Zhang Weihua, nascido em 13 de fevereiro de 1913 na província de Jinlin, foi um notável revolucionário anti-japonês que defendeu a causa da libertação de sua terra natal ao mesmo tempo em que contribuía grandemente para o movimento coreano, fiel ao camarada Kim Il Sung até seu último dia de vida.
Foram poucos na história que morreram pela causa de um líder de outra nacionalidade, que foram tão fiéis como o revolucionário Zhang Weihua que foi lembrado pelo Presidente Kim Il Sung até os últimos dias de sua vida.
Zhang Weihua, filho do famoso latifundiário de Fusong chamado Zhang Wancheng, foi desde jovem familiarizado com o movimento anti-japonês da Coreia que estava ocupada e anos depois a China, seu país natal, que na época se chamava Manchúria, também ficaria sob o controle do Império do Japão.
Seu pai conheceu Kim Hyong Jik, pai de Kim Il Sung em uma de suas várias viagens ao exterior e criou bons laços de amizade e cooperação, o que levou o jovem Kim Song Ju (nome de nascença de Kim Il Sung) a conhecê-lo enquanto esteve na China e junto a ele conquistar significativos avanços para o movimento coreano.
Ele trabalhou ainda jovem como professor na Escola Samsong de Ogaja e também escrevia artigos para encorajar os jovens ao caminho revolucionário, esculpia chapas de aço e fazia pinturas em óleo, vivia em uma família privilegiada para a sociedade chinesa da época, mas mantinha em si um sentimento revolucionário.
Conhecendo Kim Song Ju na infância e ganhando sua confiança por ser um homem sábio que era filho de um amigo de seu pai, ele decidiu se juntar à União da Juventude Anti-Imperialista de Fusong e contribuir para a libertação da Coreia.
Em em junho de 1932, na cervejaria "Dongshaoguo", Song Ju, que fazia expedição pela Manchúria do Sul, encontrou-se com Weihua e tiveram uma agradável e importante conversa onde o chinês contou que sua esposa Wang Yaqing estava grávida, de Zhang Jinquan que seria um amigo de Kim Il Sung posteriormente. Além disso, debateram sobre os rumos da luta revolucionária e Zhang demostrou sua vontade de estar na linha de frente para defender a libertação do povo coreano, o que deixou Song Ju muito admirado.
Em suas memórias "No Transcurso do Século" Kim Il Sung disse:
"Naquele tempo, al ver el viril aspecto de nossa guerrilha, ficou admirado e expressou:
—Os soldados de Song Ju son são magníficos. Como é possível que tenha organizado um exército tão bem preparado não tendo transcorrido sequer um ano desde nosso encontro no trem? Você esteve trabalhando muito durante esse tempo. Afora pode fazer um grande trabalho. ¡Bravo!
E levantando o polegar, não cessou de me elogiar com sinceridade, o que me conturbava.
—Weihua, —contestei—, deixe de me elevar tanto. Apenas demos o primeiro passo. Se for comparar a um homem, é ainda como um bebê. Para que este viesse à luz, as dezenas de fuzis que nos doaste surtiram grande efeito. És um parteiro que alcançou o mérito de elaborar o parto de nosso exército.
—Não mereço seus elogios. Sabes que me julgo muito incapaz? Ainda confia em mim como antes, Song Ju?
—Como não? Confio muito mais. Minha sinceridade sobre ti não se alterará nem quando a corrente do rio Songhuajiang retroceder.
De repente, segurou minhas mãos fortemente e olhando para mim, expressou:
—Agora sim, Song Ju. Me admitiste em sua unidade. Também quero participar com dignidade, com armas nas mãos, na luta anti-japonesa. Se recusar meu pedido, não o deixarei sair de Fusong.
Esta surpreendente solicitação me causou grande alegria
—É verdade, Weihua?
—Claro! Sempre pensei nisso desde o dia em que sua unidade apareceu em Fusong. Minha esposa também me apoia...
— E seu pai, aceitará?
—O que importa se aceita ou não? Faço o que desejo. Também tu disseste no trem: Para que serve a casa quando já perdeste o país? Devemos fazer a revolução sem considerar como olham os pais. Chen Hanzhang, embora de família de latifundiários, participa ativamente, e também eu penso que posso realizar algo assim com o Exército de salvação nacional.
—Faz bem em escolher seguir a guerrilha. Mas, Weihua, a revolução não se apoia somente em uma frente, na luta armada. Sugiro que permaneça em Fusong e participe das atividades revolucionárias clandestinas.
—Nas atividades revolucionárias clandestinas? Então, isso quer dizer que não me admite na guerrilha?
—Não. Não é isso. Somente desejo que lute em outra frente. Educar, organizar e aglutinar as massas populares na clandestinidade, constitui uma frente não menos importante do que a luta armada. Se os combatentes desta frente não realizam, é impossível que esta luta consolide sua base. Partindo disto, me encarreguei de formar uma poderosa frente da revolução clandestina na zona de Fusong. Te proponho que seja comandante.
Zhang Weihua inclinou sua cabeça como alguém que se desanima e começou a limpar seus óculos.
—Então, quer me enviar para a segunda linha onde não chegam as balas inimigas? Acredita que não posso resistir à penúria, porque vivi com abundância como filho de uma família rica?
