segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Nossos intelectuais devem ser revolucionários fiéis ao Partido, à classe trabalhadora e ao povo


Discurso pronunciado ante aos professores das universidades da cidade de Jamjung em 19 de junho de 1967.

Camaradas: Nos últimos dias, por mediação do Departamento de Ciência e Educação do Comitê Central do Partido, conheci concretamente o trabalho dos institutos superiores situados na cidade de Jamjung.

Os trabalhos que as Universidade de Medicina, da Indústria Química e da Indústria Hidráulica de Jamjung realizaram até a presente data, são muitos. A primeira cumpriu muitas tarefas dignas de menção, sobretudo por salvar o menino Bang Ja Su, mediante a operação de transplante de pelo no período de auge do Movimento de Brigada Chollima em nosso país. Isto lhe permitiu desfrutar de boa avaliações sociais. Igualmente, a segunda fez grande aporte à reabilitação e construção pós-bélicas das fábricas e ao desenvolvimento da indústria química, assim como formou um grande número de quadros competentes.

Todavia, nestes últimos anos vejo que vocês não trabalham de igual modo. Ademais, é preciso dizer que hoje também existem companheiros que fazem trabalhos apreciáveis, porém não se pode falar da mesma forma a respeito de alguns. Parece que tais fenômenos surgem não somente nos institutos superiores de Jamjung, mas também nas demais localidades.

Segundo a recente inspeção do Partido sobre o trabalho do setor de ciência e educação, este possui graves defeitos. Como os cientistas não estudam devidamente a política do Partido, não sabem a fundo o propósito deste e entre eles se manifestam não poucos fenômenos negativos que não concordam em nada com as ideias de nosso Partido.

Isto está relacionado principalmente com a deficiente direção sobre o trabalho da ciência e educação. Antes não somente não trabalhavam bem os funcionários administrativos que se encarregavam diretamente da orientação desta tarefa mas também os do Comitê Central do Partido não dirigiam com acerto. Repito que não se exercia uma direção correta sobre o setor científico, e não se prestava quase nenhuma atenção ao ensino, especialmente a educação superior.

Vou referir-me agora às deficiências detectadas no setor no setor de ciência e educação e as tarefas para saná-las.

A primeira tarefa importante é erradicar por completo na pesquisa científica e no trabalho docente e educativo o servilismo às grandes potências e o dogmatismo, e estabelecer plenamente o Juche.

O maior defeito que se manifesta agora no círculo científico consiste em que seus integrantes não se dotaram firmemente com a Ideia Juche do Partido. Já desde muito tempo nosso Partido vem ressaltando a necessidade de implantar o Juche em todas as esferas. De modo especial, o Comitê Central discutiu com prudência, mais de uma vez, o problema do estabelecê-lo com firmeza entre os cientistas, pois estes formam parte do setor onde a tendência servilista às grandes potências é mais grave.

Porém anteriormente alguns dirigentes do setor educativo, dados a inflar os feitos e empapados na água do servilismo às grandes potências, não se empenham em aplicar consequentemente esta exigência do Partido.

Como consequência, ainda não está estabelecido com plenitude o Juche entre nossos cientistas e seguem de pé muitas tendências deste servilismo. Segundo informações, entre os chefes de cátedra e outros professores das Universidade de Medicina, da Indústria Química e da Indústria Hidráulica, de Jamjung, há muitos afetados pela ideia do servilismo às grandes potências, que procedem a enaltecer somente o alheio, em vez de examinar com seu próprio critério todos os problemas. Ao atuar assim, torna impossível desenvolver com rapidez a ciência e a tecnologia do país.

Como nossos funcionários de ciência e tecnologia estavam prisioneiros do servilismo, antes poucos problemas científicos e técnicos eram resolvidos perfeitamente partindo da posição jucheana. Falando com franqueza, não é exagerado dizer que se anteriormente em nosso país a ciência natural alcançou algum êxito mediante a materialização correta da Ideia Juche do Partido, não foi nada além de haver criado a indústria de vinalon. Eu aprecio o camarada Ri Sung Gi porque foi ele precisamente quem descobriu o vinalon ao realizar a pesquisa científica mantendo-se firmemente na posição jucheana de nosso Partido.

Agora bem, por qual motivo nossos cientistas não livram-se da ideia de servilismo às grandes potências?  Suas principais causas são: primeiro, que não estão armados firmemente com a política de nosso Partido; e segundo, por seu baixo nível de conhecimentos científicos. É impossível que as pessoas bem equipadas com a ideologia do Partido e com nível alto de conhecimentos sejam afetadas por esta ideia.

Como disse em outras ocasiões, por sua posição geográfica, em nosso país é grande o perigo que seus habitantes se prendam ao servilismo a grandes potências. Os países vizinhos são, sem exceção, maiores que o nosso tanto territorial como populacionalmente. A União Soviética ocupa um território tão vasto que corresponde a 1\6 da Terra e tem mais de 200 milhões de habitantes. Também a China contra com território extenso e 700 milhões de habitantes, cifra record no mundo. O Japão, embora seja um país insular, é maior que o nosso e conta com 100 milhões de habitantes. Enquanto ao nível de desenvolvimento de ciência e tecnologia este supera consideravelmente o nosso país, pois passou pela etapa de desenvolvimento normal do capitalismo depois da "Restauração Meiji", sem citar o da URSS, o primeiro Estado socialista do mundo. Dada as circunstâncias, as pessoas que não estão imbuídas da política do Partido e tem um baixo nível de conhecimentos científicos, possuem, embora em pequena proporção, a ideia do servilismo à URSS, China ou Japão.

De modo particular, entre os instruídos em outros países se patentiza a propensão servilista a imitar mecanicamente o que há neles. Os que estudaram na União Soviética pretendem copiar algo de seus livros, e os instruídos na China, dos livros chineses. Ademais, os que estudaram no período do imperialismo japonês tratam de alardear os conhecimentos que receberam dos japoneses. Alguns chefes de cátedra da Universidade de Medicina de Jamjung, segundo foi-me dito, consideram que eles sabem mais do que os outros, gabando-se de terem estudado no tempo do imperialismo japonês; pois isto também é uma expressão de servilismo ao Japão.

Agora entre nossos cientistas se manifesta em diversas formas o servilismo às grandes potências. Como o Partido destaca a necessidade de acabar com ele, algumas pessoas não praticam de maneira aberta, mas às escondidas. Existem casos de que por carecer de conhecimentos e ter ideias burguesas e pequeno-burguesas e ambição individualista, publicam com seus próprios nomes as teses desenvolvidas com partes de livros deste e daquele país.

Na atualidade existem não poucos manuais que são baseados em outros estrangeiros. Alguns de nossos cientistas copiam e compilam parágrafos de uns e outros artigos escritos por estrangeiros e logo cobram honorários como se fossem de sua criação. É um proceder muito desonesto de quem nem sequer tem a consciência de cientista.

