quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Impulsionemos sem descanso a revolução vencendo as dificuldades


Discurso pronunciado na Conferência de Quadros Militares e Políticos do Exército Revolucionário Popular da Coreia, efetuada em Nanpaizi, em 25 de novembro de 1938.

Camaradas:

Hoje discutiremos as medidas para seguir levando adiante a revolução coreana vencendo a difícil situação em que se encontra.

Vocês já sabem que estamos em uma situação muito difícil e complexa.

Os agressores imperialistas japoneses, que caíram em estado de confusão, golpeados em todas partes pelas intensas atividades militares e políticas do Exército Revolucionário Popular da Coreia e pela luta antijaponesa massiva do povo coreano, para recuperar-se de suas ignominiosas derrotas, fazem múltiplos cercos às unidades do ERPC e tratam de empreender a grande ofensiva "punitiva" e, ao mesmo tempo, reprimem em grande escala as organizações revolucionárias e o povo patriótico.

Desta maneira, as atividades do ERPC se encontram obstaculizadas sobremaneira, à vez que em todas partes as organizações revolucionárias acabam desarticuladas e um grande número de cidadãos revolucionários são detidos, encarcerados e até assassinados massivamente.

Ante à frenética reação do imperialismo japonês, hoje a revolução coreana se vê obrigada a passar por uma prova difícil.

Se nos últimos tempos a revolução atravessa por tão difíceis circunstâncias, isso se deve principalmente às consequências das manobras aventureiras de alguns membros da Internacional Comunista. Estes, imbuídos de um espírito aventureiro de esquerda, avaliaram de maneira incorreta a situação, por não conhecer a realidade, e em nome da Internacional deram insensatas diretivas às unidades armadas antijaponesas que atuavam no Nordeste da China, para que estas assediassem em forma de ferradura e assaltaram Changchun, capital do "Estado Manchu", e avançaram à Rehe para golpear, em cooperação com as unidades do Exército de Rota Nº 8, em marcha ao Norte, o exército invasor do imperialismo japonês, que estava irrompendo no interior da China.

Este era um plano muito estúpido tanto do ponto de vista da situação militar-política como à luz dos princípios da guerra de guerrilhas. Naquele tempo, os agressores imperialistas japoneses aumentaram enormemente suas forças armadas na Manchúria, incluindo o exército Guandong, para estender a agressão ao interior da China.

Sobretudo, na região de Rehe e na planície de Fengtian, consideradas portas para essa invasão, estavam concentrados muitos efetivos do imperialismo japonês perfeitamente preparados para o combate. Em vista da correlação de forças entre nós e o inimigo, a expedição à Rehe era uma operação absolutamente insensata.

A exigência principal da guerra de guerrilhas é conservar ao máximo as próprias forças e debilitar e dizimar de todos os ângulos o inimigo. Para satisfazê-la, há que fazer o inimigo impotente, valendo-se das montanhas e selvas onde o exército regular não pode atuar livremente, e assediá-lo sem cessar com hábeis e flexíveis táticas.

Porém, a zona de Changchun e a planície de Fengtian, onde avançariam os destacamentos das Forças Aliadas Antijaponesas, são extensas campinas. Por isso, o fato de que estas unidades habituadas a realizar assaltos por surpresa e emboscadas apoiadas nas montanhas fizeram frente no plano às unidades de "elite" do exército agressor do imperialismo japonês, era uma ação muito distante dos requerimentos principais da tática guerrilheira.

As perdas de algumas unidades das Forças Aliadas Antijaponesas durante a marcha à Rehe fizeram evidente que esse plano de operação foi resultado do aventureirismo militar, contraposto à exigência principal da guerra de guerrilhas.

No verão do ano passado, algumas unidades das Forças Aliadas Antijaponesas que avançaram pela planície de Fengtian sofreram muitas perdas sem nem sequer combater dignamente, perseguidas pelo exército Guandong provido com potentes canhões e meios de transporte e se viram obrigadas a retirar-se à zona montanhosa, com uns poucos sobreviventes que lograram congregar.

Outro fator que demonstrou o absurdo do plano de expedição à Rehe foi também a eleição de uma zona onde não se podia receber o apoio e estímulo ativos das massas.

