sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Golpeemos sem trégua os agressores imperialistas japoneses e avancemos à pátria mediante uma ativa contraofensiva


Discurso proferido na Conferência de Quadros do Exército Revolucionário Popular da Coreia, celebrada em Beidadingzi, em 3 de abril de 1939.

Camaradas:

No inverno passado, a massa fundamental do Exército Revolucionário Popular da Coreia, cumprindo as orientações traçadas na Conferência de Nanpaizi, realizou uma marcha de mais de 100 dias, desde este povoado até Changbai, e voltou a chegar nas zonas fronteiriças do Norte.

A marcha das unidades de nosso exército revolucionário às zonas fronteiriças, nas ribeiras do rio Amnok, foi uma trajetória coroada de vitórias e glória, na qual tivemos que enfrentar vários contratempos e dificuldades para salvaguardar a revolução da desesperada ofensiva reacionária do inimigo e continuar desenvolvendo a luta antijaponesa de libertação nacional em auge sustentado.

Como consequência da expedição à Rehe, no ano passado foi criada temporalmente uma situação desfavorável para empreender a Luta Armada Antijaponesa. Aproveitando-a, os malvados agressores imperialistas japoneses trataram de estrangular a revolução coreana: por uma parte, empreenderam freneticamente uma grande ofensiva de "castigo" contra o ERPC, e por outra, desataram uma inaudita onda de detenções chegando a destruir as organizações revolucionárias, incluso as de base da Associação para a Restauração da Pátria, e a deter,encarcerar e assassinar arbitrariamente um grande número de comunistas e patriotas. Assim foi como para nosso povo começou uma tragédia nacional ainda mais tenebrosa e para a revolução coreana, uma época de duras provas.

Nesse momento de severos reveses, organizamos a marcha do grosso do ERPC às zonas fronteiriças do Norte para superar com iniciativa a difícil conjuntura que atravessava a revolução, salvar o destino da Pátria e da nação do perigo que se encontrava e manter em constante auge a luta antijaponesa de libertação nacional de nosso povo.

Em todo o curso da Luta Armada Antijaponesa não houve momento fácil, porém os milhares de ris que percorremos no inverno passado até chegar nas regiões fronteiriças, ribeiras do Amnok, frustrando a grande ofensiva de "castigo" do imperialismo japonês, foi uma trajetória regada de sangue e colmada de inauditas provas que vão além da imaginação humana.

Os agressores imperialistas japoneses fizeram do Comando Geral do ERPC o principal alvo de sua "grande operação de aniquilamento", que levavam a cabo sob o eufemismo de "operação punitiva na região de Dongbiandao", e realizaram um duplo ou triplo cerco mobilizando a maior parte do grosso do exército Guandong, unidades seletas do exército títere manchu, destacamentos da polícia armada, "corpos de autodefesa", em total de centenas de milhares de efetivos, e em cooperação de unidades terrestres e aéreas atacaram obstinadamente desde os quatro costados.

Ao mesmo tempo que lançavam uma ofensiva militar geral, recorreram persistentemente a toda uma série de intrigas, persuasão e enganos dirigidos a descompor o ERPC por dentro, utilizando seus agentes incorporados ao "grupo de trabalho para promover a abjuração" ou jogando panfletos de aviões.

Nestas circunstâncias, nos vimos obrigados a manter dia após dia renhidos combates contra dezenas de milhares de inimigos que nos perseguiam furiosamente, ademais de vencer a maior nevada nos últimos 100 anos, cuja profundidade sobrepassa a altura de um homem, o cortante frio continental que oscilava entre 40 graus abaixo de zero e as ululantes nevascas. Cada trecho da rota de combate que percorremos no inverno passado esteve cheio de indescritíveis dificuldades.

Apesar de tudo, os combatentes do ERPC não desanimaram nem um pouco, pelo contrário, com firme vontade combativa e inflexível espírito revolucionário, dispostos a derrotar o inimigo ainda que morram mil vezes, superaram inúmeros contratempos e saíram vitoriosos combatendo como fênices.

Os agressores imperialistas japoneses se moveram desesperadamente para "aniquilar totalmente" o ERPC, que constitui o "câncer" para seu plano de agressão ao continente, porém eles foram derrotados. Em meio a renhidos combates e duras provas, as unidades do ERPC se forjaram ainda mais como forças revolucionárias invencíveis e nossos comandantes e soldados se converteram em esforçados combatentes.

No curso dessa Marcha Penosa foi evidenciada a invencível vitalidade da hábil e inigualável tática guerrilheira do ERPC.

Nas operações invernais suas unidades mantiveram com firmeza a superioridade tática sobre o inimigo mediante a concentração, dispersão e alta mobilidade das forças, o que fez possível realizar com êxito nossa orientação de conservar as forças próprias e debilitar e dizimar o inimigo sem trégua.