Agora a propensão ao servilismo é sentida principalmente entre os funcionários dedicados à ciência natural, porém também, em não pouca medida, entre os sociólogos. Como alguns destes não se dotaram com firmeza da Ideia Juche de nosso Partido, tratam de imitar o alheio, perguntando-se se são corretas as teorias de pessoas daquele país, e não sabem pensar por si mesmos e analisar o todo baseando-se no marxismo-leninismo. Poderia considerar como seu exemplo representativo - que vocês conhecem bem, pois recentemente foi criticado pelo Comitê Central do Partido -, a tese de um companheiro sobre o problema do período de transição do capitalismo ao socialismo e a ditadura do proletariado. Ele devia formulá-la impregnando-a do Juche, depois de analisar a realidade à luz da ideia de nosso Partido, porém o fez de maneira desleixada, escolhendo algo nas teorias dos oportunistas de direita e outro tanto nas dos de esquerda, razão pela qual carece do Juche e está cheio de contradições. Era possível passar adiante tal artigo? Logo ao sair esta tese, no círculo científico surgiram muitas opiniões e sua teoria errônea foi atacada por muitos. A situação se tornava complicada, e não tivemos outro meio a não ser dar critérios conclusivos acerca deste problema.

Ao criticar as tendências servis às grandes potências que se manifestam entre os cientistas, pode surgir indagações de pessoas sobre o porquê de os impor a estudar línguas estrangeiras. O objetivo que perseguimos ao fazê-lo é conhecer, como referência, a tendência do desenvolvimento das ciências de outros países, fazer progredir as nossas partindo do ponto de vista jucheano, e  de nenhuma maneira praticar o servilismo. Qualquer problema devemos resolver com nosso próprio cérebro, baseando-se na ideia de nosso Partido, e de acordo com a realidade do país e exigências do povo. Não vale nada imitar mecanicamente o alheio.

Segundo me informaram, na Coreia do Sul se sente agora muito gravemente o servilismo aos Estados Unidos e Japão. Isto chega a tal grau que quase desapareceu a linguagem comum as palavras coreanas, pois as pessoas falam de forma tal que a metade das palavras são inglesas, e muitas outras são muitas vezes chinesas ou japonesas. O que aconteceria com nosso país se no Sul praticam o servilismo aos Estados Unidos e ao Japão, e no Norte à URSS e China? Nosso Partido não admite o servilismo a nenhuma potência. Se não o combatemos, é impossível que nosso povo tenha o orgulho nacional e nosso país se desenvolva como um Estado rico e poderoso, soberano na política, autossuficiente na economia e autodefensivo na salvaguarda nacional.

Embora depois que tenha triunfado o comunismo em escala mundial, os coreanos continuarão vivendo em terra coreana. Embora tenha sido realizado o comunismo, não tem porque ir habitar a Sibéria onde faz frio ou na árida estepe da Manchúria, tampouco no Japão, situado próximo ao Mar Genkai, ou nos Estados Unidos, abandonando seu pitoresco território de três mil ris com belas montanhas e águas cristalinas. Aos comunistas coreanos lhe compete construir na terra coreana uma paraíso agradável para viver. Para lográ-lo é indispensável estabelecer firmemente o Juche, segundo a exigência da orientação do Partido.

Como digo sempre, a implantação do Juche se estende a analisar por nós mesmos todos os problemas que surgem em nossa realidade e os resolver apoiando-nos em nossas próprias forças e conforme os interesses da revolução coreana.

Somente o implantando com solidez, não é viável impulsionar com êxito a revolução e a construção. Assim sendo, é imprescindível estabelecê-lo em todas as esferas.

No que diz respeito à indústria, por exemplo, como me referi a ela na Academia de Ciências, somente pode chamar-se de indústria nacional independente quando no mínimo 70% da matéria prima que se consome seja de produção nacional.Uma indústria que não se baseia fundamentalmente nas matérias primas domésticas, mas nas estrangeiras, não é uma indústria autossuficiente, mas dependente.

Até quando ainda não tenha triunfado o comunismo em todo o mundo, existindo os Estados, o povo de cada país deve seguir desenvolvendo sua própria indústria nacional. Em nosso caso somente construindo uma indústria nacional independente poderemos imprimir um desenvolvimento estável na economia do país e seguir assegurando, por conta própria, e sob quaisquer circunstâncias difíceis, a vida do povo.

A indústria de vinalon tem um caráter autenticamente jucheano, pois, primeiro, tanto seu criador, como os designers e construtores de sua fábrica são coreanos; segundo, se apoia nas matérias primas que abundam no país. O vinalon é produzido de carbeto de cálcio, e nosso país conta com inesgotáveis reservas de calcário e antracite e com a eletricidade requeridas para fabricá-la. Assim sendo, não temos porque nos preocupar com o esgotamento de matérias primas, nada nos pressionará a interromper seu fornecimento e nem mendigaremos nada. O que devemos fazer é simplesmente produzir panos de vinalon com matérias primas existentes e confeccionar trajes com elas. O vinalon é uma fibra jucheana, baseada nas matérias primas nacionais, fibra de qualidade comprovada por nós mesmos.

Recentemente o Bureau Político do Comitê Central do Partido se interessou pela situação da Fábrica Vinalon 8 de fevereiro para analisar a possibilidade de amplia-la. Pelo que observei esta vez em Jamjung, a Fábrica tem uma grande perspectiva de desenvolvimento. Certamente que no começo e durante certo tempo tropeçou com uma ou outra dificuldade, porque foi construída sem passar por um processo de experimentação suficiente. Por isso então nossos trabalhadores possuíam um baixo nível técnico e de capacitação, era muito o consumo de matérias primas por unidade de produto e também era baixa sua qualidade. Porém agora se registra uma grande melhoria. Quando se empreendia pela primeira vez a produção de vinalon se empregava uma enorme quantidade de carbeto de cálcio por unidade de produto, mas agora foi reduzida em grande medida. Também melhorou consideravelmente a qualidade das fibras. Nos propomos aumentar, daqui pra frente, a capacidade produtiva da Fábrica para 30 mil toneladas.

Além do vinalon, devemos nos orientar a resolver o problema de outras fibras empregando matérias primas nacionais.

Em vista de elevar a 30 mil toneladas a capacidade de produção da Fábrica de Vinalon 8 de fevereiro, planejamos normalizar em alto nível a produção da Fábrica de Fibras Químicas de Chongzin, que utiliza a polpa como matéria prima, cultivar mais juncos na ilha de Sindo e assim aumentar para 20 mil tonelada a capacidade da Fábrica de Fibras Químicas de Sinuiju, que os emprega como matéria prima. Se isto se logra poderá conseguir um total de 80 mil toneladas de fibras. Será um êxito formidável se produzirmos essa quantidade com matérias primas nacionais durante o Plano Septenal. Paralelamente a isto, estamos nos preparando agora para produzir orlon, tetron e outras diversas fibras químicas elaborando o petróleo que compramos no mercado exterior. Se chegamos a produzir estas fibras por nossa própria conta isto significará, em última instância, que as fibras, matéria prima da indústria têxtil, também serão asseguradas principalmente com a produção nacional.

