Mais de 54.000 palestinos morreram e cerca de 123.100 ficaram feridos.
Quase todos os edifícios, incluindo residências, hospitais e escolas, foram destruídos e transformados em ruínas.
O que mais fere os olhos das pessoas é a situação horrenda das crianças.
Vidas de crianças, que deveriam estar nos braços dos pais esbanjando alegria, são despedaçadas por estilhaços ou soterradas por edifícios desmoronando, morrendo instantaneamente, com braços e pernas decepados e ensanguentados.
O lamento dos familiares que seguram os corpos frios das crianças mortas não cessa nem por um instante.
Segundo as autoridades de saúde da Faixa de Gaza, desde o início do ataque militar bárbaro de Israel em outubro de 2023, mais de 16.270 crianças morreram. Entre elas, cerca de 900 eram bebês de colo.
Somente após meados de março deste ano, quando as forças israelenses romperam o acordo de cessar-fogo e retomaram os bombardeios em grande escala, mais de 800 crianças morreram.
Inúmeras crianças estão desaparecidas ou tornaram-se órfãs.
Muitas das que conseguiram sobreviver ficaram com deficiências permanentes.
Em outubro do ano passado, um jornal de determinado país revelou o crime de Israel ao lançar indiscriminadamente bombas especiais com pequenos fragmentos metálicos para aumentar o poder letal, assassinando civis, inclusive crianças.
As vítimas apresentavam apenas pequenos buracos de 1 a 2 mm na pele, mas seus músculos e órgãos internos estavam dilacerados. A maioria das crianças feridas teve os vasos sanguíneos e nervos tão danificados que foi necessário amputar braços ou pernas. Estima-se que o número de crianças afetadas tenha chegado a 4.000.
O responsável da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina declarou que Gaza é o lugar com o maior número de crianças com deficiência no mundo, e que muitas delas perderam braços ou pernas e estão sendo operadas sem anestesia.
O que empurra as frágeis vidas infantis para a morte não são apenas os ataques aéreos indiscriminados e bárbaros.
Com o bloqueio total imposto por Israel à Faixa de Gaza, acabaram-se os alimentos, a água e os medicamentos. A fome extrema e as doenças se espalham, ameaçando constantemente a vida das crianças que conseguiram sobreviver por um triz.
No último dia 24, o Programa Mundial de Alimentos anunciou que mais de 70.000 crianças da Faixa de Gaza enfrentam desnutrição aguda.
Embora, após meses, um canal para entrada de ajuda humanitária tenha sido reaberto com dificuldade, os suprimentos que entram correspondem a apenas cerca de 1% da necessidade. Crianças esqueléticas fazem longas filas em cada viela onde se distribuem pequenas quantidades de ajuda. Incontáveis são as que, sem forças sequer para gritar, apenas soluçam com os pescoços caídos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância anunciou que só neste ano mais de 9.000 crianças foram hospitalizadas por desnutrição aguda na Faixa de Gaza. Centenas não conseguem receber tratamento.
Mais de 75% dos lares enfrentam escassez de água, e a diarreia é prevalente entre crianças menores de cinco anos.
Com o avanço das doenças infecciosas, dezenas de milhares de crianças não têm acesso à vacinação.
Diante dessa situação em que a própria sobrevivência é ameaçada, as crianças sequer podem sonhar com os estudos.
Mais de 90% das escolas existentes na Faixa de Gaza sofreram danos severos. Até mesmo as que mal conservam sua estrutura estão sendo utilizadas como abrigos.
Cerca de 625.000 crianças em idade escolar estão impossibilitadas de estudar.
Privadas da esperança de aprender, as crianças tentam sustentar-se passando o dia todo em filas intermináveis com as pernas doendo, esperando a pequena ajuda humanitária, ou quebrando pedras retiradas das ruínas para coletar material usado na construção de túmulos.
Uma adolescente desabafou: “No dia da volta às aulas, minha mãe penteava meu cabelo e preparava meu lanche. Eu era uma aluna feliz. Mas tudo acabou. Toda minha família morreu e só eu fiquei.”
Uma mulher que vive no sul da Faixa de Gaza contou, com indignação, que sua filha de seis anos sonhava em passar do jardim de infância para a escola, mas infelizmente agora não poderá mais ir.
No ano passado, em seu relatório anual sobre crianças e conflitos, a ONU designou Israel como país violador dos direitos das crianças, apontando os assassinatos e mutilações de crianças, os obstáculos ao acesso à ajuda humanitária, e os ataques a escolas e hospitais.
O sofrimento psicológico das crianças também é grave.
A inocência e vivacidade próprias das crianças desapareceram completamente; elas vivem constantemente tristes e quase não falam. Quando ouvem o som de um avião, caem em pranto tomadas pelo pavor.
Um funcionário da ONU afirmou que, embora as crianças não possam iniciar nem deter uma guerra, são elas quem mais sofrem com seus efeitos devastadores; mesmo que os combates cessem, as feridas psicológicas das crianças não poderão cicatrizar, pois perderam suas famílias, amigos e foram expulsas de seus lares.
As crianças são o futuro e a esperança da família, da sociedade, da nação e da humanidade.
O estado lastimável das crianças da Faixa de Gaza, que murcham sem nunca terem podido florescer, vivendo no medo constante da morte, denuncia ao mundo inteiro os crimes atrozes de Israel.
Jang Chol
Nenhum comentário:
Postar um comentário