Pyongyang, 3 de abril de 1964 - Agência Central de Notícias da Coreia
Segundo fontes estrangeiras, no Brasil, elementos pró-EUA desencadearam uma rebelião contra o governo sob instigação do imperialismo estadunidense, derrubaram o presidente Goulart e tomaram o poder.
Os rebeldes instalaram o presidente da Câmara como presidente interino, sendo Mazzilli empossado no dia 2, e começaram a nomear ministros-chave, como os da Defesa, Justiça e Interior.
Mazzilli é oriundo do Partido Social Democrático, partido que abarcava a grande burguesia.
Por outro lado, o presidente Goulart, que se encontrava na capital Brasília, deslocou-se na noite do dia 1º para Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, onde estava sediado o 3º Exército.
Antes de deixar Brasília, Goulart declarou em entrevista a um jornalista ocidental que "os verdadeiros patriotas resistirão até a última gota de sangue contra as tentativas de destruir a ordem legal".
No entanto, segundo um comunicado do Ministério da Defesa do Brasil transmitido pela UPI, Goulart teve de abandonar seu plano inicial de travar uma batalha decisiva e fugiu após as forças da guarda de Porto Alegre passarem para o lado dos rebeldes e ocuparem a cidade.
No estado do Rio Grande do Sul, houve confrontos intensos entre as forças golpistas e tropas que apoiavam Goulart.
A camarilha traidora pró-EUA, que usurpou o poder, está intensificando a repressão contra as forças democráticas e progressistas que resistem ao golpe militar.
Os golpistas prenderam e processaram Osvaldo Pacheco e outros líderes da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil no Rio de Janeiro, além de incendiar e destruir a sede da União Nacional dos Estudantes.
Segundo reportagem de um correspondente da agência Prensa Latina em São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, cerca de mil dirigentes de organizações políticas, sociais e estudantis foram presos sob ordens do governador reacionário Ademar de Barros.
Os golpistas também prenderam o comandante do 3º Exército, Ladário Teles, e o ex-comandante da guarnição de fuzileiros navais no Rio de Janeiro, Cândido Aragão.
Todos esses atos terroristas da camarilha traidora estão sendo perpetrados sob o estímulo dos imperialistas estadunidenses.
No dia 2, o presidente dos EUA, Johnson, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para discutir a questão do Brasil, e naquela mesma noite enviou uma carta ao “novo presidente” Mazzilli, elogiando-o e expressando apoio ao levante golpista.
No entanto, as amplas massas populares do Brasil estão se opondo ao golpe da camarilha traidora e expressando apoio ao presidente Goulart. Após a greve geral dos trabalhadores no dia 1º de abril, estudantes da Universidade do Rio de Janeiro realizaram uma manifestação no centro da cidade. As forças armadas, apoiadoras do golpe, cometeram o crime de abrir fogo contra os estudantes.
No estado da Guanabara, onde o agente pró-EUA Lacerda atua como governador, o povo que se levantou contra o golpe tomou o controle de várias estações de rádio.
Os fuzileiros navais do Rio de Janeiro envadiram o escritório de Lacerda.
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