segunda-feira, 14 de março de 2022

Por que o Japão propõe a teoria da "copropriedade nuclear" ?


Recentemente, Abe, o ex-Primeiro-Ministro japonês, falando sobre a situação da ucrânia, disse que há que discutir sobre a “copropiedade nuclear” que permite a implantação de armas nucleares dos EUA em seu país e o uso conjunto, e suas palavras estão causando grande escândalo.

O que não podemos deixar passar é que, apesar da forte oposição das opiniões públicas domésticas e estrangeiras, o ex-Primeiro-Ministro Suga e as autoridades atuais como o presidente do conselho executivo e o presidente do comitê de assuntos políticos do partido democrático liberal estão apoiando juntamente as palavras de Abe.

Até figuras como os representantes dos partidos de oposição estão dizendo disparates com entusiasmo como se houvesse chegado seu momento. Eles dizem que deve ser iniciada a discussão para compartilhar as forças armadas nucleares dos EUA revisando os “três princípios antinucleares” expressando que não podem viver de acordo com os valores da era Showa.

O fato de que os ultra-direitistas japoneses como Abe estejam propondo a teoria de “copropiedade nuclear” com os EUA no Japão tomando como pretexto as situação da Ucrânia constitui uma manifestação de sua intenção extremamente perigosa de se armar a todo custo com armas nucleares quando tenha a oportunidade e lançar-se outra vez à guerra de agressão.

É um fato conhecido por todo mundo que o Japão, que começou a invasão ao continente, fez esforços frenéticos pelo desenvolvimento de uma bomba atômica desde a década de 1930 e perpetrou uma prova de explosão da bomba atômica no mar da frente de Hungnam em vésperas de sua derrota em agosto de 1945, e que promoveu obstinadamente as preparações para o armamento nuclear mesmo depois de sua derrota.

Em 1967, o governo japonês apresentou os “três princípios antinucleares” que assinalam que não possuiria, nem produziria nem introduziria armas nucleares.

A lógica das forças diretistas era essa.

É natural o armamento nuclear já que está previsto que no futuro as atuais armas convencionais serão como lanças de bambu do passado. Os “três princípios antinucleares” podem ser modificados a qualquer momento se a política muda ou se forma um novo gabinete.

A constituição japonesa não proíbe as armas nucleares para o uso defensivo.

A posse de armas nucleares de “defesa exclusiva” concorda com a constituição.

Vários incidentes suspeitos como o incidente de ocultação de 70 kg de plutônio, revelado em maio de 1994 e o incidente do desaparecimento de 206 kg de plutônio, difundido em fevereiro de 2003 provocaram fortes vigilâncias da sociedade internacional sobre o armamento nuclear do Japão.

O Japão, que atualmente possui aproximadamente 47 toneladas de plutônio que possibilita fabricar mais de 6 000 bombas nucleares, com sua tecnologia atual, tem a capacidade de elaborar e possuir armas nucleares.

A discussão da “copropiedade nuclear” que o Japão fala ruidosamente persegue o objetivo de desabilitar os “três princípios antinucleares” e preparar o trampolim para a posse independente das armas nucleares no futuro mediante o método astuto da “copropiedade nuclear” com os EUA e isso constitui um desafio intolerável à paz e segurança do mundo.

A sociedade internacional está observando com vigilância sobre a grave consequência que será acarretada caso o Japão, que causou horríveis calamidades à humanidade com invasões e guerras no passado, tome em suas mãos as armas nucleares para vingar-se de sua derrota.

O Japão deve compreender claramente que o caminho para o armamento nuclear é o de autodestruição e deixar de atuar temerariamente.

Ri Pyong Dok, investigador do Instituto de Estudo sobre o Japão do Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia.

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