Em fevereiro de Juche 106 (2017), uma trama anti-RPDC ocorreu em meio à tensão de guerra já existente na Península Coreana devido a declarações dos EUA e respostas firmes por parte da RPDC.
O irmão do respeitado Líder Supremo Kim Jong Un, chamado Kim Jong Nam, que embora norte coreano, decidiu viver sua vida no exterior, afastado de política e dedicando-se a satisfação pessoal com bebidas, mulheres, dinheiro e outras coisas que não fazem parte da moral socialista de seu país natal, foi assassinado à mando do Serviço Nacional de Inteligência da República da Coreia em cooperação com a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos da América.
O plano consistia em eliminar uma figura ligada ao governo norte coreano de forma a por culpa no mesmo pelo assassinato, usando tal pretexto para aplicar sanções mais pesadas e eventualmente abrir o fogo da guerra. Para isso, usaram agentes bem preparados que utilizaram-se de outras pessoas sob a contra-partida de dinheiro em troca, dizendo que tratava-se de uma brincadeira de programa de alguma emissora local, e assim mataram Kim Jong Nam, ou melhor, Kim Chol, com o agente VX, uma agente químico letal em poucos minutos e que pode servir de arma de destruição em massa.
Com o desenrolar do caso, conseguiram com que as relações RPDC-Malásia fossem fortemente abaladas e acusaram sem qualquer provas a RPDC de possuir armas químicas, algo muito comum vindo da boca do governo dos Estados Unidos nos últimos tempos.
O fato é que o agente VX em questão, é proibido pela Convenção de 1993 sobre Armas Químicas, mas ainda está nas mãos de países como Estados Unidos, Reino Unido e França, ironicamente, aqueles sempre envolvidos em acusações sobre armas químicas utilizadas por governos que não lhe agradam.
Mas o ponto a se chegar é mais além. Vamos abordar uma questão que surgiu após boa parte dessa confusão e que gerou muitas dúvidas.
Em vídeo postado em 7 de março de 2017, pelo canal "Cheollima Civil Defense" no youtube, o filho de Kim Jong Nam diz:
“Meu nome é Kim Han Sol, da Coreia do Norte, parte da família Kim. Aqui está meu passaporte”, diz o jovem de 21 anos, em um inglês bem articulado, mostrando o documento. A gravação de apenas 40 segundos é parcialmente censurada e esconde parte da fala de Han Sol, além dos dados de seu passaporte.
“Meu pai foi assassinado há poucos dias. Agora estou com minha irmã e minha mãe e estamos muito agradecidos a (…)”, prossegue o jovem, cujas palavras são cortadas durante vários segundos. “Esperamos que isso fique melhor em breve”, finaliza.
O vídeo por si só já movimentaria a grande mídia mundial e atrairia muita atenção de toda parte do mundo, mas a questão que ficou pouco esclarecida foi: O que é a Defesa Civil Chollima, nunca antes citada?
O próprio site criado pela tal organização ajuda a entender um pouco
(www.cheollimacivildefense.org)
Vejamos o que diz em coreano e em inglês o site:
"Se você quiser escapar ou quiser compartilhar informações, nós iremos protegê-lo. Pode ser em qualquer país. Nós lhe enviaremos com segurança para o lugar que você quer ir. Nós, que já ajudamos muitos norte-coreanos, não queremos algum dinheiro."
"Quando as pessoas da Coreia do Norte saem do país, a primeira palavra que vão pensar é 'fuga '. Até mesmo os inspetores que checam os embaixadores que estão mais bem classificados do que outros - e às vezes - até as delegações estrangeiras pensam a mesma coisa. Se você mora na prisão da vida que é a Coreia do Norte, você pode compartilhar uma ilusão comum de que nenhum cidadão de alto nível é um escravo. Especialmente viajantes de negócios que saem do país com suas famílias, a ordem de retorno para casa é tão horrível quanto os forçar à morte ".
No segundo e terceiro parágrafos, o escritor passa a agradecer à Defesa Civil Cheollima.
"Para mim, sua mão que se estendeu para mim foi como o farol nesse esquecimento. Quando você me contatou pela primeira vez, eu sinceramente tive muitas dúvidas. Eu não sabia o nome da organização, as conquistas, mas você era uma figura misteriosa e sem sombras, seu entusiasmo e preparação completa, com carros de luxo e aviões que prontamente se mobilizaram e o número do meu aparelho pessoal no interior para a fuga, o processo foi incrível. (A intenção da linha final foi uma fuga milagrosa). "
"Neste momento, eu não sei como dizer obrigado a você. Eu tenho desfrutado de um alto nível de sucesso e riqueza, fiel à minha vida e ao Partido do Trabalho fui incapaz de me erguer facilmente, mas esse sentimento de gratidão eu senti pela primeira vez na minha vida. Farei qualquer coisa por você. Você é a esperança dos empresários norte-coreanos. Só você pode se aproximar deles como sombras, e somente você pode satisfazer seus desejos. Minha experiência lhe dará fé, e meu sucesso é uma promessa, mais uma vez vou lhe dou um grande obrigado. "
Há uma assinatura de "Alto (ex) oficial norte coreano" - Tudo indica ser o criminoso Thae Yong Ho que em conluio com as forças de inteligência dos EUA e da Coreia do Sul, fugiu para Coreia do Sul sem responder por seus crimes na RPDC. Ele desertou em 2016 e desde então tem trabalhado para a Coreia do Sul e os EUA com propaganda anti-RPDC.
A partir deste texto, de declarações posteriores do Serviço Nacional de Inteligência da República da Coreia e do desenrolar do caso, podemos concluir sem sombras de dúvidas que trata-se de um "braço" do Serviço Nacional de Inteligência que foi desenvolvido recentemente, ou ao menos, passou a atuar de tal forma nos últimos anos e tem traidores como Thae Yong Ho, outros desertores e figuras criminosas sul coreanas por trás, e Cheongwadae (Casa Azul) está bem ciente disso tudo, incluindo o Presidente Moon Jae In, que infelizmente não tem poder o suficiente para se opor à essas ações, mesmo com uma visão mais progressista que os últimos presidentes conservadores.
O Serviço Nacional de Inteligência da República da Coreia é uma organização criminosa, herança da ditadura Yusin onde foi desenvolvida pelo ditador Park Chung Hee e a Defesa Civil Cheollima é mais uma forma de atuar, visando trazer desertores e lhes garantir uma vida de luxo para contribuírem com informações.
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