quinta-feira, 19 de junho de 2025

Na União Soviética, continuam crescendo as vozes exigindo a renúncia do presidente

Informe de publicações soviéticas

Moscou, 23 de abril de 1991 - Agência Central de Notícias da Coreia

Segundo reportagens de jornais e agências de notícias soviéticos, recentemente vêm se multiplicando na União Soviética as vozes críticas ao presidente e os apelos por sua renúncia.

A edição recente do jornal soviético "Gazeta Literária" apresentou o conteúdo de uma declaração de um membro da associação de deputados do povo de vários níveis da União denominada “Soyuz”, que exige a convocação de uma sessão extraordinária do Congresso dos Deputados do Povo da União Soviética.

O jornal escreveu que, segundo esse membro, caso o grupo parlamentar “Soyuz” exija a renúncia do presidente, tal pedido será formulado com base na Constituição soviética. Acrescentou ainda que, se Gorbachov tomar medidas decisivas a partir de agora, a situação poderá mudar.

O jornal destacou, no entanto, que nenhuma das promessas do presidente foi cumprida e que ninguém foi responsabilizado por isso — observando que o membro do “Soyuz” teria dito isso diretamente a Gorbachev. O jornal citou suas palavras da seguinte forma:

"Sou uma das pessoas que defende a renúncia do presidente. Como todos sabem, falta algo em Gorbachov. Ele é convicto e não sabe ouvir opiniões. Só possui teorias sentimentais."

Na edição do dia 22, o "Pravda" noticiou que, durante o 2º congresso do grupo parlamentar “Soyuz”, realizado recentemente em Moscou, um dos relatores analisou a situação do país, que está à beira do colapso, e defendeu a declaração de estado de emergência como medida decisiva.

Segundo o jornal, esse relator afirmou ainda que, caso o presidente não implemente essas medidas de emergência, o grupo parlamentar “Soyuz” assumirá toda a responsabilidade por sua execução, convocará uma sessão extraordinária do Congresso dos Deputados do Povo da União Soviética e exigirá de Gorbachov um relatório sobre suas atividades.

O jornal apontou ainda que, durante o congresso, foi expressa a desconfiança em relação ao presidente e ao governo, afirmando que chegou o momento da liderança do país ceder a tribuna e “descer da colina do Kremlin”.

No dia 20, a agência "TASS", ao noticiar o 2º congresso do grupo parlamentar “Soyuz”, destacou o seguinte:

"O relator principal do congresso, representante do grupo parlamentar 'Soyuz', defendeu a introdução imediata de estado de emergência por seis meses em todo o território da União Soviética. Segundo ele, essa medida é necessária para estabilizar a situação sociopolítica e salvar o país da crise econômica."

O co-presidente do “Soyuz” criticou duramente a política interna e externa de Gorbachov, responsabilizando-a pela ruína nacional.

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