É aconselhável que todos os demais ramos da indústria sejam assim, de caráter jucheano. Para as desenvolver como indústrias independentes que usam fundamentalmente as matérias primas nacionais, nossos cientistas devem se esforçar muito mais do que agora.

Em todas as esferas da ciência, sejam as naturais ou as sociais, há que materializar a Ideia Juche de nosso Partido. Para implantá-la com firmeza é indispensável opor-se tangentemente ao servilismo às grandes potências.

Porém este não deve ser um motivo para ressuscitar a escola siljak*. É louvável, desde logo, que no passado seus partidários se opuseram a esse servilismo e deve considerar-se que ele desempenhou um papel progressista naquele tempo. Porém é necessário compreender claramente em qual teoria se apoiavam para rejeitá-lo. Tinham conhecimentos baseados não no materialismo mas, em muitos casos, no idealismo. Eis aqui a razão pela qual não foi consequente na luta contra o servilismo a outros países.

Somente é possível se opor ao servilismo quando se apoia firmemente na Ideia Juche de nosso Partido. De todas as maneiras, vocês tem que armar-se com esta ideia e combater sobre essa base o servilismo às grandes potências.

A segunda tarefa importante consiste em extirpar da mente dos intelectuais as concepções egoísta, pequeno-burguesa e burguesa, e os identificá-los com a classe operária e os revolucionalizar.

Entre nossos professores universitários há não poucos que estudaram no tempo do imperialismo japonês; alguns descendem dos proprietários de terra e outros de pais que prestaram serviços às instituições do imperialismo japonês. É provável, ademais, que existam alguns que tem entre seus parentes os que trabalharam como policiais e agentes de cantão, ou que carregam diversos problemas em seu ambiente familiar. Quase todos os intelectuais veteranos são os que puderam estudar no passado por possuir alguma soma de dinheiro. No tempo do imperialismo japonês somente os filhos dos adinheirados podiam matricular-se em centros de ensino superior; os pobres, como operários e camponeses, não podiam estudar embora desejassem, e nem sequer podiam imaginar ter acesso a esses centros, sobretudo as universidades. Raras vezes as pessoas sem dinheiro logravam pagar seus estudos trabalhando, porém seu número era muito reduzido.

Depois da libertação, não expulsamos os velhos intelectuais intitulando-os como inservíveis porque eram filhos dos adinheirados do passado. Nosso Partido planejou a orientação de atraí-los todos, sendo filhos de proprietários de terra ou dos que trabalhavam nas instituições do imperialismo japonês, e de aproveitar ativamente seus conhecimentos para construir uma nova pátria, sempre que eles mesmos não foram proprietários de terra ou serviram como policiais.

Desde logo é óbvio que eles estudaram não para servir à classe trabalhadora e ao povo, mas sim, em sua grande maioria, para trabalhar para o bem dos proprietários de terra, dos capitalistas e dos imperialista japoneses. Todavia, foram derrotado o imperialismo japonês e eliminados os proprietários de terra e capitalistas, e devíamos abrir para os intelectuais o caminho de servir ao povo. Imediatamente depois da libertação lhes dissemos que quem estivesse disposto a trabalhar em favor do povo podia marchar conosco, porém os que tratavam de seguir servindo aos proprietários de terra e capitalistas não podiam. Por isso, a grande maioria deles permaneceram no Norte da República e poucos fugiram para o Sul, enquanto que muitos intelectuais sul coreanos vieram ao Norte para servir ao povo.

Por sua origem, os intelectuais tem um marcado caráter vacilante. Tem dois aspectos: são suscetíveis a servir aos proprietários de terra e capitalistas, por sua situação classista, por uma parte, e pela outra, a da classe operária, classe progressista, e ao povo, por ter instrução e compreender a verdade. Nosso Partido esperava que eles trabalhassem para a classe operária e povo, e estava convencido de que, com toda segurança, podiam os transformar.

Nossos velhos intelectuais, embora tenham estudado para ganhar algum dinheiro, se submeteram a uma opressão e uma insuportável discriminação nacionais, por serem intelectuais de um país colonial. Demonstra isso as condições de vida dos engenheiros nos tempos do imperialismo japonês: os japoneses recebiam mensalmente 100 wons, enquanto os coreanos recebiam apenas a metade, ou seja, 50 wons. Ademais, os primeiros viviam em casas muito confortáveis, porém os segundos viviam em casas miseráveis. Como nossos intelectuais foram assim objeto de opressão e discriminação nacionais, considerávamos que eles ficariam, sem dúvidas, ao lado da classe operária e do povo.

Desde os primeiros dias depois da libertação, nosso Partido realizou incansáveis esforços para atraí-los massivamente, educá-los e transformá-los.

Como vocês sabem, o partido marxista-leninista é a vanguarda da classe operária e, por conseguinte, a ele podem incorporar-se somente os elementos mais avançados e conscientizados desta classe. Porém, dada a situação do país depois da libertação, não pudemos organizar um partido somente com uns tantos comunistas bem preparados. Se ao fundar o Partido tivéssemos admitido nele unicamente os que acatavam incondicionalmente ao comunismo, atendo-se ao pé da letra o exposto no programa comunista, teríamos como resultado a não ingressão de nenhum intelectual dos que serviram aos capitalistas no passado.

Nosso Partido decidiu marchar ombro a ombro com os intelectuais que, embora antes trabalharam para os capitalistas ou para os imperialistas japoneses, se arrependeram profundamente de seus erros e se apresentaram para servir à classe operária e ao povo.

Nós reorganizamos o Partido Comunista como Partido do Trabalho, partido político das massas, e procuramos que se incorporassem a este tanto os membros da classe operária como os intelectuais que estavam dispostos a trabalhar para o povo. Como resultado, grande número de intelectuais ingressaram em nosso Partido, e este, desde os primeiros dias depois de sua fundação, se esforçava para atraí-los, educá-los e transformá-los. Também enquanto à fundação do Partido, nos mantivemos com firmeza na posição jucheana, em vez de imitar o alheio de maneira dogmática.

Nosso Partido não somente perdoou os velhos intelectuais que cometeram o delito de servir aos imperialistas japoneses e deu espaço em suas fileiras, mas também indultou alguns que estiveram do outro lado na Guerra de Libertação da Pátria. Durante aquele período não poucos intelectuais, junto com o Exército Popular, avançaram ao Sul, até Masan, desde onde empreenderam a retirada temporária e regressaram a pé, descalços, sem vacilar nem um pouco ante às dificuldades, seguindo as orientações de nosso Partido e do Governo da República.