Nas atividades guerrilheiras, a combinação de ações de grandes e pequenas unidades constitui um dos princípios táticos que permite debilitar o inimigo e desferir-lhe golpes decisivos mediante a concentração e dispersão das forças. No curso dessa Marcha Penosa, graças à perfeita combinação das operações de grandes e pequenas unidades, mantivemos sempre firmemente a iniciativa nos combates contra um inimigo que nos superava em número e técnica.

Ao longo do percurso de Nanpaizi até Changbai, o destacamento principal do ERPC se dividiu em três direções, passando das ações de grande envergadura a outras de caráter esporádico para neutralizar o "deslocamento de tropas em pontos importantes" e a "tática de perseguição prolongada" a que recorriam os inimigos. Assim pôde dispersar e derrotar os inimigos que atuavam em ataque concentrado. Se nos perseguiam concentrando grandes unidades, os atraíamos com um pequeno destacamento, enquanto em um abrir e fechar de olhos tirávamos da pista a principal unidade e atacávamos por surpresa a retaguarda e o acampamento do inimigo perseguidor colocando-o em um beco sem saída.

A hábil e flexível tática das unidades do ERPC teve grande importância na tomada de iniciativa e sua conservação. Quando os inimigos introduziam enormes efetivos nas regiões relativamente estreitas do Sudoeste do Paektu e empreendiam incessantes ações de cerco, ataques e perseguições, nossas unidades os golpearam dando voltas a milhares de vales e localidades de Changbai e Linjiang. Aplicando engenhosos métodos de combate, deixamos estupefato o exército agressores do imperialismo japonês: passando das selvas às zonas de baixas montanhas, ou vice-versa, despistávamos os perseguidores; mudando habilmente a direção e o itinerário da marcha, os colocávamos em uma cilada e os golpeávamos. A manobra circular móvel que as unidades de nosso exército revolucionário levaram a cabo nas zonas fronteiriças do Norte, lhes permitiu evitar o choque frontal com as unidades seletas do inimigo e golpear sucessivamente seus pontos débeis, desde os flancos e a retaguarda, criando condições favoráveis para as unidades que operavam em outras direções ao atrair e paralisar as enormes forças inimigas na zona de Changbai e Linjiang.

Nossa experiência evidenciou que uma força, por reduzida que seja, pode derrotar um inimigo superior em número e tomar com segurança a iniciativa se lograr avaliar corretamente a situação, elaborar uma estratégia e uma tática adequadas e acometer intrépidas operações aproveitando os pontos débeis do inimigo.

O curso da Marcha Penosa foi um trajeto de luta gloriosa: os combatentes do ERPC, superando toda classe de provas, unidos monoliticamente em torno a uma ideologia e vontade, saíram vencedores nos combates empreendidos contra os inimigos internos e externos.

O duro caminho da revolução, aberto em meio de um muro de baionetas inimigas, com renhidos combates que se empreendem dia e noite, está profusamente regado com o sangue vermelho dos combatentes do ERPC, que lutaram entregando sua juventude e vida.

Nossos comandantes e soldados, de ilimitada fidelidade à revolução, em qualquer circunstância adversa cumpriram consequentemente as ordens e instruções do Comando da revolução, a que defenderam ao preço de suas vidas. A heroica luta deles, sobretudo, os membros do regimento O Jung Hup, - que para protegê-lo em meio ao cerco do inimigo, ao risco de sua vida fingiram ser do Comando Geral, atraindo para si as grandes unidades inimigas até as remotas zonas montanhosas de Changbai, onde as bateram -, constitui um brilhante exemplo da lealdade dos comunistas à causa da revolução.

O espírito de sacrifício que demonstraram os combatentes do ERPC na luta para defender o Comando Geral da revolução mostra o nobre traço do comunista revolucionário que emana de seu elevado grau de consciência e vontade. Graças a esta nobre moral combativo, pudemos romper o cerco e repelir o ataque de um enorme exército do imperialismo japonês formado por centenas de milhares de efetivos, e saudar a nova primavera da vitória, demonstrando heroísmo coletivo, sem intimidar-se nem mesmo nos momentos difíceis em que nossa vida estava em jogo.

A experiência histórica do anterior movimento comunista demonstra que quando a situação se apresenta favorável e a revolução vai de vitória em vitória, um considerável número de pessoas se incorporam à grande corrente do movimento comunista, porém quando aquela enfrenta provas, os elementos vacilantes e inconsequentes se apartam das filas revolucionárias, traindo-as.

