domingo, 24 de novembro de 2019

Para empreender intensas ações políticas e militares apoiando-nos no nordeste do Monte Paektu


Discurso pronunciado na Conferência de Quadros Militares e Políticos do Exército Revolucionário Popular da Coreia, efetuada em Dagou, distrito de Antu, em 24 de maio de 1939.

Camaradas:

Ao irromper nossas forças no país, realizamos exitosamente a batalha da zona de Musan.

Atravessando a linha da guarda fronteiriça da qual os imperialistas japoneses se gabavam chamando-a de "muralha de aço", nos internamos no país e em plena luz do dia marchamos com passo marcial pela "estrada Kapsan-Musan para a guarnição fronteiriça" com a bandeira flamejando, e desenvolvemos intensas atividades militares e políticas nas regiões de Sinsadong e Singaechok. Em continuação, na planície de Taehongdan, aniquilamos de um golpe só o inimigo que levava a cabo frenéticas operações para "assediar e exterminar" o Exército Revolucionário Popular da Coreia, com o qual quebramos o "mito" de um "exército imperial imbatível" e demonstramos nosso invencível poderio.

A batalha que acabamos de realizar na zona de Musan tem uma significância realmente profunda porque estimulou fortemente a luta antijaponesa da população no interior do país e exerceu uma enorme influência para dar um maior impulso ao movimento revolucionário.

Nos últimos tempos, o vandálico imperialismo japonês, ao fraguar a "lei de mobilização geral do Estado", sem precedentes por sua infâmia, explora cruelmente nosso povo, e criando aparatos de espionagem e conspiração como a "Sociedade Coreana para Defender-se do Comunismo", reprime implacavelmente até os mínimos sinais antijaponeses. Ademais, com o fim de impedir que cresçam entre nosso povo a fé e a esperança na restauração da Pátria, difunde incluso o rumor de que no inverno passado o Exército Revolucionário Popular da Coreia acabou exterminado pelo frio e fome, sob grossas capas de neve nas remotas montanhas de Changbai.

Como consequência da frenética repressão e vil propaganda do imperialismo japonês, nosso povo caiu submerso em um estado de temor e inquietude, preocupado profundamente com o futuro da Pátria.

Neste preciso momento, ao empreender audazes atividades militares e políticas na zona de Musan, demonstramos a nossos compatriotas que o ERPC está sã e salvo e combate heroica e vitoriosamente os agressores imperialistas japoneses, e voltamos a infundir-lhes ânimo e convicção de que a Pátria será restaurada infalivelmente, assim como fizemos que se mobilizem de modo resoluto na luta contra o imperialismo japonês.

As ações militares e políticas que o grosso do ERPC realizou na zona de Musan significaram um importante aporte à defesa da União Soviética, pois obrigaram os imperialistas japoneses a retirar, para assegurar a "segurança da retaguarda", até as forças que tinham deslocado nas proximidades das fronteiras do país para agredi-lo.

A batalha na zona de Musan, que levamos a cabo com audácia com grandes unidades, tem realmente um grande significado não somente para promover um novo auge na luta revolucionária de nosso povo, mas também para apoiar a que se leva a cabo no país vizinho.

Hoje, ante a nós se apresenta a importante tarefa de manter nossa revolução em contínuo auge ao consolidar e desenvolver os êxitos alcançados na operação de avanço ao interior do país.

No momento atual, para cumprir esta tarefa, é preciso tomar enérgicas medidas encaminhadas a estender o cenário operativo do ERPC às regiões do nordeste do monte Paektu, e empreender intensas ações militares e políticas,

O propósito que perseguimos com estas atividades apoiando-nos nas regiões do nordeste do monte Paektu, consiste em construir ali outro poderoso baluarte da revolução a partir dos êxitos e das experiências acumulados nas regiões do sudoeste do monte Paektu, e desta maneira lograr que um maior número de pessoas se unam à frente para a restauração da Pátria e ardam com mais força as chamas da luta revolucionária, não só nas zonas próximas ao rio Tuman, na Coreia setentrional, mas também em todo o território nacional.

A partir deste objetivo, já na Conferência de Beidadingzi, efetuada nesta primavera, orientamos transladar o cenário de luta às regiões do nordeste do monte Paektu, depois da operação de avanço com grandes unidades ao interior do país.

