quinta-feira, 19 de abril de 2018

Conferência Conjunta dos Representantes dos Partidos Políticos e Organizações Sociais do Norte e do Sul da Coreia



Em resposta à crescente demanda de todo o povo coreano, do norte ao sul da Península Coreana, foi realizada em 19 de abril de Juche 37 (1948) a histórica Conferência Conjunta dos Representantes dos Partidos Políticos e Organizações Sociais do Norte e do Sul da Coreia que debateu questões para a reunificação pacífica da Coreia em um momento em que o governo fantoche de Syngman Rhee e o escritório militar dos EUA na Coreia do Sul ensaiavam preparativos para guerra fratricida e estudavam a ideia de eleições separadas em momento breve, oprimindo todo o povo sul coreano e mantendo a nação coreana dividida contra a vontade de seu próprio povo.

Como o verdadeiro líder da nação coreana, que liderou o movimento revolucionário anti-japonês para a libertação da pátria, o grande Líder Camarada Kim Il Sung, como um patriota sem igual, fez esforços contínuos e incessantes para a reunificação pacífica da Coreia e organizou a conferência que fora realizada em Pyongyang.

A Conferência Conjunta dos Representantes dos Partidos Políticos e Organizações Sociais do Norte e do Sul da Coreia reuniu praticamente todos os partidos políticos e organizações sociais, excluindo apenas com exceção de três organizações dirigidas por Syngman Rhee (ditador sul coreano, líder da Associação para a Restauração da Pátria) e Kim Song Su (senhorio, comprador capitalista, advogado de "estudantes voluntários" e líder do Partido Democrata Hankook,) respectivamente.

Na Conferência compareceram 695 representantes de 56 partidos e organizações, representando mais de 10 milhões de coreanos. Entre eles, destacavam-se Kim Il Sung, líder do Partido do Trabalho da Coreia do Norte (북조선로동당), Kim Ku, líder do Partido da Independência da Coreia (한국독립당) e Kim Kyu Sik, líder do Partido Revolucionário Nacional Coreano (조선민족혁명당).

A conferência conjunta adoptou a resolução sobre a situação política na Coreia e apelou a todos os compatriotas coreanos para intensificar a luta por reunificação nacional por via pacífica.

A resolução e o apelo declararam solenemente que o povo coreano nunca reconheceria o “governo” fantoche a ser "legitimado" por “eleições separadas” e estabeleceria seu genuíno governo unificado em princípios democráticos e por seus próprios esforços.

Eles pediram que todo o povo coreano se tornasse um só na luta para impedir e frustrar as "eleições separadas" na Coreia do Sul, sob a supervisão da Comissão Temporária da ONU sobre a Coreia, uma ferramenta dos EUA para agressão.

A conferência conjunta foi o primeiro encontro histórico de representantes do norte e do sul da Coreia, que discutiram medidas para a reunificação independente do país.

Na reunião, políticos de diferentes pontos de vista, incluindo alguns mais conservadores, com forte inclinação ao anti-comunismo, chegaram a um consenso de que não havia qualquer legitimidade no governo do lado Sul da Coreia e que apenas unidos poderiam formar um novo país onde democraticamente o povo coreano escolheria seus representantes.

A prevalência do comunismo sobre as demais ideologias na Coreia naquele tempo era notável, e por isso os EUA sabia que com uma Coreia unida teriam um governo comunista em escala maior e com amplo apoio do povo. Por isso, sabia que a única maneira era manter pela força um regime fantoche no sul reprimindo o povo sul coreano e impondo para as futuras gerações ideais anti-comunistas e anti-norte, de forma a mudarem sua forma de pensar. Esse processo duraria muitos e muitos anos, o que explica as sucessivas ditaduras no país que duraram até o final do século XX.

Mas, embora fosse um legítimo líder, Kim Il Sung nunca pôs-se em um pedestal e chamou a si mesmo de o grande líder. Ele trocou pontos de vistas com os compatriotas de todo o país e lutou com eleições democráticas em todo o país.

Na Conferência, defendeu a criação de um Estado democrático onde as demandas do povo fossem colocadas em primeiro lugar e seus desejos fossem atendidos e o sufrágio universal era o direito legítimo do povo forjar seu próprio destino.

Kim Ku, um líder bastante influente na Coreia que embora não se opusesse à luta armada dos coreanos, esteve lutando por vias "pacíficas", para a reunificação da Coreia, avaliou positivamente a proposta justa e coerente do Presidente Kim Il Sung, a quem não compartilhava a mesma ideologia.

Kim Ku seria considerado centro-direita por uns, de direita por outros, e nem de longe se aproximava do comunismo, mas seu pensamento sobre a união da pátria, o mais importante de tudo, deveria ficar acima de diferença de ideologias. Em sua fala ele pediu para que todos cooperassem independentemente das diferenças para o desejo comum de todos - o bem da pátria.

A Conferência foi um grande sucesso, o que fez com que a própria imprensa estadunidense fosse obrigada a reconhecer que “na Conferência de Pyongyang todas as organizações de direita e de esquerda estiveram representadas, com exceção de três organizações." Isso abalou profundamente o governo fantoche de Rhee e aos planos dos EUA.

Além disso, foi relatado deserções de membros políticos que foram para conferência como Hong Myong Hui (editor de Donga Ilbo e líder político independente), Kim Won Bong (político independente de viés anarquista), Pak Nam Un (professor de economia, socialista, líder do Novo Partido Popular da Coreia, um dos principais inimigos do governo Rhee), Ri Kuk Ro (intelectual e líder político coreano, especialista no estudo da língua coreana), Song Ju Sik (político independente de viés socialista), Kim Chang Jun (ativista político da Aliança Cristã Democrática e pastor metodista) e Son Duk Hwan (político independente de viés socialista).

Como resposta, o governo Rhee intensificou a repressão ao povo e promoveu expurgos políticos enquanto fazia preparativos apressados para a guerra. Desrespeitando a vontade do povo coreano, a dita “comissão da ONU” apoiou e organizou eleições fraudulentas no Sul, em 10 de maio de 1948. Segundo Vivian Trias, as eleições “foram vergonhosas. Os bandos terroristas assolaram a população; nas seis semanas anteriores foram cometidos quase 600 assassinatos políticos. É claro que ganhou a direita e a comissão internacional considerou o seu triunfo como legítimo e 'democrático'. Kim Ku, principal líder de oposição ao governo fantoche foi assassinado a mando de Rhee em 1949, o que causou uma grande indignação em todo povo coreano.

A Conferência Conjunta dos Representantes dos Partidos Políticos e Organizações Sociais do Norte e do Sul da Coreia e seu apelo a todo o povo não conseguiu o resultado que se esperava por conta da brutalidade dos imperialistas dos EUA e do espírito anti-patriota da camarilha de Syngman Rhee e uma guerra fratricida foi iniciada dois anos depois da conferência. Todavia, a histórica conferência serviu e ainda serve como grande inspiração para todos o povo coreano que almeja a reunificação nacional por via pacífica, estimulando o diálogo entre políticos do norte e do sul, independentemente de ideologia, promovendo a paz e trabalhando para a reunificação.

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