quinta-feira, 19 de junho de 2025

Movimento coletivo em resposta à “globalização”

O grande Líder camarada Kim Il Sung ensinou:

“Os países não alinhados devem lutar ativamente para eliminar a velha ordem econômica internacional e estabelecer uma nova ordem econômica internacional.”

O Movimento dos Países Não Alinhados está envidando grandes esforços para elaborar um programa de ação e uma estratégia comum com o objetivo de estabelecer uma ordem econômica internacional justa nos anos 2000 e dinamizar as ações coletivas dos países em desenvolvimento. O esforço para redigir o documento da “Agenda Econômica do Sul” é justamente isso.

Como é consabido, a proposta de redação da “Agenda Econômica do Sul” surgiu com o objetivo de, diante dos desafios do novo século, definir novamente os objetivos estratégicos do MPNA no campo do desenvolvimento e buscar medidas práticas para sua concretização. Essa proposta foi lançada na Reunião de Ministros das Relações Exteriores dos países do MPNA realizada em abril de 1997, em Nova Délhi, Índia. Em decorrência disso, o Movimento dos Países Não Alinhados organizou um comitê especial de especialistas econômicos que preparou um documento básico necessário para a elaboração da Agenda e o submeteu à 12ª Cúpula dos Chefes de Estado realizada em setembro do ano passado. Além disso, a atual presidência do Movimento, a África do Sul, que recebeu a incumbência de redigir a Agenda, está promovendo atividades como o envio de cartas aos chefes de Estado dos países membros para coletar suas opiniões.

O que chama a atenção nessas atividades do Movimento dos Países Não Alinhados é, acima de tudo, o fato de que estão buscando redigir a “Agenda Econômica do Sul” como uma estratégia comum dos países em desenvolvimento para responder à atual “globalização” econômica.

Durante e após o período da Guerra Fria, o processo de "globalização", que força os países em desenvolvimento a adotarem a economia de mercado e a privatização como uma “solução milagrosa” em termos de política, está afetando seriamente o crescimento econômico e o desenvolvimento desses países. Na realidade, os benefícios do “remédio universal” da globalização, com seus “valores éticos” e “teorias”, não foram destinados aos países em desenvolvimento que enfrentaram dolorosas reestruturações e desregulamentações, mas concentraram-se apenas nos países desenvolvidos, ampliando ainda mais a desigualdade global entre ricos e pobres. Além disso, a crise financeira, que lançou a economia do Leste Asiático numa fase extrema e provocou graves distúrbios sociopolíticos, serviu como um alerta ainda maior para os países em desenvolvimento sobre os perigos da “globalização”. A partir disso, o Movimento dos Países Não Alinhados passou a seguir o caminho de examinar os impactos negativos da “globalização” e elaborar um programa de ação abrangente para enfrentá-los.

O Movimento dos Países Não Alinhados também busca elaborar a “Nova Ordem Econômica Internacional” como uma estratégia de negociação para o diálogo Norte-Sul, com o objetivo de garantir a participação dos países em desenvolvimento na governança econômica mundial em pé de igualdade com os países desenvolvidos.

O diálogo Norte-Sul teve início na década de 1970 com o objetivo de, por meio de ações coletivas dos países em desenvolvimento, estabelecer uma cooperação econômica internacional voltada para o crescimento econômico e o desenvolvimento. No entanto, com o fim da Guerra Fria e o avanço da “globalização”, esses países passaram a se deparar com novas condições impostas pela cooperação internacional para o desenvolvimento, propostas pelo Ocidente, como “humanitarismo”, “democracia” e “boa governança”, que visam induzir a liberalização e a privatização das economias.

Por esse motivo, o Movimento dos Países Não Alinhados continua mantendo suas exigências tradicionais no diálogo Norte-Sul e busca refletir na agenda os objetivos e reivindicações comuns dos países em desenvolvimento para participarem em igualdade de condições na governança econômica global.

Atualmente, as funções de formulação de políticas de desenvolvimento internacional da ONU — onde os países em desenvolvimento constituem a esmagadora maioria — estão visivelmente enfraquecidas, enquanto organizações dominadas pelos países desenvolvidos, como a Organização Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional, passaram a exercer os principais poderes e influências sobre a gestão da economia global.

Diante dessa realidade, o Movimento dos Países Não Alinhados procura refletir na agenda econômica do Sul medidas práticas para fortalecer, por meio da cooperação Sul-Sul, as ações conjuntas baseadas nos interesses comuns dos países em desenvolvimento na atual conjuntura, ao mesmo tempo em que busca elevar ainda mais o papel central da ONU na análise, negociação e formulação de políticas sobre questões econômicas internacionais.

As atividades do Movimento dos Países Não Alinhados para estabelecer uma nova ordem econômica internacional justa e impulsionar ações coletivas dos países em desenvolvimento trarão, no futuro, frutos positivos.

Artigo do jornal Minju Joson de 5 de junho de 1999

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