O ativo apoio e estímulo das massas revolucionárias constitui um fator importante que nos permite lograr a vitória no combate contra os invasores imperialistas japoneses. Como durante vários anos fomos preparando o terreno de massas para a luta armada, nas vastas regiões da Manchúria do Leste e do Sul pudemos empreender com vigor a Luta Armada Antijaponesa com o apoio e ajuda materiais e espirituais de amplas massas antijaponesas e desferir contundentes golpes políticos e militares aos agressores imperialistas japoneses. Todavia, algumas unidades das Forças Aliadas Antijaponesas avançaram a essas zonas desconhecidas e desprovidas do terreno de massas segundo o plano de expedição à Rehe, motivo pelo qual ficaram sem ajuda e estímulo das massas organizadas e se viram obrigadas a atuar em um estado de isolamento. O absurdo da expedição estava claro. Por isso nos opusemos a ela desde o princípio.

Durante o verão, o grosso do Exército Revolucionário Popular da Coreia, resguardado nas colinas nas zonas de Liuhe e Tonghua, realizou ativas operações móveis para desviar e assaltar os adversários concentrados nas regiões planas, e aplicou demolidores golpes. Em particular, intensificamos nessa região as operações de ataque à retaguarda inimiga para deter e frustrar a guerra de agressão do imperialismo japonês contra o continente. Esta passou a ser uma luta para salvar do perigo as unidades das Forças Aliadas Antijaponesas, que enfrentavam dificuldades na expedição à Rehe.

Por outra parte, no inverno do ano passado organizamos um curso intensivo militar e político para preparar firmemente os soldados do Exército Revolucionário Popular da Coreia, sobretudo, os inexperientes alistados na zona de Changbai.

Como se vê, o ERPC não só seguiu conservando suas forças e acertando fortes golpes militares e políticos ao inimigo, como também as ampliou e fortaleceu ainda mais.

Entretanto, devido a que o inimigo desatou uma "ofensiva" contra as unidades que participaram na expedição à Rehe e intensificou a repressão total contra as organizações e as massas revolucionárias, surgiu um sério obstáculo no caminho de nossa revolução.

Como vocês sabem, graças a que depois da Conferência de Nanhutou, as unidades do ERPC avançaram às zonas próximas ao rio Amnok, e criaram a base do monte Paektu e intensificaram as atividades militares e políticas, o movimento antijaponês de libertação nacional recebeu um novo impulso. As atividades militares e políticas do ERPC no interior do país e nas zonas fronteiriças, sobretudo o combate de Pochonbo, trouxeram ao nosso povo a aurora da restauração da Pátria e elevaram de maneira extraordinária seu espírito antijaponês.

Como resultado, em extensas zonas do interior do país e do sudoeste do monte Paektu se constituiram as organizações filiais da Associação para a Restauração da Pátria, e se agruparam a seu arredor as amplas massas antijaponesas de diversos setores, e a luta antijaponesa de libertação nacional do povo coreano entrou em uma nova fase superior.

O imperialismo japonês, que devia manter a "segurança de sua retaguarda" para a guerra contra a China, se alarmou ante ao auge da luta antijaponesa do povo coreano e desatou uma operação de "castigo" total contra as organizações e as massas revolucionárias na Coreia e nas zonas do sudoeste do monte Paektu. Ao intensificar a repressão contra o povo, desatou especialmente uma grande onda de detenções para desarticular as organizações revolucionárias clandestinas. Como consequência, nesta zona um bom número de comunistas e membros da Associação ,para a Restauração da Pátria foram detidos ou encarcerados e as organizações revolucionárias desmembradas.

Assim, a expedição à Rehe, imposta pelos subjetivistas, trouxe graves consequências tanto para a luta armada antijaponesa do povo chinês como para a luta antijaponesa de libertação nacional de nosso povo e estimulou os agressores imperialistas japoneses a atuar mais freneticamente.

A criação de uma conjuntura difícil para a revolução está relacionada também com o fato de que o imperialismo japonês intensifica como nunca o "castigo" contra o ERPC, aproveitando a oportunidade em que algumas unidades das Forças Aliadas Antijaponesas foram gravemente danificadas na expedição à Rehe.

Recentemente, o imperialismo japonês, alegando que se não logra deter as ações do ERPC não poderá concluir com presteza a guerra contra a China, mobilizou a maioria das divisões do exército Guandong, as unidades do exército títere manchu, pertencentes ao comando das guarnições de Fengtian e Andong, e incluso os policiais armados locais, e os situou nos pontos de importância militar estratégica da região oriental da parte nordeste da China.