Em contraste com isto, alguns se esconderam e tornaram-se intérpretes dos ianques, escrevendo documentos de capitulação. Embora tenham sido graves os delitos que ocorreram durante a guerra, nos esforçamos para, com magnanimidade, estender-lhes a mão, educá-los e transformá-los, desde que não tivessem assassinado militantes do Partido e habitantes, nem ajudado nas ações cruéis dos inimigos.

Isto é de grande importância para formar e transformar no futuro os intelectuais que residem no Sul. Atualmente, um grande número deles trabalham para os ianques. Suponhamos que amanhã logramos a reunificação da Pátria, então, nos encontraríamos com muitos intelectuais sul coreanos, porém não poderíamos os punir gravemente por seus serviços aos inimigos. Devemos os abraçar, educá-los e transformá-los.

Compreendendo corretamente, como é natural, esta política de indulgência de nosso Partido e sua orientação para a revolucionarização, os intelectuais devem esforçar-se para serem fiéis à nossa causa revolucionária. Contudo, muitos deles não se empenham em transformar-se, mas pelo contrário, atuam em detrimento das exigências da revolução.

Desde logo, há muitos que, uma vez transformados, levam uma vida modesta e trabalham com lealdade ao Partido e ao povo. Não vou exaltar pessoas vivas pois é princípio do partido desde o início as elogia-las sem exageros.

Vou citar como exemplo o falecido camarada Kang Yong Chang. Hoje também o recordo muitas vezes porque foi infinitamente fiel ao Partido e ao povo. Levou uma vida muito modesta e se afanou em realizar mesmos as tarefas complicadas, pelo Partido e povo. Esta á a razão pela qual eu o admirava muito. Em certo tempo desempenhou a função de chefe do Departamento da Indústria Pesada do Comitê Central do Partido, porém mais tarde pensei em estabelecer um gabinete de estudo da política do Partido e colocá-lo lá. Porém, a necessidade de reforçar as ciências naturais do país me obrigou a nomeá-lo, embora eu não quisesse realmente, como diretor da Academia de Ciências. Me sinto muito afligido cada vez que penso que morreu muito cedo, sem poder trabalhar mais para a revolução.

Darei como exemplo outro intelectual que serviu com lealdade ao Partido e a revolução. Hoje também recordo vívidamente que antes de terminar a guerra lhe dei a tarefa e restabelecer a Fábrica de Cerâmica de Kangnam. Embora conhecesse quase nada disso, cumpriu magnificamente essa tarefa que lhe encomendou o Partido, sobrepondo-se a todas as dificuldades, sob os selvagens bombardeios da aviação inimiga.

Entre nossos intelectuais há muitos que durante da Guerra de Libertação da Pátria combateram bem, decididos a dar a vida em prol do Partido, da Pátria e do povo, e não poucos morreram nessa batalha.

Estes exemplos testemunham que os velhos intelectuais podem se revolucionarizar, transformar-se e servir fielmente ao Partido e ao povo.

Não obstante, nos últimos anos nossos quadros não se esforçam devidamente para se revolucionalizar. Tampouco realizam convenientemente sua educação comunista, sobretudo a educação nas tradições revolucionárias. Como consequência, entre alguns deles começou a fomentar-se a arrogância e ressurgir maus costumes que adquiriram no passado quando trabalhavam com a burguesia.

Agora em nossos círculos científicos existem muitas pessoas que exageram os feitos e que atuam desonestamente. Segundo nos informamos, há não poucos casos de cientistas que traduziram e publicaram com seus nomes as teses de estrangeiros, como se fossem os verdadeiros autores, e alguns apresentam temas de estudo que outros abandonaram na metade do caminho, como se fosse um grande êxito de sua própria colheita.

Para piorar a situação, alguns professores universitários não querem compreender corretamente a superioridade do regime socialista, mas sonham com o velho sistema onde viviam com luxos somente os proprietários de terra e os capitalistas, e tratam de educar nossos estudantes com essa ideia. Esta é uma prova de que eles estão contra a orientação de nosso Partido para sua revolucionarização e marcham pelo caminho da contrarrevolução.

Além dos cientistas, os velhos intelectuais promovidos como quadros também se degeneram por não persistir na luta para se revolucinalizar.

Igual ocorre, por tal motivo, com alguns que formamos. Todos estes fatos mostram que é necessário intensificar o trabalho de revolucionarizar os intelectuais. Temos que compreender que se não levamos esta tarefa a feliz término, no futuro muitos deles podem se degenerar.

A atual situação exige que os intelectuais se revolucionalizem mais consequentemente. Por agora, a unidade do campo socialista vai debilitando-se por causa de suas divergências internas, e os inimigos, aproveitando esta oportunidade, fazem manobras avessas para desarticulá-la. Nestas circunstâncias, os intelectuais, por sua natureza, podem vacilar mais do que os demais.

Nossos intelectuais devem se esforçar zelosamente para se revolucionalizar. De modo especial, os mais velhos devem estar bem conscientes de quão vergonhoso era seu serviço anterior aos capitalistas e imperialistas, e preocupar-se para não repetir o erro, assim como educar constantemente seus filhos para que não cometam o mesmo erro. Somente assim será aberto para eles um horizonte cheio de esperança e também a seus filhos o caminho da felicidade.

Atualmente, na Coreia do Sul muitos intelectuais participam na luta revolucionária pela pátria e povo. Grande número de cientistas combatem com valentia, embora seja rigorosa a repressão fascista do imperialismo ianque e da camarilha de Pak Jung Hi e sabem claramente que se capturados pelos inimigos, serão prontamente fuzilados.

Dentre eles há não poucas pessoas que levam uma vida confortável. Todavia, consideram honroso morrer no caminho da revolução pelo país e povo e estão convencidos de que somente quando combatem como revolucionários seus descendentes verão um futuro feliz. Segundo a informação de um jornal sul coreano, alguns dias atrás na província de Kyongsang Norte foram detidos 18 intelectuais de uma vez, entre estes, professores e seus assistentes na Universidade Kyongbuk e o diretor de uma escola secundária. Embora tenham sido detidos pelo inimigo, lutavam firmemente com elevado espírito revolucionário.

Agora bem, porque nossos intelectuais não podem se revolucionalizar para servir com lealdade ao povo? Quem, em vez de combate para o povo, pretende acaparar toda a felicidade, comendo até saciar-se, é um sujeito que não vale nada. Nossos intelectuais seguirão esforçando-se para serem fiéis ao Partido e a revolução.

O mais importante de sua revolucionarização é intensificar sua vida orgânica no Partido e em outras organizações. A ideia do homem, quem quer que seja, se forja sem cessar, no processo de observar a disciplina organizativa, cultivar o espírito coletivista, fazer autocrítica e criticar os outros, ou ser objeto de crítica e tomar consciência escutando quem a faz. Por conseguinte, intensificar a vida orgânica constitui o método mais vantajoso para sua revolucionarização.