—Desde logo, não nego que levo isso em conta. Com tua complexão de que não pode resistir à vida guerrilheira que exige atravessar montes e cordilheiras inacessíveis. Não quero mentir. Não confio em suas ideias, embora me preocupe com sua preparação física. Por tanto, proponho no lugar de padecer nas montanhas, que permaneça em casa, administrando um estúdio fotográfico e trabalhando como professor e que nos ajude ativamente em nosso trabalho. Que boa é a etiqueta de um filho de rico! Isto irá facilitar para camuflar sua verdadeira identidade, ao fazer a revolução
Também no dia seguinte, o persuadi com paciência
Por fim, nosso debate foi concluído com a aceitação de minha sugestão. Quando deixei Fusong, se despediu de mim com as seguintes palavras:
—Se havia decidido seguido seguir a guerrilha, não era porque não gostava da luta clandestina, mas sim porque desejava muito estar contigo. Para mim, a vida sem Song Ju é como uma orquestra sem violino. Não imagina o quanto te admiro. Por tanto, não se esqueça de mim, esteja onde for. Não tenho outro amigo mais íntimo e valioso que Song Ju. Sempre cuide de tua saúde.
E derramou lágrimas.
Neste dia eu o havia admitido na organização da União da Juventude Comunista clandestina.
Quatro anos se passaram, lapso que não é curto. Sem dúvidas, ele sempre estava sob minha atenção e eu nunca deixava de me lembrar dele."
Apesar de sua vontade de estar próximo de seu grande amigo, Zhang foi fiel à Song Ju e foi muito engajado no trabalho clandestino na China, usando todo seu conhecimento para mobilizar as massas para lutar contra o imperialismo que assolava a Ásia e boa parte do mundo e construir um mundo livre de opressão. Fortaleceu sua convicção no comunismo e se juntou ao Partido Comunista alguns anos depois, sem deixar de cooperar ativamente com o movimento coreano, mantendo contato constante com as lideranças coreanas. Ofereceu pistolas e outros materiais que necessitavam os revolucionários coreanos, o que foi de grande importância para vitórias em solo coreano.
Ele foi capturado pelos japoneses em 1937, e no cárcere sofreu inimagináveis torturas para que dissesse aos guardas sobre planos detalhados dos revolucionários e sobre o paradeiro de Kim Il Sung, mas ele não disse uma palavra sequer.
Foi libertado sob custódia por seu pai que tinha condições de pagar para o libertar, mas no auge de sua vida, entendendo que estava sendo vigiado de perto pelos japoneses, ele decidiu atentar contra a própria vida.
Casa onde Zhang Weihua se suicidou
Ele deixou uma carta para sua esposa e enviou uma carta para Song Ju antes de se suicidar tomando cloreto de mercúrio.
“Sinto lástima e peno porque não poderei participar até o fim da luta anti-japonesa, junto ao General Kim Il Sung. Eu decididi morrer para preservar a segurança dos camaradas e responder à confiança e o afeto do General Kim Il Sung; quero que a tristeza não te aflija muito.” (Carta para sua esposa)
: “O inimigo está tratando de descobrir o comando do Exército Revolucionário Popular da Coreia
mediante a mobilização de seus agentes. Te adverto que mude-se logo.” (Carta para Kim Il Sung)
Quando soube da morte do camarada, Kim Il Sung passou dias em claro e não conseguia comer, abalado com a perda de um grande amigo ainda muito jovem.
Em suas memórias "No Transcurso do Século" ele disse:
"Assim se foi de nosso lado o soldado internacionalista, meu inesquecível amigo e fiel companheiro revolucionário.
Ele caiu heroicamente por mim, pela revolução coreana e pela causa comum dos povos coreano e chinês.
Na época seu filho Zhang Jinquan, a quem amava mais que si mesmo, tinha quatro anos e sua filha Zhang Jinlu acabava de sair do ventre de sua mãe.
Para o homem não há lástima e tristeza maior do que morrer precocemente, antes do tempo. Embora Zhang Weihua tenha sido encarcerado por descuido, não era necessário tirar a própria vida. Se captasse mais dinheiro e subornos à gendarmeria, o inimigo faria vista grossa diante de seu 'delito' ou trataria como indulgência pegando-o algumas vezes pela panturrilha, mas tomou o caminho do suicídio, renunciando assim ao seguinte capítulo de sua vida.
Para o homem não é fácil manter-se vivo e tampouco é simples morrer. Se deve afirmar que a forma de morrer que provoca maior sofrimento é o suicídio. No caso dos jovens que tem adiante mais do que a vida passada, requer uma determinação extraordinária e uma temerária vontade. Em outros tempos, muitas pessoas escolheram o caminho da morte, mas a maior parte fez para si mesmo. Houveram poucos que morreram para outros como Zhang Weihua. Se pode afirmar que esta é a mais sagrada e bela forma de morrer."
Embora tenha morrido, Zhang nunca foi esquecido por seu amado camarada que esteve sempre muito próximo de sua esposa e filhos e as futuras gerações seguiram o mesmo caminho. O tempo se passou e as gerações da família de Zhang são fiéis ao Presidente Kim Il Sung e apoiam firmemente o Marechal Kim Jong Un, como um laço eterno que atravessou a barreira do século e das gerações.
Em 27 de outubro de 1992, uma escritura de Kim Il Sung foi colocada na tumba de Zhang Weihua em Fusong. Ela dizia o seguinte:
"A proeza revolucionária do mártir Zhang Weihua constitui um brilhante símbolo da amizade dos povos coreano e chinês. Seu alto espírito e proeza revolucionários se guardarão eternamente no coração dos povos."
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