segunda-feira, 14 de junho de 2021

Notas de viagem a Coreia, o país do Juche


Dermot Hudson

Edições em Línguas Estrangeiras 

República Popular Democrática da Coreia

Juche 109 (2020)


Introdução

Algumas pessoas me sugeriram que escrevesse um livro sobre minhas visitas à República Popular Democrática da Coreia, país do Juche.

Aceitei de bom grado suas recomendações e decidi escrever um livro sobre minhas 17 visitas a este país asiático feitas de 1992 a 2019.

Um prólogo que descreve meu desenvolvimento político está incluído no livro para facilitar aos leitores a compreensão e dar-lhes a conhecer como me interessei pela RPDC, país a muitas milhas da costa de minha pátria.

Não penso que seja possível escrever todos os fatos experimentados por meio de algumas notas de viagem.

A política e ideologia da RPDC como a Ideia Juche seriam naturalmente o plano de fundo das notas.

Não tinha a intenção de escrever este livro como uma autobiografia, porém contém de forma inevitável alguns parágrafos autobiográficos. Se tivesse a necessidade de escrevê-la, poderia fazer em dias futuros.

No livro menciono também os países pelos quais passei nas viagens à RPDC; algumas de suas descrições podem ser controversas, porém queria anotar tudo como era.

Escrevi alguns fatos de minhas visitas realizadas a princípios da década de 1990 e nos últimos anos e os combinei com meus recentes artigos sobre minhas impressões das viagens à RPDC.

Fui aberto e honesto em escrever o que presenciei. Nunca adornei a realidade.

Desejo que o livro contribua a compreender com maior profundidade a RPDC e a Ideia Juche, também os afazeres do Grupo de Estudo da Ideia Juche e da Associação de Estudo da Política Songun do Reino Unido e da Associação de Amizade com a Coreia.

Ademais, quero que meu livro contribua a rechaçar os artigos asquerosos sobre a Coreia Popular escritos por mercenários das forças reacionárias direitistas.

Tratei de escrevê-lo de forma franca, mas também de maneiras vívida e interessante.

Dermot Hudson, outubro de 2019


Prólogo - O caminho ao Juche

Meu interesse sobre a RPDC data meados dos anos 1980 ou do tempo mais anterior. A década de 1980 foi uma época dura para muitos, uma década do diabo, década de Thatcher, e também de desemprego massivo.

Desde criança estava enfadado com a distância entre ricos e pobres. Minha mãe era viúva e tínhamos rendimentos baixos. Não me esqueço até hoje o que me queixava de carnes cozidas (sem salsa nem cebola) e de batatas da frase “coma pouco” repetida diariamente. Os preços das mercadorias disparavam quase a cada semana, o que me fez perceber na própria pele a desigualdade e contradição da sociedade capitalista. Minha mãe, em suas viagens à Londres, costumava comprar Soviet Weekly (ela não era comunista ou de esquerda e, na realidade, tinha opiniões direitistas em alguns problemas como imigração) e fui me impressionando com o Socialismo Soviético. Assim decidi ser comunista na tenra idade.

Em 1975 quando completei 14 anos, ingressei na União da Juventude Comunista. Não sabia como podia afiliar-me a ela e por isso busquei a direção do então Partido Comunista do Reino Unido (PCRU) na guia de Kelly sobre o centro de Londres. Naquele tempo o PCRU estava perdendo as glórias passadas e sua sede encontrava-se no número 16 da Avenida King, Covent Garden (atualmente se encontra lá o Banco HSBC).

De todas maneiras, enviei à União da Juventude Comunista a carta assinalando que desejava ingressar nela. A resposta chegou com um folheto, se não me falha a memória, de título "Caso Comunista" ou algo do tipo. Nela me disseram que me chamaria a filial do condado Hants and Dorset, Southampton e que eu deveria escrever para eles se não recebesse um comunicado dentro de 10 dias. Todavia, ninguém me chamou durante esse lapso.

Foi uma demonstração da incompetência de muitas organizações comunistas e grupos esquerdistas do Reino Unido, a qual experimentei em toda minha carreira política (não havia resposta às mensagens eletrônicas e minha solicitação de ingresso foi ignorada, e nada aconteceu durante vários meses).

Dizia-se que o comunismo nunca ganhou espaço no Reino Unido e que estava em declive. Para mim uma das causas principais de tais fenômenos é a incompetência de quase todas as organizações comunistas e grupos esquerdistas.

Por fim, depois de muito tempo, tive contato pela filial do condado Hants and Dorset do PCRU, com a União da Juventude Comunista.

Assim me afiliei a esta organização e em 1980 quando tinha 19 anos de idade ingressei no PCRU.

Trabalhei na filial de Eastleigh and Winchester dominada por um grupo de cínicos, pessimistas e derrotistas chamados Eve e Doug Peckham. Fui um partidário entusiasta do infame Caminho Britânico ao Socialismo, programa do PCRU em 1977.

Naquele tempo acreditava que o comunismo europeu era o caminho a seguir como em Itália, França e Espanha onde existiam  partidos comunistas de massas.

O Partido Comunista da Itália contava com milhares de votos e militantes e o da França ocupou parte do governo a princípios da década de 1980, embora por um curto tempo.

À medida que me interessava mais pelo Marxismo-Leninismo e o estudava com maior afinco, me dei conta de que o Caminho Britânico ao Socialismo (CBS) e a maioria das políticas do PCRU foram errôneas e não marxista de fato.

Como jovem de 16 anos de idade, me impressionei muito pelo CBS, porém não o compreendia nem  interpretava corretamente. Pensava que segundo seu plano a transição ao socialismo seria lograda dentro de 10 ou 15 anos, no mínimo 5 e no máximo 20 anos.

Percebi que CBS foi um “processo revolucionário” vago e irrealizável que não apresentava nem data de quando triunfaria o socialismo nem aclarava em que momento ocorreria tal mudança revolucionária que poderia durar vários séculos.

Na realidade, isso era similar ao conceito de Fabian sobre o socialismo. Me desiludi muito. Descobri que alguns aspectos do marxismo foram muito deterministas e mecanicistas.

Me encontrei em uma reflexão mais complexa.

Me desiludi com a sucursal do Partido a que pertencia. As reuniões partidistas eram realizadas na casa dos Peckham situada em Eastleigh e eram regidas por eles, que me repreendiam e me tratavam com desprezo sempre.

Eve Peckham era um homem de caráter agressivo e trabalhava como professor de escola primária e Doug Peckham, de cabelo liso e negro, o supervisor ou capataz em um estaleiro (alguns sussurravam que este estava dominado por sua esposa).

Ao recordar aquele tempo, me questiono se os Peckhams foram membros do MI5 ou confidentes de entidades especiais.

Na sucursal estavam também alguns oficiais profissionais de sindicato. Graduado com nota 2,2 em  História Inglesa, fiquei desempregado em 1983 (sempre pensei que meu diploma era um passaporte para um trabalho que prometeria considerável remuneração ou no pior caso para um emprego de escritório entediante e nunca um bilhete para desempregados), porém me incorporei à longa fila de desempregados de mais de 3.5 milhões do tempo de Thatcher.

Na sucursal não quiseram discutir sobre o desemprego e na realidade o PCRU negava começar o Movimento de Trabalhadores Desempregados (a princípios da década de 1930 o PCRU empreendeu uma propaganda massiva entre os desempregados e dirigiu o temível Movimento Nacional de Trabalhadores Desempregados).

A princípios da década de 1980 o PCRU fazia simples palavrórios sobre a “Marcha popular para o emprego”.

Posteriormente, foram organizados os grupos sindicais para tratar problemas de desemprego, porém seus membros eram reformistas impotentes e punks que tomavam café sentados em torno da mesa. De todas maneiras, para mim as reuniões da sucursal foram entediantes e não tinham nada a ver com minhas perspectivas.

Ainda recordo a discussão longa e tortuosa que ocorreu em uma reunião da sucursal sobre a derrota do Partido Trabalhista na eleição geral de 1983. Desde 1981 me senti muito desiludido com o PCRU e mediante vários anos da vida partidista cheguei à conclusão de que o partido era completamente revisionista e estava totalmente corrompido.

Comecei a buscar outras alternativas. Então a oposição chamada “linha-dura” ou “tankie” (tankie é um termo que os liberais usavam para difamar os comunistas e os partidários aos países socialistas) considerava a União Soviética como farol de veneração e esperança e inclusive salvadora.

Na verdade alguns nutriam uma esperança ingênua de que o Partido Comunista da União Soviética e a URSS arrumariam o PCRU e eliminariam todos revisionistas, liberais e seus seguidores e colocariam este partido em sua órbita original, porém não davam explicação alguma sobre o mecanismo ou método para tal ocorrência. Por isso virei inicialmente o olhar para a URSS que, segundo alguns, era o modelo (inclusive único) do socialismo e o Estado completamente “intransigente e antirrevisionista”. Porém me surpreendi muito ao saber que Pepsi-Cola tinha uma fábrica na URSS e que esta traficava com os consórcios multinacionais estadunidenses.

Como podia um país socialista como a URSS aceitar em seu território uma multinacional do imperialismo estadunidenses como Pepsi-Cola?

Algo estava errado lá.

Depois me dei conta de que, embora a URSS fosse venerada por muitos como a forma final de socialismo revolucionário, se tornou revisionista já a princípios da década de 1960 ou mais exatamente desde o XX Congresso do Partido Comunista Soviético de 1956.

Foi óbvio que a URSS não era a resposta porque praticava o revisionismo como o partido britânico. Por isso decidi buscar a inspiração em outro lugar.

Em certa ocasião li que a URSS havia deixado de ser o modelo revolucionário desde meados da década de 1960 e os os povos se dirigiam à Cuba, China, Vietnã e Coreia do Norte.

O impressionante em Cuba foi a posição intransigente anti-ianque de Fidel.

Com o passar do tempo tive interesse na República Popular Democrática da Coreia ou Coreia do Norte como aparecia nas publicações, chamada também de Coreia Popular, Coreia Juche ou Coreia Socialista.

Nos dias quando apoiava o Eurocomunismo e o Caminho Britânico ao Socialismo de 1977, pensava que o futuro Reino Unido socialista deveria perseguir uma política independente, livre da dominação soviética, como RPDC, Romênia ou Iugoslávia (na época não sabia o quanto os eurocomunistas odiavam a Romênia ou quão complexa estava a situação interna da Iugoslávia).

Naquela época não havia literatura apreciável sobre a RPDC e o PCRU mantinha um silêncio ensurdecedor sobre esta considerando o tema como um tabu.

Como começava a examinar uma alternativa para evadir o revisionismo soviético e os extremos revisionismo e reformismo do PCRU, passei a buscar mais informações sobre a RPDC.

Fiquei muito impressionado ao ler um dado de que esta registrou um aumento econômico anual de 16 por cento na década de 1970. Consultei uma seção sobre a RPDC no livro de três volumes Marxist Regimes-a World Survey (publicado por MacMillan) escrito pelo historiador liberal Professor Bruce Cummings.

Os dados sobre a taxa de aumento econômico da RPDC me causaram grande impacto. O autor citou a opinião de um especialista de que o crescimento econômico da RPDC desde a década 1950 até 1970 foi de 23,5 por cento anualmente. Isso era incrível por era mais elevado que o 20 por centro registrado nos 1930 na União Soviética sob Stalin.

Em outubro de 1983 encontrei bela primeira vez uma verdadeira publicação da RPDC: revista pictórica "Coreia".

Era maravilhosa. Se via fotos de paisagens outonais com abundante colheita, do grande Líder Presidente Kim Il Sung na direção sobre o terreno, artigos dos pensamentos deste e de que se  incrementava continuamente o número de hospitais no país. Também uma foto de dois suecos em um parque de atrações durante visita à Coreia. Me deixou muito impressionado. Conseguir informações sobre a RPDC foi muito difícil na verdade. Em 1984 foi publicado um artigo de Murray Sayle em que elogiava a RPDC no jornal Observer, porém em 1985 outro de Peter McGill diametralmente hostil a ela. Me esforcei para encontrar tais informações na sucursal do partido ao qual eu pertencia, porém não se via alguma esperança.

Em um dia de 1983 perguntei sobre a RPDC em uma reunião da sucursal. A resposta dada foi: “São estranhos como os chineses”. Segundo a opinião dos membros da sucursal, o conflito sino-soviético ocorreu devido a que “os chineses queriam suas próprias bombas nucleares”. Quando o partido se dividiu em meados da década de 1980, os Eurocomunistas tomaram um caminho e os de linha-dura de “Morning Star”, outro. (Na realidade estes não foram tão "linha-dura").

Organizamos um grupo local de leitores e partidários de “Morning Star”.

Um grupo separado do Novo Partido Comunista pró-URSS chamado “Proletarian” se incorporou ao nosso. Alguns lhes desprezaram considerando-os como “ultra esquerdistas” ou simplesmente os de desconfiança. Para mim eram completamente tarugos pró-URSS.

De todo modo, logo ao ler o artigo horrendo de Peter McGill de que Juche é “Marxism with a large dose of Korean nationalism” (Marxismo com uma grande dose de nacionalismo coreano), tomei a decisão de buscar mais informações sobre o Juche, as palavras do Presidente Kim Il Sung e da RPDC.

Em uma reunião do grupo de leitores e partidários do “Morning Star”, perguntei a um membro do grupo Proletarian onde podia comprar as obras do grande Líder Presidente Kim Il Sung. –Há um monte delas na livraria de segunda mão em Northam Road, Southampton– me disse secamente com um ar de desestímulo e acrescentou –não deveria ler essas obras mas os livros de Novosti (Novosti era uma casa editora soviética). Ao proferir a palavra Novosti, seus olhos brilharam. Parecia que estava encantado pelos livros de Novosti.

Em um dia de 1985 fui a Southampton, onde foi realizada uma reunião da União da Juventude Comunista e do partido na livraria velha do PCRU situada em St Mary´s Road (originalmente se chamava Livraria Popular, denominação muito agradável, porém a direção do condado a alterou como Livraria Esquerdista).

Depois da reunião, me dirigi a Northam Road onde encontrei uma livraria de segunda mão chamada Northam Books. Estava lá um bom número de livros da RPDC e comprei o volume 5 de Obras Escolhidas de Kim Il Sung da edição de 1972 e uma cópia de Panorama da Coreia de 1974.

Fui cativado por esses livros tanto que os lí em todo o caminho de volta à casa. Naquele dia, devido a um trabalho perene de engenharia, o trem passou por Romsey e Chandlers Ford, e como consequência, tardou muito tempo em cobrir a curta distância entre Winchester e Southampton.

Lendo com grande animação o Panorama da Coreia de 1974, me surpreendi muito com o alto crescimento econômico da RPDC, com seu melhoramento de vida, benefícios sociais como o pagamento de somente 0,3 por cento de renda para imposto de moradia e do grande êxito no setor de saúde pública. Panorama da Coreia narrava sobre o estimado Líder camarada Kim Il Sung. Isso me impressionou muito.

Tudo isso me deu uma confiança firme na RPDC e parecia que fui totalmente cativado por ela. Lí avidamente o volume 5 de Obras Escolhidas de Kim Il Sung, particularmente os discursos proferidos no XX aniversário de fundação do Exército Popular da Coreia (EPC) e na ocasião do XX aniversário de fundação da República Popular Democrática da Coreia, a obra "A grande causa revolucionária antiimperialista dos povos de Ásia, África e América Latina é invencível" (insertada no número 8 da revista Tricontinental, órgão teórico da Organização de Solidariedade com os Povos de Ásia, África e América Latina com motivo do primeiro aniversário do falecimento do Comandante Ernesto Che Guevara) e o informe ao V Congresso do Partido do Trabalho da Coreia.

A posição revolucionária antimperialista, firme e combativa do Presidente Kim Il Sung manifestada no discurso com motivo do aniversário de fundação EPC me impressionou muito. Não havia nem uma  palavra sobre a coexistência pacífica.

Também lí com grande interesse o informe feito ante ao V Congresso do PTC, que denunciava o revisionismo. Ainda que fossem poucas as publicações coreanas que podia conseguir, nelas pude ler o ímpeto revolucionário que palpitava nelas.

Formavam um contraste diametralmente oposto aos materiais entediantes e pesados da Esquerda Britânica.

Passei a estudar e aprender sobre a Ideia Juche passo a passo. Podia conseguir mais publicações da RPDC no Northam Books.

