quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Aumentemos a capacidade combativa da unidade mediante as instruções militares e políticas


Discurso pronunciado na reunião de quadros militares e políticos do Exército Revolucionário Popular da Coreia, efetuada no acampamento secreto de Matanggou, distrito de Mengjiang, em 30 de novembro de 1937.

Camaradas:

Em vista das exigências da situação criada, vamos organizar e efetuar as instruções militares e políticas para os membros de comando e os soldados do Exército Revolucionário Popular da Coreia.

A capacidade combativa do exército revolucionário cresce quando seus comandantes e soldados se preparam solidamente no plano político-ideológico e no militar-técnico e esta preparação se alcança mais exitosamente por meio das instruções.

Estas são uma via importante para prepará-los firmemente no ideológico-espiritual para que se consagrem plenamente à revolução e à restauração da Pátria, e exibam um heroísmo e espírito de sacrifício sem igual nos combates. Também resultam de suma transcendência na preparação dos comandantes e soldados para cumprir bem seu dever e aumentar a capacidade combativa do exército revolucionário. Por esta razão, as instruções constituem uma tarefa importante a que o exército revolucionário deve sempre prestar muita atenção, sem descuidá-las nem um momento.

Desdes os primeiros dias da fundação do ERPC, mantivemos o lema: "O estudo é o primeiro dever para os que fazem a revolução" e lhe atribuímos sempre importância primordial, incluso em meio aos árduos combates contra um inimigo poderoso, e adotamos diversas medidas para intensificá-lo. Por conta disso foi elevado consideravelmente o nível de preparação político-ideológica e técnico-militar dos comandantes e soldados do ERPC e cresceu em extraordinária medida a capacidade combativa de suas unidades. Ainda assim não devemos nos sentir satisfeitos com isso.

A atual situação revolucionária nos exige estudar de modo substancial para fortalecer as filas de nossa revolução no político-ideológico e no técnico-militar.

Os imperialistas japoneses, que lançaram uma guerra contra a China, fazem esforços desesperados para satisfazer sua ambição de ocupar todo o território chinês e o continente asiático.

Realizam em grande escala operações de "castigo" para "aniquilar" nosso Exército Revolucionário Popular, que constitui um grande obstáculo na execução de sua política de agressão.

Por outra parte, sob o eufemismo da "segurança da retaguarda" desataram uma grande onda de detenções nas zonas fronteiriças setentrionais de nosso país e na região de Changbai, destruíram as organizações de base da Associação para a Restauração da Pátria e detém, encarceram e assassinam muitos revolucionários e compatriotas inocentes.

A situação revolucionária de hoje se tornou mais tensa devido a que alguns elementos aventureiros de esquerda dentro da Internacional Comunista, presa do subjetivismo, obrigaram as Forças Aliadas Antijaponesas que operam na Manchúria a realizar a expedição à Rehe. Esta operação constituía um ato totalmente desatinado tanto do ponto de vista da correlação de forças entre nós e o inimigo, como pelas condições natural-geográficas da Manchúria do Sul.

Mas, ao avançar às zonas planas da Manchúria do Sul, estas forças sofreram sérias perdas, o que trouxe graves consequências para o desenvolvimento da Luta Armada Antijaponesa.

Aproveitando a oportunidade, os agressores imperialistas japoneses vociferam freneticamente que foram "aniquiladas" as Forças Aliadas Antijaponesas, o que gerou desconfiança na vitória e vacilação entre as massas revolucionárias e os guerrilheiros.

A situação reinante na revolução exige que os membros de comando e os soldados do Exército Revolucionário Popular da Coreia tenham firme fé no triunfo da revolução e a inflexível vontade combativa de superar valentemente qualquer dificuldade e prova e manter a firme posição de independência consistente em realizar sob sua própria responsabilidade a revolução coreana.

Em consonância com esta urgente exigência, decidimos organizar as instruções militares e políticas.

Fazê-lo também se apresenta como tarefa urgente em vista da presença de muitas forças novas nas filas de nosso exército.

No ano passado, depois de haver criado a base do Paektu, levamos a cabo com valentia as atividades militares e políticas no interior do país e nas regiões do sudoeste deste monte, e neste curso alistamos no Exército Revolucionário Popular um grande número de patriotas. Estes jovens não conhecem bem nossos lineamentos e orientações revolucionários, nem dominam as teorias militares elementares e os métodos de combate guerrilheiro. Mediante as instrução militares e políticas devemos prepará-los no plano político-ideológico e técnico-militar tão firmemente para que alcancem o nível dos veteranos e possam cumprir seu dever de revolucionários.

