No dia 24, na sede da União Africana, localizada na capital da Etiópia, Adis Abeba, foi realizada a celebração do “Dia da África” com o tema “Relembrando Nossa História, Abrindo o Futuro”. Nesse evento, o presidente da Comissão da União Africana destacou que a África está firmemente alcançando paz, prosperidade e integração, além de encontrar seu devido lugar no palco internacional. Ele enfatizou que “proteger nossos recursos e priorizar a criação de valor por meio de iniciativas transformadoras, como a Zona de Livre Comércio Continental Africana, é uma obrigação dos africanos. A África não deve mais ser deixada para trás na geopolítica mundial.”
O presidente da União Africana também afirmou que a África deve realizar a liberdade política, utilizar seus abundantes recursos e contribuir para construir uma África unida e próspera, baseada na energia e conhecimento de todos os africanos.
Anteriormente, na 38ª Reunião de Chefes de Estado e Governo da União Africana, realizada em fevereiro sob o tema “Justiça para os Africanos e seus Descendentes por Meio de Reparações”, foi expressa a determinação de promover a paz, segurança e desenvolvimento econômico na região, assim como ampliar o papel da África no cenário internacional.
O presidente de Angola, que assumiu a presidência rotativa da União Africana, apelou para que a África resolva os desafios enfrentados pelo continente, como o fim dos conflitos, as trocas de poder inconstitucionais, o terrorismo, as mudanças climáticas, desastres naturais, doenças e ameaças à saúde. Ele fez um apelo para que sejam feitos maiores esforços para alcançar o desenvolvimento pacífico da África, fortalecer a cooperação e reforçar a União Africana.
Nos últimos anos, a África tem alcançado progressos significativos. A taxa de crescimento econômico do continente foi de 3,7% em 2024, superando a média global, e espera-se que suba para 4,3% neste ano. A ativação da Zona de Livre Comércio Continental Africana está sendo acelerada, com o comércio intra-regional alcançando US$ 192,2 bilhões em 2023, e projeta-se que atinja US$ 520 bilhões até 2030. Além disso, estima-se que as importações do continente aumentem em 7% até 2035.
Os países africanos estão reforçando os investimentos em inovação tecnológica e na formação de talentos, expandindo o desenvolvimento industrial por meio de iniciativas como a criação de fundos para pesquisa e a construção de distritos tecnológicos. A África também está empenhada em estabelecer uma ordem internacional justa e igualitária.
Antigamente conhecida como a “maioria silenciosa”, a África agora se ergue como uma força capaz de reformular a ordem internacional.
Em novembro do ano passado, a União Africana participou pela primeira vez da Cúpula do G20, defendendo a criação de um sistema financeiro internacional mais justo e a proteção dos interesses dos países em desenvolvimento. No início de dezembro, a África do Sul tornou-se o primeiro país africano a presidir a Cúpula do G20. Com a participação da União Africana no G20, os países africanos ganharam um espaço para debater questões globais importantes.
A União Africana busca, por meio dessa participação, enfrentar desafios como a pobreza, o subdesenvolvimento e a vulnerabilidade climática, fortalecer a solidariedade regional e aumentar sua influência nos processos decisórios internacionais.
A África está se afastando da mentalidade de depender do Ocidente ou de imitar seus modelos de desenvolvimento, esforçando-se para alcançar uma verdadeira independência. Países como Níger, Senegal e Chade têm expulsado tropas ocidentais, como as dos EUA e da França, de seus territórios. Além disso, esforços estão sendo feitos para eliminar vestígios do colonialismo, renomeando ruas, avenidas e instalações públicas que refletem a era colonial, promovendo a conscientização sobre a história nacional e os heróis locais entre seus cidadãos.
Na 4ª sessão ordinária da 6ª Assembleia Pan-Africana realizada em novembro na África do Sul, o presidente da Comissão da União Africana afirmou: "Devemos ter uma visão que transcenda fronteiras e interesses pessoais e nunca esquecer que a força da África está na unidade."
O objetivo da União Africana é transformar o continente em uma África unificada, próspera e pacífica, impulsionada pelo próprio povo africano e representando uma força poderosa no cenário mundial. Consciente, por meio de suas próprias experiências, de que somente ao se livrar das correntes da dominação e dependência será possível alcançar a verdadeira paz e desenvolvimento, a África está empenhada em avançar com determinação.
Ho Yong Min
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