sexta-feira, 21 de abril de 2017

Guerra da Coreia - O que de fato aconteceu




A Guerra da Coreia é a história de uma das guerras mais sangrentas já vista, é uma história que demonstra claramente o que é o imperialismo dos Estados Unidos e toda a dor que ele pode causar.
A Guerra da Coreia é popularmente conhecida como "A Guerra esquecida" pelo fato de pouco se comentar sobre ela e suas marcas serem sempre deixadas em segundo plano.

A forma de abordar a Guerra da Coreia em boa parte do mundo é seguindo a cartilha estadunidense: Corte o início e fale do "oponente". Dessa forma muitas pessoas se convencem de que a República Popular Democrática da Coreia fundada em 1948, por Kim Il Sung, "invadiu" a República da Coreia, fundada em 1948, pelo ditador Syngman Rhee, um coreano que esteve ao lado do imperialismo desde a época da ocupação japonesa, com o dedo dos EUA. Sabendo disso, é imprescindível que contemos a história sem cortes para que tudo que nela aconteceu seja passado ao povo, sem intenções ideológicas para encobrir a verdade.

Para falar sobre ela é preciso estar ciente do que foi a Segunda Guerra Mundial e a Ocupação do Japão na Coreia (1910-1945). Estes 2 eventos possuem grande influencia no que viria a acontecer posteriormente, então para explicar vamos falar um pouco sobre o "pré-guerra"

Após muito tempo de lutas travadas entre guerrilheiros e o exército e guardas japoneses dentro da Coreia, o Japão estava perdendo suas forças nos anos 40, sobretudo com seu envolvimento com a Segunda Guerra Mundial. As guerrilhas do Exército Revolucionário Popular da Coreia estavam cada vez mais fortes e preparados para enfrentar os imperialistas que nos anos 30 tentaram os aniquilar impiedosamente mas a luta prosseguiu. Em 1945, os movimentos coreanos estavam muitos próximos de conquistar a vitória na Guerra enquanto o Japão no contexto da Segunda Guerra Mundial já estava sozinho após a Alemanha nazista ter se rendido em 8 de maio daquele ano. No dia 8 de agosto, o Exército Revolucionário Popular da Coreia, liderado por Kim Il Sung iniciou a maior ofensiva em todo o país que causara grandes baixas aos japoneses, e com o Japão demorando a se render oficialmente aos aliados na Segunda Guerra, no dia seguinte, em 9 de agosto, aproveitando-se das ofensivas coreanas contra os japoneses, a União Soviética enviou sua tropas após declarar guerra direta ao Japão e se focou em atacar as tropas nas proximidades da Manchuria, e sem alternativas, o Japão teria de reconhecer sua derrota oficialmente em 15 de agosto, conhecido como "Dia da Libertação Nacional" na Coreia.

Vocês devem estar se perguntando também sobre os ataques à Hiroshima e Nagasaki, não é mesmo?
Pois bem, eles aconteceram entre 6 e 9 de agosto de 1945, quando o Japão começava a negociar sua derrota e deixaram-os sem nenhuma opção se não reconhecer a derrota na Coreia, já que não havia nenhuma possibilidade de mante-la como colônia mas ao mesmo tempo, o ataque deste nível, foi totalmente desnecessário e poderia ter poupado a vida de muitas pessoas. Mas deixou um marco na história que você não verá desta forma na tradicional forma de se falar sobre isso: Foi um Império
destruindo outro Império. Eram e são 2 países de caráter semelhante que cometeram diversos crimes contra a humanidade e brutalmente invadiram outras nações ao longo da história, e que naquela ocasião, um saiu derrotado. Vale lembrar também que a invasão japonesa à Coreia se deu também com apoio dos EUA, com o Pacto\Tratado Secreto Taft-Katsura, isso deixa mais do que claro que são 2 países imperialistas e de um ponto de vista histórico, inimigos do povo coreano.



Pois bem, após a vitória da Coreia que se tornou liberta dos japoneses com auxilio dos soviéticos nos últimos dias de batalha, todas as tropas soviéticas que lá estiveram retornaram à URSS no dia 25 de agosto após pedido de Kim Il Sung, líder do Exército Revolucionário Popular da Coreia. Esta parte é totalmente ignorada nos livros de história mundo a fora e no discurso de pseudo-intelectuais e até mesmo estudiosos que possuem base no conteúdo estadunidense.

