sábado, 19 de julho de 2025

A derrota dos EUA vista através de números e fatos

A passada Guerra da Coreia foi um confronto fora do comum entre a recém-nascida República e os Estados Unidos, que se gabavam da "supremacia". À época, o poder nacional dos dois lados em confronto era incomparável — literalmente a diferença entre o céu e a terra. No momento em que os imperialistas estadunidenses provocaram a guerra, seu equipamento militar estava no mais alto nível, e como resultado dos lucros obtidos nas duas guerras mundiais, sua economia era sem rival.

Desde os primeiros dias da guerra, o mundo já antecipava seu desfecho. Isso era evidente tanto do ponto de vista do conhecimento militar quanto pela vasta experiência de guerras grandes e pequenas.

Os imperialistas estadunidenses lançaram na frente coreana um terço de suas forças terrestres, um quinto de suas forças aéreas, a maior parte da sua Frota do Pacífico e ainda tropas dos países satélites reunidos sob o nome fraudulento das “Nações Unidas”, totalizando cerca de 2 milhões de soldados. Além disso, despejaram 7,3 milhões de toneladas de material bélico — 11 vezes mais do que consumiram na Guerra do Pacífico.

No entanto, nessa guerra, os imperialistas estadunidenses, que tinham mais de cem anos de história de invasões, sofreram pela primeira vez uma derrota catastrófica. Números e fatos evidenciaram a magnitude da derrota estadunidense.

Apenas três dias após o início da guerra, Seul foi libertada e as principais forças inimigas foram completamente desmanteladas. Sobre a situação na época, jornais estadunidenses como o “New York Times” lamentaram que muitos conselheiros militares dos EUA foram obrigados a atravessar o rio Han a nado, e relataram a cena embaraçosa do ministro do Interior da República da Coreia fugindo com uma mochila nas costas para salvar a própria vida.

Diante do contra-ataque feroz do heróico Exército Popular, os inimigos foram dispersos como folhas caídas ao vento de outono, em completa retirada.

Nem mesmo o grosso das tropas estadunidenses, que passaram a ser mobilizadas com mais intensidade, conseguiu reverter a sorte já selada. Um cruzador pesado das forças invasoras estadunidenses, que era considerado uma “ilha móvel” no mar, foi afundado por apenas quatro lanchas torpedeiras do Exército Popular. Em apenas uma semana, 20 bombardeiros "B-29" foram abatidos, provocando pânico entre os piratas aéreos.

A tropa especial Smith da 24ª Divisão de Infantaria dos EUA, que avançou exibindo armamentos de última geração e se vangloriando de que “bastaria os militares estadunidenses aparecerem para o Exército Popular da Coreia fugir em debandada”, foi completamente destruída na frente de Osan. Em seguida, a própria 24ª Divisão de Infantaria dos EUA foi cercada e aniquilada em Taejon como um rato preso numa ratoeira, fato que surpreendeu o mundo inteiro.

Como avaliaram especialistas militares do Ocidente, a primeira batalha dos EUA na Guerra da Coreia ficou registrada como uma derrota humilhante, marcando o início de uma retirada trágica. Os inimigos gritavam: “O Exército Popular da Coreia é ofensivo, bem treinado e um exército profissional que sabe aplicar bem os princípios da estratégia e da tática.”, “O Exército Popular da Coreia é um adversário difícil de enfrentar, utilizando duas táticas — ataque frontal e ataque surpresa — com as quais os EUA nunca haviam se deparado antes.”

O comandante da 24ª Divisão dos EUA, Dean, que foi capturado ao tentar fugir trocando de uniforme e procurando uma saída, foi questionado sobre o que achava de ter sido derrotado por um Exército Popular com menos de três anos de fundação. Ele respondeu: “Acho natural que um exército fraco perca para um exército forte. Eu não sabia que o Exército Popular tinha comandantes tão competentes. Se o Exército Popular continuar se desenvolvendo assim, em menos de 10 anos se tornará uma força militar de primeira classe mundial.”

Os imperialistas estadunidenses, que escolheram o momento errado, o lugar errado e o inimigo errado, tiveram de amargar derrotas ao longo de toda a guerra.

As 50 mil tropas de MacArthur, equipadas com mais de 300 navios de guerra modernos e cerca de 1.000 aviões, foram brutalmente derrotadas durante três dias por apenas uma companhia de artilharia costeira e uma companhia de infantaria do Exército Popular. A chamada “Ofensiva Geral de Natal”, lançada com alarde em 1950 com o objetivo de “encerrar a Guerra da Coreia ainda naquele ano”, mobilizando forças de cinco corpos de exército, terminou como “a maior derrota da história do Exército terrestre dos EUA”.