Portanto, as instruções militares e políticas se apresentam como uma tarefa muito importante em vista das exigências da situação criada e da realidade interna de nosso Exército Revolucionário Popular.

O presente curso de instruções de dedicará principalmente a temas políticos em adequada combinação com os treinamentos militares.

Nas instruções políticas se prestará uma profunda atenção a dotar firmemente todos os comandantes e soldados com o espírito inabalável de seguir o caminho da luta antijaponesa pela salvação nacional, com plena fé na vitória e com um claro objetivo de luta, e a ter uma alta consciência de ser protagonistas da revolução coreana. Somente tendo fé na vitória da revolução e uma alta consciência de ser seus artífices, podem ser fiéis até o fim.

É preciso que no curso das instruções políticas se oriente todos os soldados para que saibam analisar e julgar do ponto de vista dos interesses da revolução coreana  a situação revolucionária que se altera a cada gora, e possam compreender claramente que a execução cabal e oportuna das ordens e diretivas do Comando Geral implica cumprir com sua responsabilidade como donos da revolução coreana. Para imbuir com firmeza todos os comandantes e soldados do inabalável espírito combativo e de independência, é necessário organizar primeiro e de modo substancial o estudo sobre o Programa de Dez Pontos da Associação para a Restauração da Pátria e "Tarefas dos comunistas coreanos". Nestes documentos estão claramente assinalados o caráter e as tarefas da revolução coreana, sua estratégia e táticas e a posição independente que se deve manter com firmeza nesta obra.

Além disso há que inculcar-lhes o espírito revolucionário de odiar e combater resolutamente os inimigos de classe. O espírito revolucionário nasce do ódio aos inimigos de classe. Quanto mais odeiem os inimigos de classe, mais fiéis podem ser à revolução.

Devemos educar de modo eficiente os soldados com fatos palpáveis referentes à natureza exploradora e a perversidade do imperialismo, dos capitalistas e dos latifundiários, de modo que lutem irreconciliavelmente contra os inimigos de classe.

Há que lograr que os guerrilheiros assimilem a fundo os métodos de trabalho com as massas mediante instruções políticas.

A vitória ou o fracasso na revolução depende em grande medida de quanta gente se ganha. Educando as massas e atraindo para a revolução ainda que seja só mais uma pessoa, mais crescerão nossas forças revolucionárias.

Atualmente, devido às manobras desesperadas do imperialismo japonês encaminhadas a isolar o ERPC da população, se faz mais difícil incluso ter contato com ela, para não falar do trabalho político. Dadas estas condições, por meio das instruções políticas, devemos ensinar a todos os combatentes os princípios que devem manter no trabalho com as massas, seus métodos e demais questões que possam se apresentar. Ao mesmo tempo, há que organizar o trabalho de generalizar as experiências dos camaradas competentes nesta atividade.

No período em que se realizem as instruções político-militares, devemos levar a cabo intensos treinamentos militares. Durante sua execução colocaremos a atenção principal em que todos os comandantes e soldados estudem a fundo e dominem as táticas e métodos de guerra de guerrilhas que desenvolvemos no longo processo de luta.

Como estão assinalados detalhadamente na "Ação da Guerrilha e Conhecimentos elementares da guerrilha" já distribuídos a todas unidades, estes materiais devem ser incluídos no programa de estudo.

É preciso fazer muitos exercícios táticos. Devemos assimilar as táticas guerrilheiras com o método de combinar as teorias e as ações reais. Para os membros de comando será útil também programar o estudo sobre as táticas inimigas. Somente conhecendo-as poderão aplicar com presteza métodos para superá-las nos combates.

Ademais, é necessário efetuar muitas práticas de tiro. Nesse exercício há que prestar atenção principal à preparação de todos os soldados para que manejem com destreza não somente suas armas, mas também todas as que possua sua esquadra, seção e companhia. Sobretudo, as práticas de tiro devem ser intensificadas entre os inexperientes para elevar sua pontaria ao nível dos veteranos.

Nesta oportunidade temos que organizar igualmente o estudo da topografia, de modo que todos os comandantes e guerrilheiros possam ler no mapa militar e assimilem o método de utilizá-lo na prática.

Com vista a lograr êxitos nas instruções militares e políticas, é importante organizar bem os grupos de estudo. Somente quando se constituam conforme o grau de preparação dos integrantes, será possível que os estudos sejam realizados de modo eficiente e se eleve sistematicamente o nível dos soldados.