Imagem: Imagem de soldados soviéticos se retirando da Coreia


Vale ressaltar que durante a saída das tropas japonesas da Coreia supervisionada pelos soviéticos, os estadunidenses com o pretexto de supervisionar o Japão, derrotado na Guerra, também esteve bem próximo observando cada passo dos soviéticos na região. A URSS mandou um recado de que após sua retirada da região, as tropas estadunidenses também deveriam sair, contudo poucas foram as tropas que dali saíram pois observando a formação de mais um país comunista na região, entre China e União Soviética planejaram invadir a região e tomá-la por completo, tendo o sul como sua base inicial pela maior concentração do Exército Revolucionário Popular ao norte da península.

Enquanto os EUA planejavam seu plano sinistro de invasão à Coreia, na península se formava o Comitê Provisório Nacional que estabeleceria qual o rumo iria tomar o país. Este ponto é fundamental para se entender o que de fato aconteceu. A Coreia era de maioria de comunistas, que apoiavam Kim Il Sung e também haviam outros patriotas de centro de direita que o defendia por toda sua luta contra os japoneses, e haviam outros líderes que estiveram junto a Kim Il Sung nesta sangrenta luta por liberdade. Havia algum tipo de oposição ferrenha? Muito pouca. Havia um pequeno grupo de anarquistas que não gostaria de um novo governo que consideravam que daria sequência a uma opressão de outras formas e que o melhor seria uma nova Coreia sem Estado. Alguns deles saíram livremente do país e outros aceitaram a escolha da maioria. Os da direita mais radical praticamente não existiam. Esses poucos coreanos deste estilo já estavam no Japão ou nos EUA, e estiveram ao lado dos opressores e são considerados inimigos jurados do povo coreano. Eles eram minoria e não possuíam  identificação com o povo e já eram praticamente "naturais" das nações imperialistas.

Imagem: Grupo de anarquistas coreanos



Imagem: Mulheres coreanas socialistas mostrando apoio a Kim Il Sung





Imagem: Manifestação em apoio ao Governo Provisório da Coreia em 1945




Imagem: Manifestação de apoio do povo em Pyongyang após a proclamação da República Popular Democrática da Coreia.

"Viva o Governo Central da República Popular Democrática da Coreia!" diz o cartaz da frente.


A formação do Comitê Popular Provisório da Coreia do Norte fez os EUA acelerar seu plano de invasão, e assim 2 dias depois, enviou suas primeiras tropas ao sul da Coreia e foram ao longo do tempo aumentando seu número até chegar ao limite do paralelo 38, ao mesmo tempo que dissolviam comitês populares e enfrentavam retaliações do povo e do exército que estava ao lado sul da península.

Aquele povo que antes podia expressar seus pensamentos agora era refém dos EUA que não pensava 2 vezes antes de reprimir quem a ele ficasse contra.

Segundo relata o estadunidense Bruce Cumings "A informação interna estadunidense acerca de prisioneiros políticos sob a ocupação deles dava 21.458 pessoas na prisão de 1945 a 1947, e 17.000 em agosto de 1945; 2 anos depois, 30.000 comunistas estavam cárceres de Rhee e os processos dos suspeitos a "simpatizantes do norte" constituíam mais de 80% de todos casos judiciais. Uma série de "Campos de tutela" alojavam estes prisioneiros adicionais (...)"





Outro ponto que relata este período revoltante onde a voz do povo foi duramente reprimida foi o primeiro comunicado do General Douglas MacArthur, comandante das tropas americanas na Coreia que não deixou dúvida de seu caráter imperialista:

"Como comandante-em-chefe das Forças Armadas dos Estados Unidos no Pacífico, exerço através das mesmas o controle militar sobre a Coreia com base em Seul, desde o paralelo 38, e sobre a sua população (...)"

E, seu informe nos 3 primeiros meses de ocupação do sul da Coreia, o General Hodge afirma "Existe um crescente ressentimento em relação a todos os estadunidenses na área (...) a cada dia que se passa em meio a essa situação torna a nossa posição na Coreia mais insustentável (...) a palavra pró-estadunidense aqui é associada a pró-japonês, traidor nacional e colaboracionista"

Após  negarem ao povo do sul seu direito à autodeterminação. os militares estadunidenses buscando ganhar alguma popularidade foram buscar Syngman Rhee, que vivia no Havaí a 37 anos e estava ligado diretamente aos japoneses durante a ocupação do país. e o impuseram em 1946 como presidente fictício do "Conselho Democrático Representativo",  que tinha como principal sustentáculos os poucos colaboracionistas, traidores da pátria,  pró japoneses.