Os invasores imperialistas japoneses, considerando o Comando Geral do ERPC como alvo principal desta operação "punitiva", estão fazendo de dois a três cercos em Nanpaizi com grande número de efetivos e cada dia lançam de aviões panfletos que difamam o ERPC.

Nos últimos dias foi alterada sua tática de "castigo" contra o ERPC. Se descobrem membros do ERPC, aplicam a tática do "castigo intensivo", e acusam-os tão persistentemente como carrapatos tratando de rendê-los por fome e cansaço.

Enquanto as forças armadas recorrem ao "combate de aniquilamento em grande escala", para minar desde dentro o nosso Exército Revolucionário Popular, organizam com renegados da revolução os grupos de agentes e esbirros e os enviam a todas as partes, entre eles o "grupo de trabalho para promover a abjuração" e o "grupo de persuasão". Como consequência, pelas aldeias e montes andam os lacaios disfarçados de comerciantes e caçadores e espiões mascarados de diversas formas.

Camaradas:

A atual atual situação nos impõe a difícil porém honrosa tarefa de sanar o quanto antes as consequências da expedição à Rehe e seguir levando adiante a revolução coreana mediante a desarticulação da grande ofensiva de "castigo" do imperialismo japonês.

Se nós, os comunistas, não a cumprimos, a revolução coreana deixará de avançar e se produzirão consequências irreparáveis. Como somos comunistas encarregados da revolução coreana, não devemos render-nos ante às dificuldades, mas combater com maior afinco para cumprir fielmente o dever revolucionário que nos corresponde.

Com vista a lograr um avanço constante da revolução coreana, é preciso, antes de tudo, que nós, os comunistas, mantenhamos com firmeza a posição independente.

Como assinalei claramente em "Tarefas dos comunistas coreanos", somente mantendo com firmeza esta posição podemos confiar em nossas forças, nas forças do povo, traçar a linha e orientações revolucionárias de acordo com a realidade de nosso país, e lutar até o fim por nossa revolução em qualquer situação adversa. Somente quando façamos a revolução partindo deste critério e posição, poderemos levar a feliz término a revolução em nosso país e, mais adiante, contribuir de maneira ativa à revolução mundial.

Por isso, desde os primeiros dias em que empreendemos a luta revolucionária até a data mantemos com firmeza a posição independente de que nós, comunistas coreanos, nos responsabilizamos pela revolução coreana.

Na Conferência de Yaoyinggou e em outras reuniões, revelamos e frustramos as manobras dos oportunistas de toda índole e dos ultra-esquerdistas, que impediam tanto velada como abertamente a luta dos comunistas coreanos pela libertação e a independência da nação coreana, e mantivemos a posição de sermos protagonistas da revolução coreana. Mais tarde, na Conferência de Nanhutou apresentamos uma nova orientação estratégica e tática, partindo da posição de que nós mesmos fazemos a revolução coreana sob nossa responsabilidade e com nossas próprias forças.

Quando o Japão desatou a guerra contra a China a consideramos como um fator que contribuiria à antecipação da derrota do imperialismo japonês e ao logro da independência da Coreia, motivo pelo qual empreendemos com audácia as operações perturbadoras da retaguarda inimiga e organizamos instruções militares e políticas intensivas para elevar à uma fase superior a consciência dos guerrilheiros, como artífices da revolução.

No futuro também, todos os membros de comando do ERPC deverão manter com firmeza a posição independente, como protagonistas da revolução coreana e cumprir seu dever.

Para isso, devemos conhecer profundamente o lineamento e a orientação sobre a revolução coreana. Somente quanto todos comandantes se armem solidamente com eles, podem organizar e levar a cabo com iniciativa as atividades militares e políticas segundo exija a situação criada. Nos compete levar a cabo mais substancialmente a educação encaminhada à elevar a posição e a dignidade nacional dos guerrilheiros como protagonistas da revolução coreana, assim como orientá-los a sobrepor-se a todas as dificuldades e manter até o fim a bandeira da revolução.

A fim de manter constantemente em auge a revolução coreana, é importante, ademais, analisar corretamente a situação.

A análise de apreciação corretas da situação adquirem suma importância para traçar o lineamento e a orientação correspondentes e formar bem as forças revolucionárias, para desferir contundentes golpes ao inimigo e conduzir a revolução à vitória. Por isso há que analisar e apreciar sempre de maneira correta as manobras e artimanhas do inimigo, o grau de determinação do povo e o estado de sua luta revolucionária, assim como a correlação de forças entre nós e o inimigo.

