terça-feira, 13 de maio de 2025

Países africanos que buscam o desenvolvimento com base em suas próprias forças

O desejo dos países africanos de se livrarem dos resquícios da era colonial e alcançar o desenvolvimento e a prosperidade por meio de seus próprios esforços tem aumentado a cada dia.

Em abril, foi realizada a 3ª Cúpula da Educação Africana em Zimbábue, com a participação de ministros da educação e formuladores de políticas educacionais de vários países. Durante a cúpula, o presidente do Zimbábue apelou para que fossem apresentadas soluções e propostas de políticas educacionais viáveis para transformar o continente africano em uma estrela em ascensão. Ele afirmou que a educação é um dos pilares mais fortes para promover o desenvolvimento do continente africano, e destacou que a construção de um sistema educacional que permita aos africanos ter orgulho de sua identidade é essencial. Também afirmou que todas as escolas devem se tornar centros de inovação, para que os formados possam trabalhar em áreas produtivas e de serviços que atendam às necessidades das comunidades locais, e expressou a posição de seu país de promover o desenvolvimento da economia do conhecimento por meio do aumento do apoio à educação.

Simultaneamente, na capital da Etiópia, foi realizada uma reunião dos líderes da Juventude Pan-Africana sob o tema "Vamos Capacitar os Jovens para uma África Próspera". A reunião foi organizada pela União Africana e outras organizações parceiras.

Na reunião, o presidente da Etiópia afirmou que o mundo atual está apresentando novas e complexas demandas para os africanos, e mencionou que os jovens devem enfrentar corajosamente, de forma coletiva, os desafios que surgem. Ele destacou que a África tem uma população em crescimento e recursos abundantes, e que os jovens estão em uma posição privilegiada para se destacar em áreas como biotecnologia, inteligência artificial e economia verde.

Por outro lado, a representante feminina e social do país mencionou que a África possui uma grande população jovem e que é crucial fortalecer a participação ativa dos jovens nas questões econômicas e políticas.

Em 20 de abril, na capital do Egito, foi realizada a cerimônia de inauguração da sede da Agência Espacial da União Africana. Esta agência foi criada como parte do plano da União Africana para fortalecer as capacidades tecnológicas no setor espacial. Espera-se que a agência desempenhe um papel fundamental no fornecimento de informações sobre questões como produção e distribuição de cultivos, ecossistemas e biodiversidade, prevenção de doenças, monitoramento de águas subterrâneas e da superfície, precipitação média, erosão costeira e resposta a desastres naturais, e também na formulação de medidas adequadas.

Durante a cerimônia de inauguração, o ministro das Relações Exteriores do Egito afirmou que a agência contribuirá para o intercâmbio de conhecimentos especializados sobre o uso pacífico do espaço, fortalecerá as capacidades tecnológicas e ajudará a unificar a posição da África nos palcos internacionais, incluindo nas Nações Unidas.

A criação da agência é considerada um marco importante na história da África, e espera-se que ela se torne um farol para a inovação, cooperação e progresso em todos os países africanos.

Por muito tempo, os países africanos foram explorados pelos países ocidentais, que compravam seus recursos naturais a preços extremamente baixos. Agora, esses países africanos estão tentando corrigir essa prática injusta. Há uma crescente demanda de que a África não precise mais de ajuda externa e que o controle sobre os principais recursos minerais seja reforçado.

Embora a África possua vastos recursos minerais que podem impactar o futuro, ela ainda depende da ajuda externa, mas isso precisa acabar. Exemplificando, na República Democrática do Congo está localizada 70% das reservas mundiais de cobalto, na África do Sul, 75% de platina e 50% de paládio, e Madagascar e Zimbábue possuem grandes quantidades de grafite e césio. Esses recursos são essenciais para a produção de veículos elétricos, painéis solares e turbinas eólicas.

Atualmente, a indústria de energia limpa global depende significativamente dos recursos africanos. Empresas ocidentais importam minerais como o cobalto da África a preços baixos e os revendem como matérias-primas para baterias, normalmente com uma margem de lucro de 5 a 7 vezes o preço original. Espera-se que, em 2030, o mercado mundial de baterias atinja US$ 250 bilhões, e o setor de energia renovável crescerá 26% ao ano.

Especialistas afirmam que é crucial para a África assumir o controle de seus recursos minerais, melhorando as tecnologias de mineração e processamento, a fim de mudar a estrutura atual de exportação de matérias-primas para a produção de produtos processados. A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral já propôs a "Iniciativa de Recursos para Baterias". Os países membros da comunidade estão se esforçando para reunir seus recursos e processá-los por meio de uma cadeia de suprimentos integrada.

Os países da África Oriental estão promovendo o plano chamado “Estrutura de Cooperação para Minerais Raros”, com o objetivo de aumentar sua capacidade de processamento de minerais.

Hoje, em diversos países africanos, ouve-se a voz de que não são mais necessários gestores de ajuda internacional, mas sim engenheiros químicos e especialistas em metalurgia. A ajuda financeira em dólares está diminuindo, mas os minerais africanos têm um valor dez vezes maior. Por isso, há um apelo crescente para tratar os recursos minerais de forma estratégica, transformando a África de um “depósito global de matérias-primas” em uma “região motriz da produção industrial”.

O diretor executivo do Escritório de Planejamento Estratégico e Execução da União Africana enfatizou a necessidade dos países africanos mobilizarem recursos internos para o desenvolvimento do continente.

Os países africanos também estão adotando posições mais independentes em relação aos países ocidentais. Ruanda, Mali, Burkina Faso e outros estão reavaliando suas relações com os antigos países colonizadores.

Sobre isso, uma agência de notícias russa comentou que “uma nova era está se abrindo” e afirmou que os países ocidentais precisam aceitar a realidade de que já não são bem-vindos na África.

Os esforços dos países africanos para impulsionar o desenvolvimento do continente com forças unidas e alcançar paz e estabilidade estão se fortalecendo cada vez mais.

Ho Yong Min

Rodong Sinmun

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