Na atualidade alguns cientistas, considerando que eles não necessitam da vida orgânica nem do controle de nenhum tipo de educação, participam com negligência na vida partidista e não gostam de receber nenhuma crítica. Quem quer que seja, se mostra relutância à vida orgânica, não poderá se revolucionalizar nem evitar, como consequência, voltar a cometer erros. A análise dos que cometeram erro até agora nos ensina que todos detestavam a vida orgânica e não aceitavam com agrado a crítica dos companheiros.

Ressaltamos desde muito tempo a necessidade de intensificar entre os intelectuais a vida orgânica e controlá-los sempre para que marchem pelo caminho correto. Imediatamente depois da libertação me encontrei com muitos deles. Uma vez chamei um companheiro que trabalhava no setor elétrico e cujo pai era proprietário de terra. Durante a conversa lhe perguntei: "Você, sendo filho de um proprietário de terra, a quem servirá? Servirá à sua nação e povo ou aos proprietários de terra e capitalistas? O que fará quando confisquemos a terra?". Então ele respondeu que os atos de seu pai no passado foram totalmente injustos mas que ele trabalharia para o povo. Naquele tempo conversamos de igual maneira com muitos intelectuais, e logo os orientamos a trabalhar conscienciosamente para o bem do Partido e do povo, incorporando-os ativamente na vida orgânica e educando-os e controlando-os desde diversos ângulos. Intensificar assim sua vida orgânica e seguir controlando-os constitui uma ajuda sincera a eles.

Porém anteriormente os sujeitos de má fé, infiltrados no seio do Partido, embora aparentassem cuidar dos intelectuais, de fato os empurrava para o pântano. Diziam que como os doutores eram inteligentes, bastaria para eles ampliar seus conhecimentos profissionais, pois ao ler uma só vez os documentos do Partido podiam compreender sua política e que não necessitariam tomar parte na vida partidista. Além disso, exigiram estabelecer dupla disciplina no seio do Partido, dizendo que suas organização não deviam reprová-los embora não participassem das reuniões partidárias, nem submetê-los à crítica. Assim sendo, era natural que eles se degenerassem.

Segundo o que sei, também entre os professores das universidades em Jamjung se manifestaram a tendência a evitar a vida do Partido e a crítica sobre os defeitos e se fomenta a dupla disciplina no seio do Partido. Os estudantes, embora conheçam evidentemente os erros dos professores tampouco querem criticá-los entre si, devido ao qual muitos deles crescem com presunções nada úteis. Não é por ser escola que pode aplicar a dupla disciplina. No seio do Partido, independentemente de onde seja, deve reinar somente uma disciplina.

Vocês devem ter bem em mente que se evitam a vida orgânica do Partido e não fazem esforços para se revolucionarizar, isso os levará, no fim das contas, à ruína. E não somente os prejudicará mas também a seus filhos e as gerações vindouras.

Os intelectuais terão uma clara consciência de que tomam parte no trabalho revolucionário. Hoje em dia há, segundo informações, intelectuais que, em vez de pensar na maneira de servir melhor ao Partido e ao povo, somente se envaidecem, alegando que se graduaram na Escola Especializada em Medicina ou de tal universidade do Japão. Isto é um absurdo, pois não estamos em condições tais que não podamos instruir os estudantes universitários e dirigir hospitais se não contamos com os graduados universitários do passado.

Embora supondo que tenhamos dificuldades com a direção do hospital por ausência de médicos formados na universidade no passado, nunca transigiremos com eles se não são fiéis ao Partido e a revolução. Por que devemos pedir a assistência médica a quem não deseja trabalhar para o povo, se mesmo no período da passada luta armada não mendigamos medicamentos aos burgueses nem conciliamos com eles, embora tendo que aplicar Phellodendron amurense quando recebíamos feridas de bala?

Por mais ricos conhecimentos que alguém tenha, não nos servem para nada se os põe a serviço dos burgueses, e não ao do povo. Quem quer que seja, se não trata de trabalhar para o bem de nosso Partido, da classe operária e do povo, não necessitamos nenhum de seus conhecimentos e nós, revolucionários, não sentimos falta de tal tipo de intelectual.

Contudo, isto não significa que se deve expulsar de imediato os intelectuais que cometeram erros no passado. A questão consiste em estabelecer uma férrea disciplina no Partido, intensificar sua vida partidista e criticá-los a tempo por suas falhas, para que corrijam.

A revolucionarização das pessoas não culmina com uma campanha de um ou dois dias. Todos, sem exceção, se revolucionarizarão somente quando forjem sem interrupção através da prolongada vida orgânica. Se um se esforça infatigavelmente para se revolucionalizar pode servir fielmente ao Partido, a classe operária e ao povo.

A revolução não é uma obra que somente podem realizar os que, como operários, trabalham com martelos na mão, experimentando diretamente a opressão e exploração dos capitalistas. Nós não empreendemos prontamente a revolução por haver sofrido pessoalmente como operários a opressão e exploração capitalistas, mas sim depois de compreendermos que o que é realmente aborrecível é que é a sociedade dos proprietários de terra e capitalistas, ao ver sofrer as outras pessoas. A partir de então, durante as décadas de luta revolucionária e da vida orgânica do Partido se foi forjando nossa ideologia revolucionária.

Vocês também podem se tornar revolucionários participando ativamente na vida orgânica do Partido e das agrupações de trabalhadores. Nosso Partido aspira a que os intelectuais sejam revolucionários e sirvam fielmente ao povo. Vocês devem se revolucionalizar constantemente mediante a autocrítica sincera e uma correta vida orgânica sob um rigoroso controle partidista, para assim levar sua vida até o final como revolucionários.

Em nenhum caso os intelectuais devem vacilar. Os revolucionários não podem se acompanhar de vacilantes na luta revolucionária. Uma canção revolucionária diz: "Que se vão os covardes se queiram, nós defenderemos a bandeira vermelha". Este é o lema que desde muito tempo proclamamos os revolucionários.

Atualmente, alguns vacilantes abrigam medo porque os imperialistas rugem desencadeando guerras em diversas partes do mundo, e consideram bobagens o socialismo e o comunismo, como os inimigos propagam demagogicamente, ao ver as divergências que existem no seio do campo socialista. É provável que entre vocês existam pessoas que deixaram de crer nos princípios do marxismo-leninismo e pensem na existência eterna do imperialismo; de nenhuma maneira devem vacilar assim.

Vocês acreditavam no passado que derrotaríamos o imperialismo japonês? Embora muitos não pensassem, acabaram convencidos. Embora agora façam alarde de seu poderio os ianques, mais cedo ou mais tare serão aniquilados sem falta, como foram os imperialistas japoneses. A lei do desenvolvimento social assinala que o imperialismo se arruína e o comunismo saiu vitorioso infalivelmente. Vocês devem se convencer com firmeza desta verdade. Claro que o imperialismo não se desmorona por si só. Unicamente com a luta pode-se acelerar sua derrota.