Na medida que, depois de iniciada a guerra sino-japonesa, ia se intensificando como nunca a ofensiva político-militar e a repressão fascista do imperialismo japonês, no seio de nossas filas revolucionárias começaram a aparecer renegados e desertores. Os atos de libertinagem e deserção nestas filas, por exemplo, a atividade contrarrevolucionária de Om Kwang Ho, que durante o difícil período do inverno passado atuou de maneira sinistra sabotando o cumprimento de seu dever no acampamento da retaguarda e recorrendo a pérfidas manobras dirigidas a caluniar os camaradas fieis à revolução e a desintegrar as filas revolucionárias, se deveram a que, atemorizados ante à ofensiva inimiga, perderam a fé na vitória e se guiaram pela vil ideia de perseguir somente seus gostos pessoais e conservar a vida, sem importar-lhes com a sorte da revolução.


Os membros do ERPC, educados e forjados no fragor da Luta Armada Antijaponesa, combateram intransigentemente os conatos contrarrevolucionários e toda índole de correntes ideológicas malignas, defendendo resolutamente a linha e orientação da revolução coreana e salvaguardando com firmeza a unidade e coesão de suas filas, sem perder sua fé revolucionária incluso em momentos difíceis quando em meio destas filas os renegados da revolução urdiam estratagemas.

A férrea unidade e coesão das filas revolucionárias, baseadas no nobre espírito e camaradagem revolucionárias, foi um importante fator que contribuiu à vitória durante a marcha sem precedentes, por mais dura que foi.

Os combatentes do ERPC, inspirados no elevado dever classista, na consciência revolucionária de sacrificar-se em aras da Pátria e do povo, combateram com valor estimulando uns aos outros: "Se nós cairmos, nunca será resgatada a Pátria. Animemo-nos e avancemos a todo custo à Pátria!", e sobrepondo-se às severas provas: renhidos combates, a marcha, o frio congelante e a fome, que lhes dificultavam incluso manter-se de pé.

Nossos heroicos comandantes e soldados, empenhados em aliviar os sofrimentos dos camaradas, sempre se ofereciam a ir à vanguarda, no combate e na marcha.

A  ilimitada fidelidade à revolução e a camaradagem revolucionária, belos traços que se fomentaram entre os combatentes do ERPC, foram a fonte da inesgotável força que nos permitiu obter uma brilhante vitória na dura e cruel marcha, e constitui um grande exemplo de como os comunistas devem viver e lutar.

Quanto mais árdua era a luta e mais se multiplicavam as dificuldades, mais firmemente nos apoiávamos nas massas populares, vencendo assim todas as provas. Incluso na difícil circunstância em que os inimigos se esforçavam com olhos de cão de caça para seguir nosso rastro, os combatentes do ERPC se misturavam com os habitantes para infundir-lhes esperança e fé na vitória. Estes, animados pelas atividades político-militares das unidades do ERPC, apoiaram ao risco de sua vida nossas ações combativas ajudando-nos e respaldando-nos ativamente tanto no espiritual como no material.

O curso desta Marcha Penosa evidenciou mais uma vez que nenhuma frenética ofensiva do inimigo pode deter o avanço triunfal do ERPC, que luta apoiando-se em suas próprias forças e nas massas populares, unindo-se monoliticamente sobre a base da camaradagem.

O exitoso avanço do grosso do ERPC às zonas fronteiriças do Norte não somente demonstrou ao mundo inteiro que nossa nação não pereceu, que está vida, que os melhores filhos e filhas da Coreia, com as armas na mão, estão derrotando os agressores imperialistas japoneses, mas que também infundiu no povo a inabalável fé na vitória da revolução e criou uma nova conjuntura para o auge da revolução coreana em seu conjunto com a Luta Armada Antijaponesa como eixo.

Camaradas:

Ante a nós se apresenta a tarefa de golpear sucessivamente o inimigo e seguir avançando à Pátria, baseando-nos em brilhantes êxitos que obtivemos na Marcha Penosa.

Os inimigos se encontram dispersos em suas guaridas após as irreparáveis derrotas sofridas na campanha de "castigo" invernal. Passemos à ativa contra ofensiva para desferir um golpe atrás do outro aos agressores imperialistas japoneses, sem dar-lhes nem um momento de respiro, e marchar de novo à Pátria.

Se com uma enérgica ofensiva logramos irromper nas zonas fronteiriças e no interior do país e golpear duramente o inimigo pelas costas, isto será grande motivo para alçar com mais ímpeto as grandes massas do povo à luta antijaponesa e promover um novo auge na revolução coreana.

No momento, devemos empreender a ofensiva primaveral contra os pontos-chave do inimigo  nas zonas fronteiriças ribeiras ao Amnok, para reduzi-lo à imobilidade e pôr-lo em apuro e, desta maneira, semear grande confusão na vigilância fronteiriça e preparar-nos devidamente para a operação de avanço à Pátria provendo-nos de suficiente quantidade de roupa, víveres, munições e outros materiais bélicos.