Ingressei no Comitê Britânico de Apoio à Reunificação Coreana com sede em Derbyshire cujo chefe era Granville V. Stone e no Comitê de Amizade com a Coreia. Me inscrevi no Pyongyang Times, jornal em inglês da RPDC. Me enviaram pacotes de livros impressos por várias vezes diretamente da RPDC ou pelo Comitê Britânico de Apoio à Reunificação Coreana. Também fui membro do piquete da marcha de protesto à embaixada estadunidense organizado pelo antigo Comitê de Amizade com a Coreia. Organizei o Grupo de Estudo da Ideia Juche com meus amigos de Hants and Dorset da União da Juventude Comunista. Não pudemos conseguir um local fixo para os encontros e por isso tivemos contatos em cafeterias ou bancos de parques, pelo qual alguns críticos me criticaram de frente durante vários anos. Assim dei o primeiro passo no caminho à Coreia Juche.

 

1. PRIMEIRA VISITA À COREIA JUCHE

Foi em maio de 1992 quando visitei a RPDC pela primeira vez. Tive a honra de receber o convite para o estudo da Ideia Juche durante duas semanas por parte da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Naquele tempo o Reino Unido e a RPDC não tinham relações diplomáticas.

Ainda recordo as palavras do infame Geoffrey Howe (se comparava em outro tempo a uma ovelha zangada), então chanceler do partido Tory, de que o Reino Unido nunca reconheceria a RPDC.

É por isso que minha viagem foi preparada pela Representação da RPDC na UNESCO acreditada em Paris e recebi certa ajuda de Keith Bennett do Comitê de Amizade com a Coreia.

Não pude conter o entusiasmo por visitar pela primeira vez a RPDC. Foi minha primeira viagem de avião.

Me informaram que viajaria à RPDC por Berlim e Moscou. Por conseguinte, tinha que receber o visto e o bilhete da Companhia Aérea Coryo rumo a Pyongyang na embaixada da RPDC em Berlim Leste. Primeiramente, tomar o avião de Londres a Berlim. Alguém me disse que, ainda que chegasse à embaixada da RPDC em Berlim, não me esperariam o visto e bilhete.

Porém os fatos comprovaram que tais palavras foram equivocadas.

Na realidade, posso afirmar que minha primeira visita à RPDC foi a mais cômoda e aprazível em minha vida. Tomei o avião da Companhia Aérea Britânica rumo a um aeroporto de Berlim Oeste.

Baixado o avião me dirigi em taxi à embaixada da RPDC situada ao leste desta cidade.

Os membros da embaixada me receberam com hospitalidade. Me disseram que podia receber o visto e o bilhete às quatro ou cinco da tarde. Fui à Berlim Leste e vi o Portão de Brandenburgo.

Passei um bom momento às margens do rio.

Regressei à embaixada da RPDC pela tarde. Recordo que estava em uma sala de espera com o retrato do grande Líder camarada Kim Il Sung e as flores sobre a mesa. Me encontrei com um sueco chamado–não recordo exatamente– David Oberberry, que me convidou para tomar café indicando-me uma baixa sobre a mesa. Com um vaso de café me senti agradável.

Pouco depois um diplomata coreano entrou com meu passaporte, visto e bilhete aéreo.

Fiquei muito impressionado pela benevolência e hospitalidade da RPDC, e ao mesmo tempo pela superioridade do sistema socialista da RPDC.

O coreano me perguntou se conhecia D K Bhargava, um indiano que vivia em Londres que viria à embaixada.

Não sabia dele nem de seu Grupo de Estudo da Ideia Juche organizada por homens de negócio da Comunidade Indiana. O diplomata coreano nos guiou ao Schonenfeldt, que era o aeroporto da República Democrática da Alemanha.

Lá me encontrei pela primeira vez com Bhargava. Tomamos o avião da Companhia Aérea Coryo rumo a  Pyongyang por Moscou. Se ouvia agradáveis melodias a bordo.

No dia seguinte pela tarde chegamos a Pyongyang.

Por fim cheguei à Coreia Juche.

Meu sonho se tornou realidade.

Fazia 18 anos quando lia sobre a RPDC no Dicionário de Políticas e nunca havia imaginado que poderia pisar na terra do Presidente Kim Il Sung.

Uma das coisas que vi primeiro foi o retrato do grande Líder camarada Kim Il Sung no edifício do terminal do aeroporto.

Descemos do avião e nos dirigimos ao interior do edifício, onde um bom número de pessoas nos deram boas-vindas.

As câmeras da TV Central da Coreia rodavam o espetáculo e fiquei muito surpreso ao me ver na TV da RPDC nesse dia pela noite.

Uma pessoa pequena porém impressionante, que logo conheci se chamava Kim Thae Jin, se aproximou de mim para perguntar “De onde você é? –Sou do Reino Unido –lhe respondi. –Ah, Demort Hudson– disse e me ofereceu um ramo de flores.

Jamais esperava que pudesse receber tal hospitalidade calorosa e boas-vindas de alto nível..

Um jovem chamado Hyon Yong Il se apresentou dizendo que durante nossa permanência nos serviria de guia.

Nos dirigimos de carro à residência situada no distrito de Mangyongdae de Pyongyang.

Mangyongdae é a terra-natal do grande Líder camarada Kim Il Sung.

Chegamos ao destino. Próximo dele corria um rio e do outro lado estava o  Acampamento das Crianças de Mangyongdae. Nossa residência se encontrava no campo rural, pois pudemos recorrê-lo com frequência..

Alguns que inimizavam com a RPDC diziam que nela nem uma vez haviam visto o campo e não queriam dar crédito às palavras próprias dos que visitaram lá. A residência, um edifício em forma de L, contava com salas de reuniões e conferências, restaurante, salão de diversões e livraria.

Ao entrar no interior da residência uma mulher coreana, entusiasta e carinhosa, nos deu as chaves dos apartamentos.

Ela se ofereceu para levar minha mala. Fui surpreendido não somente por sua hospitalidade mas também por sua força suficiente para poder levar minha mala volumosa. Em minha habitação me surpreendi mais uma vez pelo caloroso tratamento que me esperava.

A residência era muito maior que minha casa em Londres e estava composta de sla de estudo/ recepção, dormitório, banheiro e tinha inclusive armários grandes. Na sala de estudo havia um monte de livros e a mesa para escrever.

Se viam o refrigerador e frutas e biscoitos sobre a mesa. O edifício se encontrava em um lugar maravilhoso pois atrás dele havia uma colina frondosa, o que dava uma sensação agradável.

Fui um dos muitos convidados ao curso de estudo sobre a Ideia Juche.

Havia a delegação de Portugal de 5 pessoas cujo chefe era o professor Costa, a russa formada de um casal de idade madura à qual se incorporou um professor, a de três pessoas do Partido dos Trabalhadores da Bélgica (logo após o falecimento de seu fundador e líder Ludo Martens, o Partido se desviou da linha e se tornou revisionista e anti-RPDC), a polonesa, uma argentina residente na Suíça que trabalhava como chefe do grupo de estudo da Ideia Juche de latino-americanos da Suíça e um solitário sueco Oberberry.

Bhargava e eu representamos o Reino Unido.

A convivência com Bhargava me ensinou que ele foi um típico pequeno comerciante e não progressista em nada.

Tivemos debates várias vezes durante a permanência. O mais discordante foi as palavras da delegação da Dinamarca.

Foram muito hostis à RPDC e também anticomunistas. Segundo minha recordação foram também anti-Reino Unido, fazendo piadas estúpidas de que no tempo romano os ingleses haviam tomado água  quente por não saber beber chá. Seu chefe com barba e lentes consumia a maior parte do tempo em criticar as coisas fazendo perguntas difíceis e geralmente muito negativas.

Um deles chamado Martin ia sigilosamente aos arredores. Durante minha visita posterior me disseram que esse Martin parecia ser um agente secreto, já que pela noite saia da residência com um pacote passando não pela porta frontal mas pela vala arrastando-se pelas parcelas de arrozal.

A delegação russa não sabia falar muito em inglês, porém parecia forte no político e humorístico. Uma vez lhes perguntamos sobre Gorbachov. –“Querem saber sobre a amiga de Bush?” –nos respondeu assim um deles.

A permanência na RPDC me semeou na cabeça uma firme confiança na superioridade da Ideia Juche e do socialismo Juche.

Um dia pela noite me esforcei para sintetizar e analisar tudo o que vi na Coreia e concluí que esta nação forte nunca sucumbiria mesmo depois de mil ou dez mil anos.

Durante nossa permanência de duas semanas estivemos presentes em um bom número de aulas, que foram magníficas.

Em uma ocasião, o chefe da delegação dinamarquesa fez perguntas que nada tinham a ver com o problema de que se tratava. Me parecia que os dinamarqueses queriam estancar as aulas.

Parecia que a delegação do PTB se interessava muito pelas relações recíprocas entre a Ideia Juche e o Marxismo-Leninismo. Perguntei sobre Trotskyismo que foi um grande problema no Reino Unido.

Visitamos os lugares de interesse em Pyongyang, entre outros a Torre da Ideia Juche, o Museu da Revolução Coreana, a Grande Casa de Estudos do Povo e o Metrô. No museu visitamos a seção da luta armada antijaponesa dirigida pelo grande Líder camarada Kim Il Sung.

Aprendemos também algo da história da luta armada antijaponesa através da visita ao Cemitério dos Mártires Revolucionários do Monte Taesong, onde vimos o busto dos mártires revolucionários antijaponeses entre eles o da senhora Kim Jong Suk. O panorama de Pyongyang visto do cemitério era magnífico.

Estudamos a história da Coreia desde o tempo antigo mediante a visita ao Museu Nacional da História da Coreia situado ao lado leste da Praça Kim Il Sung.

O investimento da RPDC na educação e cultura se vislumbrava pela Grande Casa de Estudos do Povo  levantada próxima da praça Kim Il Sung. Contava com uma capacidade de guardar 30 milhões de livros. A guia nos disse que custou uma colossal quantidade de dinheiro para sua construção. David Oberberry se mostrou muito duvidoso argumentando que se fosse no Ocidente a construção de tal edifício necessitaria uma quantidade muito maior que essa cifra.

Tinha razão.

Nos países capitalistas se necessitava uma quantidade astronômica de fundos para construir qualquer coisa. Na área onde eu vivia, a administração local consumiu centenas de milhares de libras só para a pavimentação.

Ainda recordo vividamente a primeira visita ao Metrô de Pyongyang. Quando descemos na escada rolante nos dirigimos à plataforma majestosa com as colunas de mármore e murais de realismo socialista. A delegação portuguesa exclamava sem cessar. A estação estava totalmente limpa, tão limpa que, na realidade, parecia incrível.

Visitamos vários lugares fora de Pyongyang. Visitamos o Complexo de Maquinaria Pesada de Taean de uma envergadura gigantesca.

Produzia máquinas como geradores e turbinas de grande tamanho, parte deles se exportava.

 O Complexo de Maquinaria Pesada de Taean possuía uma significância particular. É a empresa onde em 1961 o grande Líder camarada Kim Il Sung criou o Sistema de Trabalho de Taean, um sistema de administração coletiva pelo comitê do Partido nas fábricas que substituiria o estilo capitalista do sistema de administração pelo diretor.

A fábrica estava limpa de modo impressionante.

Vimos os cartazes que mostravam estatisticamente os êxitos produtivos. Os membros do PTB pegaram caderninhos para anotar as cifras.

Obviamente estavam muito impressionados.

Também viajamos ao monte Myohyang para ver a Exposição Permanente de Amizade Internacional e passamos uma noite no hotel. Naquele tempo (1992) a estrada Pyongyang-Hyangsan estava em construção.

A rota mais rápida e conveniente para ir a Hyangsan foi a ferroviária. Porém os dinamarqueses disseram que tomar o trem constituía uma parte da conspiração para esconder a vista do campo e demandaram ir de carro. Assim acabamos indo de carro, o que acabou sendo uma viagem muito longa. Chegamos muito cansados.

O hotel do condado de Hyangsan era excelente. Era um edifício de estilo tradicional da Coreia com calefação central. Visitamos a Exposição Permanente de Amizade Internacional (sobre isso escrevi em outros capítulos) e fizemos excursão no monte Myohyang.

Creio que o monte havia sofrido muitas mudanças nos anos recentes, porém naquele tempo subimos por uma série de caminhos. Havia escadas em alguns  lugares e pontes de corda sobre barrancos e córregos.

No monte Myohyang me encontrei várias vezes com Kim Thae Jin. Foi uma pessoa muito entusiasta e impressionante. Me disse que “como você pode ver, o socialismo de nosso país é o vitorioso”.

Também visitamos Kaesong e Panmunjom.

A estrada Pyongyang-Kaesong havia sido recém-construída. Descemos de carro na estação de serviço acondicionada no meio da estrada para tomar café.

Na cidade de Kaesong nos hospedamos no Hotel Janamsan. Lá comemos uma refeição feita com carne de faisão e insam, um dos manjares típicos e saborosos da Coreia. Essa carne é uma das comidas difíceis de provar na Inglaterra.

A coreana constitui uma nação homogênea que conta com a história de más de cinco mil anos.

A divisão nacional impõe aos coreanos inenarráveis sofrimentos.

A Irlanda foi dividida pelo imperialismo britânico que pôs sob seu domínio 6 condados do nordeste dela. O resto com 26 condados proclamou a independência como a República da Irlanda (alguns podem ter dúvida sobre o fato). Porém é muito fácil viajar entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte. Se pode tomar trem ou ônibus de Dublin até Belfast, o que ocorre diariamente.

Porém não se pode fazer o mesmo na Coreia.

Bhargava pensava estupidamente que, sendo estrangeiro, podia cruzar com facilidade ao outro lado da linha divisória.

Nosso guia lhe disse que se o fizesse podia ser objeto do disparo dos soldados estadunidenses. Desde o balcão do pavilhão do lado da RPDC pudemos contemplar a região em uma olhada.

Notei que, em uma torre do lado oposto se moviam umas figuras. O guia explicou que os estadunidenses usavam equipamentos infravermelhos e outros avançados para detectar de que países somos.

Vista da RPDC, a Coreia do Sul parecia um lugar vazio e desolado.

Vimos também a muralha de concreto construída pela Coreia do Sul. Os carros tinham que subir uma subida muito empinada. Ao chegar ao cume nos levaram a um posto de observação.

A muralha de concreto é o símbolo da divisão coreana.

Uma vez na década de 1980 vi um folheto sobre essa muralha publicado pelas Edições de Línguas Estrangeiras situada em Pyongyang.

EUA e outros países capitalistas do Ocidente armaram um alvoroço em 1989 em demanda da destruição do Muro de Berlim, porém nada falavam sobre a muralha de concreto levantada na Coreia.

Visitamos a então Escola Secundária nº 1 de Pyongyang, o que me serviu de experiência interessante. Era um edifício moderno.

A RPDC era o mesmo que eu imaginava durante a leitura das publicações dela. Porém essa escola superava minha imaginação. Contava com muitos computadores que nunca pensava que podia ver na RPDC. Os meios ocidentais propagavam diariamente o atraso dos países socialistas. Pregoavam que havia uma distância tecnológica de vários anos entre a URSS e os países ocidentais.

Naquele tempo não era um bom aficionado ao computador e não gostava de usá-lo no escritório considerando-o muito complicado e difícil de compreender. Porém os estudantes da RPDC os manejavam com facilidade. Foi surpreendente.

Após visitar a escola fomos convidados para assistir a apresentação artística preparada pelos membros do círculo musical. O ânimo e vitalidade deles me surpreendeu muito. Eram muito diferentes de seus contemporâneos apáticos, desanimados e decadentes dos países ocidentais. Fizemos piquenique ne bela Colina Moran, onde se contemplava uma vista da cidade de Pyongyang.

Também fizemos compras. Fomos a uma loja de mercadorias artísticas, ao Armazém de Ragwon e à Loja para o Corpo Diplomático de Pyongyang Leste da qual falava sempre com muito entusiasmo o sueco David Oberrberry.

Ao pensar em deixar a RPDC e retornar ao Reino Unido me senti triste. Tomamos o avião da Companhia Aérea Coryo rumo a Berlim Leste.

2. VIAGEM POR MOSCOU.

A segunda visita à RPDC foi um pouco mais difícil que a primeira, de maio de 1992. Originalmente a planejei para maio de 1993 porém foi adiada para outubro do mesmo ano.

Não podia utilizar mais a Companhia Aérea Coryo em Berlim, tendo que ir por Moscou.

Tomei o avião da Companhia Aérea Britânica rumo a Moscou. Lá me esperava um funcionário da embaixada da RPDC acreditada em Moscou, que tinha seu hotel, onde passei uma noite. A chefe de cozinha foi tão amável que tocou a porta para avisar-me que estava preparada a comida.

