domingo, 8 de junho de 2025

Aliança militar impura com países amigos

O Japão está obcecado com a aliança militar com os chamados países amigos. Recentemente, durante o "Diálogo de Shangri-La" (Reunião de Segurança da Ásia) realizado em Singapura, o ministro da Defesa do Japão afirmou que a cooperação militar com países da região do Indo-Pacífico que compartilham valores comuns é importante, e que o Japão será o centro dessa aliança com vários países. Ele falou de forma confusa que nosso país e a China estão por trás de uma crise sem precedentes na região, e que, para responder à situação, a estrutura de aliança regional deve ser ativada.

O que o Japão diz sobre a aliança com países amigos é uma expressão de intenções impuras para reforçar um bloco confrontacional e estabelecer uma base para expansão ao exterior.

O Japão tem dependido da aliança com os Estados Unidos por décadas, mas agora parece insatisfeito apenas com essa aliança. Sua intenção é expandir a aliança, formando uma coalizão com outros países além dos Estados Unidos.

Já na década de 2010, o Japão começou a defender a ideia de que, além dos Estados Unidos, ele poderia exercer o direito à defesa coletiva com países com os quais tem relações estreitas, e que deveria intensificar os intercâmbios militares com países amigos. No final de 2022, o Japão formalizou essa expansão da aliança com países amigos, não apenas com os Estados Unidos, em documentos de segurança, como a Estratégia de Segurança Nacional e a Estratégia de Defesa Nacional.

Embora os Estados Unidos, que estão cada vez mais em declínio, exijam que o Japão aumente seu papel dentro da aliança, as principais razões por trás disso são o invariável desejo de hegemonia regional e as ambições expansionistas do próprio Japão.

Durante o "Diálogo de Shangri-La", realizado recentemente, o ministro da Defesa do Japão, em uma reunião entre autoridades militares dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Filipinas, afirmou com entusiasmo que o Japão liderará a construção e expansão de uma estrutura de cooperação entre os países aliados e amigos.

A aliança que o Japão busca com os países amigos não se limita apenas aos países da região da Ásia-Pacífico. O Japão tem, nos últimos tempos, participado regularmente de exercícios organizados pela OTAN, envolvendo os países membros da organizaçã, e realizando uma série de exercícios militares bilaterais e multilaterais em torno das ilhas e mares circundantes.

Neste ano, o Japão formalizou sua missão como representação independente da OTAN em Tóquio e entrou em vigor um acordo de parceria estratégica com a União Europeia, baseado na cooperação político-militar. Em fevereiro, um grupo de ataque de porta-aviões da França participou de um exercício conjunto com as "Forças de Autodefesa" Marítima do Japão e a Marinha dos Estados Unidos nas águas ao largo das Filipinas, e em abril, um grupo de ataque de porta-aviões britânico partiu rumo ao Pacífico. O governo japonês está se preparando para se envolver novamente na cúpula da OTAN que ocorrerá este mês, em Haia.

Essa estreita aliança que o Japão busca com a OTAN e com países europeus tem como objetivo, nada mais, nada menos, do que exercer uma ameaça coletiva contra os países adversários da região.

A obsessão do Japão por alianças com países amigos também está ligada à sua intenção de impulsionar a exportação de equipamentos militares, o desenvolvimento conjunto de tecnologias, e modernizar e avançar sua base de produção e tecnologia bélica.

No início deste ano, o ministro da Defesa do Japão viajou para o Reino Unido, onde visitou instalações relacionadas ao desenvolvimento conjunto com o Reino Unido e a Itália de um sistema de combate da próxima geração. Durante uma reunião com o ministro da Defesa da Austrália, o ministro da Defesa japonês revelou sua intenção de oferecer o destróier de classe "Mogami" como uma opção para os novos navios que a Austrália planeja adquirir. Já em março, o Japão havia enviado uma unidade do navio à Austrália para fazer a propaganda.

No caso das Filipinas, o Japão também está promovendo a transferência de equipamentos militares e cooperação em tecnologia. O Japão está atualmente no processo de fornecer radares móveis e fixos de defesa aérea às Filipinas até 2026 e, no ano passado, concordou em fornecer cinco grandes navios patrulha por meio de empréstimo.

A ajuda japonesa a vários países sob o nome de "Apoio ao Fortalecimento das Capacidades de Segurança Governamental", que envolve a entrega de equipamentos militares, tem o objetivo de abrir novos mercados para exportação de armas e fortalecer sua indústria bélica.

A intenção subjacente do Japão de buscar persistentemente alianças com outros países está se tornando cada vez mais clara. O objetivo é transformar o Japão em um Estado bélico e concretizar suas ambições de remilitarização e expansionismo.

Jang Chol

Rodong Sinmun

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