Pouco depois uma série de passeatas tomaram Seul e muitos foram mortos, presos e torturados. Pouco depois uma rebelião massiva ocorreu com formação de guerrilhas em 4 províncias mas até 1949, a maioria foi massacrada cruelmente pelos EUA e seu fortíssimo poderio bélico.

Mas e Kim Il Sung, como via isso? Ele propôs reuniões e negociações para a reunificação da Coreia junto a outros políticos importantes, mas nunca obteve êxito pois os EUA não aceitava o direito de soberania do país. Vale ressaltar que por conta de toda a situação, o Comitê Provisório se manteve no norte com Kim Il Sung o liderando, enquanto no sul, Syngman Rhee era o "presidente provisório".


Em 1948 foi realizada a conferência política de partidos políticos e organizações sociais do norte e do sul de centro, esquerda e direita, exceto 2 organizações dirigidas respectivamente por Syngman Rhee e Kim Song Su. Neste reunião ficou claro que o destino era seguir o caminho para o socialismo por via democrática, mas os EUA infelizmente não gostam do conceito da democracia que diz "governo que o povo exerce a soberania" e em resposta a esse conselho, forjou uma eleição em 10 de maio de 1948 para "legitimar" Sygman Rhee como "presidente". Em 15 de agosto daquele ano foi fundada então a "Primeira República da Coreia do Sul. Naquela eleição forjada,  segundo o estadunidense Bruce Cumings : " praticamente todos os partidos políticos de expressão de centro e direita se negaram a participar nas eleições, incluindo a Kim Kyu Sik, um centrista coreano, e a Kim Ku (ou Kim Gu), situado à direita."


Kim Il Sung discursando na Conferência de Pyongyang



Vale ressaltar que os 2 citados participaram da Conferência de Pyongyang. Kim Gu foi assassinado em 1949 por enviados das forças estadunidenses e Kim Kyu Sik após muito tempo de perseguição foi obrigado a servir como embaixador dos EUA sob supervisão de militares estadunidenses e morreu pouco antes da guerra.

Imagem: Kim Il Sung e Kim Gu




No norte, em 1945 já havia sido fundado o Partido Comunista da Coreia e em 1946 uniu-se ao Partido Democrático para formar o Partido do Trabalho da Coreia e em 8 de fevereiro já havia sido formado o Comitê Central Provisório do Norte da Coreia que viria a contar com apoio do Partido Chondoísta Chongu fundado em 5 de fevereiro de 1946 e com o Partido Social Democrata da Coreia fundado em novembro de 1945. O lema do comitê era de levar adiante uma revolução democrática, anti-imperialista e anti-feudal - e elegeram Kim Il Sung como presidente.

Enquanto tentavam reunificar o país com base em conversação, promoviam leis importantes para o avanço do país como a Lei de Reforma Agrária em 5 de março sob o lema " A terra pertence aos camponeses que trabalham" que fez com que os poucos colaboracionistas que ali ainda estavam perdessem todas suas terras. Em 24 de julho também foi proclamada a  "Lei do trabalho para os empregados do norte da Coreia", estabelecendo o trabalho de 8 horas e proibição de trabalho para crianças, e ainda no dia 30 de julho foi oficializada a "Lei de igualdade de direitos de homens e mulheres do norte da Coreia" que deu as mulheres direitos que antes não tinham, incluindo direito ao trabalho assalariado.

Em 3 de novembro no norte da Coreia foram realizadas as primeiras eleições democráticas da Coreia, em seus 5000 anos de existência. Nas eleições do Comitê Nacional Popular o Partido Social Democrata obteve 351 representantes, o Chondoista Chongu 253 e o PTC (ou PTCN) 1102 e ainda tiveram 1753 representantes apartidários, alguns desses apartidário futuramente se juntariam ao PTC.

Em 1947 instalou-se o Comitê Popular do Norte da Coreia e em fevereiro de 1948 foi constituído o Exército Popular da Coreia, sucessor do Exército Popular Revolucionário da Coreia.

Graças a todas as transformações econômicas, social e políticas a produção industrial aumentou 3,4 vezes entre 1946 e 1949, e a produção para o consumo aumentou 2,9 vezes. No ano de 1949, a indústria era responsável por 91% da produção e cooperativas e o Estado controlavam 57% do comércio. A relação comercial com China e URSS era muito boa e isso os favorecia. Na agricultura, surgiram as primeiras cooperativas agrícolas formadas por granjas e estação de máquinas e tratores.