No dia seguinte partimos à Pyongyang em avião Coryo.

No avião viajava também a delegação do Partido Comunista da Federação Russa liderada por seu segundo secretário.

Foi muito impressionante que a RPDC apoiava diferentes partidos e movimentos comunistas da Rússia. A líder comunista férrea Dr Nina Andreeva havia visitado a RPDC em 1992 e deu uma palestra na Universidade Kim Il Sung com o tema de “A Causa socialista é invencível”.

Depois, a RPDC publicou suas falas sob o título “Princípios não apresentados”.

Em Pyongyang me receberam o guia de idade madura Kim Chol Ung e o jovem intérprete Min. Nos dirigimos de carro à residência.

Era outono na RPDC, porém fazia calor. A paisagem estava tingida de luzes douradas.

Troquei muitas palavras com os professores coreanos e recebi um bom número de lições sobre a Ideia Juche, a unidade monolítica e a política de benevolência, que foram muito interessantes.

Uma vez perguntei a um professor sobre a coexistência pacífica. Me respondeu que isso era impossível acrescentando: “Pensa que podem cruzar o rio o cordeiro e o tigre no mesmo bote?”.

Kim Chol Ung me explicou sobre o problema de sucessão.

Naquele tempo o camarada Kim Jong Il fui o sucessor do grande Líder Presidente Kim Il Sung. Kim Chol Ung disse com entusiasmo e cheio de convicção que aquele era um gênio teórico que sistematizou a Ideia Juche, coisa que nenhum outro poderia fazer.

Pude conhecer que o povo coreano apoiava com firmeza o camarada Kim Jong Il como sucessor do gran Líder camarada Kim Il Sung.

Visitei a sede da Federação Geral dos Sindicatos da Coreia (FGSC).

Uma das difamações sobre a RPDC é que nela não existem os sindicatos. Porém a realidade mostrou o contrário de tal propaganda.

Naquele tempo fui um ativista da Federação do Pessoal da Agência Tributária (FPAT) dirigida por sujeitos direitistas.

Era uma organização não partidária à greve (em certa ocasião alguém me havia perguntado “Para que serve o sindicato sem greve?”, uma questão muito interessante) e contava com diretores, membros e incluso representantes.

De todos modos, manifestei meu desejo de ver os membros de sindicatos e os camarada coreanos me levaram à Sede da FGSC, explicando-me o papel dos sindicatos na RPDC e me deram um folheto sobre a FGSC e sua história.

Lhes expliquei sobre a FPAT com a esperança deque ambas estabelecessem relações amistosas, porém a direção direitista rechaçou.

Visitei pela primeira vez o Museu Comemorativo da Vitória na Guerra de Libertação da Pátria.

De um lado se via o Monumento á Vitória na Guerra na Guerra de Libertação da Pátria construída com motivo do 40º aniversário da vitória na guerra. Antes de entrar no museu observamos seu interior. No interior do museu vi a proclamação dos estadunidenses ocupantes da Coreia do Sul de que matariam qualquer um que desobedecesse suas ordens.

Vi também os modelos elegantes de alto nível que retratavam a luta dos trabalhadores de transporte rodoviário e ferroviário.

Fui também ao Instituto Universitário Politécnico Kim Chaek, onde se viam também os edifícios recém-construídos. Ocupava uma vasta área no centro de Pyongyang.  Lá se realizava em nível avançado as investigações sobre robôs e computadores.

Ademais, visitei a Exposição Permanente das Três Revoluções que parecia simbolizar o futuro. Estavam exibidos ao ar livre trens, caminhões e tratores.

Visitamos também a Exposição Permanente de Amizade Internacional, porém foi  diferente da anterior em vários aspectos.

Em seguida, viajamos de trem, que nos serviu de experiência valiosa.

Durante a viagem fiz várias perguntas aos guias. De meu assento pude contemplar a paisagem do campo da RPDC.

Pela noite chegamos a Hyangsan.

Diferente da visita anterior, desta vez nos hospedamos não no Hotel no condado de Hyangsan onde havíamos permanecido em maio de 1992 mas na Casa de Hóspedes fora dela.  Era um edifício de dois pisos construído ao estilo coreano. Tinha instalada uma pequena livraria.

Me pareceu uma habitação cômoda e agradável. Parecia que também se hospedava lá a delegação do Partido Comunista da Federação Russa que vi no aeroporto. Ademais, estavam os universitários do Irã, que faziam carreira no exterior.

No dia seguinte nos dirigimos à Exposição Permanente de Amizade Internacional, magnífica em todo momento.

Desta vez visitei o Museu da História do Metrô de Pyongyang dedica tório a sua história de construção.

Provavelmente o museu seria o único de seu estilo que mostrava em concreto sua construção, ainda que em muitos países hajam museus de transporte.

Era um edifício majestoso situado próximo da Casa Cultural 8 de Fevereiro, denominada atualmente a 25 de Abril (lá se celebrou o VII Congresso do Partido do Trabalho da Coreia). Se tratava do museu de realismo socialista, muito limpo e espaçoso. Mostrava em detalhes a completa história da construção do Metrô de Pyongyang e as orientações sobre ela do grande Líder Presidente Kim Il Sung e do grande Dirigente camarada Kim Jong Il.

Estavam exibidas as fotos destes no perigoso lugar de construção. Também se viam modelos de redução de máquinas que mostravam a perfuração de túneis e a construção do metrô, que eram impecáveis.

Aprendi muito sobre o Metrô de Pyongyang e sua história.

O grande Líder Presidente Kim Il Sung e o grande Dirigente Kim Jong Il orientaram a construção em centenas de ocasiões.

No museu pude ver também as notas sobre o metrô de Pyongyang escritas pelos visitantes estrangeiros. Recordo os elogios de uma personalidade da República Democrática da Alemanha. O Metrô de Pyongyang é conhecido como o mais do mundo, o de tarifa mais barata e também por sua  ornamentação e edificação magnífica.

Visitamos também o Zoológico Nacional situado no distrito de Taesong onde havia grande variedade de animais.

Foi minha primeira visita a um zoológico desde minha visita aos 8 anos. No Reino Unido o preço para visitar os zoológicos era tão caro que não se podia visitá-los regularmente.

Pude também desfrutar de uma apresentação artística que tinha incluída uma canção sobre o Exército Popular da Coreia.

Também visitei uma fazenda cooperativa,  (fazenda coletiva ou cooperativa se chama em russo Kolhoz). Foi precisamente a fazenda cooperativa de Sunan situada consideravelmente próxima do aeroporto de mesmo nome.

Lá visitei um jardim de infância e clínica. Entrei em uma moradia que ocupava uma superfície  espaçosa com várias habitações. Perguntei aos anfitriões que tipo de programas de TV preferiam ver. A dona de casa contou que seu  marido prefere os comentários políticos, os filhos desenhos  animados e ela os programas de animais.

Regressei de avião Coryo à Moscou e me hospedei outra vez no hotel da embaixada da RPDC.

Nos aconselharam que não saíssemos da embaixada pois naquele tempo Moscou estava em um estado virtual de guerra civil. No aeroporto de Moscou pequei o avião da Companhia Aérea Britânica rumo à Londres. As aeromoças foram antipáticas. Tratavam com hospitalidade os homens de negócios, porém me disseram friamente “Bom dia”. Regressei a Londres. Chovia e fazia frio. O trem subterrâneo chegou tarde como sempre.


3. VIAGEM POR PEQUIM

Minha terceira visita à RPDC ocorreu de forma muito diferente por certas razões.

Primeiro, me acompanhou Shaun Pickford, seguidor da Ideia Juche e também membro do Grupo de Estudo da Ideia Juche do Reino Unido (GEIJRU).

O vi pela primeira vez no congresso do Novo Partido Comunista celebrado em dezembro de 1993. Shaun participu como delegado no XIII Festival Mundial de Jovens e Estudantes realizado em Pyongyang, no verão de 1989. Tinha um papel ativo no GEIJRU e compartilhava conosco seus conhecimentos profundos e ricos sobre a teoria do Juche. Trabalhava como secretário-chefe do GEIJRU.

Segundo, nos disseram que o voo da Companha Aérea Coryo de Moscou a Pyongyang havia sido interrompido e a única rota aérea foi pela China.

Terceiro, todos os subsídios de tarifas aéreas pagas pela parte coreana deixou de existir e todos tinham  que pagar completamente suas viagens. Naquele tempo era solteiro e se pode pensar que tais gastos não me pesavam tanto porém meu salário era insignificante e meu patrão de coração duro se recusava me promover, ainda que trabalhasse nesse ofício por cinco anos, desde o início da manhã todos os dias, com rara ausência por enfermidade.

Ademais, a situação da RPDC estava muito tensa, se aliviando somente nos dias anteriores a nossa chegada mediante a visita do ex-presidente estadunidense Jimmy “Mr. Peanut” Carter.

Algumas pessoas nos disseram que a viagem à Coreia por Pequim seria mais fácil e que a China era um tipo de país socialista ideal.

Porém tínhamos um critério diferente. Consideramos essa viagem como um susto, coisa que ia ocorrer a cabo de muitos anos.

Naquele tempo não havia a embaixada da RPDC em Londres e por conseguinte o visto era obtido na embaixada da RPDC em Pequim e o bilhete da Companhia Aérea Coryo no escritório desta situada ao lado do Swiss Hotel em Pequim.

Atualmente vooam diariamente os aviões da Companhia Aérea Chinesa de Londres a Pequim incluindo os de outras companhias aéreas, porém segundo minha recordação em 1994 havia só 3 ou 4 voos a cada semana.

Tínhamos que coincidir tais voos com o Companhia Aérea Coryo de Pequim a Pyongyang.

Então o centro chinês de viagem se encontrava no Circo Cambridge de Londres. Fui lá reservar os bilhetes. Me encontrei com uma chinesa que não respondeu minha demanda de comprar os bilhetes da Companhia Aérea Chinesa e só me disse que “Você não pode conseguir o visto para a China”.

Lhe expliquei em detalhes para onde ia viajar, porém simplesmente me respondeu: “Não conseguirá o visto para China e tampouco para seu destino”.

Por isso tinha que comprar os bilhetes pelo escritório da Companhia Aérea Chinesa em Victoria e conseguir o visto chinês no Consulado da China. Ainda recordo que alguns davam suspiros por esse visto.

Se não me falha a memória me encontrei com Shaun no aeroporto Heathrow.

Tomamos o avião Londres-Pequim da Companhia Aérea Chinesa no domingo pela noite.

Quando chegamos a Pequim fazia muito calor.

Fomos de taxi ao hotel Ritan que reservamos por ser próxima da embaixada da RPDC. A tarifa de taxi foi muito cara e o chofer nos exigiu também a passagem de transporte.

No Hotel Ritan topamos com o primeiro grande problema. O Hotel nos exigiu pagar de imediato não em RMB da China mas em dólar. Tinha certa quantidade de dólares, porém esta foi para comprar os bilhetes da Companhia Aérea Coryo. Não tinha outro meio que não fosse usá-la.

Para resolver o problema de dólares tivemos que retirar mais no banco chinês. Sem isso não podíamos comprar os bilhetes da Companhia Aérea Coryo nem ir a Pyongyang. Felizmente o edifício do Banco CITIC, um dos grandes bancos internacionais da China estava a alguns quarteirões de nosso hotel.

Fomos lá e cumprimos exitosamente a missão de retirar dólares.

Porém quando íamos regressar a pé à residência nos deparamos com outro problema surpreendente.

Cruzamos a avenida. Os carros e caminhões se detiveram ao tornar-se vermelhos os semáforos, porém centenas de bicicletas ignoraram os sinais.

Não podíamos assumir os acidentes por elas. Para não falar de possíveis feridas, eram muito complexos os processamentos legais em tais casos. É por esta razão que tomamos o táxi para curta distância até o hotel, que nos tirou mais dinheiro de forma ridícula.

Recebemos os vistos da RPDC no Consulado desta e fomos de taxi ao Hotel Swiss para comprar os bilhetes da Companhia Aérea Coryo.

Na terça-feira pela manhã tomamos o táxi para ir ao aeroporto e outra vez pagamos a passagem.

Ao dirigir-nos ao check-in da Companhia Aérea Coryo pensamos que todos os males haviam passado, porém lamentavelmente estava errado.

Umas pessoas em uniformes nos detiveram. Lhes mostramos os passaportes, porém elas nos indicaram um posto atrás de nós. Tínhamos que pagar 22 dólares como imposto ao aeroporto. Felizmente tínhamos quantidade suficiente para pagar. Quando o avião da Companhia Aérea Coryo levantou voo me senti alegre.

Chegamos ao Aeroporto Internacional de Pyongyang.

Fomos recebidos no aeroporto por Hyon Yong Il que havia sido minha guia em 1992. Nos dirigimos de Mercedes de grande tamanho à residência. Quando chegamos ao destino Shaun ficou admirado com a  residência.

Reinava na residência uma atmosfera muito igualitária.

Nos foi algo extraordinário ver camareiras e choferes jogando bilhar ou snooker (não sei a diferença entre bilhar, snooker e pool) com os professores e investigadores.

Tais espetáculos eram impossíveis em países com o Reino Unido com grandes diferenças entre as classes.

Nos submetemos às lições da Ideia Juche.

Tivemos discussões excelentes com os professores e investigadores da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Nos convidaram também a uma exibição. Havia um mapa-múndi pontos vermelhos representando os países e regiões onde se organizaram os grupos de estudo da Ideia Juche.

Pudemos conhecer que em escala mundial existiam mais de mil de tais grupos. Quase a maioria dos países do mundo os tinham. Recordo que um professor apontou que esses grupos atuavam em quase todo o mundo exceto em “países ditatoriais ” ou “fascistas” (segundo sua expressão). Evidente que na Coreia do Sul se proibia o estudo da Ideia Juche e se encarceravam os partidários a esta doutrina.

Visitamos o Museu da Revolução Coreana.

Era um edifício majestoso com uma superfície total de 54 mil metros quadrados, maior que qualquer museu de Londres. Percorrer todos os setores do museu necessitava muito tempo e por isso vimos somente um deles.

Também visitamos o Museu Comemorativo da Vitória na Guerra de Libertação da Pátria.

Primero nos dirigimos ao Monumento à Vitória na Guerra de Libertação da Pátria com grupos de estátuas que descreviam os soldados do Exército Popular da Coreia.

Nos guiaram duas mulheres de uniforme militar. No vestíbulo havia uma pintura de grande tamanho que descrevia o grande Líder Kim Il Sung em seu uniforme de Marechal com uma mão levantada. (Em 2013 o museu foi ampliado com motivo do 60º aniversário da vitória na Guerra de Libertação da Pátria). A seu lado estavam os soldados do EPC, operários e camponeses. A pintura simbolizava a unidade do exército e do povo em torno ao grande líder camarada Kim Il Sung.

Vimos o tanque Nº 312 do EPC que irrompeu primeiro em Seul quando o EPC libertou esta cidade após três dias de guerra.

O que nos deixou curioso fui a história da visita à Tumba de Tangun, rei fundador da nação coreana.

Os historiadores reacionários pregoavam que Tangun não era uma pessoa real mas uma figura mítica como o rei Arthur da Inglaterra. Porém os arquólogos coreanos comprovaram que tais argumentos de careciam de fundamento mediante a localização daquela  tumba. Assim aclararam que Tangun não só existiu mas também viveu há mais de cinco mil anos.

Este fundou a Coreia Antiga, primeiro Estado no Oriente pondo fim ao período pré-histórico na Coreia. A nação coreana é uma das mais antigas do mundo, que vem desenvolvendo desde muito tempo, anterior ao nascimento dos Estados Unidos.

Em poucas palavras, os coreanos fundaram o Estado quando o território estadunidense ainda estava deserto.

Fomos a essa tumba reconstruída, situada no subúrbio de Pyongyang. A tumba foi reconstruída de forma perfeita e impressionante. O interior da tumba não contava com luz e estava frio. Os guias nos explicaram sobre Tangun e a tumba. Provavelmente este foi sepultado lá junto com uma parte de seus escravos.

Fomos ao Parque de Atrações de Mangyongdae, onde fomos na montanha-russa. Foi minha primeira e última vez a divertir-me nela. Os guias nos levaram à dianteira apresentando-nos como hóspedes de honra. O tempo passou muito rápido. Vimos os trabalhadores coreanos divertindo-se no parque.

Um dia fomos não de carro mas a pé à Praça Kim Il Sung situada no centro de Pyongyang. Parecia que ninguém se deu conta de que somos estrangeiros e não nos prestavam atenção. Todos aparentavam ser saudáveis e estavam postos de forma bem arrumada. Parecia que cada um estava cheio de esperança e confiança. Não se via mendigos como na Inglaterra e outros países capitalistas.