Estas regiões oferecem condições ótimas, tanto do ponto de vista natural-geográfico como do ponto de vista da composição de sua população, para conduzir a revolução coreana a um ascenso ininterrupto. Geograficamente, colidam com as zonas fronteiriças próximas ao rio Tuman, sobretudo, com a base do monte Paektu através de abruptas montanhas, razão pela qual resultam muito proveitosas tanto para desenvolver as ações guerrilheiras como para penetrar no país e exercer a influência revolucionária sobre os compatriotas. Também é favorável a composição de sua população porque na época inicial da luta armada, ali atuamos e criamos as bases guerrilheiras. Nestas regiões residem muitas pessoas conscientes que militam nas organizações da Associação para a Restauração da Pátria e outras organizações revolucionárias ou tem relações com elas, e também não poucos ex-membros do Exército Independentista que não abandonaram seus propósitos. Nos lugares fronteiriços, lindantes com os distritos de Antu e Helong, está concentrado um grande número de operários para as obras hidrelétricas e as tarefas florestais. Esta composição da população oferece ótimas condições a nossos agentes políticos para penetrar profundamente nas massas, exercer influência revolucionária sobre a população no interior do país e realizar dinâmicas atividades encaminhadas a ampliar e desenvolver as organizações revolucionárias.

A situação imperante também exige que desenvolvemos ações militares e políticas apoiando-nos no nordeste do monte Paektu.

Os imperialistas japoneses, alarmados ante ao enérgico deslocamento de nossas ações militares e políticas e com o crescente auge da luta antijaponesa dos habitantes nas extensas regiões do sudoeste do monte Paektu, sobretudo, nas zonas de Changbai e na bacia do rio Amnok, estão concentrando ali suas divisões de elite e numerosas unidades do exército títere manchu, e incluso as forças armadas civis para "aniquilar" as unidades do ERPC. Dada esta situação, se enfrentamos ali as grandes unidades do exército imperialista japonês, sem dúvidas teremos perdas desnecessárias, ademais de que também as organizações revolucionárias que criamos com muito empenho poderiam sofrer danos. Por isso, se as unidades do ERPC estendem com iniciativa o cenário da luta às regiões ao nordeste do monte Paektu e desenvolvem ações militares e políticas quando os inimigos concentram as forças nas regiões do sudoeste do dito monte, tal ação constituirá uma medida que permitirá desferir duros golpes ao inimigo ao semear confusão em suas filas e obrigá-los a pôr-se na defensiva. Assim conservaremos e incrementaremos a capacidade combativa de nossas unidades, evitaremos que as organizações revolucionárias sofram danos, e estenderemos e fortaleceremos as nossas forças revolucionárias em todos os aspectos.

Portanto, a expansão do cenário da luta à zona ao nordeste do monte Paektu constitui uma medida mais adequada do ponto de vista das exigências do desenvolvimento da revolução coreana de mantê-la em um auge sustentado, e da situação criada pelas sinistras ofensivas de "castigo" que desatam os imperialistas japoneses.

O que mais importa na aplicação desta medida é preparar nestes lugares sólidas bases ou posições-chave nas que o ERPC possa apoiar-se em suas operações. As novas bases que vamos criar não terão a forma de acampamento secreto fixo, mas de acampamento secreto provisório, que segundo as circunstâncias possa transladar-se com rapidez. Ademais, devem situar-se em lugares favoráveis para entrar e sair do país e estar ligadas com as bases na zona do monte Paektu. Deverão servir de pontos de apoio que permitam nossas pequenas unidades e agentes políticos aturar não só nas regiões do nordeste, mas também no sudoeste do monte Paektu, e incluso penetrar e operar no interior do país, atravessando as cordilheiras Rangnim e Hamgyong.

Apoiando-nos nestas bases, nos dividiremos em unidades a nível de regimento, para manter sob controle e aniquilar o inimigo em todas partes, aplicando com habilidade as táticas de concentração, dispersão e deslocamento nos lugares correspondentes. As unidades do ERPC terão que realizar sucessivas operações ofensivas, sem dar tempo para que o inimigo se recupere, a fim de golpear sem cessar suas forças, bases de fornecimento e vias de transporte militar.

Além disso, haverá que impulsionar de modo energético o trabalho organizativo e político para estender a Associação para a Restauração da Pátria e outras organizações revolucionárias e aglutinar amplos setores das massas nas zonas ao nordeste do monte Paektu e as próximas ao rio Tuman na Coreia setentrional e mobilizá-los ativamente na luta antijaponesa e anti-bélica.