Na atualidade, os imperialistas ianques recorrem a toda classe de meios e métodos para manter sua dominação colonial na Coreia do Sul, porém de nenhuma maneira podem deter a luta de sua população. Embora consideravam que se apresentassem como presidente Pak Jung Hi não se rebelaria a população, esta intensifica sua luta cada dia mais.

Também nestes dias os estudantes sul coreanos se levantam contra as fraudulentas "eleições" tramadas pela camarilha de Pak Jung Hi. e inclusive, um dia se lançaram em manifestações 40 mil estudantes. Muito atordoada ante a isto, a camarilha de Pak, segundo as informações, deu a ordem de fechar as escolas para devolver os estudantes a suas casas.

Isto demonstra que o imperialismo ianque e a camarilha de Pak Jung Hi se acurralam cada vez mais em um beco sem saída. Não cabe dúvida de que o imperialismo ianque será expulso da Coreia do Sul, onde a revolução será coroada com a vitória e nossa pátria será reunificada.

Os intelectuais, atendo-se estritamente aos princípios do marxismo-leninismo e com firme confiança na vitória de nossa revolução, devem esforçar-se com paciência para possuir as qualidades de revolucionário e organizar sua vida em forma revolucionária.

De modo particular, vocês devem compartilhar com energia a todos os elementos ideológicos malignos, opostos à ideia de nosso Partido. Até agora, alguns intelectuais não acertaram golpes oportunos naqueles que não se esforçam para conhecer a fundo a superioridade do regime socialista e abrigam ilusões ao regime  reacionário da Coreia do Sul. Se no seio do Partido não se realiza uma luta ideológica e se deixa intacto o veneno contrarrevolucionário, este fixará suas raízes na mente de nossa gente. Nos corresponde dar-lhes duros golpes.

Por que nosso regime socialista é inferior ao reacionário da Coreia do Sul? É verdade, desde logo, que aqui as pessoas não vivem, geralmente melhor que os burgueses do passado, porém isto não pode ser motivo para ignorar a superioridade de nosso regime socialista. Os que não querem compreender isso são pessoas ainda vacilantes.

Agora, não todas as pessoas apoiam ativamente o socialismo que defendemos. Seus partidários ativos são a classe operária, o campesinato pobre e a nova intelectualidade que formamos e a velha conscientizada. As pessoas pertencentes às capas médias, embora aparentemente nos apoiam, se perguntam se triunfará ou não o regime socialista. Portanto, não podemos afirmar ainda que já logramos a vitória total do socialismo.

Como ressaltei recentemente no discurso sobre os problemas no período de transição do capitalismo ao socialismo e da ditadura do proletariado, somente poderemos dizer que o socialismo triunfou por completo quando ganhemos até as capas médias. Em outras palavras, a vitória total do socialismo se alcança quando se constrói uma sociedade sem classe, ou seja, quando desapareçam as diferenças entre elas. Somente então será quando a classe média apoiará ativamente nosso regime. Para alcançar este objetivo é indispensável formar uma sólida base material e técnica do socialismo e revolucionalizar e identificar com a classe trabalhadora todas as pessoas. Esta é uma conclusão importante que tiramos da prática da construção do socialismo.

Entre os intelectuais os que tem ideologia da classe média não compreendem claramente a superioridade do regime socialista, e isso se deve a que eles tratam de observar partindo das ideias egoístas. Por ter a ideia do personalismo, alguns homens que viveram em abundância no passado pensam que no período da burguesia levavam uma vida confortável enquanto que agora não e, por conseguinte, não conseguem ver que em nosso país todas as pessoas trabalham e vivem bem por igual. No final das contas, as pessoas que estão contaminadas com a ideia do egoísmo não podem compreender a superioridade do regime socialista e nem querem a reconhecer.

Os sul coreanos que vem pela primeira vez ao Norte, embora não tenham desfrutado de nossa educação sistemática, apenas ao passar uns três dias em lugares como Pyongyang e Jamjung dizem que o regime socialista é realmente superior. Isto ocorre porque eles comparam a realidade do Norte, em pleno desenvolvimento com o lôbrego mundo do Sul. São pessoas que ali viram diretamente numerosos mendigos e muitas crianças que pernoitavam procurando por comida e dormiam debaixo de pontes por falta de casas e vagavam pelas ruas limpando os sapatos dos ianques e dos cavalheiros e damas burgueses. Ademais conhecem todos os fenômenos trágicos que se produzem na sociedade sul coreana: grande número de mulheres, sendo objeto do abominável tráfico de pessoas, caem no caminho da prostituição perdendo assim o valor do ser humano; embora tenham muitos táxis nas ruas, os operários e camponeses não podem utilizá-los, sendo para uso exclusivo dos burgueses;  um grande número de desempregados espera ansiosamente por clientes em frente à porta Nam ou na estação ferroviária de Seul para levar suas malas em troca de pequena soma de dinheiro; e os graduados universitários andam em busca de emprego. Eis aqui o motivo de que logo ao vir ao Norte eles entendem rapidamente a verdadeira superioridade de nosso regime.

A causa de nossos intelectuais não conhecerem bem o quão vantajoso é o regime socialista radica inteiramente que os quadros não os educaram e os revolucionarizaram como é devido. Como não lhes deram uma educação correta nos princípios do marxismo-leninismo, na política do Partido nem nas tradições revolucionárias, nem forjaram apropriadamente o espírito partidista, eles não compreendem a superioridade do regime socialista e o pensam do ponto de vista egoísta. Esta é a rezão pela qual vacilam tão pronto que como tropeçam com alguma dificuldade.

Como todos sabem, nestes últimos anos a situação cerealeira de nosso país se tornou tensa porque não são logradas boas colheitas. Mas isto não faz com que o povo padeça com muitas dificuldades na vida. Apesar disso, alguns intelectuais vacilam perguntando tontamente se é realmente bom o regime socialista, pois nem sequer o povo vive com abundância.

A propósito, vou dizer-lhes umas palavras sobre a agricultura. Por que houve más colheitas em nosso país durante os últimos 3 anos? Segundo a análise científica que efetuou o Partido, devido a que o Comitê de Agricultura não o fez, isto tem algumas causas principais.

A primeira consiste em que nos últimos anos foram criados extensos arrozais e foram construídos muitos diques, porém não foram abertos os desaguadouros correspondentes. Quando se convertem campos secos em arrozais é indispensável abri-los adequadamente após cocular detalhadamente a quantidade de água que se depositará neles e seu aumento com a chuva. Não obstante disso, nossos trabalhadores não haviam previsto nada. Se cai a chuva, no caso dos terrenos de sequeiro penetra grande parte no solo, porém no de arrozal, como já está cheio de água, não ocorre isto, e há que deixá-la correr. Porém, como não foram abertos os canais de desague, as plantas se inundam, e isto faz com que se reduza o rendimento das colheitas.

