sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Semana de solidariedade à causa coreana


Na quinta feira (21) foi realizado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro um evento sobre o atual momento de paz e diplomacia na Península Coreana, que atrai os olhares da sociedade internacional e recebe aplausos dos povos progressistas em todo o mundo.

Foi liderado pelo vereador Leonel Brizola Neto (PSOL), e contou com a presença dos coreanos Myong Chol (Conselheiro Político) e Kim Chol Hak (Embaixador) da embaixada da RPDC em Brasilia, e também por Rosanita Campos (PPL), Presidenta do Instituto de Amizade Brasil-RPDC e Lucas Rubio, presidente do Centro de Estudos da Política Songun - Brasil.

Na ocasião, o auditório da chamada "casa do povo" esteve cheio para ouvir as palavras dos palestrantes do dia, e eu estava presente na segunda fileira, bem próximo dos participantes.

Como forma de promover um entendimento acerca do momento atual partindo do ponto de vista oficial do governo norte coreano e seus apoiadores, foram explicados de forma sucinta questões básicas sobre o país e os acontecimentos dos últimos anos, com uma pequena pitada dos tempos do alvorecer da revolução coreana.

Temas como Ideia Juche, Política Songun, armas nucleares, desnuclearização x diplomacia intercoreana e diálogo com os EUA, foram abordados na ocasião com importantes explicações dos oradores. Rosanita Campos começou os trabalhos falando um pouco sobre a questão da reunificação, explicando como a questão foi tratada desde o início pelo grande Líder camarada Kim Il Sung, e destacando a necessidade das armas nucleares para a dissuasão. Além das palavras do vereador Leonel Brizola Neto sobre a questão coreana e um paralelo com o momento difícil que o Brasil se encontra, tivemos Lucas Rubio tocando em pontos bastante relevantes como a questão de que as armas nucleares não serão desmanteladas e que o socialismo ao estilo coreano permanece invariável sem qualquer desvio.

Em seguida tivemos o excelentíssimo  Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário Kim Chol Hak fazendo pontuações sobre a situação atual que se desenvolve na Península Coreana, e com seu tradutor, Myong Chol, complementando, explicando que para este presente momento é de grande importante para os norte coreanos seguirem as orientações do Máximo Dirigente Kim Jong Un, apresentadas em sua mensagem de ano novo. Também, ressaltou a justeza da causa de reunificação da Coreia que anteriormente já havia alcançado grandes frutos, mas por conta das forças reacionárias sul coreanas tudo voltou ao estágio de hostilidade, e que agora uma nova era de paz e prosperidade foi aberta, assentando as firmes bases de reunificação e provocando um grande entusiasmo entre todos os coreanos - no norte, no sul e residentes no exterior.

Na parte final tivemos perguntas interessantes e pertinentes sobre o tema abordado.

Na primeira delas, foi levantada a questão do entrave de ter armas nucleares e dialogar com a Coreia do Sul, partindo do ponto de que as autoridades sul coreanas ao longo do tempo vem defendendo que o norte abandonasse suas armas. Em respostas, os excelentíssimos camaradas coreanos explicaram que a situação atual em que a Coreia Socialista tornou-se uma potência militar poderosa e elevou seu status mundial, lhe permite dialogar com o sul e até mesmo com os EUA prometendo, com suas condições, não levar adiante o programa nuclear, todavia, sem renunciar ao que possui.

Na segunda questão foi levantada a questão da guerra comercial ferrenha entre EUA e China, e sobre a relação da RPDC com os BRICS, destacando também a possibilidade da China tomar o lugar dos EUA como potência econômica e política. Em resposta, sem alongar-se no confronto entre outros países, foi dito que a RPDC tem boa relação com cada um dos membros do BRICS mas não tem relação com o "BRICS" em si.

Na terceira pergunta pergunta tivemos levantada a questão do socialismo chinês como modelo para o socialismo mundial e na quarta, mais sobre como funcionaria a reunificação.

Foi dito, como é posição oficial do governo e Partido da RPDC, que a China segue por linhas socialistas e que alcança grandes êxitos sob a liderança do Presidente Xi Jinping. Também foi comentado (não me lembro se foi uma outra pergunta ou não, mas é bem parecido), como levantaram na ocasião, que dentre grandes aliados como URSS e China a Coreia sempre buscou ter boas relações econômicas e diplomáticas mas se desenvolver ao seu estilo e garantir ao máximo sua autossuficiência. Acerca da reunificação, foi falada a proposta do Presidente Kim Il Sung sobre a fundação da República Confederal Democrática da Koryo, onde norte e sul manteriam seus sistemas sociais, econômico político, porém as fronteiras não existiriam e representantes de ambas partes serão eleitos pelo povo para representar os interesses da nação como um todo.

Vale destacar também que na ocasião o vereador Leonel Brizola Neto entregou ao embaixador da RPDC o livro de seu avô, Leonel Brizola, se não me engano, chama-se "Tijolaços" (ainda não tive a oportunidade de ler), e contou sobre a importância que o ex-governador do Rio de Janeiro teve para o Brasil e sobre o livro e carta que recebeu do governo da RPDC.

Depois do evento os participantes atenderam ao público para fotos, autógrafos e afins.

Mas antes disso, na quarta feira (20), encontrei-me com o Conselheiro Político da embaixada da RPDC, Myong Chol, no hotel em que estava hospedado. Por lá tivemos uma conversa bastante ampla em um clima muito agradável. É sempre um grande aprendizado ouvir as palavras do veterano soldado do Juche.

Conversamos sobre coisas do idioma coreano, que estou estudando, sobre projetos futuros para o movimento de apoio e disseminação da RPDC e sua ideologia reitora, e também sobre questão ideológicas e políticas profundas.

Uma questão importante que me esclareceu e que faço questão de explicar a todos, foi sobre o fato do Máximo Dirigente Kim Jong Un não utilizar o pin dos líderes atualmente.

A explicação é que o camarada Kim Jong Un mesmo já sendo líder nos anos após o falecimento do Dirigente Kim Jong Il, ainda não ocupava o cargo máximo para estar ao mesmo nível que os líderes predecessores. Todavia, ao chegar ao cargo de Presidente da Comissão de Assuntos Estatais ele chegou ao mesmo nível, não usando mais o pin.

Isso porém não significa que o camarada deixe de ser fiel aos grandes líderes. Conversamos também sobre a aplicação do kimilsungismo-kimjongilismo em toda a sociedade e a importância disso para levar adiante a causa revolucionária do Juche.

Outro comentário interessante também foi quando abordava a diferença das palavras Suryong (수령) e Ryongdoja (령도자). O camarada me contou que o Dirigente Kim Jong Il não queria ser chamado de Suryong, pois assim deveria ser chamado o grande camarada Kim Il Sung, e preferiu ryongdoja. Algo que mostra um pouco a humildade e a fidelidade do Dirigente Kim Jong Il.

Enfim, foi uma semana muito importante em que demonstramos nosso apoio à causa do povo coreano e desejamos êxitos na 2ª Cúpula RPDC-EUA a ser realizada no Vietnã na próxima semana.

Por: 레난 쿠냐

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