É preciso enviar os agentes políticos em grupos ou individualmente a estas regiões com a tarefa de encontrar com rapidez as pessoas que por causa da repressão inimiga perderam a linha organizativa e se esconderam, as pôs em contato com as organizações e admitir ativamente na Associação para a Restauração da Pátria e outras agrupações revolucionárias os operários, camponeses e outros setores das massas. Sobretudo, apoiando-se nas zonas de Musan e Yonsa do interior do país, deverão atuar com dinamismo para ampliar as organizações revolucionárias à região setentrional e outras partes do interior do país. Deste modo farão com que as vastas regiões do nordeste do monte Paektu, incluídos Antu, Helong e Yanji, e as nortenhas da Coreia, se cubam de redes de poderosas organizações clandestinas.

Em vista de que as manobras do imperialismo japonês se tornam mais intensas, há que prestar atenção ao trabalho de proteção armada das tarefas dos agentes políticos e dos grupos de trabalho político.

Atualmente, os imperialistas japoneses, alarmados ante à dinamização das ações das unidades e dos agentes políticos do ERPC, intensificam o controle sobre as aldeias de concentração e aumentam as forças de vigilância fronteiriça. Ao reforçarem a defesa das aldeias de concentração, tendo nelas redes de agentes, intensificam o "censo de lugares" e o "registro de impressões digitais" e inspecionam e registram obstinadamente os transeuntes. Nestas condições, é difícil que os agentes políticos permaneçam muito tempo nas aldeias, como faziam antes, para realizar ações clandestinas. Por isso, os agentes políticos e os grupos de trabalho político devem fixar postos de enlace secretos em lugares selváticos favoráveis e empreender o trabalho político entre as massas deslocando-se constantemente sob a proteção das pequenas unidades armadas.

A partir de que ampliemos as organizações revolucionárias e conscientizemos as massas, devemos mobilizar ativamente estas na luta contra as manobras do imperialismo japonês para a expansão da guerra de agressão.

Os agentes políticos devem compenetrar-se com os trabalhadores das fábricas, minas, áreas de corte de madeira, e das obras de construção de ferrovias, estradas e centrais hidrelétricas, para mobilizá-los com energia na luta contra o imperialismo japonês e sua guerra de agressão. Sobretudo, os que vão ser enviados às regiões próximas ao rio Tuman, na Coreia setentrional, terão que organizar e empreender entre os operários as ações encaminhadas a atrasar e frustrar as obras da ferrovia Paegam-Musan, que o imperialismo japonês realiza para cobrir suas necessidades de materiais militares para a guerra de agressão contra o continente, e as obras hidrelétricas no rio Sodu, que se apressam para iniciar. Desta forma, desferirão golpes às maquinações dos imperialistas japoneses para estender a guerra de agressão contra o continente.

Devemos apoiar ativamente a luta dos povos de China e União Soviética.

Fortalecer a frente conjunta antiimperialista com o povo chinês e apoiar de modo ativo a luta do povo soviético constitui um sublime dever internacionalista que nós, os comunistas, temos.

Dado que o imperialismo japonês atua freneticamente para ocupar todo o território da China, devemos estreitar, como fizemos até agora, a unidade combativa com o povo deste país e apoiar ativamente sua luta revolucionária atacando o inimigo pela retaguarda em cooperação com as tropas armadas chinesas.

Sob a bandeira do internacionalismo, devemos atuar energicamente para apoiar com as armas a luta do povo soviético. O imperialismo japonês concentra as forças armadas agressoras na região de Jaljingol e realiza uma invasão armada contra a Mongólia, o que revela sua ambição de ocupar a Mongólia e, posteriormente, invadir as regiões do Extremo Oriente da União Soviética. Devemos empreender audazes operações militares nas regiões do nordeste do monte Paektu para frustrar o transporte dos efetivos e os materiais bélicos que os inimigos realizam para agredir a União Soviética, e perturbar sua retaguarda, para assim apoiar de modo ativo a União Soviética, ao deter e frustrar as intenções agressivas dos imperialistas japoneses.

Estou seguro de que todo o pessoal de comando do ERPC e seus combatentes desenvolverão as ações militares e políticas nas regiões do nordeste do monte Paektu com um valor e espírito de sacrifício sem igual, para manter a revolução coreana em um auge sustentado.

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