"Cerca de 72% das crianças frequentavam a escola primária, comparada aos 44% em 1944; cerca de 40 mil escolas para adultos em todo o país davam alfabetização aos operário e camponeses" segundo Cumings. "A produção de lingotes de ferro subiram de 6000 toneladas em 1947 para 166000 em 1949, a produção de barras de aço subiu de 46.000 para 97.000, muito superior  à produção japonesa (...) a produção industrial em geral subiu 40% em 1949  e o resultado deste esforço extraordinário foi que até os anos 1960 a Coreia do Norte cresceu muito mais rápido que a do sul"

Voltando ao sul...o próprio Presidente Truman teve de confessar a conivência dos EUA com os crimes cometidos por Rhee : "Syngman Rhee rodeou-se de alguns reacionários e, quando o fim do governo militar (eles dizem que deram "liberdade" embora tenham financiado e deixado tropas) lhe deixou as mãos livres para atuar impunemente contra seus inimigos políticos, adotou métodos policialescos para impedir a liberdade de expressão (...) Entretanto, não tínhamos outro remédio se são apoiá-lo"


Sul coreanos comunistas mortos em Taejon




Prisioneiros do regime de Syngman Rhee



Durante os anos de 1947 a 1949 o ditador Rhee juntamente aos EUA já planejava invadir o norte e tornar o país uma colônia oficial dos EUA. Vale ressaltar que as tropas sul coreanas foram formas à força, sem opção, pois muitos homens que não apoiavam o governo de Rhee foram obrigados a servir ao exército sem escolha enquanto o exército dos EUA muito bem preparado para guerra era a linha de frente de um exército sem forjado. Recrutaram também alguns filhos e parentes de traidores da Coreia e os usaram para servir com influenciadores dos coreanos que estavam ali por obrigação. Ao longo da história alguns tentaram fugir e outros se mataram e alguns tramaram pequenas rebeliões, mas no geral, todos que tentaram terminaram mortos.

Em 1949, a tensão era máxima: Em 4 de maio em Kaesong mataram cerca de 400 do sul, juntos, e 100 civis que se rebelaram contra o governo do sul. Entre 21 e maio e 7 de junho, os efetivos da 1ª divisão do exército "sul coreano" fizeram ataques ao Monte Kuksa, Unpha, Kanchi e Pidulgi, ocupando-os por algum tempo mas logo foram expulsos e seguiram tentando ataques específicos contra o governo do norte. Em julho de 1949 o General W.L. Roberts, chefe do "Grupo Acessor Militar da Coreia" afirmou aos comandantes sul coreanos Chae Pyong Dok e Kim Sok Won  que "a presente invasão ao norte servirá como bom terreno de experimentação de guerra iminente;  o combate ajudará a adquirir conhecimentos vivos através do contato direto com o inimigo.

Bruce Cumings afirma que a guerra só eclodiu em 1950 mas que antes dela ocorreu cerca de 9 meses de lutas de guerrilhas. Segundo ele ainda " A razão para a guerra eclodir em 1950 e não 1949 era que o sul queria uma guerra, mas o norte não a desejava"


Em setembro de 1949, Egon Ranshofen membro da CONUC informou que "a tentação de Rhee invadir o norte e  a pressão exercida sobre ele para fazê-lo pode, assim, tornar-se irresistível. As autoridades máximas militares estão exercendo uma pressão permanente sobre Rhee para que ele tome a iniciativa de cruzar o paralelo 38.

Em outubro de 1949, no porto de Inchon, Syngman Rhee fez um discurso em que dizia ser possível tomar Pyongyang em 3 dias e o ministro da defesa no dia 31 daquele mês  disse que " Se pudéssemos manejar por conta própria já teríamos começado, mas com os EUA temos força suficiente para avançar e tomar Pyongyang em poucos dias"

Até o início dos anos 1950, mesmo agredida a RPDC apenas se defendia e propunha a reunificação pacífica, até que a tensão de guerra chegou ao máximo e antes que o sul invadisse, em 25 de julho de
 1950 pela manhã enfim teve início a Guerra da Coreia com a invasão norte coreana para recuperar sua terra invadida covardemente pelos EUA que nunca aceitou acordo para reunificação do país.