Se até agora pudemos alcançar vitórias, isso foi graças a que julgamos de maneira exata a situação revolucionária criada em cada momento e empreendemos a luta conforme ela.

Como lutávamos de acordo com a orientação de ação traçada sobre a base de uma análise correta da situação, pudemos tomar sempre a iniciativa no combate contra o inimigo e transitar pela rota da vitória.

O processo da expedição que algumas unidades das Forças Aliadas Antijaponesas realizaram à Rehe, demonstrou claramente quão graves consequências podem surgir de uma incorreta avaliação da situação. Portanto, devemos tirar dela sérias lições e avaliar com acerto a situação também no futuro.

Com vista a sobrepor-se às dificuldades surgidas e manter a revolução coreana em constante ascenso, é necessário, ademais, que as unidades do ERPC avanvem prontamente às zonas fronteiriças, tomando o monte Paektu como centro.

Somente quando elas empreendam intensas atividades militares e políticas nessas zonas, nas ribeiras dos rios Amnok e Tuman, poderão acertar demolidores golpes à dominação colonialista do imperialismo japonês, infundir confiança na vitória da revolução em nosso povo e mobilizá-lo com êxito na luta antijaponesa de libertação nacional. O imperialismo japonês, aproveitando-se de que abandonamos temporariamente a base do monte Paektu e realizamos as operações móveis, propaga falsamente que "aniquilou" o ERPC para enganar o povo. Nestas condições, se as unidades do ERPC se deslocam a essas zonas e mostram seu poderio à população, também dará a esta um forte estímulo e um enorme golpe aos agressores imperialistas japoneses.

Devemos avançar também o quanto antes às zonas fronteiriças para restabelecer e reordenar as organizações revolucionárias destruídas. Atualmente, o labor de rearticulá-las, sobretudo, as da Associação para a Restauração da Pátria, no interior do país e nas zonas fronteiriças, não marcha como é devido pelas desesperadas maquinações do imperialismo japonês. Muitos revolucionários esperam com ânsia a chegada do ERPC após haver perdido o contato com sua organização. Por isso, temos que avançar o quanto antes às zonas próximas aos rios Amnok e Tuman, para reconstruir as organizações revolucionárias destruídas.

Desde logo, não é fácil marchar de novo à zona do monte Paektu. No presente, os invasores imperialistas japoneses estão concentrado enormes forças "punitivas" na região de Jiandao Oeste e fazem tudo o que está a seu alcance para deter as ações do ERPC.

Contudo, com o objetivo de desenvolver sempre com vigor a revolução coreana, devemos marchar às bacias dos rios Amnok e Tuman, superando com valentia qualquer perigo e dificuldade que surjam.

Com vista a frustrar a desesperada ofensiva "punitiva em grande escala" do imperialismo japonês e assegurar um constante avanço da revolução coreana, é necessário que as unidades do ERPC organizem e empreendam mais vigorosamente as atividades militares e políticas nas extensas regiões.

Antes de tudo, mediante a materialização cabal dos requerimentos principais da guerra de guerrilhas nas ações militares, devemos lograr com segurança a superioridade tática sobre o inimigo. Este é um fator importante que nos permite tomar a iniciativa nas ações de combate e vencer nelas.

Frente à tática de "castigo" do inimigo, devemos organizar combates com a tática de concentração, dispersão e hábil deslocamento. Recentemente, o inimigo descolou um grande número de efetivos em importantes pontos e manobra obstinadamente para perseguir, "assediar e aniquilar" o ERPC tão pronto o descubra. Se o inimigo nos ataca com grandes unidades, devemos passar com habilidade à dispersão e, enganando-o e desviando-o, sair com rapidez do lugar para logo assaltar decididamente sua retaguarda. E quanto o faça com pequenas unidades, devemos assediá-las e as aniquilar sem titubear com unidades mais nutridas antes que recebam reforços depois de afastarmos dali rapidamente. Porém, dado que efetuamos as ações de combate em amplas zonas e frente a numerosos efetivos sempre devemos ser capazes de improvisar hábeis e flexíveis métodos de combate.

E temos que vigiar cada movimento do inimigo para quando este se dirija ao monte adentro na busca por nós, transladar-nos de imediato e dissimuladamente às montanhas baixas e voltar a entrar com agilidade na zona montanhosa quando reapareça, com o qual conseguiremos confundi-los e colocá-los em um atoleiro.