Durante os últimos 3-4 anos a superfície de arrozais se ampliou em escala nacional, em 100 mil zongbos, mas, apenas foram abertos alguns desaguadouros nesta imensa área, enquanto as plantas se inundaram. Segundo me informaram, somente na província de Jamkiong Sul sofreram 7 mil zongbos de arrozais. Ademais disto, opino que não serão poucos os danos causados pela água estancada, não incluídos nas estatísticas.

Sobre isso nos demos conta no ano passado quando estudamos sobre o terreno a situação real da agricultura e conversamos com os camponeses. Assim foi como o criticamos severamente na província de Juangje Sul onde estivemos e procuramos que se tomassem as medidas pertinentes.

Grande parte da responsabilidade pelos danos causados pela água morte deve recair também sobre a Universidade de Hidráulica de Jamjung que instrui os estudantes as atividades como hidráulica e irrigação. Os discípulos que formaram precisamente os professores deste centro docente não medem a pluviosidade nem estabelecem um sistema ordenado de desague. É necessário que esses professores analisem profundamente sobre isto.

A segunda causa das más colheitas da agricultura reside em que não se forneceu em suficiente quantidade os fertilizantes de diversos elementos. Se averiguamos quando começaram a ter má colheitas em nosso país, vemos que foi logo depois do estalar da guerra no Vietnã, por isso pode-se considerar que está relacionado fundamentalmente com a interrupção da importação de apatita de lá. Antes a comprávamos em grandes quantidades desse país, porém agora nenhuma grama, razão pela qual não funcionam as fábricas de fertilizantes fosfóricos com capacidade para mais de 500 mil toneladas, construídas em Jungnam e Nampo. Ademais, importamos em quantidade insuficiente o fertilizante de potássio. Não é casual, de nenhuma maneira, que os camponeses digam que se cultivam as ervas. Como se aplica grande quantidade de fertilizantes nitrogenados, os talos das plantas são grossos e altos, porém por falta de fertilizantes fosfatados e potássicos, acabam caindo e suas espigas não crescem, reduzindo assim a colheita.

Segundo conheci na presente visita a Jamjung, também em nosso país existem formidáveis reservas de apatita. Dizem que em Dong-am da província de Jamkiong Sul há centenas de milhares de toneladas deste mineral e que é possível o extrair também a céu aberto. Desde logo, não contém fósforo em grande proporção, porém com a pesquisa ativa dos cientistas e com o enriquecimento esmerado, é completamente possível produzir o fertilizante fosfórico com a apatita do país. Entretanto, nossos quadros não tem prestado atenção a isso. Este problema se entrelaça também com a Universidade da Indústria Química de Jamjung e a Universidade de Minas e Metais de Chongjin.

Parece que não é muito bom aplicar o amoníaco líquido em arrozais. Como consequência de que vocês trabalharam antes de maneira dogmática, se deixou que esta matéria se espalhasse pelos arrozais. Desde logo, a produção de amoníaco líquido tem um ponto positivo: como não é necessário passar pelo processo de solidificação custa pouco a construção da fábrica. Não obstante, se este fertilizante é pouco efetivo, não vale a pena custear a construção. O amoníaco líquido pode ser aplicado nos terrenos secos. Segundo explica revistas estrangeiras, resulta efetivo para o milho e outras plantas de campo sequeiro. Porém até agora não foi afirmado que ocorre o mesmo no arrozal.

Esta vez, por falta de tempo não pude visitar vários lugares; somente estive em uma fazenda cooperativa onde conversei com seus camponeses que se opõem à aplicação do amoníaco líquido em arrozais. Eles disseram que tal como um homem que padece longo tempo de um enfermidade não pode ter forte compleição, assim também o arroz não pode dar ricas espigas, se aplica o amoníaco líquido porque afetado por seu veneno se enferma por longo tempo. Talvez o arroz da planície de Jamzu se afete pelo amoníaco líquido. A meu juízo, os camponeses se opõem a aplicá-lo, não por praticar o conservadorismo. Existe dúvida de quanta ajuda pode dar sua aplicação ao crescimento de arroz. De fato não foi realizado até agora o experimento científico para saber se suas folhas são capazes de assimilar ou não o amoníaco líquido. Creio que seja necessário daqui pra frente investigá-lo do ponto de vista botânico.

Estas são, em linhas gerais, as causas principais pelas quais nosso país não logrou boas colheitas nos últimos anos. Nós, comunistas, devemos analisar assim de modo científico os problemas, e não os considerar como casuais. Na atualidade, alguns companheiros tratam de encontrar a origem do fracasso da agricultura nas condições naturais, dizendo que o clima não é favorável e tal ou mais qual coisa. Este proceder é incorreto. Devemos considerar que o problema consiste em que não temos criadas as condições para superar as calamidades anuais.

Até agora temos dedicado colossais quantias para agricultura. Convertemos bastante extensão de terras em arrozais, realizando muitas obras de irrigação e construindo várias fábricas de fertilizantes. Porém não concluímos algumas obras imprescindíveis, motivo pelo qual não obtivemos mais êxitos.

Se por tal motivo não marchou bem a agricultura e assim durante os últimos 3 anos tivemos algumas dificuldades a respeito dos cereais, isto era, em todo caso, um fenômeno temporal. O fato de que algumas pessoas vacilam por não poder superá-lo testemunha que não sabem ver o problema com uma visão ampla, desde uma posição revolucionária, mas com miopia, partindo de seus interesses pessoais imediatos e estreitos.

De nenhum modo são compatíveis a ideia comunista e a egoísta. Há que se livrar da última com uma dinâmica luta entre uma em outro, ou seja, entre a ideia de "Um por todos e todos por um" e a que preconiza somente a vida feliz do indivíduo, sem se importar com os demais.

De agora em diante há que melhorar o trabalho do Ministério da Educação Superior e do Ministério de Educação Geral, fortalecer a direção partidista sobre este setor, para educar cabalmente os intelectuais.

Na atualidade se engrossam sem cessar as fileiras de intelectuais. Claro que os novos são trabalhadores intelectuais formados por nós mesmos, porém eles cresceram sem experimentar dificuldades nem sofrer a opressão e exploração dos proprietários de terra e dos capitalistas. Sendo assim é preciso prestar uma profunda atenção a educá-los, ademais que os velhos intelectuais. Nos cabe intensificar entre eles a educação na política do Partido, na ideologia comunista, e sobretudo nas tradições revolucionárias.

A educação nas tradições revolucionárias exerce uma ação muito importante sobre a transformação das ideias das pessoas. Agora algumas consideram, a meu critério, que não são tão importantes as "Reminiscências dos Guerrilheiros Antijaponeses", porém não devem pensar assim. Por que não teria significado estudar a reminiscência "Uma tigela de farinha de arroz tostado"? Se nossas pessoas se armam com a ideia que esta contém, se eliminaria o personalismo e não vacilariam ante a situação difícil da indústria cerealeira. Vocês não devem as ler meramente como novelas ou contos mas se esforçar com afinco para assimilar as ideias revolucionárias nelas contidas.