Shaun desejava visitar a loja subterrânea a que havia ido em 1989 durante o XIII Festival Mundial de Jovens e Estudantes. Porém contra seu desejo, visitamos o Armazém nº 1 de Pyongyang situado ao leste da Praça Kim Il Sung.

Lá Shaun comprou um tanque de brinquedo para seu sobrinho pequeno, porém alguns de seus familiares lhe criticaram chamando-o de belicoso. Antes de abandonar a RPDC compramos certas coisas em várias logas. Segundo minha recordação, comprei latas de damasco feitas na RPDC em um armazém.

Fomos também a Panmunjom e Kaesong.

Tivemos o passei pelo centro de Kaesong junto com o guia Hyon. Caía uma chuva leve. No caminho não vimos alguém que parecesse faminto. Tudo parecia normal. Quando Shaun disse que certos jornais reportavam que nas cidades coreanas os habitantes morriam de fome, Hyon Yong Il balançou a cabeça negativamente.

No dia seguinte fomos a Panmunjom, onde experimentamos a tragédia da divisão coreana.

Entramos em um galpão onde se convocaram as reuniões da Comissão de Armistício. Os militares sul-coreanos que estavam de guarda nos olharam com olhos ameaçadores através das janelas. Parecia que eram um pouco estúpidos porém frenéticos. Conversamos com os oficiais do Exército Popular da Coreia em Panmunjom. Ao nos despedir deles disse que no futuro queria visitar a Coreia reunificada sem a linha de demarcação.

Durante a visita de 1992 havíamos visitado o Complexo Hidráulico do Mar Oeste, um milagre de construção e engenharia do Juche construído pelos esforços dos coreanos e de custo enorme equivalente a 4 bilhões de dólares. Havíamos passado de carro pela cidade portuária próspera Nampho, que me deixou muito impressionado. Desta vez também visitamos o Complexo Hidráulico do Mar Oeste.

Outro objeto de nossa visita foi o Estádio Primeiro de Maio situado na ilhota Rungna, uma grande criação da RPDC onde se haviam celebrado os atos de abertura e encerramento do XIII Festival Mundial de Jovens e Estudantes em 1989. O estádio despertou em Shaun a recordação do ocorrido durante o festival mencionado.

Visitamos Mangyongdae, terra natal do grande Líder camarada Kim Il Sung, situada não muito longe de minha residência.

Também fomos ao Palácio das Crianças de Mangyongdae edificado em 1989 na avenida Kwangbok. Constitui a base de educação extraescolar muito peculiar, que existe somente na Coreia. Lá vimos as crianças criando caligrafias e bordaduras excelentes.

Pela noite fazíamos discussões detalhadas no bar da residência em em nossos apartamentos. As vezes jogávamos bilhar ou snooker com os coreanos e sempre saíamos vencidos.

Também assistimos TV. Recordo ainda um filme de ação coreano intitulado “A ordem 027”. Shaun expressou que os programas de TV da RPDC eram de alto nível político-ideológico e muito mais interessantes que as entediantes telenovelas ou filmes corruptos da TV britânica. Certo dia pela noite passeamos pelos arredores da residência, durante o qual podíamos ouvir barulho de rãs.

Em um dos últimos dias de nossa permanência as camareiras fizeram uma apresentação artística para nós, que nos deixaram muito impressionados. A atmosfera parecia algo que nunca sentimos na Inglaterra.

Chegou o momento de regressar. Fomos à Pequim de avião da Companhia Aérea Coryo.

Ao chegar em Pequim reservamos um hotel no aeroporto. No dia seguinte nos dirigimos em taxi muito pequeno ao aeroporto.

Nesse dia choveu muito. O avião aterrissou no aeroporto Heathrow e me despedi de Shaun que voltava a Stoke On Trent. Na segunda-feira estava de volta ao escritório.


EPÍLOGO-LÁGRIMAS DE JULHO

Alguns dias depois de nossa visita à RPDC ou vi a notícia impactante e dolorosa de que o grande Líder Presidente Kim Il Sung faleceu de forma inesperada.

A rádio a anunciou de repente. Estava na casa de minha mãe ao sul da Inglaterra. Liguei no canal 4 da rádio BBC (eu só escrutava o canal 4 ou 3 da BBC, alheio à decadência e à tendência).

Não conseguia acreditar nessa notícia. Pensei que algo estava errado nela.

Ao escutar a notícia dada sem sentimento algum o coração batia fortemente e me sentia muito doloroso. Tratei de acalmar-me passeando no contorno da casa de minha mãe.

Logo perambulei pela cidade em profunda reflexão e dizia a mim mesmo que era uma notícia falsa. Somente haviam passado alguns dias de 3 de julho (domingo) quando regressei da Coreia Popular via Pequim, China.

Partimos da Coreia em dois de julho, um sábado.

Durante a permanência nela vimos diariamente por TV o grande Líder Presidente Kim Il Sung que dirigia sobre o terreno todas as partes do país ou se reunia com os hóspedes estrangeiros. Cada vez que ele se reunia com as personalidades estrangeiras se interpretavam melodias solenes. O Presidente parecia saudável e vigoroso. Para mim foi imaginável que ele se foi de nós.

O camarada Kim Il Sung faleceu inesperadamente às duas da madrugada quando trabalhava no  escritório. Diziam que revisava um documento relacionado com a economia e a reunificação nacional.

Apesar da idade avançada trabalhava diariamente até as horas avançadas da noite.

Quando a notícia de seu falecimento foi anunciada pela Agência Central de Notícias e pela TV da RPDC, os habitantes coreanos correram às estátuas de bronze do grande Líder camarada Kim Il Sung, derramaram lágrimas caindo ao solo.

Como eles poderiam separar-se do Presidente? Muita gente do Ocidente não pode compreender  totalmente a veneração dos coreanos ao Presidente.

Como um coreano me havia explicado, eles põem o pin com o rosto do Líder Kim Il Sung com grande orgulho e devoção porque sem o Presidente não haveria existido a Coreia socialista. Este lutou contra o imperialismo japonês pela libertação coreana por mais de duas décadas e edificou o novo Estado. De verdade ele é o fundador da Coreia moderna, da Coreia socialista. Estabeleceu o regime socialista que oferece a todos os empregos completos, a educação gratuita, a assistência médica gratuita, as moradias e outras muitas coisas, inimaginéveis em outros países.

Para os coreanos a perda do Presidente era o mesmo que a de seus progenitores.

 

4. OUTRA VEZ AO PAÍS DO JUCHE

Em 1996 visitei outra vez a RPD da Coreia com Shaun Pickford. Permanecemos lá de 15 a 29 de junho. Foi minha quarta visita. Passamos dias muito alegres de modo que nos entristecera a ideia de  regressar à Inglaterra.

Quando o avião da Companhia Aérea Coryo se aproximava de Pyongyang pensamos no que nos esperaria. Depois de nossa última visita circulava todo tipo de rumores sobre a Coreia Popular. Primeiramente, diziam que a RPDC sofreu grande inundação em 1995 e danos colossais na colheita pelo granizo em 1994.

Nos meios de transmissão capitalistas começaram a aparecer palavras de “crise alimentar” e “miséria massiva” na RPDC, coisa improvável e impossível de crer para nós, os partidários da Ideia Juche, já que a RPDC, desde princípios da década de 1960, se autoabastecia dos alimentos e na década de 70 até exportava grande quantidade de cereais.

Com tudo isso, esses rumores não deixaram andar por alguns organismos não governamentais e nos brotaram dúvidas de sua probabilidade.

Os imperialistas, capitalistas, revisionistas modernos, democratas sociais e liberais somaram suas forças na campanha contra a RPDC. Suas propagandas mentirosas não tinham limites.

O avião se aproximou do Aeroporto Internacional de Pyongyang a 12 milhas do centro da cidade, porém não se via nenhuma marca da inundação olhando do céu.

No aeroporto vimos outro grupo de ingleses. Eram jovens de cabelo raspado e usando bermudas. Ao princípio ficamos preocupados que eles fossem jornalistas e nos ocasionassem problemas, porém eram turistas.

Shaun disse baixo que os coreanos não gostavam de bermudas e a aparência deles não seria bem vista. Durante o Festival Mundial de Jovens e Estudantes de 1989 celebrado na RPDC, ele mesmo havia presenciado homens de bermudas ser denegados ante a entrada nos hotéis.

Nos encontramos com o professor Ko Il Su e um jovem intérprete chamado Kim Jong Chol. Nos dirigimos ao centro da cidade de carro, as coisas pareciam as mesmas que em 1994. Não se via nenhum vestígio de “crise alimentar” ou longa fila para comprar os alimentos.

Antes de ir ao albergue fomos primeiro à colina Mansu onde estava erguida a estátua de bronze do grande Líder camarada Kim Il Sung. Com respeito depositamos as flores ante a ela e inclinamos a cabeça por um momento em silêncio solene. Foi um tributo modesto que pudemos render ao grande homem que consagrou tudo em aras de sua pátria e da revolução mundial.

Uma melodia solene começou a ser interpretada no alto-falante. Então se aproximou um grupo de crianças (ao meu ver de 6 ou 7 anos de idade) à estátua para render homenagem ao camarada Kim Il Sung.

O falecimento deste foi uma tragédia dolorosa para o povo coreano, porém era evidente que a revolução iniciada por ele continuava de geração em geração.

Os coreanos enalteciam como seu dirigente o camarada Kim Jong Il que conduzia a revolução coreana por dezenas de anos desde que começou a trabalhar no Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia em 19 de junho de 1964.

Kim Jong Il foi um grande homem que havia acumulado façanhas enormes. Na residência, junto com uma delegação chinesa, vimos um documentário que demonstrava o camarada Kim Jong Il na cabine de controle de um avião. Ficamos muito impressionados ao ver as atividades do camarada Kim Jong Il.

Durante a visita Shaun ficou gravemente enfermo.

A dois ou três dias de nossa permanência Shaun não foi tomar café da manhã e fui a seu quarto para despertá-lo. Ele me disse que sofria de dor no estômago. Me veio à mente o fato de que no Aeroporto de Pequim comemos comidas baratas porém gordurosas.

Expliquei aos guias sobre isso e eles chamaram um médico. O doutor disse que Shaun estava com gastroenterite e devia ser enviado ao hospital. Assim Shaun foi levado ao Hospital de Namsan situado em Pyongyang Leste. O terceiro piso do hospital era para tratamento exclusivo dos estrangeiros. No livro de visitantes li uma nota do dirigente da Frente Popular de Trabalhadores, Camponeses e Estudantes do Peru.

Meu camarada foi submetido ao tratamento de primeira classe. Ocupou o quarto de uso personal (na Inglaterra se paga para isso) onde havia uma televisão.

Foi organizado um grupo de médicos e enfermeiras para tratar de Shaun, que se recuperou em dois dias. O cuidado e atenção dados a Shaun pelo pessoal do hospital nos deixaram muito impressionados.

Visitamos o Palácio dos Congressos Mansudae, arquitetura majestosa no centro de Pyongyang situado perto do Museu da Revolução Coreana levantado na colina Mansu.

Fui à sede da Assembleia Popular Suprema, órgão legislativo superior da RPD da Coreia. Na RPDC os trabalhadores comuns se elegem como deputados à Assembleia Popular Suprema e não existe nenhum “político profissional” parasitário.

A viagem ao monte Myohyang foi muito divertida.

Fomos de veículo pela estrada turística recém-pavimentada. Permanecemos no Hotel de Hyangsan, edifício de 15 pisos em forma de pirâmide, em cujo cume estava um restaurante giratório.

No hotel reinava uma atmosfera muito tranquila.

A área total era tranquila, silenciosa e especialmente muito limpa. Passando um tempo de repouso no  restaurante tomamos café. De nossos assentos se via a estrada em frente ao hotel e os ônibus rurais passando periodicamente.

Em muitas zonas rurais da Inglaterra quase não transitavam ônibus ou passavam uma vez por semana, motivo pelo qual este fato nos deixou impressionados.

Passeamos pelas margens do rio e da lagoa criadora de peixes perto do hotel. Em um edifício de tijolos estava colocado um lema, que segundo os guias dizia: “Apoio em nossos próprios recursos e com nossas próprias forças!”. Lá intercambiamos opiniões durante um longo tempo com o professor Ko Il Su sobre alguns assuntos da política externa da RPDC.

Visitamos a Exposição Permanente de Amizade Internacional e os templos budistas.

Depois fomos ao monte Myohyang. Da mesma forma que nas vezes anteriores, baixamos a metade do caminho. No caminho de volta passamos por um pavilhão onde umas mulheres vendiam bebidas e alimentos.

Os guias nos as introduziram como nossas esposas futuras e brincaram que nos faria casar com elas. (Eu e Shaun éramos solteiros na época.)

O monte Myohyang e o condado de Hyangsan que se encontram muito distantes de Pyongyang podiam ser considerados zonas rurais, porém não pudemos observar nenhum vestígio de “crise alimentar” ou “miséria massiva” de que falavam os meios de comunicação e algumas pessoas do Ocidente.

Realmente vimos um membro da chamada ONG na Exposição Permanente de Amizade Internacional e logo no monte Myohyang.

De verdade, ele não tinha nada para fazer na RPDC, por isso só fazia turismo. No geral a ONG desempenhava o papel de ajudar a difundir contos negativos sobre a RPDC.

Asseguro que um bom número de tais organismos são as sucursais dos serviços de inteligência do Ocidente. O único que podemos falar como indício de inundação foi somente umas rochas arrastadas ao leito do rio. Tentamos achar outros vestígios, porém foi em vão.

Não se via ninguém pedir esmola ou pegar coisas no lixo para encontrar algo de comer. Evidente que não se podia negar que naquela época a RPDC vivia um período muito difícil em sua história.

Se reduziu a produção agrícola devido à inundação e granizo. Para piorar, o mercado mundial socialista deixou de existir, os imperialistas aplicavam sanções e os países estrangeiros exigiam pagar em dólares pelas mercadorias.

Além de tudo isso, o povo coreano sofreu a maior perda em sua história de cinco milênios: o falecimento do Presidente Kim Il Sung.

No recinto do Hospital de Namsan e de nossa residência crescia milho. Nos disseram que também que lhes custava importar café para servir-nos.

Apresentamos à Associação Coreana de Cientistas Sociais umas perguntas acerca de “crise alimentar”.

Eles nos responderam: “Os imperialistas estão exagerando nossas dificuldades. Ninguém morre de fome ou anda andrajoso. Estamos seguros do triunfo.”

Eles nos pediram que explicássemos a situação real de seu país e nos decidimos a fazê-lo.

Fizemos outras perguntas sobre preços. Nos disseram que custava 32 jons um quilo de batatas (circulavam novas notas desde 1996), cifra equivalente a uns 10 centavos (penny) em moeda inglesa, ou seja, era muito barato.

Visitamos a fazenda de Sunan que eu havia visitado no outono de 1993. Desta vez o fizemos a princípios do verão e fazia bom tempo. Nos serviu de guia o presidente da fazenda. (Na RPDC a administração da fazenda se realiza de maneira democrática.)

Os próprios camponeses elegem o presidente da fazenda. É igual a eleger alguém como seu chefe, coisa inimaginável nas "democracias avançadas" do Ocidente.)

A fazenda contava com 130 famílias e 400 hectares de terras cultiváveis, das quais 250 eram arrozais e, 130, terras de cultivo seco. O rendimento por hectare foi de nove toneladas, cifra mais alta que a média mundial, o que mostrava que a “crise alimentar” e “colheitas miseráveis” de que falavam tanto os meios ocidentais não passavam de rumores infundados.

Nosso guia disse que sob a direção do grande Líder Kim Il Sung e do grande Dirigente Kim Jong Il a fazenda marcou uma trajetória brilhante. O primeiro a dirigiu sobre o terreno em oito ocasiões.

Após visitá-la subimos ao mirante, onde se contemplava uma paisagem encantadora da fazenda e seus arredores.

Nos serviram maçãs. Cada maçã era maior que minha mão, motivo pelo qual a partida para comer. Shaun decidiu fazer uma apresentação satírica e disse com sotaque estadunidense: “Aqui fala Doug Turner da CNN. Estou em uma fazenda de Sunan, onde muitos estão morrendo de fome.”

Era lamentável que muitas pessoas espalhassem essas estúpidas propagandas sobre a RPDC.

Tivemos uma conversa com o presidente da fazenda cooperativa, com quem falamos daquelas propagandas.