Devemos explicar claramente aos combatentes do ERPC o objetivo do avanço à Pátria e seus deveres, e desenvolver vigorosas atividades políticas entre as amplas massas do povo para assegurar o êxito nesta operação.

Depois de concluir todos os preparativos para a ofensiva na tera-pátria, o grosso do ERPC terá que burlar a vigilância fronteiriça do imperialismo japonês, cruzar rapidamente o Amnok e marchar ``a zona de Musan. Com isso revelará a falsidade da propaganda inimiga, que afirma que o ERPC está "completamente aniquilado", e demonstrará plenamente sua capacidade de levar ao nosso povo, que hoje sofre sob a dominação colonialista do imperialismo japonês, a aurora do renascimento da nação, e para estimulá-lo com força à luta antijaponesa.

Com vista a estender e desenvolver continuamente a luta antijaponesa de libertação nacional, é necessário unir firmemente as grandes massas do povo na frente pela restauração da Pátria.

Temos que enviar agentes políticos e pequenas unidades a todos rincões do país para restabelecer e pôr em funcionamento as organizações revolucionárias destruídas e criar novas entre os operários e camponeses. Eles deverão realizar intensas atividades clandestinas nas zonas fronteiriças, ribeiras aos rios Amnok e Tuman, e em outras extensas regiões para agrupar solidamente as grandes forças patrióticas sob a bandeira da frente unida nacional antijaponesa e desta maneira desenvolver energicamente diversos movimento pela restauração da Pátria em combinação com a luta armada do ERPC.

Depois de concluir com êxito a operação de avanço à zona de Musan, empreenderemos outra, com grandes unidades, no Nordeste do monte Paektu.

Esta região, que forma um mar de selvas que se estendem ao interior do país, não só oferece favoráveis condições para as atividades guerrilheiras e para dar influência revolucionária ao povo do interior do país, mas que também tem um seguro apoio de massas por ser o lugar onde já criamos zonas guerrilheiras e atuamos durante vários anos. Ademais, esta zona tem importância estratégica, posto que por ela passam as linhas férreas Hsinking-Rajin e Haerbin-Dunhua, vias de fornecimento militar do imperialismo japonês para sua agressão armada contra a União Soviética. Portanto, as intensas atividades militares das unidades do ERPC nesta zona não só tem grande importância para desenvolver com vigor a revolução coreana, mas que também constituem um poderoso golpe para a política de agressão continental do imperialismo japonês.

Enquanto os inimigos centram enormes forças nas zonas de Changbai, nós deveremos desenvolver intrépidas ações militares e políticas nas regiões do Nordeste do Paektu onde transladaremos previamente o grosso do ERPC, para desferir aos agressores imperialistas japoneses golpes demolidores e estender ainda mais a Luta Armada Antijaponesa.

A fim de cumprir com êxito todas estas tarefas revolucionárias que hoje temos pela frente é preciso fortalecer as filas do ERPC no político e militar.

Em primeiro lugar, devemos intensificar entre seus combatentes a educação político-ideológica para armá-los com a firme concepção revolucionária do mundo. Nossa luta revolucionária segue sendo dura. Quando todos os quadros dirigentes e soldados tenham formada cabalmente essa concepção, sua fé na vitória final da revolução será inabalável e lutarão até o fim pela histórica causa da libertação da Pátria apesar de qualquer contratempo.

Todos os comandantes e soldados tem que equipar-se firmemente com a hábil tática guerrilheira e com múltiplos conhecimentos militares, estudar mais profundamente a realidade coreana e dominar eficazes métodos de trabalho com as massas, para desempenhar satisfatoriamente o papel de autênticos educadores do povo, de organizadores e guias do movimento de massas.

A intensificação da vida orgânica e a observância consciente da disciplina revolucionária constituem para as filas revolucionárias a fonte da capacidade combativa e uma importante garantia para a vitória. Sempre devemos ser fiéis ao cumprimento do dever designado pela organização e não permitir nenhum ato liberalista por insignificante que seja, porque corrói as filas revolucionárias. No seio do ERPC deve existir uma rigorosa disciplina revolucionária baseada no espírito de organização e na consciência.

Camaradas:

Hoje em dia, assumimos a pesada porém honrosa tarefa revolucionária de salvar da crise o destino da Pátria e da nação, e de levar a revolução coreana a um novo auge.

É possível que no caminho da revolução tropecemos com duras provas e dificuldades e soframos perdas. Todavia, não há dúvidas de que a vitória será nossa se lutamos com valor, sem intimidarmo-nos ante às provas e dificuldades.

Demos todos prova da inigualável ousadia e abnegação durante o avanço à Pátria para acertar duros e sucessivos golpes militares e políticos aos agressores imperialistas japoneses, acelerando o processo de sua derrota e estendendo a revolução coreana.

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