Se vocês triunfam na luta para se revolucionarizar, poderão marchar junto conosco ao comunismo, porém não no caso contrário. Não temos que fazer nada com os elementos retrógrados que não querem seguir o caminho da revolução, e que se desviam para o capitalismo. Não vacilamos em dizer-lhos que o façam se quiserem. Nunca poderemos estabelecer dupla disciplina no seio do Partido para quem não quer se revolucionalizar. Esperamos que todos os professores e intelectuais se levantem nesta tarefa.

A luta para se revolucionalizar das pessoas não deve ser levada a cabo com prejuízo tomando como premissa sua extração social, mas em todos os casos, tendo em consideração sua ideologia. Embora um homem possua uma origem social negativa, é bom se é fiel ao Partido e trabalha com abnegação para a classe trabalhadora e povo. Todavia, há que avançar a luta intransigente e romper relações com quem, cativos da ideologia burguesa como antes e empapados na água do egoísmo, querem alimentar-se e viver bem sozinhos, pensando no passado capitalista em que levavam uma vida folgada, e agora se opõem ao nosso regime socialista propagando o reacionário regime capitalista. Desde logo, podemos perdoar e aplaudir os que, embora com palavras e ações cometeram erros contra sua vontade, autocriticam-se sinceramente para transformar-se e passam para o lado da revolução.

Para revolucionalizar os intelectuais não se deve castigá-los ou aplicar sanções infundadamente, mas ajudá-los a corrigir os defeitos mediante a crítica e autocrítica. É impossível transformar as ideias das pessoas com o método de as destruir ou sancioná-las. Temos que nos esforçar para as revolucionalizar através de uma constante educação e luta ideológicas e conduzi-las para o caminho do comunismo, não importa quantos sejam. Esta é a orientação invariável que nosso Partido mantém.

Todos nossos intelectuais terão que responder a esperança do Partido com sua revolucionarização  consequente. Quanto mais idade tenha e mais alto seja seu nível de conhecimentos, tanto mais modestamente devem comportar-se e, de modo especial, os velhos intelectuais devem se esforçar com mais afinco que qualquer um com a decisão de se revolucionalizar e se identificar com a classe operária e assim consagrar sua vida em favor do Partido, da classe operária e do povo. Somente assim podem fazer-se autênticos comunistas e alcançar méritos ante à revolução e ao povo. Não há tarefa mais honrosa que trabalhar ao risco da vida em prol do Partido, da classe operária e do povo.

A terceira tarefa importante é a de eliminar entre os intelectuais a tendência a presunção, e elevar sem cessar sua qualificação estabelecendo estritamente um ambiente de estudo.

Agora nossos cientistas não o tem estabelecido com rigos. Quem quer que seja, se não continua estudando, não pode progredir. Parece que alguns professores universitários de Jamjung tratam de auto-valorizar-se demasiadamente com pobres conhecimentos que adquiriram no passado; não devem proceder assim. Em nenhum caso vocês devem se vangloriar. Hoje a ciência avançou muito e progride cada dia mais. A realidade em constante mudança faz com que os cientistas tenham constantemente novas exigências. Dada essa situação, se não estudam, apegando-se somente a seus conhecimentos já aprendidos, não podem alcançar o desenvolvimento da ciência, nem satisfazer as demandas da realidade. Todos os intelectuais, sejam novos ou velhos, devem prosseguir estudando com afinco.

O que mais importa a respeito é que estudem a fundo a política do Partido e se armem firmemente com sua ideologia única. Fora disso, não valem de nada os conhecimentos, por muitos que tenham. Prova eloquente é a experiência anterior. Como lhes dizia anteriormente, se um cientista que leu muito e estudou muito, não pôde formular outra tese sem copiar as estrangeiras, significa que não está dotado com firmeza da ideologia de nosso Partido. Para estudar as ciências que necessita nossa revolução, é necessário, antes de tudo, conhecer profundamente as ideias de nosso Partido. Portanto, nossos cientistas tem que se equipar firmemente com a política do Partido antes de aprender conhecimentos de suas especialidades.

Os intelectuais devem estudar o que exige nosso Partido e se necessita para nosso povo. Em outras palavras, investigar as ciências estritamente com  a posição do Juche de nosso Partido. Somente então podem desenvolvê-las segundo as exigências da revolução coreana e para o Partido do Trabalho, a classe operária e o povo da Coreia.

Dadas as condições em que ainda existem Estados e fronteiras e se distingue o meu do seu também nos países socialistas, devemos nos esforçar para desenvolver nossas próprias ciências. Para lutarmos para construir o socialismo e o comunismo na Coreia necessitamos da ciência, técnica e teorias que se adaptam à revolução e a construção socialista de nosso país. As ciências que não se amoldam com as exigências de nosso Partido e com a realidade de nosso país, não servem para nada, por mais que investiguem.

Estas são as tarefas importantes que correspondem hoje aos trabalhadores do círculo científico, sobretudo aos professores que instruem as jovens gerações. Penso que a eles le competem tanto os novos como os velhos intelectuais.

Destaco mais uma vez que vocês devem compreender profundamente que não são assalariados que vivem ao dia para ganhar comida, mas revolucionários que treinam os jovens comunistas da Coreia, relevos na construção socialista e comunista. Todos os professores universitários devem se esforçar com dinamismo para se equipar solidamente com a Ideia Juche de nosso Partido, se revolucionalizar indo contra as ideias do egoísmo, do liberalismo e outras ideias burguesas, e do revisionismo, o dogmatismo, e o servilismo às grandes potências, assim como para investigar as ciências que exige nosso Partido, estabelecendo um ambiente de estudo.

Exorto aos professores universitários e aos cientistas de Jamjung que sejam os primeiros a se levantar para cumprir com honra esta tarefas que o Partido atribui aos intelectuais.

* Escola siljak (século XVII a meados do século XIX) - Grupo de cientistas com ideias progressistas procedentes da nobreza. Tinha como objetivo principal estudar as ciências aplicadas no desenvolvimento social, argumentando que buscava a essência da verdade na realidade da vida e na prática, opondo-se à mero palavrório. Partindo deste preceito, estudava com afinco a história, a geografia, a linguagem, os costumes, o sistema político, econômico e social do país e os avanços das ciências naturais e da tecnologia até esse tempo e, sob essa base, expunha critérios progressistas acerca de reformar o irracional que havia nos sistemas agrário, tributário, militar e de castas, e criticava, embora de maneira inconsequente, a posição e atitude servilistas dos que rejeitavam a história e tradições culturais do país. Porém por suas limitações de classe e circunstâncias de sua época não se livrou da caduca ideia confucionista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário