segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Coreia estadunidense - As marcas do imperialismo



Já faz 72 anos desde que os Estados Unidos cometeu um crime contra o povo coreano ao invadir o sul da península, 69 anos desde que existem "2 Coreias" e  64 anos desde que o povo foi oficialmente separado ao término da Guerra na Coreia. Famílias foram separadas, histórias terminaram com um final triste e o sonho do povo coreano quando se tornou independente só teve sequência no norte, enquanto no sul, o povo teve que conviver com anos de ditaduras sanguinárias como a de Syngman Rhee e Park Chung Hee e viu-se por muito tempo como uma colônia estadunidense, e atualmente, não é muito diferente, embora muitas coisas tenham mudado.


Mas se tem algo que mudou foi o pensamento do povo coreano do sul e do norte e neste texto trataremos disso, explicando isso se deu e como é doloroso para o povo que venceu o imperialismo estadunidense no norte da península.

Primeiramente vamos mostrar uma comparação simples cidadãos do sul e do norte por meio de imagens. Porém, entendam que a intenção de comparação é mostra a diferença entre eles e não menosprezar.

Reparem nesta imagem. Observe não necessariamente o aspecto de plano de fundo, pois o local onde as norte coreanas estão no momento da foto não é local de comércio, mas observem como se vestem.
É possível pela imagem da direita observar um consumismo excessivo muito presente no sul após tanto tempo como uma colônia estadunidense. No norte você vê mais simplicidade. As pessoas consomem, possuem bolsas bonitas, roupas diferentes para usar no dia a dia, mas não vivem este estilo de vida onde o que se tem ou o quanto se tem é uma questão de status como se vê na Coreia do Sul.

O metrô da Coreia do Sul por exemplo é cheio de mendigos e a indiferença para com eles é enorme. As pessoas passam com seus celulares e fones de ouvido enquanto pessoas estão jogadas pelos cantos.
Já na RPDC, isso nunca existiu.

Metrô de Pyongyang


Metrô de Seul



Assim podemos ver mais uma aspecto importante que os Estados Unidos fez questão de tirar do povo do sul: o coletivismo. Hoje em dia a maior parte dos sul coreanos são extremamente individualistas e só se importam consigo mesmo. Muitos só se interessam por uma vida fútil de "prazeres" como manda a cartilha do "American way of life".

Outro aspecto interessante é a questão do racismo que é muito presente na Coreia do Sul, enquanto no norte esse conceito de discriminação racial é visto como algo abominável

Eis acima uma propaganda de cigarro racista. Além dela, podemos encontrar diversos relatos de negros principalmente, mas também pessoas de outras raças, incluindo brasileiro que já sofreram discriminação.

Outro ponto que não se pode esquece é a questão da pressão sobre as pessoas. Fala-se que o governo do norte faz pressão sobre o povo, enquanto a Coreia do Sul está sempre no topo do ranking de suicídios com motivos normalmente ligados a pressão exercida sobre eles pelo trabalho e também a depressão.


Outro problema grave que a invasão estadunidense trouxe com a sua modelação de uma nova sociedade americanizada após muito sangue jorrado, foram a diferença na escrita. Atualmente, o coreano falado no sul (hangul) é diferente do do norte (chosongul) por conta de tanta influência dos EUA na vida do povo sul coreano.

A imagem acima é de um desertor norte coreano (à esquerda) e uma sul coreana (à direita) pronunciando sorvete.


Há também um pensamento totalmente diferente com relação à política. Há muitos sul coreanos que seguem uma linha de pensamento parecido com dos EUA, sendo as mudanças na América do Norte influência no país asiático. Na Coreia do Sul há um confronto entre liberais e conservadores, enquanto poucos defendem, ao menos de forma ativa, a reunificação, embora muitos não vejam o norte como uma ameça tão grande como se fala. Fala-se, sobretudo entre os conservadores, soberbamente por lá que "reunificar vai custar caro porque o norte é atrasado" e por isso "não vale a pena", e a sugestão de alguns é deixar os EUA agir sozinho e mudar o governo de lá e manter um norte separado e pró-EUA, o que é algo quase impossível, diga-se de passagem, enquanto alguns defendem que deveria ser feito um acordo entre ambos para manter a paz e os dois lados viveram bem.



Alguns, em menor número, defendem a reunificação pacífica seguindo os critérios estabelecidos por Kim Il Sung de forma a Federação Koryo, com capitalismo e socialismo coexistindo e com ambos tendo suas representatividades no comando do país e com fronteiras abertas.

Alguns políticos e ativistas famosos ao longo da história já defenderam a causa que já foi bem vista no início dos anos 2000 principalmente com a declaração conjunta norte-sul sendo realizada. Porém, esse movimento é marcado por uma fiscalização muito grande do governo do sul que monitora qualquer ato que possa entrar na famosa "Lei de Segurança Nacional" por supostamente ser "pró-norte"



A Coreia do Sul é famosa por agir com repressão a quem apoia o norte o que suspeitam que apoia e com qualquer pessoa que fale publicamente de forma positiva do socialismo.

Um famoso ativista pró-reunificação (imagens acima) chamado Ro Su Hui certa vez visitou a RPDC, indo pela China e entrando na RPDC e ao atravessar a linha da zona desmilitarizada, acabou sendo preso de forma brutal.


Outro fato que também demonstra como o norte é a verdadeira Coreia, aquela de 1945, é que no norte se defende muito mais a reunificação enquanto no sul usa-se argumentos financeiros para justificar. A maioria dos sul coreanos não é mais patriota de verdade. São fantoches do governo estadunidense

O que aconteceu não foi somente um ato criminoso dos EUA ao invadir a Coreia em 1945 e iniciar uma guerra por seus interesses, onde matou diversos coreanos que lutavam por sua soberania, foi um crime ainda pior, pois após o acordo do armistício, seguiram matando todos aqueles que defendiam o governo do norte e que se opunham a eles, privando-os de exercer seus direitos como o de poder ser publicamente socialista, e derramando muito sangue, conseguiu fazer surgir gerações diferentes, com cabeças americanizadas, sem conhecimento sobre sua história, causando um dano muito grande à nação que historicamente foi sempre muito unida.

Não é dizer que o sul não tenham ainda suas tradições, mas hoje em dia a presença dos EUA é muito grande em todos os setores da sociedade, o que os faz uma semi-colônia dos EUA, país que é o primeiro destino de todo presidente sul coreano após eleito, pelo protocolo.

Existem ainda alguns poucos que defendem o norte de forma anônima e outros que neste momento estão presos e também socialistas, mas eles são poucos e agora considerados minoria. O passado do povo foi esfaqueado para um futuro de estilo estadunidense.

Aquele povo de 1945, que morreu lutando pelo legítimo governo do país, com certeza ficaria muito decepcionado com alguns sul coreanos de hoje em dia.

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