Deste modo, devemos frustrar por completo em todas as partes as operações "punitivas invernais" dos adversários, golpeando com engenhosas táticas guerrilheiras tanto os que atacam como os que retrocedem estáticos.

As unidades do ERPC terão que organizar e levar a cabo o trabalho político entre as massas, junto com as atividades militares.

A atual situação nos impõe fazê-la com maior dinamismo que antes. Os agressores imperialistas japoneses, valendo-se de todos os meios e métodos, levam a cabo campanhas difamatórias contra o ERPC entre a população, para romper seus vínculos. Junto com isso, na medida que se prolonga a guerra de agressão contra o continente, promulgaram a "lei de mobilização geral do Estado", a "lei especial para o recrutamento de voluntários para o exército terrestre" e outras leis infames de toda laia, e se esforçam aleivosamente para mobilizar todos os recursos materiais e humanos de nosso país para a guerra de agressão. Por outra parte, aparatosamente propagam os enganosos lemas de que Japão e Coreia são "do mesmo tronco e raiz", em uma tentativa de suprimir a consciência antijaponesa do povo coreano e convertê-lo em seu escravo eterno.

Como resultado, hoje muitas pessoas se mostram muito inquietas e incluso perdem a esperança no futuro.

As unidades do ERPC, mediante um enérgico trabalho político entre a população, devem revelar a falsidade da propaganda reacionária do imperialismo japonês, elevar seu ânimo e mobilizar ativamente as amplas massas na luta antijaponesa.

Temos que selecionar como agentes políticos muitos camaradas forjados no fragor da luta e preparados no político, e enviá-los tanto ao interior do país como às extensas zonas da Manchúria.

Os comandantes e soldados do ERPC, bem conscientes de que são, sem exceção, combatentes que tomaram na mão o fuzil, e por sua vez, trabalhadores políticos, devem realizar com vigor esse trabalho entre as massas, aproveitando todas as ocasiões e possibilidades.

Antes de tudo, deverão transmitir cabalmente a amplos setores do povo o lineamento e a orientação da revolução coreana assinalados no "Programa de Dez Pontos da Associação para a Restauração da Pátria" e em "Tarefas dos comunistas coreanos" e mostrar-lhes com clareza o poderio do ERPC e seus brilhantes êxitos combativos, assim como a inevitabilidade da derrota do imperialismo japonês, para que se sintam confiantes na vitória da revolução. Ademais, terão que restabelecer e reordenar prontamente as organizações revolucionárias desmembradas e criar em amplas regiões outras de diversas formas, conforme as peculiaridades locais e o nível de preparação de seus habitantes.

A fim de organizar e empreender com dinamismo as atividades militares e políticas segundo a nova orientação estratégica e tática, é importante, ademais, reorganizar as forças do ERPC em correspondência com isso.

Nos propomos reorganizar as unidades do ERPC que atuam em distintos lugares e convertê-las em destacamentos de rota e regimentos independentes e enviá-los a zonas determinadas. Um destacamento de rota marchará às zonas montanhosas da Manchúria do Sul, como Tonghua, Guandian, Jian, e outro a Emu, Ningan e outros lugares da Manchúria do Norte e às áreas fronteiriças setentrionais de nosso país, adjacentes ao rio Tuman. E o terceiro avançará com decisão às zonas fronteiriças próximas ao rio Amnok e ao interior do país. Também os regimentos independentes ocuparão certas zonas, onde organizarão e efetuarão as atividades militares e políticas.

Para cumprir com êxito as difíceis tarefas revolucionárias que a situação nos impõe é preciso que todos os comandantes e os soldados ponham o indomável espírito revolucionário plenamente em ação.

Daqui pra frente devemos realizar um longa marcha às zonas fronteiriças em meio a duros combates contra os agressores imperialistas japoneses, enquanto ativamos trabalho organizativo e político entre a população. Neste trajeto podemos enfrentar toda classe de dificuldades e contratempos indescitíveis. Temos que estar dispostos a sofrer muitas provas, pois nos caberá combater em todas partes para atravessar a forte posição inimiga e realizar o labor político entre a população. Neste inverno nevou mais do que nunca e faz muito frio. Também carecemos de víveres, roupas e artigos de primeira necessidade para a vida. Ademais, podem apresentar-se muitas dificuldades e obstáculos imprevistos.