Ele se mostrou muito indignado dizendo: “Nunca faremos transigência alguma com os imperialistas.”

No final de nossa visita o professor Kim Tuk Su nos convidou a um banquete de despedida no  famoso Restaurante Okryu erguido às margens do rio Taedong.

Nos disse: “Os imperialistas caluniam que o povo coreano morre de fome, porém acabamos de construir a Central Hidrelétrica Juventude de Anbyon. Como poderíamos tê-la construído morrendo de fome?”

De fato, a central supera o Complexo Hidráulico do Mar Oeste na envergadura.

Apresentamos muitos assuntos aos professores e acadêmicos da Associação Coreana de Cientistas Sociais e debatemos com eles várias vezes.

Também perguntamos sobre a relação entre RPDC e China.

A primeira mantinha o princípio de não intervenção e não criticava oficialmente a segunda.

Eles disseram:

“Se estabeleceu uma intimidade o grande Líder camarada Kim Il Sung e os dirigentes da China, o Presidente Mao Zedong e o Primeiro-Ministro Zhou Enlai (uma estátua deste foi erguida na cidade de Hungnam da RPDC). Os comunistas de RPDC e China lutaram ombro a ombro contra o colonialismo japonês."

“Em 1945, quando o Exército Revolucionário Popular da Coreia dirigido por Kim Il Sung libertou a Coreia junto com o exército soviético, a China estava em plena guerra civil entre os comunistas e Jiang Jieshi. “Kim Il Sung enviou um grande número de combatentes revolucionários à China para ajudar o Exército de Libertação Popular da China. Muitos coreanos sacrificaram suas vidas na guerra civil da China.

“Em 1950 quando se desatou na Coreia a Guerra de Libertação da Pátria, a China também enviou o corpo de voluntários"

“Em 1959 houve um conflito entre a República Popular da China a a União Soviética. Khrushov deu origem a esse conflito."

“A pesar de que a União Soviética impôs sanções sobre a China, Mao Zedong hasteou o lema de apoio em suas próprias forças. A China experimentou desvios esquerdistas. Em 1976 faleceram Mao Zedong e Zhou Enlai. Quando Deng Xiaoping manifestou a ‘reforma’ e ‘abertura’ se criou uma situação inesperada.

“Esta política foi apresentada na III Reunião Plenária do XI Comitê Central do Partido Comunista da China. O Partido do Trabalho da Coreia manifestou sua posição de que o dono da China é o próprio povo chinês e que a aceitação da política deveria ser feita pelo próprio povo. O PTC deseja que na China tudo vá bem.”

Expressamos também as questões sobre o papel da Ideia Juche nas sociedades capitalistas e imperialistas e sobre o revisionismo. À primeira responderam: “A Ideia Juche foi concebida na Coreia, porém é uma ideia universal que reflete o ideal do povo de vários países. É necessário aplicar esta ideia conforme às condições concretas de cada país. O marxismo enfrenta dificuldades. A reconstrução do movimento socialista requer o estudo da Ideia Juche.” À segunda responderam: “Kim Il Sung se inteirou de imediato da natureza do revisionismo moderno. O PTC põe ênfase na educação do povo destinada a dar-lhe a conhecer a natureza antissocialista do revisionismo moderno, suas formas e manifestações.”

Mantivemos com eles conversas ou simpósios nos quais se apresentaram também os problemas sociais da Inglaterra tal como o desemprego.

Shaun explicou em detalhes sobre o incremento do lumpemproletariado no Reino Unido desde a década de 1980 e a discussão não foi uma ocasião para impor uma expressão exclusiva de uma parte a outra.

Durante a visita conversamos com quadros do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros e eles nos convidaram a um banquete oferecido no Clube para o Corpo Diplomático Taedonggang. Conversamos também com os funcionários da União da Juventude Socialista Kim Il Sung. Um funcionário do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros nos falou sobre Harold Wilson, ex-Primeiro-Ministro do Reino Unido e sobre George Galloway. Para poupar dinheiro para regressar à pátria, optamos pela rota ferroviária até Pequim. Recordo que o bilhete de trem Pyongyang-Pequim custava muito barato, cerca de 40 ou 50 dólares.

Partimos de Pyongyang no sábado. Caiu uma chuva  torrencial e o guia nos disse que o céu derramava lágrimas por nossa partida.

Em nosso veículo estava uma família chinesa que passou dias turísticos na RPDC.

O trem partiu à China.

Antes de chegar à ponte que cruza o rio Amnok vimos um pátio com jogos infantis com maquetes do avião MIG. O trem passou pela ponte e chegou à estação de Dandong,  onde mais uma vez esperamos por um bom tempo para que terminasse a checagem de passaportes. Chegamos a Beijing. Lá, uns homens pegaram nossas malas sem ao menos nos dar tempo de abrir a boca dizendo que as transportariam e que pagaríamos a eles 10 dólares. Os seguimos apressadamente com a preocupação de perdê-los de vista.

O camarada da embaixada da RPDC na China que nos havia acolhido em nosso caminho à RPDC, nos esperava na estação, porém por um fato inesperado não pôde nos encontrar. Ele nos seguiu ao aeroporto de Pequim para nos facilitar a partida e nos encontramos lá.

Não posso esquecer nunca este camarada que nos ajudou sinceramente sem dizer nem seu nome.

Regressamos a Londres. Shaun e eu nos separamos no aeroporto Heathrow e tomei o ônibus para minha casa.


5. VISITA NOS DIAS PRIMAVERAIS

Após seis anos, em abril de 2002 visitei outra vez a RPDC.

Durante o lapso me casei e, em 1998, me tornei pai. A responsabilidade como pai e o gasto de todo meu dinheiro na preparação da cerimônia matrimonial me impuseram adiar a visita à RPDC. Nunca pensei que um casamento custaria tanto. Meu salário no escritório de avaliação em 1996 quando visitei a RPDC era quase insuficiente para a vida como solteiro e pior ainda como casado. Realmente meu salário era muito miserável.

Em abril recebi o convite por parte do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros e do Comitê Coreano de Amizade com o Povo Britânico sobre a visita à RPDC com motivo do 90º aniversário do grande Líder Kim Il Sung. Muitas delegações receberam tal convite.

Esta visita tinha muitas diferenças das anteriores. Primero, recebi convite de outra entidade que era o Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros. Segundo, me hospedaria no Hotel Coryo situado no centro de Pyongyang. Terceiro, fiz a viagem sozinho.

A princípios da década de 2000 ingressei na Associação de Amizade com a Coreia (AAC) fundada em novembro de 2000 pelo camarada Alejandro Cao de Benos.

A fundação desta associação foi para mim como um ar fresco.

Comuniquei por e-mail com o camarada Alejandro e logo fiquei muito impressionado por sua paixão e entusiasmo contrastada com a atitude desanimada dos chamados “amigos da RPDC”.

A combatividade da Associação formada um contraste com algumas pessoas. A AAC estava preparada sempre para defender de maneira incondicional a RPDC.

Alguns “amigos da RPDC” e “ativista para solidariedade” quase não faziam nada e mostravam uma atitude imprecisa. Porém, a posição combativa e ativa da AAC contrastava com tais organizações.

Compartilhava o mesmo caráter com o Grupo de Estudo da Ideia Juche do Reino Unido. Foi uma organização colaboradora do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros.

Me senti orgulhoso por haver ingressado nesta organização e me tornado o representante do Reino Unido.

Antes de empreender a viagem pedi ajuda à Missão Coreana da Organização Internacional Marítima residente em Finchley, porém ela não tinha direito a emitir o visto. O faziam ainda em Pequim. Desta vez o Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros enviou um camarada chamado Ri Kwang Jin para facilitar os trâmites das delegações que iam à Coreia via Pequim.

No domingo pela noite fui de carro ao Aeroporto Heathrow com minha família. Após as formalidades aduaneiras me despedi de minha família.

O avião aterrizou em Pequim e quando passei ao posto de checagem, o camarada Ri Kwang Jin, junto com outro, me recebeu. Me dirigi ao hotel que havia reservado através da companhia de turismo da China em Londres.

Os camaradas coreanos me disseram que era um hotel luxuoso e que podiam recomendar-me outro mais barato. No dia seguinte voltei a reunir-me com o camarada Ri, de quem recebi o visto, o passaporte e o bilhete da Companhia Aérea Coryo.

Quando eu estava na fila se aproximou Andy Brooks, secretário-geral do Novo Partido Comunista do Reino Unido. Me retirei dele em 1997 devido a severos desacordos em muitos problemas, porém me reintegrei em julho de 2014. Brooks me explicou cordialmente como haviam eliminado os revisionistas, faccionalistas e desnecessários do partido.

O avião pousou em Pyongyang. Brooks foi recebido por um quadro de alto nível do Partido do Trabalho da Coreia.

Me dirigi ao terminal, onde me encontrei com a senhora Pak Song Ok do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros e o secretário-chefe do Comitê Coreano de Amizade com o Povo Britânico. Não sabia a idade da senhora Pak nem quis perguntá-la, porém por sua aparência supus que tinha por volta de 30 anos. Posteriormente soube que ela tinha filhos já crescidos.

Um estudava na Universidade Kim Il Sung, o que mostrava que ela era mais velha que eu.

Pak era uma guia cordial e bondosa que me prestou muita ajuda. Às vezes muito engenhosa e graciosa.

Desta vez permanecia no Hotel Coryo situado na Avenida Changgwang, centro da capital. Estava perto da estação ferroviária de Pyongyang. Pela janela de minha residência se via a estação ferroviária.

Me despertava às cinco da manhã com o som do relógio da estação. Desde logo durante minhas visitas anteriores frequentava o Hotel Coryo para comprar mercadorias ou encontrar-me com as pessoas, porém foi a primeira vez que eu permanecia no hotel de 45 andares que contava com restaurante giratório.

Muitas delegações estrangeiras visitaram a RPDC para celebrar, junto com o povo coreano, o 90º aniversário do grande Líder camarada Kim Il Sung e se hospedaram neste hotel.

Um dia compartilhei a mesma mesa com Romesh Chandra, renomado presidente do Conselho Mundial da Paz. Também conheci Yehia Zakarina Khairullah do Egito e Hans Haubenschimdt de idade avançada da antiga Alemanha Democrática.

Na década de 1950 Hans havia administrado uma escola para os órfãos coreanos de guerra. Me presenteou com um folheto em alemão sobre seu trabalho e da Associação de Amizade Alemanha-RPDC. Também conversei com o neto do renomado escritor e jornalista peruano Genero Carnero Checa.

Já havia lido suas obras “Coreia: arroz e aço” e “Septuagésima primavera”. Lamentavelmente Checa faleceu em 1980. Me alegrava muito encontrar-me com seu neto.

Este criticou severamente o movimento comunista na América Latina. Afirmou que a esquerda de seu país havia sido derrubada. Não me recordo exatamente sobre o que disse do “Sendero luminoso”, porém não eram palavras positivas. O neto de Checa disse que apoiava novos partidos de esquerda como o Partido dos Trabalhadores do Brasil que havia chegado ao poder recentemente. Desde logo, o PT não logrou mudanças fundamentais na sociedade brasileira e perdeu o poder em 2016. (E quando eu escrevia este livro o Brasil se inclinava à tendência fascista e reforma liberal).

Visitamos o Palácio do Sol Kumsusan e rendemos homenagem ao grande Líder Kim Il Sung. Naquele tempo se chamava Palácio Memorial Kumsusan, porém após a morte do Dirigente Kim Jong Il foi denominado como tal.

Originariamente era o Palácio de Convenções Kumsusan onde o Presidente Kim Il Sung trabalhava. O grande Dirigente Kim Jong Il fez remodelá-lo como Palácio Memorial Kumsusan. Foi um reflexo de seu profundo respeito e veneração ao líder precedente. No Palácio vi os coreanos derramar lágrimas. Reinava um ambiente triste e solene. O diretor da Editora Vontade do Equador, Humberto Ortiz Flores fez uso de breve palavra em honra às façanhas do Presidente Kim Il Sung. Parecia que o equatoriano se reuniu várias vezes com o líder coreano.

Participamos no Ato Central em comemoração ao 90º aniversário de Kim Il Sung.

Recebi o convite especial. O evento foi realizado no Palácio de Esportes de Pyongyang. O local estava cheio de participantes. Lá vi pela primeira vez o grande Dirigente camarada Kim Jong Il.

Embora tivesse completado sessenta anos, quando saiu à tribuna central, aparentava ser muito mais jovem. Caminhou com passos rápidos, ereto e com dignidade. A guia Pak gritou a toda voz “Viva o General Kim Jong Il!” A veneração do povo coreano a seu dirigente era um sentimento sincero e puro, não imposto por uma obrigação ou ordem de alguém. Nunca imaginava que eu poderia ver em pessoa o Dirigente Kim Jong Il.

Outro evento importante é que proferi um breve discurso na reunião conjunta de TV que foi transmitida ao vivo.

A senhora Pak fez a tradução simultânea. Foi realizada na Casa Central da Juventude, de arquitectura elegante como outros edifícios públicos da RPDC. Ao final da reunião, cantamos a canção "O Líder vive sempre conosco."

Após o ato nos serviram um banquete farto. Naquele dia pela noite fiquei surpreso ao me ver na TV. (De verdade, não gosto de apresentar-me em programas de TV.)

Ademais, na Casa Cultural Chollima foi realizada uma reunião, em que fiz uso da palavra junto com outros delegados. A casa estava abarrotada de gente. Recordo que ao término da reunião a banda militar interpretou a canção "A Internacional".

Fomos ver a grande apresentação ginástica e artística Arirang pela noite de domingo.

Foi realizado no Estádio Primeiro de Maio, que é o maior em escala mundial na capacidade de assentos segundo me disseram. Arirang é uma canção popular e tradicional da Coreia, de melodia melancólica. A canção reflete o pesadelo e desgraça do povo coreano durante a dominação japonesa.

Porém Kim Jong Il fez criar uma grande apresentação ginástica e artística com essa canção e refletir nela a felicidade do povo coreano sob o regime socialista e seu desejo pela reunificação.

Chegando ao estádio sentamos em nossos assentos passando entre as pessoas. O quadro humano era muito peculiar. Dezenas de milhares de escolares abriam e fechavam as cartas de peças coloridas.

Esperamos, sentados, um pouco até que começasse a apresentação. No momento vimos as letras coreanas aparecer no quadro uma atrás da outra acompanhadas de clamores estrondosos. A senhora Pak me disse que as crianças estavam fazendo exercícios escrevendo os nomes dos distritos da capital a que pertenciam..

A apresentação estava composta de vários atos como Arirang de prosperidade.

Foi magnífica e me convenci mais uma vez do invencível que o o socialismo Juche. Arirang pôs em manifesto em alto grau a unidade e caráter organizativo e disciplinado da sociedade coreana.

Posteriormente Arirang foi registrada no livro do Guinness.

Durante a visita fui com a senhora Pak à loja de artigos de belas artes para comprar desenhos e obras artísticas. As vezes minha acompanhante queria abaixar o preço, dizendo-me que era uma forma de “negociação”.

Passeando junto com ela pelo contorno do Hotel Coryo me envolvi em uma atmosfera verdadeira da RPDC. O ambiente estava transbordando de ânimo.

As crianças tomavam sorvete e os adultos cantavam ao ritmo do karaoke. Foi uma cena contrastada com a que propagavam os meios ocidentais. Pregoavam que a fome massiva e miséria arrasavam a RPDC, porém não se via nenhum sintoma desse tipo.

Disse a Pak que os meios ocidentais anunciavam que na RPDC todos morriam de fome. Pak se mostrou furiosa com tais falácias.

A senhora Pak foi uma guia excelente e me levou a qualquer lugar que eu queria. Enquanto outras delegações regressavam a seus países pudemos viajar de carro em vez do ônibus turístico.

Fomos ao monte Jongbang, um lugar famoso situado nas regiões interiores da RPDC. Recordo que se encontrava perto da cidade de Sariwon. A senhora Pak me sugeriu descansar no Hotel de Sariwon, porém por algumas razões fomos ao monte de bela paisagem. Era um lugar tranquilo e pacífico. Nos divertimos em uma maravilhoso piquenique.

Antes visitamos a Exposição Permanente de Amizade Internacional, ocasião em que ela me contou a lenda das oito fadas do Monte Myohyang.

Pak também arrumou horário para que eu pudesse ver um dentista no Hospital de Amizade de Pyongyang. Algumas semanas antes de minha visita à RPDC caiu o preenchimento de um dente. Fui a um hospital odontológico perto de meu escritório, onde o dentista me exigiu mil libras e me recomendou o empréstimo.

