sigilosa um plano para realizar exercícios conjuntos de uso de armas nucleares com os EUA, semelhante à "missão nuclear compartilhada" da OTAN. Foi também denunciado que estão sendo cogitadas a criação de uma "versão asiática da OTAN", o posicionamento e a posse conjunta de armas nucleares dos EUA na Ásia, bem como a revisão dos "Três Princípios Não Nucleares" do Japão.

A questão é: por que o Japão está tão empenhado e acelerando seus esforços para formar uma aliança nuclear com os EUA?

Atualmente, os EUA estão tentando compensar sua força em declínio ao amarrar firmemente seus países aliados a alianças nucleares.

Com o enfraquecimento do poder dos EUA nos últimos tempos, aliados como o Japão vêm demonstrando crescente desconfiança em relação ao chamado guarda-chuva nuclear dos EUA, o que tem diminuído a coesão dentro da aliança. Para conter isso, os EUA têm recorrido a abrir seus arsenais nucleares — normalmente classificados como ultrassecretos — para o Japão, além de realizar com frequência exercícios militares conjuntos envolvendo armamentos nucleares.

O objetivo dos EUA com isso é duplo: reforçar a confiança dos aliados em seu guarda-chuva nuclear e, ao mesmo tempo, transferir o enorme custo da manutenção de seu poderio nuclear para os países subordinados.

Por outro lado, a razão pela qual o Japão está respondendo com entusiasmo às intenções dos EUA é porque, mesmo dentro do quadro da aliança, busca realizar sua ambição nuclear latente.

Em 2009, quando o governo Obama apresentou sua enganosa iniciativa de um “mundo sem armas nucleares”, o Japão pressionou fortemente os Estados Unidos para que reafirmassem com clareza seu compromisso com a “dissuasão estendida”. Desde então, foi estabelecido entre os dois países o sistema de “diálogo sobre dissuasão estendida”, com reuniões regulares de nível técnico ocorrendo uma ou duas vezes por ano.

No ano passado, o Japão elevou esse sistema do nível técnico para o nível ministerial e começou a articular, nos bastidores, planos relacionados ao compartilhamento nuclear.

Segundo documentos do Departamento de Estado dos EUA desclassificados em 2015, o Japão já vinha tentando, de forma sigilosa, estabelecer um esquema de compartilhamento nuclear com os EUA desde o final dos anos 1950, à semelhança dos membros da OTAN.

Atualmente, o objetivo do Japão ao buscar o compartilhamento nuclear com os EUA é integrar-se aos exercícios de guerra nuclear dos EUA, aprender os métodos operacionais de ataques nucleares e criar condições para influenciar os alvos dessas operações de acordo com seus próprios interesses. Isso se destina claramente a potências nucleares vizinhas.

Essas ações perigosas do Japão inevitavelmente provocarão fortes reações dos países ao redor.

Recentemente, o embaixador da Rússia no Japão advertiu severamente que a ativa participação do Japão no plano de “dissuasão estendida” dos EUA representa uma ameaça à estabilidade regional. Ele alertou que, caso o roteiro estadunidense de guerra nuclear se concretize, o Japão será a primeira vítima dessa roleta geopolítica.

A obsessão do Japão por uma aliança nuclear com os EUA não é apenas um ato grave de provocação de guerra nuclear, mas também uma atitude autodestrutiva que agrava ainda mais sua própria insegurança.

A verdadeira segurança do Japão não está em alianças nucleares, mas em abandonar ambições que ameacem a segurança dos outros.

Jang Chol

Rodong Sinmun

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