No futuro, ao igual que no passado, todos os comandantes serão serão exemplos para os soldados, a quem devem ensinar como vencer com sua força toda classe de dificuldades e provas e superar múltiplos contratempos. E deverão dotar firmemente todos os guerrilheiros com um espírito revolucionário inflexível para que não desanimem nem vacilem ante a nenhuma dificuldade.

Junto com isso, devemos assegurar estritamente a unidade e coesão das filas, sobre a base da camaradagem revolucionária.

Todos nossos comandantes e soldados são camaradas revolucionários de armas, que vieram compartilhando a vida e o risco da morte, as alegrias e as dificuldades, em meio da voragem da luta revolucionária. No passado, compartilhamos no duro caminho da revolução e juntos superamos as dificuldades e provas. Graças a isso, nosso Exército Revolucionário Popular sempre saiu vencedor na longa luta revolucionária. Daqui pra frente também, afiançaremos a unidade e coesão das filas, a partir da camaradagem revolucionária, para materializar brilhantemente a nova orientação estratégica e tática. Todos os comandantes devem apreciar e cuidar dos soldados como seus irmãos carnais e atender diária e cordialmente sua vida. Os soldados, por sua parte, os respeitarão e seguirão sinceramente e em qualquer momento adverso cumprirão até o fim suas ordens e indicações. Nos compete fazer com que nossas filas estejam sempre cheias de nobres traços revolucionários consistentes em compartilhar a vida e o risco da morte, as alegrias e dificuldades.

Devemos respeitar o povo e defender ativamente seus interesses. Proteger e defender a vida do povo e seus bens e estreitar os laços com ele constitui a garantia decisiva da vitória na revolução. Por isso, nosso Exército Revolucionário Popular sempre prestou atenção primordial a este assunto. É necessário também para impulsionar continuamente a revolução vencendo qualquer obstáculo.

Todos nossos comandantes e soldados, bem conscientes do objetivo e da missão do ERPC, devem abster-se de prejudicar a vida e os bens do povo mesmo em circunstâncias difíceis e compartilhar com eles a vida e o risco da morte, as alegrias e as dificuldades. Ainda quando recebem a ajuda do povo, devem pensar e atuar com a posição de defender seus interesses e atender suas necessidades com sinceridade.

Paralelamente a isso, sempre devem confiar no povo, atuar apoiando-se nele e mostrar-lhe com acerto a justeza de nossa causa.

Deste modo, lograrão que nosso Exército Revolucionário Popular e o povo se mancomunem como um todo na luta contra o imperialismo japonês.

No momento, temos que elaborar meticulosamente a tática para burlar o assédio do inimigo. Atualmente, os adversário tem feito um grande cerco com Nanpaizi como centro e mobilizam à sua retaguarda grandes unidades de reserva com a intenção de empreender uma batalha decisiva contra nós. Se, enganados pela tática inimiga, realizamos combates com eles neste bosque, sofreremos consequências irreparáveis. Portanto, devemos evitá-lo e atacar primeiro sua retaguarda. Deste modo, quando eles estiverem confusos, nos livraremos sigilosamente do assédio inimigo.

Camaradas:

A tarefa que nos compete hoje é muito difícil e importante. Porém, custe o que custar, devemos materializar até o fim a nova orientação estratégica e tática para superar as dificuldades e manter a revolução coreana em constante ascenso.

Hoje contamos com fiéis forças revolucionárias capazes de superar a difícil situação. Se trata de tropas invencíveis integradas por jovens forjados, bem compenetrados com o lineamento e a orientação da revolução coreana e que sabem aplicar nossos métodos de combate guerrilheiro, e fiéis sem limites à revolução, cumprem as ordens e instruções do Comando Geral contra vento e mará, até o fim. Além disso, temos um povo patriótico que ajuda e estimular ativamente no material e espiritual nosso Exército Revolucionário Popular, arriscando sem vacilação até sua vida. Todas estas forças constituem uma firme garantia de que as dificuldades serão superadas e nossa revolução seguirá sua marcha com ímpeto.

Todos os comandantes, confiando firmemente em suas próprias forças, lutarão tenazmente com um inabalável espírito revolucionário, sem render-se ante a nenhuma dificuldade e prova.

Empreendamos com decisão a Luta Armada Antijaponesa para manter o auge da revolução coreana!

Nenhum comentário:

Postar um comentário