Em severa crise econômica causada pela dívida de mais de 304 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional, o povo sul-coreano, que havia recentemente quebrado com os grilhões dos 36 anos de governos conservadores ditatoriais, demonstrou um senso de unidade doando ouro ao governo para contribuir ao pagamento da dívida.
O ano era 1998, quando tomou posso o presidente Kim Dae Jung, líder do Partido do Congresso Nacional e ilustre ativista político que lutou contra os regimes ditatoriais sul-coreanos.
Em vista da situação difícil que o país enfrentava, Kim incentivou os cidadãos a doarem seus bens que possuíssem ouro para o pagamento da dívida que impunha bloqueios e travava o desenvolvimento econômico e social do país.
O Sistema de Radiodifusão da Coreia cumpriu um importante papel na propaganda do movimento por rádio e televisão, fazendo com que houvesse ampla adesão desde o início em 6 de janeiro de 1998.
Segundo os registros sul-coreanos, cerca de 3,51 milhões de pessoas participaram no movimento, sendo coletadas 227 toneladas de ouro, que somaram 2,13 bilhões. Embora não fosse a solução completa, esse valor contribuiu para diminuir a dívida e fazer a economia retomar seu desenvolvimento.
O movimento não foi um simples ato de patriotismo, mas uma expressão do senso de responsabilidade coletiva que está arraigado na nação coreana que ainda mantém traços do confucionismo.
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