Tropas norte coreanas avançando rumo à Seul



No primeiro dia de guerra os norte coreanos conseguiram grandes êxitos matando tropas sul coreanas e estadunidenses próximas ao paralelo 38. Naquele mesmo dia, os EUA na ONU ganharam apoio de alguns aliados do mundo capitalista para legitimar uma invasão ao norte. Agora era Coreia do Norte, que já era República Popular Democrática da Coreia desde 1948 contra a República da Coreia, EUA, ONU e algumas tropas aliadas e colaboradores. A URSS só colaborou com envio de armamentos e a China só entraria depois. O início mesmo com todas as dificuldades, pelo menor número de tropas o Exército Popular da Coreia conseguiu enormes conquistas usando todo o conhecimento adquirido em guerrilhas e humilhando as tropas estadunidenses ali presentes, chegando rapidamente a libertar 90% do país, entretanto, em 9 de julho, MacArthur solicitou o uso de bombas juntamente com o envio de mais tropas e também adotaram a a tática de "terra arrasada", contaminando rios, colocando fogo nos alimentos, etc, e apelando a todos os meios, conseguiram retomar o sul e ainda parte do norte, mas com a entrada de voluntários chineses, conjuntamente conseguiram expulsar os EUA até o paralelo 38. Onde ficaria a divisão da Coreia.

 Bombardeios estadunidenses




Nesta guerra os EUA chegaram a estudar a utilização de bombas atômicas, sobretudo com a ofensiva chinesa de 1951, quando MacArthur por divergências com Truman havia sido destituído e Ridgway havia entrado sob pressão enorme a resolver o "problema".

Depois de muita destruição e crimes bárbaros cometidos pelos EUA, em 1953, sem conseguir derrotar os comunistas chineses e coreanos, foram obrigados a assinar o armistício de Panmunjon, que não significava o fim desta guerra. Houve antes da data de assinatura, 27 de julho, uma tentativa de um comandante armado dos EUA de destruir o prédio onde ocorreria o armistício, de madrugada, mas foi impedido pelos soldados norte coreanos.

O general estadunidense Mark Clark amargurado após a assinatura disse "Eu ganhei a nada invejável distinção de  ser o primeiro comandante do Exército dos Estados Unidos a assinar um acordo de armistício sem vitória"

O armistício estabeleceu uma linha demarcatória de em torno de 250 km que atravessava de leste a oeste. seguindo próximo ao paralelo 38,  em torno da qual se estende a área desmilitarizada de 2 km em cada lado onde se é proibido a existência de armas automáticas ou de alto poder de fogo.

Segundo fontes ocidentais, os EUA e seus aliados em 3 anos tiveram cerca de 1.567.130 soldados mortos, feridos ou capturados, 12.300 aviões derrubados ou capturados, 570 navios de guerra afundados ou capturados, 3300 veículos e tanques blindados destruídos ou capturados, 13.350 carros, 7695 armamentos de diferentes tipos e 925.152 pequenas destruídas ou capturadas.

Com uma derrota mais que visível, o General Omar Bradley, Chefe do Estado Maior, disse: " Falando francamente, a Guerra da Coreia foi uma grande catástrofe militar, foi uma guerra errada, realizada no local errado, no momento errado e contra o inimigo errado".

A partir desta compreensão abrangente pode-se perceber que a Guerra da Coreia na verdade foi a Guerra na Coreia, entre Coreia e Estados Unidos, que em seu decorrer teve outros países entrando no meio e que se não fosse o imperialismo estadunidense, o povo de 1945 poderia ter vivido uma vida livre e a Coreia teria capacidade para se tornar ainda mais forte do que é atualmente.

Depois da guerra, a Coreia do Sul passou por inúmeras ditaduras e seguiu como um fantoche dos EUA e até hoje ainda é. Por outro lado a RPDC, mesmo após a guerra continuou sofrendo ameaças dos EUA mas se fortaleceu em todos os campos e mesmo nos períodos mais difíceis conseguiu manter o imperialistas longe graças a sua própria força.

Sem se guiar por ideologias, deve-se ter vergonha em dizer que a guerra da Coreia ocorreu porque "o norte invadiu o sul". Uma compreensão racional lhe mostra que o inimigo do povo coreano do sul e do norte sempre foi o governo e exército dos EUA, independentemente dos pensamentos e ideologias de cada cidadão. Vale ressaltar, por último, também que o armistício foi assinado entre RPDC e EUA e tão somente entre eles. Não foi um "confronto de guerra fria" foi um confronto durante a guerra fria que não teve participação direta da URSS.


A felicidade estadunidense de assinar um armistício sem vitória



Kim Il Sung assinando o armistício


2 comentários:

  1. Sinistro! Tenho visto em toda história de povoações humanas, que na guerra os dois lados têm lá sua razão, até para estarem errados... Até me sinto constrangida, quase chorando ao ler esta história, que certamente ainda marcará muitas gerações, isto se antes algum louco não deflagrar alguma arma de extermínio global.

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  2. Já pensaram numa 'coisa'? Que se somos evoluidos (descendentes?) de bactérias (metamorfas?), na verdade elas é que são inteligentes, e não nós?

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