Tendo em conta as diferenças no níveis de preparação dos combatentes, há que organizar o estudo político dividindo-os em um grupos de autodidatas e outros de principiantes. O primeiro estará integrado por quadros de comando e pelos guerrilheiros com alto nível político e teórico; e o segundo pelos inexperientes e outros combatentes de baixo nível de instrução. O estudo deve ser levado a cabo de acordo com o grau de preparação desses, com o método de combinar as lições, o auto-estudo e os seminários.

As instruções militares devem ser realizadas principalmente pela companhia. Nos casos necessários, tendo em conta o tema e o conteúdo da lição, se pode organizar por seção ou regimento.

As instruções militares e políticas programadas serão uma tarefa muito difícil, tanto do ponto de vista da situação revolucionária como do ponto de vista do conteúdo do programa de estudo e seu prazo. Fizemos preparativos necessários para cumpri-lo. Já temos dispostos o local para esta atividade, e os materiais, provisões e outros artigos de uso vital. Portanto, seu êxito depende de como o organizemos e levemos a cabo.

Para assegurar seu êxito, é preciso que todos os combatentes estabeleçam um ambiente de estudo consciente e participem com honestidade nelas.

Para que o estudo possa resultar em proveito próprio é preciso realizá-lo com afinco. Devemos conscientizar profundamente os combatentes sobre o fato de que a menos que estudem com afinco, não poderão cumprir com sua missão como revolucionários.

Hoje, entre os guerrilheiros recém-ingressados há quem pense que somente sabendo atirar com o fuzil poderão fazer a revolução, sem empenhar-se no estudo. É preciso orientar todos os guerrilheiros para que participem conscientemente no estudo, com a plena consciência de que estudar é o primeiro dever do revolucionário.

Outro assunto que se apresenta para assegurar o êxito das instruções político-militares é programá-las de tal modo que todos os guerrilheiros assimilem conhecimentos que possam utilizar nas atividades práticas.

De nada valem os conhecimentos, por muitos que sejam, se não tem uso prático. O que não é capaz de utilizar os conhecimentos que possui é igual a um rato de biblioteca. Por esta razão, as instrução devem ser realizadas de tal modo que todos os combatentes progridam na vida orgânica, no trabalho com as massas e nos combates, na mesma medida que vão adquirindo mais conhecimentos.

Com o fim de dar conhecimentos úteis que sirvam na prática, há que elevar o papel dos conferencistas.

Eles estão encarregados de organizar e executar diretamente as instruções político-militares. Por isso podemos dizer que de seu papel dependerá em grande medida o resultado destas instruções.

Bem conscientes da importância das próximas instruções político-militares, os conferencistas devem ensinar com responsabilidade os combatentes, ainda que seja uma só coisa, de modo que lhes sirva de nutriente para a revolução e arma de luta. Devem fazer preparativos substanciais para as classes, e em vez de ditar ou impor o conteúdo, devem explicá-lo de modo compreensível com o método indutivo para que todos os combatentes assimilem o aprendido e possuam a capacidade de orientar-se por si mesmos nas circunstâncias dadas. Se, por exemplo, lhes ensinam o método de trabalho com as massas encaminhado à conscientizá-las de maneira revolucionária e agrupá-las na organização para exortá-las à luta, devem transmitir-lhes não somente a teoria, mas também por o tema em discussão em forma de perguntas e respostas, apresentando como exemplos circunstâncias reais, para que adquiram a capacidade de realizar habilmente o trabalho com distintas classes e setores das massas.

Igualmente nas instruções militares devem brindar aos combatentes conhecimentos que sejam úteis na prática. Os conferencistas devem mostrar-lhes com movimentos como se aproveitam as condições topográficas e naturais e coimo se atua conforme as circunstâncias criadas.

Para dar aos combatentes conhecimentos úteis terão que organizar muitos debates. É melhor realizá-los com o método de perguntas e respostas. Este é um procedimento bom que permite erradicar a tendência formalista no estudo e fazê-lo de modo substancial. Ademais, esses debates devem relacionar-se com as atividades práticas.

Para alcançar este mesmo fim se deve orientar bem o estudo dos combatentes recorrendo a diversos métodos.

A composição é um método muito bom não só para consolidar e ampliar o aprendido por eles mas também para dar-lhes conhecimentos de utilidade prática. Há que fazer-lhes escrever com frequência sobre temas que correspondam ao grau de preparação de cada qual, e avaliar a tempo as composições, e ler as melhores ante aos camaradas ou colocá-las nos murais informativos.