Porém, o médico coreano me disse que trataria gratuitamente se trouxesse o ouro para o preenchimento. Por isso comprei um pedacinho de ouro no armazém universal que custava de 30 a 40 dólares. O médico o colocou em meu dente. Fui um fato surpreendente.

Pak fui uma mulher bondosa e compreensiva e sempre me atendeu. Gostaria de expressar que ela é uma das melhores guias coreanas. Incluso me deu de presente muitas coisas, incluso uma mochila escolar.

No caminho ao Aeroporto de Pyongyang para tomar o avião para Pequim vi um trem carregado de tratores correr à região setentrional da RPDC.

Este foi um testemunho do desenvolvimento da economia coreana e simbolizava o fato de que a “Marcha Penosa” cedia a uma nova era de prosperidade.

A ideia de abandonar a RPDC e separar-me da senhora Pak me pôs melancólico.

Quando cheguei em Pequim o avião da companhia aérea decolou com duas horas de demora. No Aeroporto de Heathrow tomei o taxi para minha casa, que me custou muito. Londres estava sombrio e deprimido, porém, ao ver-me, minha filha ficou muito alegre.


6. VISITA APÓS SEIS ANOS.


Não pude viajar à RPDC durante seis anos seguintes devido a várias razões. Em outubro de 2008 visitei outra vez Pyongyang, com o convite da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Depois de minha visita de 2002 fundei em 13 de agosto de 2003 a Associação Inglesa de Estudo da Política Songun, ideia da época, apresentada pelo grande Dirigente Kim Jong Il. Se tornava uma corrente da época estudar esta política.

Cheguei à RPDC na terça-feira, 7 de outubro. Expresso meu agradecimento sincero a um membro da embaixada da RPDC em Pequim que me facilitou o trânsito por esta cidade.

Foi minha sexta visita à RPDC.

Parecia que havia passado muito tempo desde a última visita.

No interior do avião da Companhia Aérea Coryo a aeromoça nos explicou que o avião se dirigia a Pyongyang, capital  da Coreia socialista onde se conserva o corpo do Presidente Kim Il Sung e estava o grande Dirigente Kim Jong Il. Acrescentou que voaria sobre os lugares de batalha onde os revolucionários coreanos derramaram sangre durante a Luta Armada Antijaponesa.

No aeroporto me receberam os camaradas Han e Choe da Associação Coreana de Cientistas Sociais. No caminho da cidade pude notar que estávamos no outono e o país estava em plena colheita de arroz.

Me hospedei no Hotel Coryo situado no centro de Pyongyang. Visitei o Palácio do Sol Kumsusan (na época Palácio Memorial Kumsusan) onde se conservam, como quando estava vivo, o corpo do grande Líder camarada Kim Il Sung, eterno Presidente da República Popular Democrática da Coreia.

Evocando as façanhas do Presidente Kim Il Sung, general invencível de aço, que havia derrotado em uma geração dois imperialismos e construído, sobre as ruínas de guerra, a Coreia socialista, fiquei impressionado.

Também visitei a casa natal de Kim Il Sung situada em Mangyongdae com paisagem pitoresca. Lá pude ver a casa em forma original onde ele nasceu no seio da família camponesa pobre. Também visitei pela primeira vez o Museu da História Revolucionária de Mangyongdae.

Na RPDC davam maior força à educação nas tradições revolucionárias e no respeito aos precursores revolucionários.

De regresso do Museu de Sinchon passamos pela cidade de Sariwon, onde tive a oportunidade de visitar aldeias rurais. Lá recolhiam não só arroz, mas também milhos, maçãs e caquis.

Me dei conta mais uma vez que a propaganda sobre “fome” e “miséria” na RPDC foi pura mentira sem nenhum fundamento. Não havia nenhum sinal de má colheita e, pelo contrário, se recolhiam abundantes colheitas e no Mar Oeste foi registrado um recorde na pesca de lulas.

Pelas ruas transitavam muitas pessoas e nos campos os camponeses lavravam a terra. Não se via um faminto, ainda que a colheita custasse muito.

No caminho a Pyongyang vi muitas aldeias rurais e arrozais, que também auguravam boa colheita. A paisagem da temporada outonal da RPDC foi fascinante.

Passei pelas margens do rio Taedong entre as Pontes Okryu e Taedonggang na companhia da guia. As pessoas gozavam de tempos de repouso. Umas passeavam de barco ou pescavam enquanto outras desenhavam ou conversavam sentadas nos bancos.

Não vi famintos, mendigos ou desamparados que perambulam por Londres. Em Pyongyang havia muitas residências para trabalhadores na parte central e demais lugares pitorescas como às margens do rio Taedong.

Na RPDC se materializavam as políticas populares. Distribuíam gratuitamente as moradias e se vendiam a preço barato os alimentos. Desde o jardim de infância até a universidade a educação é gratuita. Os estudantes não pagam nada para o estudo e utilizam gratuitamente as residências estudantis (no Reino Unido os estudantes pagam um aluguel caro).

Visitei o Jardim de Infância de Changgwang de dez pisos que contava como piscina sob teto. Lá, tudo, incluso comidas (cinco vezes ao dia com 120 g de arroz em cada uma) se dava grátis.

A assistência médica era gratuita também. Durante o tratamento no Hospital de Namsan o médico me deu grátis medicamentos equivalentes a 21£ (35 dólares ou 25 euros).

Durante a visita de 1996 meu amigo Shaun recebeu tratamento médico gratuito e também o recebi. No caminho a Pyongyang peguei pneumonia. (Me lembro que quando viajava de avião de Londres a Pequim uma mulher chinesa sentada atrás de mim tossia muito.)

Os funcionários coreanos me levaram ao Hospital de Namsan, onde fui submetido ao exame geral incluído o scaner do corpo. Nunca havia recebido tal checagem mesmo sob o regime nacional de seguro para a saúde do Reino Unido. Me receitaram antibióticos e um inalador.

Visitei o Museu da Fundação do Partido que conserva seu estado original como sede do então Partido do Trabalho da Coreia do Norte onde trabalhava o Presidente Kim Il Sung depois da libertação nacional.

Pela segunda vez regressei a Pequim em trem. O preço foi muito barato. Junto comigo viajavam também os membros da delegação de uma empresa de comércio exterior da RPDC. Eu tinha manjares que me repararam no Hotel Coryo, porém os membros da empresa me convidaram para consumir suas comidas e bebidas junto com eles. Meu amigo da embaixada da RPDC em Pequim me recebeu e me levou até o aeroporto de Pequim, onde peguei o avião rumo a Londres.


7. SORTE DE ESCUTAR O PRIMEIRO DISCURSO OFICIAL DE KIM JONG UN


Minha visita seguinte à RPDC foi realizada quatro anos depois. Desta vez nossa delegação foi composta de dois, ou seja, Shaun Pickford da Associação Inglesa de Estudo da Política Songun e eu do Grupo Inglês de Estudo da Ideia Juche.

Para mim foi uma grande honra visitar a RPDC com motivo do centenário de nascimento do camarada Kim Il Sung, eterno Presidente da RPDC, criador da Ideia Juche, fundador da Coreia socialista e grande líder destacado do movimento internacional comunista e do revolucionário.

Na segunda-feira, 9 de abril, tomamos o avião da Companhia Aérea Coryo rumo a Pyongyang. Chegamos pela tarde.

A capital coreana estava resplandecente com os raios solares de abril.

No aeroporto fomos recebidos pelo professor Ri Mu Il da Universidade Kim Il Sung, que nos serviu de guia durante a visita. Fui um homem agradável e bem humorado.

Durante aquela visita notei que o sistema socialista seguia mantendo-se solidamente e as bandeiras vermelhas estavam flamejando no alto, literalmente, nas ruas.

As vimos em todas partes e em alguns lugares se destacavam as bandeiras do PTC. Não havia anúncios capitalistas nem estabelecimentos de McDonald´s, KFC e outras redes de restaurantes de comidas rápidas.

Nas ruas de Pyongyang havia muitos quiosques de comidas e bebidas, que, sem exceção, são de propriedade estatal ou cooperativa.

Passando pelas ruas pudemos saber quão absurda era a propaganda mentirosa sobre a RPDC. O fizemos de ônibus e também a pé. Estivemos uma vez no Palácio de Esportes de Pyongyang, onde perdemos o caminho.

Não se via nenhum faminto. Todos estavam celebrando a festa, bem vestidos. Eram diversas as vestimentas. Sem dúvidas o avançado sistema socialista centrado nas massas populares, estabelecido pelo grande Líder camarada Kim Il Sung é seu eterno legado e o berço de felicidade do povo coreano.

Naquele tempo foi construído um enorme bloco de moradias na avenida Mansudae.

Mais tarde, durante a visita à Universidade Kim Il Sung o estudante U Jong explicou concisamente sobre a superioridade do socialismo coreano. Disse que com motivo do 15 de abril sua família se mudaria a uma nova moradia.

Antes, mediante a visita à Fazenda Combinada Frutícola Taedonggang, de propriedade estatal, pudemos perceber os esforços do governo coreano para melhorar a vida da população.

A fazenda consta de mais de 1000 hectares de terra cultivável. Se pode ver árvores frutíferas por toda parte. Foi construída pelo antigo Exército de Segurança Interna do Povo Coreano. Os ordenadores estavam em amplo uso nas atividades agrícolas. Também tinha uma moderna oficina de processamento. Com isso, não havia necessidade de transportar as frutas a uma fábrica distante nem pagar o custo de processamento. Isso também diminui a quantidade de emissão de dióxido de carbono. Nela me veio à memória as palavras de Lincoln Steffens, jornalista estadunidense: “Vi o futuro e sei que está avançando.”

Participamos no Congresso Mundial da Ideia Juche que foi realizado no Palacio Cultural do Povo. Havia um monte de temas tratados nele e seria necessário narra-los em outro livro. Participaram no congresso muitos seguidores da Ideia Juche de todos os rincões do mundo. Na realidade, pelos vários eventos todos os hotéis se encontravam cheios. Nos encontramos e tivemos conversas com os de Rússia, Bangladesh, Suíça, Malta, África do Sul e de outros lugares do mundo.

Certamente a parada militar efetuada em 15 de abril, Dia do Sol, foi o ápice da celebração. Foi tão magnífica que ficamos sem palavras.

O Marechal Kim Jong Un proferiu um discurso.

Sua voz soou solene e imponente. Foi um discurso excelente, em que evidenciou que não haveria nenhum desvio ou concessão. Apontou que o povo coreano jamais apertaria os cintos novamente.

Terminada a parada o Marechal respondeu às aclamações da multidão com as mãos.

Parecia que o estimado Kim Jong Un se sentia muito contente.

Ele é um homem amável e aberto. Fiquei comovido quando, no discurso, agradecia aos amigos estrangeiros que apoiavam a revolução coreana.

Na parada militar participaram as tropas e várias forças de blindagem e artilharia.

Primeiro desfilou a coluna dos militares com uniformes dos guerrilheiros antijaponeses e dos participantes da Guerra de Libertação da Pátria. A seguiram as colunas da Academia Militar Kim Il Sung e de outras academias militares. Desfilaram também as das escolas dos filhos dos mártires revolucionários e as da Guarda Vermelha Operário-Campesina, milícia civil. Apareceram as filas de tanques, carros blindados, canhões, armas antiaéreas e mísseis, fabricados todos na RPDC.

Evidente que meus dias na Coreia não foram somente observando a parada militar e participando nas reuniões.

Pela noite de 15 de abril foi realizada às margens do rio Taedong a queima de fogos de artifício na presença de dezenas de milhares de cidadãos e dos hóspedes estrangeiros. Foi maravilhoso o espetáculo.

No dia seguinte assistimos a marcha com velas dos jovens e estudantes de Pyongyang que foi realizada na preça Kim Il Sung. Meu amigo Pickford participou na dança que ocorreu depois.

Tivemos numerosas reuniões durante a permanência na Coreia.

Nos encontramos também com os membros do Instituto Internacional da Ideia Juche e da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Tive uma breve conversa com Kim Ki Nam, secretário do PTC. Também nos reunimos com os  membros do Comitê Coreano de Amizade com o Povo Britânico.

Em poucas palavras, foi uma viagem inesquecível.

Para mim foi um grande orgulho haver celebrado na RPDC o centésimo aniversário de nascimento do grande Líder camarada Kim Il Sung.

Pudemos presenciar a força indestrutível do povo coreano que avança pelo caminho da revolução do Juche, hermeticamente unido em torno ao respeitado Marechal Kim Jong Un.

Expressamos o sincero agradecimento à Associação Coreana de Cientistas Sociais, ao comitê de organização dos atos, a nosso guia professor Ri, ao primeiro secretário da Embaixada da RPDC em Londres, aos amigos coreanos em Pequim, aos estudantes da Universidade Kim Il Sung, ao pessoal do Hotel Coryo e a todos os coreanos que nos permitiram experimentar uma viagem tão valiosa e exitosa.

De regresso a Londres nosso avião foi demorado. Reservei um taxi, que deixou Shaun em Euston e me levou a Woolwich. Parecia que não era mais rápido que o transporte público e era muito caro.

 

8.RPDC EM SETEMBRO ESPLÊNDIDO


Voltei a visitar a RPDC de 4 a 11 de setembro de 2012 por convite da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Foi minha oitava visita à RPDC.

Desta vez tomei o avião da companhia aérea chinesa no aeroporto Gatwick de Londres, o que foi mais fácil e cômodo que no Heathrow. Ao chegar na China, me hospedei no hotel favorito e em seguida me dirigi ao Swiss Hotel para comprar o bilhete da companhia aérea Coryo. Fazia muito calor na China.

Foi muito agradável experimentar a realidade coreana e consolidar os laços com a Associação Coreana de Cientistas Sociais e outras organizações coreanas.

Fui testemunha da realidade da RPDC que lutava para construir uma potência socialista sob a direção do Marechal Kim Jong Un. A parte principal desta visita ocupava o excelente e detalhado curso sobre o kimilsungismo-kimjongilismo organizado pela ACCS.

Minha visita coincidiu com a celebração do 64º aniversário de fundação da RPDC nascida em 1948.

No aeroporto de Pyongyang me recebeu meu velho amigo Kim Su Ho, chefe de seção da ACCS. Também me esperava a senhora Kim, graduada do Instituto Superior de Línguas Estrangeiras de Pyongyang que se encarregaria de interpretação durante minha permanência.

No caminho ao centro da cidade pude desfrutar da beleza da RPDC no outono com os arrozais de cor dourada.

Em Pyongyang não se via nenhum vestígios de inundação ou má colheita. Confirmei mais uma vez com meus próprios olhos a realidade do socialismo Juche. Todos trabalhavam normalmente em seus ofícios e não havia nem um moribundo de fome ou mendigo.

A senhora Kim me explicou sobre as moradias novas da Avenida Changjon. Algumas ocupavam 170 metros quadrados. Aquelas moradias foram distribuídas gratuitamente aos trabalhadores, coisa inimaginável nos países capitalistas.

Em meu país, Reino Unido, o aluguel de uma residência é muito caro. Uma moradia de Westminster, parte central de Londres custava 1 195 000£ e o aluguel 3 000£ ao mês. O governo do Reino Unido aplicou a política de “limpeza social” consistente em expulsar os pobres das partes centrais de Londres como Westminster e Kensington.

A RPDC é o único país no mundo que distribui gratuitamente as moradias. É impossível se opor a essa política. Na  RPDC se aplicam as  políticas populares como o ensino e a assistência médica gratuitas.

Durante minha visita à RPDC o estimado Marechal Kim Jong Un visitou as famílias ordinárias da Avenida Chanjon e compartilhou assento com os membros, algo inimaginável no Ocidente imperialista e capitalista.

No Reino Unido visitas de David Cameron seriam impossíveis, já que poderia provocar a indignação dos moradores.

Porém o Marechal Kim Jong Un foi recebido cordialmente como um membro da família. Lhes deu presentes incluso o televisor de tela de cristal líquido de 42 polegadas que custava 500£ no Reino Unido. Assim os trabalhadores coreanos gozam dos benefícios sociais de nível mais alto que os dos chamados países capitalistas avançados.

No Palácio Cultural do Povo nos deram muitas aulas de kimilsungismo-kimjongilismo os doutores renomados como Kim Chang Gyong e Mun Jong Suk.

No curso organizado pela ACCS participaram os delegados de Mongólia, Nepal, Bangladesh, Venezuela, Paquistão, Rússia, Eslováquia, Nigéria, Benin e República Democrática do Congo.