Ao mesmo tempo, a fama de MacArthur, que a imprensa ocidental exaltava como “Napoleão do Oriente”, dizendo que valia por “20 divisões apenas com seu nome”, foi reduzida a trapos.

As linhas defensivas, que os imperialistas estadunidenses garantiam ser “linhas de não retirada”, foram rompidas como o vento de outono atravessando um campo de sorgo, e as ofensivas de grande escala, preparadas com esforço para reverter a situação cada vez mais desfavorável da guerra, apenas geraram nomes que se tornaram sinônimos de terror, como “Vale da Armadilha”, “Cume da Desilusão” e “Monte Sangrento”.

Um jornalista ocidental, ao testemunhar a catastrófica derrota das tropas estadunidenses na batalha da Altitude Jonghyong — anunciada como um “combate exemplar” — lamentou: “Os soldados estadunidenses estão morrendo nas operações como meros espetáculos para o entretenimento dos visitantes.”

Durante a Segunda Guerra Mundial, comandantes considerados de destaque nas frentes gigantescas da Europa, Ásia, Pacífico e Atlântico foram todos mobilizados para a Coreia. Historicamente, os imperialistas estadunidenses estavam acostumados a enviar um ou dois desses “generais famosos” para “garantir a vitória”. No entanto, o campo de batalha coreano se transformou no túmulo desses generais estadunidenses.

As derrotas miseráveis levaram a fugas em massa. Desde o início da Guerra da Coreia até o final de 1952, o exército terrestre estadunidense registrou em média 20 mil desertores por mês, chegando, em algumas ocasiões, a 3 mil em um único dia.

Apesar de mobilizarem todos os recursos humanos e materiais disponíveis e lançarem-nos na frente coreana, tentando vencer aplicando os métodos mais brutais já vistos na história das guerras, os imperialistas estadunidenses só conseguiram sofrer derrotas sangrentas a cada passo. As perdas militares dos imperialistas estadunidenses na Guerra da Coreia chegaram a quase 2,3 vezes as perdas sofridas na Guerra do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.

Como admitiu o então chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, a Guerra da Coreia foi “a guerra mais cara e mais sangrenta que os EUA já travaram até então”.

A derrota, causada por terem iniciado a guerra confiando apenas no dinheiro e nas armas, foi, como reconheceram posteriormente os próprios historiadores militares estadunidenses, “tão amarga que dava vontade de desmaiar”.

Antes da Guerra da Coreia, todas as guerras iniciadas pelos imperialistas estadunidenses foram campanhas de conquista contra alvos incomparavelmente mais fracos. Mesmo nas duas guerras mundiais, os imperialistas estadunidenses só entraram em cena quando o destino da guerra já estava praticamente decidido, colhendo com facilidade os frutos da vitória ao lado dos vencedores. O nariz empinado da arrogância dos imperialistas estadunidenses, embriagados por uma sequência de “vitórias fáceis”, foi esmagado sem piedade na Coreia.

Gritos de desespero ecoaram por todos os cantos dos Estados Unidos: “Desde a fundação do país, nunca antes a reputação da América esteve tão arruinada no mundo inteiro.”

Em um determinado relatório confidencial dos Estados Unidos, foi apontado o seguinte:

“A passada Guerra da Coreia foi marcada pela derrota dos EUA devido à tática militar do General Kim Il Sung, sendo a guerra na qual mais generais estadunidenses morreram ou foram destituídos de seus cargos. A tática do General Kim Il Sung se tornou tão célebre que, ao longo dos três anos de guerra, vários comandantes das ‘forças da ONU’ e generais do 8º Exército dos EUA foram substituídos por terem sido derrotados por ela. No final, já não havia mais generais para enviar.”

Por ter provocado a Guerra da Coreia, o destino do imperialismo estadunidense tornou-se tão miserável.

O motivo fundamental pelo qual os imperialistas estadunidenses não conseguiram evitar a derrota foi não reconhecer — e nem tentar compreender — que a ideia e a estratégia extraordinárias do grande Líder eram o fator essencial que permitia esmagar qualquer inimigo, por mais poderoso que fosse.

A verdade da história é algo que nem mesmo as folhas caídas com o passar do tempo conseguem encobrir.

O que os imperialistas estadunidenses devem gravar bem na memória é que a história das derrotas vergonhosas começou justamente com a Guerra da Coreia.

Ho Yong Min

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