Um método eficaz para ajudar os combatentes de baixo nível é compor canções com os conteúdos de estudo. Agora estão memorizando o Programa de Dez Pontos da Associação para a Restauração da Pátria, adaptando à melodia da Canção Sipjin. Pois seria bom que também no projetado estudo político-militar se faça compreender o ensinado com este método. Pode haver também outros métodos de orientação de estudo.

Com vista a assegurar o êxito nas instruções político-militares, há que intensificar a direção e o controle.

O estudo não pode ser deixado somente à mercê da consciência. Pode resultar eficiente se acrescenta-se à consciência a direção e o controle. Às organizações do partido e as da União da Juventude Antijaponesa cabe intensificar a educação para que os combatentes estudem de maneira eficiente e persuadir com paciência e criticar quem falte com interesse pelo estudo. Além disso, se devem efetuar de modo constante as conversações a respeito do aprendido para explicar o que não compreenderam e elevar seu interesse. Por outra parte, a organização partidista e a União da Juventude Antijaponesa da unidade correspondente devem indagar regularmente sobre a marcha do estudo dos guerrilheiros e generalizar as boas experiências dos camaradas exemplares.

Depois, no curso das instruções político-militares se deve prestar grande atenção a elevar o espírito de organização e disciplina das unidades.

O poderio invencível do exército revolucionário está garantido por seu férreo espírito de organização e disciplina. As unidades podem elevar sua capacidade combativa e cumprir o dever que lhes corresponde como um exército revolucionário somente quando tem assegurado um forte caráter organizativo e disciplinar. Por isso, definimos isso como um dos assuntos importantes que se deveria resolver no período das instruções político-militares.

Em cada unidade se deve intensificar a educação dos regulamentos militares estabelecidos, de maneira que todos os cumpram conscientemente e atuem e vivam conforme suas exigências. Em particular, devem programar bem a vida diária para que não suceda nenhum ato de indisciplina e de liberalismo. É necessário fortalecer o espírito de organização e de disciplina também para levar a feliz término as instruções político-militares.

É preciso estabelecer um ambiente de vida revolucionário dentro das unidades. Deve lograr-se que os guerrilheiros mantenham de modo ordenado e culto, primeiro seus quarteis, e se empreenda ativamente o trabalho de generalizar o exemplo neste sentido. Desta maneira devemos lograr que o período em que se realizem as instruções político-militares sirva de motivação para estabelecer a disciplina e a ordem nas unidades e implantar um ambiente de vida revolucionário.

Intensificar continuamente as operações de perturbação na retaguarda inimiga constitui uma garantia importante para o êxito nas instruções político-militares.

Somente quando com estas operações acertemos duros golpes ao inimigo em todas as partes, será possível realizá-las com êxito em condições relativamente seguras e executar cabalmente também a orientação apresentada na conferência dos comandantes e soldados do ERPC, efetuada em agosto ,passado. Com uma parte das forças devemos empreender operações de assalto de grande envergadura e, ao mesmo tempo, enviando várias unidades pequenas, desenvolver intensas atividades político-militares para manter em contínuo xeque o inimigo

Enquanto durem as instruções político-militares, há que fortalecer especialmente os serviços de guarda. Não devemos descuidar-nos em absoluto por encontrar-nos em um lugar seguro. Conscientes de que com o passar dos dias o inimigo manobra com mais astúcia, devemos elevar sempre a vigilância, e neste sentido fortalecer a educação dos combatentes.

No regresso às unidades, devem explicar bem aos combatentes o objetivo e a significância do projetado curso de instruções e organizar reuniões de células do partido e da União da Juventude Antijaponesa e tomar medidas para assegurá-las com êxito, baseando-se na ideia discutida na reunião de hoje.

Camaradas:

Como efetuamos as instruções político-militares em meio de uma situação muito complexa para a revolução, é possível que tropecemos com incontáveis contratempos e dificuldades. Entretanto, é preciso vence-los com valentia, com a firme determinação ideológica de levá-las a feliz término custe o que custar.

Mantendo o lema: "O estudo é o primeiro dever para os que fazem a revolução", devemos concentrar todos os esforços na realização frutífera de ditas instruções.

As instruções político-militares que vamos organizar serão um motivo importante para reforçar nossas filas revolucionárias e acelerar a vitória na Luta Armada Antijaponesa.

Estou convencido de que vocês, alçando-se como um só para a tarefa de assegurar o êxito das próximas instruções, afiançarão as filas de nossa revolução no político-ideológico e no técnico-militar, de acordo com as exigências da situação criada, e cumprirão de modo imbatível as tarefas combativas que nos compete.

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