O renomado doutor Bishuwanas, diretor do Instituto Internacional da Ideia Juche e ex-redator-chefe do India Times participou também nele e rendeu discurso no último dia.

Kimilsungismo-kimjongilismo foi formulada pelo querido Marechal Kim Jong Un. Ante a divulgação rápida desta doutrina em escala mundial a ACCS organizou este curso para dar melhor compreensão sobre ela. Kimilsungismo-kimjongilismo é uma grande ideologia revolucionária de nossa época concebida pelo grande Presidente Kim Il Sung e enriquecida pelo grande Dirigente Kim Jong Il. Este definiu o kimilsungismo, porém não permitiu o uso do termo kimjongilismo. Kimilsungismo-kimjongilismo, cujo núcleo é a Ideia Juche, constitui a guia reitora eterna do PTC.

O estimado Marechal Kim Jong Un disse:

“O kimilsungismo-kimjongilismo é um sistema integral da ideologia, teoria e método do Juche e uma grande doutrina revolucionária que representa a época do Juche.”

A época do Juche é diametralmente distinta das anteriores, em que as classes exploradoras dominavam a história. Agora sob a bandeira da Ideia Juche as massas emergiram como donos da história na luta contra a exploração.

O estimado Marechal Kim Jong Un publicou numerosas obras como "Materializemos a causa revolucionária do Juche enaltecendo o grande camarada Kim Jong Il como eterno Secretário-Geral de nosso Partido", "Lutemos energicamente para a vitória final, hasteando a bandeira do Songun", "O grande camarada Kim Il Sung é o eterno Líder de nosso Partido e povo", "Logremos uma mudança transcendental na administração territorial conforme às exigências da construção de um Estado socialista poderoso e próspero" e "Aceleremos a construção de uma pátria poderosa e próspera, materializando o patriotismo de Kim Jong Il".

Durante o estudo na Academia Militar Kim Il Sung o estimado Marechal Kim Jong Un escreveu uma tese sobre arte e táticas militares do grande Líder camarada Kim Il Sung no período da Guerra de Libertação da Pátria.

Os meios do Ocidente expressam surpresa pelo fato de que a direção do estimado Marechal Kim Jong Un estava estabelecida solidamente.

A sucessão da direção na RPDC foi realizada exitosamente. O estimado camarada Kim Jong Un possui muitos talentos inatos.

Está versado não só em economia do conhecimento, mas também em literatura e cultura. É um genial comandante militar e general capaz de conduzir rápido um tanque. É também o pai do povo.

Em dezembro de 2011 quando faleceu o grande Dirigente Kim Jong Il tomou as medidas entre outras oferecer água para as pessoas que iam render homenagem ao falecido, em preocupação com a saúde e bem-estar delas.

Agora dedica tudo a melhorar a vida popular.

Em Pyongyang, outra vez depois de 5 meses, pudemos ver muitos edifícios e arquiteturas em construção ou reconstrução. Se ouviam ruídos de construção dia e noite.

Foi muito surpreendente.

A Área de Recreação do Povo de Rungna estava recém-inaugurada. Esta consta dos parques de atrações, um golfinário e um complexo de piscinas ao ar livre.

Quem pode negar que a RPDC está em prosperidade?

Diferente de Londres, Pyongyang contava com vários parques de atrações: dois na zona de recreação de Rungna, o do Parque Juventude de Kaeson, os de Mangyongdae e do monte Taesong, etc. O lugar único de atrações de Londres no parque Battersea foi fechado em 1974. Geralmente os lugares de atrações no Reino Unido cobram tarifas muito altas e se encontravam muito longes da cidade e aldeia ou na costa. (Mais o recorde de segurança pobre e as condições exploradoras para o pessoal.)

Porém os Parques de Atrações de Rungna ofereciam serviços quase gratuitos aos coreanos. Nele se pode notar o contraste da propaganda mentirosa de que o socialismo reviste aspectos cinzas.

Brilhavam luzes e os quiosques vendiam comidas. O chefe de seção Kim Su Ho explicou que se fornecia eletricidade todo o dia e davam serviços mesmo na noite avançada. Se divertiam lá milhares de cidadãos de diferentes idades.

Percebi que o povo coreano não estava morrendo de fome nem reprimido como diziam os meios do Ocidente, mas gozava de uma vida melhor que os do Ocidente.

Os coreanos se sentiam mais felizes que as pessoas em países capitalistas e tinham uma concepção de vida diferente da ocidental. Os jovens não ficam em casa sem fazer nada nem vagabundeavam pelas ruas. Eles tem muitas coisas para fazer.

Em 9 de setembro pude presenciar com meus próprios olhos os coreanos se divertindo na ocasião da festa nacional no Jardim Zoológico Central do monte Taesong reconstruído excelentemente e, ademais, muitos cidadãos dançando em frente à Estação Ferroviária de Pyongyang.

Em meu país, Reino Unido, numerosos trabalhadores sofrem de depressão, porém na Coreia socialista os habitantes gozavam de uma vida ditosa.

Se trata de uma pura mentira que lá moravam famintos. Josef Goebbels, ministro de Propaganda e Informação do partido nazista disse: uma mentira dita mil vezes torna-se verdade. É precisamente o método a que se dedicam os meios dos países capitalistas enquanto à propaganda sobre a RPDC.

Na RPDC é completamente seguro que as crianças caminhem pelas ruas não só de dia mas também de noite, incluso na meia noite. Em Londres as crianças não andam sozinhas nem de dia pelo temor de ser raptados por pedófilos.

Na RPDC não existem pornografia nem prostituição.

Experimentei a reverência profunda dos coreanos a seus líderes. Visitavam com frequência a colina Mansu para render tributo ante as estátuas de bronze dos grandes Líderes Kim Il Sung e Kim Jong Il. Tal respeito se pode constatar com presentes brindados não só pelos norte-coreanos mas também pelos sul-coreanos e coreanos residentes em Japão, Rússia, China e outras regiões do mundo.

Provavelmente prepará-los lhes havia custado muitas horas e esforços. Na Exposição Estatal Permanente de Presentes inaugurada recentemente no distrito de Mangyongdae estão exibidos os presentes que os coreanos ofereceram a seus Líderes.

A história da nação coreana e sua libertação nacional pelo grande Líder Kim Il Sung se refletem bem na obra-prima Arirang condecorada com o Prêmio Kim Il Sung.

Felizmente tivemos a chance de poder ver a última representação dela desse ano.

A versão daquele ano foi muito mais esplêndida que as anteriores. Foi efetuada no Estádio Primeiro de Maio da ilhota Rungna. Superava muito a cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Londres. Se tratava de uma representação que exigia alto nível de disciplina, unidade e vontade. Foi uma obra possível somente na RPDC onde todo o povo está unido monoliticamente em torno ao Partido e ao Líder.

A senhora Kim me disse que ela havia atuado como bailarina no papel de marinheira na versão de 2008.

Vi uma excelente apresentação artística no Grande Teatro de Pyongyang

Na festa nacional. Destacaram a dança “Azaleia da pátria” e canção “Avance e avance”. Em Pyongyang havia muitos teatros como o maravilhoso Teatro do Povo recém-construído na Avenida Changjon. Também tive o privilégio de visitar o Museu de Armas do EPC. Pensava que como estrangeiro não me permitiriam visitá-lo.

O Museu foi construído sob a direção do estimado Marechal Kim Jong Un. Estava bem conformado e desenhado e tinha expostos não só maquetes, mas também os armamentos reais.

Todos esses, sem exceção alguma, foram feitos na RPDC. Esta era capaz de defender-se por si mesma e vencer com sua própria força. Ninguém devia duvidar da força da RPDC.

Tive outro encontro com Kim Ki Nam, secretário do Comitê Central do PTC e também presidente da ACCS.

Também me reuni com os camaradas da Associação de Amizade Reino Unido-RPDC e do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros.

Em 11 de setembro deixei Pyongyang com alma triste. Os demais de nossa delegação estavam no mesmo sentimento.

9. 60 ANIVERSÁRIO DA VITÓRIA NA GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA


Fiz uma visita à Coreia socialista de 23 a 30 de julho de 2013 por convite do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros da RPDC para participar na celebração do 60º aniversário da vitória na Guerra de Libertação da Pátria e também na Marcha internacional pela paz e reunificação da Coreia.

27 de julho daquele ano marcava o 60º aniversário da grande vitória do povo coreano na Guerra de Libertação da Pátria.

A vitória nessa guerra se devia à grande Ideia Juche do grande Líder Kim Il Sung e ao heroísmo sem  igual do Exército Popular da Coreia.

Cheguei a Pyongyang em 23 de julho e fui recebido no aeroporto pela senhora Kim Un Ok, secretária-chefe do Comitê Coreano de Amizade com o Povo Britânico e membro do Departamento Europeu do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros. Desta vez fiquei no hotel Yanggakdo de 47 andares que se encontra em uma ilha do rio Taedong. Dele se podia contemplar em uma vista a paisagem de Pyongyang e no restaurante giratório do hotel serviam comidas excelentes. Nos pisos subterrâneos havia vários restaurantes e lojas onde se vendem os artigos feitos na RPDC.

Pyongyang, de verdade, fervia de animação.

Muitas delegações de partidos políticos, círculos sociais e entidades de todas partes do mundo visitavam a RPDC.

Eram tão numerosas que não sou capaz de lembrar de todas. Entre elas havia as do Partido do Trabalho de Bangladesh, do Partido Comunista da Federação Russa encabeçada pelo Secretário do Comitê Central, do Partido Comunista da Tchecoslováquia, do Partido Comunista da Bielorrússia, do Partido Comunista Revolucionaria de Canadá (Marxista-Leninista), Partido Comunista da Alemanha, Partido Comunista Revolucionário do Reino Unido (Marxista-Leninista), do Partido Comunista do Chile (Ação Proletária), do Partido Comunista da Ucrânia, etc. Isso mostrava o respeito profundo do movimento revolucionário mundial à RPDC. Chegaram também as delegações de amizade de Austrália, Nova Zelândia, Filipinas, Rússia, França, Mongólia, Brasil, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Suíça, Alemanha, Paquistão e Bangladesh, e os representantes dos grupos internacionais de estudo da Ideia Juche.

Foi uma boa oportunidade para encontrar-me com velhos amigos como o espanhol Alejandro Cao de Benos, presidente da Associação de Amizade com a Coreia e o suíço Martin Lotcher e conhecer pessoas como Raymond Maxwell Ferguson da Associação de Amizade Austrália-RPDC que era também autor do livro “Korea: Welfare State”.

A situação da RPDC estava muito favorável.

Pyongyang fervia com construções, incluindo as de muitos edifícios de moradia. Depois de minha visita em setembro de 2012 muitos estabelecimentos de recreação e culturais como o Complexo de Serviços de Higiene Ryugyong foram inaugurados.

No caminho de Kaesong a Sinchon pudemos presenciar os campos cheios de cultivos. Cresciam os milhos superando a estatura de adultos. Os arrozais com plantas exuberantes se perdiam de vista.

Não havia nenhum sinal de má colheita ou dano por inundação. Tudo estava exuberante. Na RPDC não há mendigos e os habitantes não precisam se preocupar com redução de salário ou imposto de moradia.

Naqueles dias mesmo nas lojas do hotel as mercadorias importadas davam lugar às feitas na RPDC que ocupavam a maior parte da totalidade. Na realidade, os produtos básicos eram vendidos baratos. Comprei as baterias Naegohyang fabricadas na RPDC, a um preço de um décimo das mais baratas no Reino Unido. Foi uma mostra evidente da superioridade da economia planificada socialista independente do Juche.

Foram construídos novos parques de jogos infantis em cada bloco de moradias.

Na RPDC o governo se encarrega inteiramente da criação as crianças. A guia Kim Un Ok me disse que deixava seus filhos na creche sem pagar nada. No Reino Unido as mulheres como ela tinham que cuidar de seus filhos em tempo integral ou trabalhar em tempo parcial devido ao alto custo da criação.

Estive presente na Marcha internacional pela paz em que participaram os quadros coreanos de alto nível como Yang Hyong Sop, vice-presidente da Assembleia Popular Suprema. Eles puseram as mesmas camisetas que os demais participantes.

A RPDC é uma sociedade igualitária sem distinção entre os funcionários de alto cargo e as pessoas ordinárias. A marcha foi acompanhada pela banda musical feminina do então Ministério de Segurança do Povo, que se visitaram de forma atrativa e encantadora. Flamejava orgulhosamente a bandeira da Associação de Amizade Reino Unido-RPDC pelos amigos coreanos.

Em Panmunjom fui testemunha da tragédia da divisão coreana.

Visitamos a sala onde foi firmado o acordo de armistício. Na área reinava a tensão e tivemos que entrar na zona desmilitarizada em fila segundo a nacionalidade. Depois andamos pelas ruas de Kaesong.

Proferi um discurso em uma reunião celebrada nesta bela cidade com a participação de mais de 5000 pessoas.

Foi uma grande honra para mim.

Em 27 de julho foram realizadas diversas atividades com motivo da vitória na guerra. Sem dúvidas o pináculo delas formaram a parada militar e a manifestação de massas. Nunca vi um desfile militar tão magnífico como aquele. A parada militar era superior às efetuadas em ex-países socialistas como União Soviética e Alemanha Oriental.

Passaram em fila os armamentos demostrando a potencialidade militar jucheana da Coreia Songun liderada pelo estimado Marechal Kim Jong Un.

Os helicópteros voaram por cima das filas exibindo a capacidade de poder empreender batalhas nas ruas no caso de emergência. Pela primeira vez um avião bombardeiro de longa distância da RPDC rasgou o céu da Praça Kim Il Sung. No ato central realizado no dia anterior o camarada Kim Yong Nam disse:

“Em nosso caminho de avanço haverá sempre o 27 de julho de vitórias que brilham as imortais façanhas do grande Líder camarada Kim Il Sung realizadas na orientação ao triunfo na guerra, e dos camaradas Kim Il Sung e Kim Jong Il no cumprimento da revolução do Songun, e contamos com o invencível exército revolucionário do monte Paektu comandado pelo Marechal Kim Jong Un e com a grande unidade militar-civil.”

A parada militar me confirmou mais uma vez a vitória final do povo coreano.

Terminada a parada, o estimado Marechal Kim Jong Un agitou as mãos às massas.

Vimos muitos veteranos do EPC na parada e em outros atos. Se vestiram do uniforme militar do tempo de guerra. Apesar da idade avançada, se encontravam saudáveis.

Na RPDC se dá tratamentos preferenciais aos veteranos de guerra diferente dos países capitalistas onde os ex-soldados acabam desempregados e inválidos, ambulantes sem alojamentos. Na RPDC eles são objeto de respeito.

Além da parada militar e do ato central, foram realizados vários atos. O clímax foi a grande apresentação ginástica e artística Arirang. A versão daquele ano tinha incluído o capítulo sobre a Guerra de Libertação da Pátria em que o EPC, sob a direção do Generalíssimo Kim Il Sung, invencível comandante de aço e estrategista destacado, frustrou a invasão estrangeira.

Foi a terceira vez que vi o Arirang.

A apresentação demonstrou a unidade e o poderio da RPDC dirigida pelo estimado Marechal Kim Jong Un.

Estivemos presentes na queima de fogos de artifício em frente ao Museu Comemorativo da Vitória na Guerra de Libertação da Pátria, que havia sido reconstruído. Os fogos de artifício lançados com a estátua “Vitória” no fundo pareciam representaras chamas da guerra vitoriosa.

Foi realizada também a apresentação fascinante da orquestra Unhasu que realçou a música com o aproveitamento engenhoso e inventivo do fundo de vídeo. As canções do tempo de guerra como "Canção da defesa da pátria" e outras famosas como "Sobre nossa baioneta descansa a paz" foram interpretadas. Esta enfatiza que a paz se assegura não pela submissão, mas pelas forças armadas revolucionárias do país. Foi cantada pela cantora Hwang Un Mi em companhia do coro.

Neste dia pela noite participamos também no ato dos jovens e estudantes da cidade de Pyongyang. 

Me alegrou ver os jovens se divertindo. Pareciam muito felizes. Em meu país a maior parte dos  adolescentes não sabem como se divertir e caem em drogas e álcool.

Em agosto de 2011 o Reino Unido encarou uma manifestação de jovens  desesperados e revoltados. Porém lá, na RPDC, os jovens dedicam suas energias aos trabalhos úteis para o país e se divertem no  ambiente pacífico.

Foi uma visita estupenda cheia de coisas inesquecíveis. Me sentia triste ao pensar no regresso ao Reino Unido capitalista.

