Segundo informes, no dia 27, o Presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, declarou que os atos criminosos que a OTAN, liderada pelos Estados Unidos, está cometendo contra a Iugoslávia representam o maior perigo à paz e à estabilidade mundial desde a Segunda Guerra Mundial. Ele afirmou que todos os países amantes da paz devem tomar medidas para pôr fim a esses crimes.
Ele fez essa declaração durante um encontro com o ministro das Relações Exteriores e a delegação do ministro da Defesa da Ucrânia, que estavam visitando a Iugoslávia naquele dia.
Milosevic apontou que um número crescente de países no mundo está exigindo que a OTAN cesse imediatamente os atos criminosos contra a Iugoslávia.
Ele enfatizou que o povo iugoslavo está plenamente decidido a defender sua liberdade e dignidade nacional, e que concentrará todas as forças na defesa do país para não cair sob domínio dos inimigos.
Expressando gratidão a todos os países e povos que estão apoiando e solidarizando-se com a Iugoslávia, ele declarou que “no fim, a Iugoslávia derrotará os malfeitores”.
Por outro lado, no mesmo dia, o Departamento de Imprensa do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Iugoslávia denunciou que os bombardeios da OTAN iniciados em 24 de março constituem o maior ato de agressão desde a fundação da aliança militar há 50 anos.
Segundo o departamento, 10 países membros da OTAN, liderados pelos EUA, lançaram entre 250 e 300 mísseis de cruzeiro contra a Iugoslávia desde o dia 24, e aviões de combate da OTAN realizaram mais de 50 ataques aéreos.
O relatório apontou que, até o momento, mais de 90 alvos militares da Iugoslávia em todo o país — incluindo quartéis, bases aéreas e sistemas antiaéreos — foram atingidos pelos ataques da OTAN.
Também foi informado que os bombardeios danificaram severamente diversas instalações civis, feriram muitos inocentes e causaram perdas materiais consideráveis.
Contudo, o Departamento de Imprensa ressaltou que o exército iugoslavo avaliou corretamente a situação, tomou contramedidas eficazes por unidade, e conseguiu repelir com sucesso a invasão da OTAN, infligindo pesadas perdas aos agressores.
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Segundo informes de Belgrado, no dia 28, o presidente da Iugoslávia, Slobodan Milošević, realizou uma reunião com os líderes do governo e das forças armadas para discutir a situação político-militar do país após cinco dias de bombardeios da OTAN.
Na reunião, foi enfatizado que o país está preparado para continuar resistindo aos ataques da OTAN.
Também foi destacado que a estreita cooperação entre o governo e as forças armadas é de extrema importância para o fortalecimento da defesa.
Anteriormente, o governo tomou várias medidas ativas para garantir a estabilidade social e mobilizar todos os recursos nacionais para a defesa do país diante dos ataques da OTAN.
Como parte dessas medidas, o setor judiciário emitiu orientações para eliminar diversos atos criminosos que possam prejudicar a defesa nacional em tempos de emergência. Além disso, o governo estabeleceu novas normas para utilizar todos os recursos do país na defesa nacional, avançando também com a mobilização de reservas para reforçar as capacidades defensivas.
De acordo com reportagens de Sarajevo, a República Sérvia da Bósnia-Herzegovina anunciou a mobilização geral em apoio à Iugoslávia, que está resistindo aos ataques militares dos EUA e da OTAN.
O jornal dessa república, Daily Voice, na edição do dia 28, informou que o governo está recrutando voluntários para prestar apoio à Iugoslávia nas regiões orientais, quando necessário, e que em outras áreas as forças armadas e policiais estão em prontidão para o combate.
Artigo do diário Rodong Sinmun de 30 de março de 1999
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