No caminho de retorno ocorreu um fato estranho. Peguei minha mala e me dirigi à aduana do aeroporto Heathrow de Londres. De repente apareceu um homem vestido de uniforme da Autoridade de Fronteira do Reino Unido e me deteve para me perguntar de onde vinha. Lhe respondia que regressava da China e prontamente acrescentei que havia visitado também a RPDC pois poderia encontrar artigos deste país no caso de registrar minha mala. Ele exigiu que mostrasse meu passaporte.

Ao ver nele o visto da RPDC me perguntou pelo motivo da viagem. O expliquei vagamente porém minha vontade era dizer que não se metesse na vida dos outros.

Perguntei se queria registrar minha mala porém ele disse que não e segui o caminho. Foi um fato  ocorrido pela primeira vez em minhas nove visitas à RPDC.

Shaun Pickford me disse que, em 1989, no caminho de regresso depois de haver participado no XIII Festival Mundial de Jovens e Estudantes, ele e outros delegados foram detidos para submeter-se ao exame de passaportes.


10. 70º  ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DO PARTIDO DO TRABALHO DA COREIA.


Visitei a RPDC pela décima vez, de 8 a 19 de outubro de 2015 para participar nos atos em festejo do 70º aniversário de fundação do PTC por convite cordial da Associação Coreana de Cientistas Sociais

Foi uma visita muito difícil para mim em vários  aspectos. Minha mãe havia falecido em 29 de agosto aos 89 anos em decorrência de uma enfermidade.

Me perguntei se deveria ir à RPDC. Poderia ser inapropriada essa visita a poucos dias da morte de minha mãe. Ficava um monte de coisas para tratar a respeito de herança. Porém pensei que não podia ficar submergido na tristeza e decidi tratar desses assuntos após a visita. Ademais, o 70º aniversário do PTC viria a ser um importante evento. Já tinha me escapado duas  oportunidades de poder visitar a RPDC em 2014 e na primavera de 2015 por conta da enfermidade de minha mãe.

Minha situação sofreu muitas mudanças.

Por um artigo de “Sunday Times” me tornei vítima de retirada precoce do Escritório de Avaliação (posteriormente escreverei em detalhes sobre isso). Recebia uma pensão miserável porém esta mesma desapareceu um ano depois. Uma excessiva carga de impostos me sobrecarregava. Francamente falando, não gostava de trabalhar no Escritório de Avaliação e esse trabalho não era o meu preferido. Embora o Escritório constituísse nominalmente uma parte do “setor público”, não era um  lugar favorável para trabalhar. Portanto, não desejava lutar para permanecer nesse trabalho detestável, porém a perda de renda foi algo terrível. O Escritório não tinha direito a questionar-me ou castigar-me  por atividades do tempo pessoal.

Não me sobrava tempo suficiente para preparar a viagem e custava muito o bilhete do avião. O mais barato que pude lograr fui da companhia aérea por Shanghai, o que significada que não podia usar a opção sem visto introduzida em 2013sem me submeter outra vez ao processo complicado do centro chinês de visto.

Passar por Shanghai foi mais fácil que passar por Pequim, porém foi uma viagem entediante. Cheguei a Pequim e depois de pagar uma custosa tarifa de taxi permaneci em um hotel durante dois dias dormindo muito. O hotel contava com cafeteria Che Guevara, porém não conseguir entender que relação tinha Che com aqueles preços capitalistas.

No dia 8 me encontrei com um funcionário da ACCS e com a guia senhora Ri, estudante universitária, no Aeroporto Internacional de Pyongyang. Era uma moça firme e bem-vestida. Se mostrou combativa no  ideológico.

O mesmo aeroporto recém-reconstruído me deixou um grande impacto. Não se via sequer rastros da arquitetura original. Me disseram que os militares do EPC o haviam remodelado de forma irreconhecível por sua própria força e com o espírito do Juche. Muitos países se gabam de seus aeroportos modernos, porém todos estes foram produtos do investimento de capital estrangeiro.

Diferente deles o Aeroporto Internacional de Pyongyang foi construído cem por cento por conta própria tanto na construção como no desenho. Lá não se vê anúncios como os de HSBC, McDonald´s, Starbucks e KFC. Foi inteiramente de propriedade coreana e estava administrado pelos coreanos. Embora contasse com uma capacidade considerável, reinava lá uma atmosfera calma e não havia agitação como o de Heathrow. Em alguns países capitalistas os aeroportos se estendiam apesar do protesto e indignação públicas. Porém a RPDC prestava atenção a assegurar o equilíbrio entre voos aéreos e a harmonia do meio ambiente.

Durante a permanência tive conversações de trabalho com a ACCS. Participei, como um observador, na reunião do Conselho do Fundo Kim Il Sung-Kim Jong Il. Em 9 de outubro assisti um seminário e proferi um discurso na manifestação de experiências dos grupos de estudo da Ideia Juche.

Tive a honra de ser condecorado com a insígnia com as imagens dos Generalíssimos Kim Il Sung e Kim Jong Il.

Em 8 de outubro fui convidado ao banquete oferecido pelo Comitê Relações Culturais com Estrangeiros da Coreia.

Entre os atos se destacou a parada militar em festejo ao 70º aniversário de fundação do PTC. Também foram impressionantes a marcha com tocha de dezenas de milhares de jovens e a grande apresentação de dez mil artistas.

Pyongyang estava em um ambiente de festa em vésperas do 10 de outubro. As bandeiras vermelhas do PTC com o martelo, a foice e o pincel flamejavam nas ruas. Verdadeiramente a RPDC é um dos poucos países do mundo onde flamejam bandeiras vermelhas nas ruas, e os fatos mostravam que ela mantém a bandeira vermelha do socialismo frustrando toda classe de manobras destinadas a destruir o socialismo. A respeito, o estimado Marechal Kim Jong Un, em sua obra "É inevitável a vitória da causa do Partido dos grandes camaradas Kim Il Sung e Kim Jong Il", assinalou: “Nos compete observar atentamente cada manobra do inimigo encaminhada a derrubar nosso sistema socialista em seu  interior e redobrar a vigilância a respeito, assim como não permitir jamais que germine a má erva do capitalismo no jardim socialista.”

A unidade monolítica da RPDC foi demostrada na ocasião da parada militar, da manifestação de massas e na marcha com tocha dos jovens.

A primeira constituía uma festividade espetacular. O estimado Marechal Kim Jong Un, com voz clara cheia de convicção, proferiu um discurso. Disse:

“10 de outubro é para nossa pátria e povo uma significativa festividade revolucionária que celebra o nascimento da genuína vanguarda e Estado-Maior combativo da revolução, responsável de seu destino e sua guia.”

A parada militar da RPDC foi diferente da de ex-países socialistas, já que revestia a diversidade e os participantes marchavam com passos entusiastas e cheios de vigor. Marchou à frente a coluna da Guerrilha Antijaponesa simbolizando a continuidade de geração da revolução. Lhe seguiram os tanques do período da Guerra de Libertação da Pátria incluso o Nº  312 que arremeteu em Seul, antes de tudo, em 28 de junho de 1950.

Voaram no céu os aviões na formação mostrando o símbolo do PTC e a cifra 70, que foi algo excelente e engenhoso.

Em seguida houve uma manifestação de massas demostrando a grande unidade militar-civil, jamais concebível nos países capitalistas onde existem fricções permanentes entre o exército e o povo.

Mais tarde expliquei para minha guia Ri sobre essa contradição citando como exemplo minha cidade-natal. No centro desta estava um quartel militar, onde pelas noites saiam os militares para oprimir e golpear os cidadãos. E assim que o acampamento militar se viu obrigado a mudar ao subúrbio da cidade. (Ri me afirmou que o exército britânico é uma tropa carente de moral apontando que os  militares do EPC nunca tomam bebidas alcoólicas durante o serviço).

Pela noite logo após a marcha com tochas dos jovens, foi realizada a queima de fogos de artifício. Apesar do clima desfavorável, os jovens coreanos marcharam cheios de vigor, sem nenhum titubeio.

O governo britânico jamais se atreve a fazer tal aventura de reunir um grande número de jovens por temer um levante, porém o governo da RPDC não tem esse medo.

Também vi a apresentação artística de 10 mil artistas "Grande Partido e Coreia brilhante". Esta apresentação efetuada no palco instalado sobre o rio Taedong foi para mim um novo conceito e nunca presenciei tal coisa em qualquer lugar do mundo. A apresentação foi iniciada com a apresentação das crianças, porém o grosso dos programas o ocupavam os artistas veteranos da Coreia. Interpretaram várias peças entre elas "Pyongyang é a melhor". Foram apresentadas muitas peças excelentes. A história da RPD da Coreia foi representada pela música e dança. Gostei muito do modelo de tanque nº 312 instalado no palco. A peça mais atrativa foi "Sobre nossa baioneta descansa a paz". Foi cantada a viva voz por uma moça bonita em uniforme militar.

Também visitamos a Exposição Permanente de Amizade Internacional situada no famoso monte Myohyang, onde me senti orgulhoso ao ver nosso persente obsequiado ao estimado Marechal Kim Jong Un em 2013. A Exposição mostrava o quão profunda era a veneração dos povos revolucionários e progressistas do mundo ao grande Líder Presidente Kim Il Sung, dirigente eminente do movimento comunista internacional e do movimento operário.

Ante a estátua de cera do Presidente Kim Il Sung a camarada Ri me confessou que senti uma sensação de encontrar-se com o Presidente vivo. Foi surpreendente.

Visitando os campos rurais pude saber que os rumores sobre a má colheita e a fome foram infundados. Alguns reacionários falavam de “reforma", “abertura ” e “retorno ao capitalismo”, porém nas planíceis  das fazendas cooperativas flamejavam as bandeiras vermelhas.

Sem visitar o Metrô de Pyongyang não se pode dizer que visitou esta cidade. Sua tarifa era de 0,003p (segundo a taxa de câmbio monetário do Google), um preço quase gratuito e os veteranos de guerra o utilizavam gratuitamente.

O metrô estava limpo. Não se via nenhum anúncio capitalista ou lixo.

Quando disse à guia sobre a sujeira do Metrô de Londres ela me perguntou por que não o mantinham limpo mesmo cobrando alta tarifa. As plataformas ocupavam uma superfície espaçosa e em cada uma delas duas mulheres guias davam serviços para a segurança dos passageiros. Em Londres as bilheterias de metrô deixavam de existir e o número de desempregados aumentava.

A RPDC construía muitos blocos de moradias como a Avenida dos Cientistas Mirae e as distribuia grátis aos cidadãos, fato inimaginável no Reino Unido onde o aluguel mensal de uma moradia situada no centro da capital é de 12 000£ e sua compra custava até 1 000 000£. Até nos bairros pobres como Woolwich Dockyard onde vivo, o preço de uma moradia é de 200 000£ e a renda mensal de 500-1000£.

Com ajuda da guia Ri, podia percorrer o centro da cidade de Pyongyang, o que me deu uma  oportunidade de poder fazer exercícios respirando ar fresco e presenciar a realidade da Coreia mais profundamente que antes.

Conversamos sobre o estudo da língua inglesa. Lhe expliquei que as palavras stepbrother e halfbrother eram de sentidos diferentes, embora alguns o considerassem sinônimos. Segundo me recordo, falei isso quando passávamos juntos perto do Grande Teatro de Pyongyang.

As forças hostis à RPDC pregoavam que os visitantes a ela permaneciam só em hotéis e viajavam em ônibus turístico, porém era palavras infundadas. Não passavam de ser pura mentira. Percorri as ruas cheias de passageiros. Nas passagens subterrâneas não pude encontrar mendigos como nas sociedades capitalistas. Em Londres em passagens subterrâneas se podia encontrar mendigos e drogados jogados ao chão. Porém em Pyongyang não. A RPDC constitui uma sociedade muito sã na moralidade, alheia ao uso ilegal de drogas e publicações pornográficas chamadas “indústria sexual”, que rebaixam o valor do ser humano e sujam a vida. Tampouco se pode ver policiais acusar civis e patrulhas armadas.

Na ocasião da visita às localidades como Sinchon, o monte Myohyang e Nampho não pude encontrar os campos de trabalho forçado e de concentração que falavam tanto os imperialistas. Na realidade, não vi cercas em lugar algum da RPDC.

Percebi que a propaganda dos imperialistas enquanto aos direitos humanos e disparates dos desertores do Norte eram mentiras.

Na RPDC haviam excelentes instalações para a vida cultural e a recreação, que eram difíceis de se ver ou muito caras em Londres.

Visitamos o Golfinário de Rungna, em que vimos a apresentação dos golfinhos. O preço da entrada foi muito barato.

No último dia da visita fui ao Complexo de Piscinas de Recreação de Munsu, que estava em construção durante minha visita em 2013. Ocupava uma área mui espaçosa com tobogãs e máquinas de ondas instalados sob teto e ao ar livre. Contava também com estabelecimentos de serviços como salão de beleza e cafeteria. Tive a honra de reunir-me com o secretário do CC do Partido do Trabalho da Coreia. Depois do aperto de mãos lhe gritei em coreano:

“Viva o Partido do Trabalho da Coreia!”

Também me encontrei e conversei com o doutor Ogami Kenichi, chefe do secretariado do Instituto Internacional da Ideia Juche, e com o doutor Harish Gupta, presidente do Instituto de Estudo da Ideia Juche da Região Asiática.

Ademais, tive o privilégio de conversar em duas ocasiões com um professor superior da Associação Coreana de Cientistas Sociais. No banquete oferecido no último dia de minha permanência conversei com o vice-presidente da ACCS. Durante o banquete pude provar os manjares acessíveis somente para os ricos na Inglaterra. As comidas foram muito razoáveis no preço, já que custavam só 58 euros para seis pessoas incluindo bebidas alcoólicas. (Normalmente em Londres com esta quantidade de dinheiro se podia comprar comidas similares para 2 pessoas).

Em 19 de outubro parti de Pyongyang e regressei ao meu país por Pequim e Hong Kong.

Fiz um trânsito sem problema em Hong Kong e cheguei ao aeroporto Heathrow na madrugada de terça-feira.


11. GRANDE HONRA 

Minha visita seguinte à RPDC ocorreu em  abril de 2016.

A delegação foi composta de dois membros jovens de nossa delegação e eu. Para eles foi a primeira visita, para mim a décima primeira ao calculá-las desde 1992.

Em 7 de abril pela tarde chegamos ao Aeroporto Internacional de Pyongyang.

Fizemos uma longa viagem e dormimos uma noite em Pequim. Ao chegar em Pyongyang meu amigo David disse que não se via nenhum anúncio capitalista.

No aeroporto fomos recebidos pelo senhor Kim Sok Ho, chefe do Departamento Europeu da ACCS e pela senhora Choe, intérprete e guia.

No caminho ao centro de Pyongyang pude presenciar a Avenida Ryomyong em seu início de construção.

A RPDC planejava levantar anualmente em sua capital uma nova avenida ou distrito residencial. Durante a permanência, podia ver com meus próprios olhos a magnífica Avenida de Cientistas Mirae, que contava com edifícios de moradia de muitos andares dotados de todas condições necessárias, de um grande hospital e uma clínica.

Para a RPDC não importam as sanções assassinas de EUA, Japão, União Europeia e seus chamados países “amigos” e “aliados”.

Nas ruas os grupos de agitação estimulavam os trabalhadores e um monte de veículos de construção transitavam.

Nos alojamos no Hotel Coryo de Pyongyang. Meus acompanhantes ficaram muito impressionados pelo nível do hotel dizendo que era incrível e que eles nunca pensavam que podiam ocupar um quarto tão grande.

Francamente falando as habitações do Hotel Coryo de Pyongyang eram maiores que as de Londres.

As comidas também foram excelentes. Nos serviram hortaliças frescas e saladas. Eram muito frescas as verduras.

Fomos a Pyongyang para participar nos atos de festejo do 104º aniversário de nascimento do grande Líder Kim Il Sung, porém para mim o objetivo principal foi receber o doutorado e diploma.

Sendo franco, foi uma honra incrível.

Fazia alguns anos, havia estudado História no King Alfred’s College de Winchester (atualmente Universidade de Winchester). Sonhava ser professor de universidade ou instituto superior depois de lograr licenciatura ou doutorado em Filosofia.

Me graduei com nota 2.2 e comecei os estudos para licenciatura da Historiografia e Métodos Históricos, porém o Estado me negou ajuda financeira e tive que preparar dinheiro para pesquisa. Para piorar terminei os estudos no ano em que o desemprego chegava ao clímax e fui vítima de Thatcher.

Tentava buscar alojamento na área perto de Polytechnic onde estudava. Fiz um pedido à autoridade local, porém esta o recusou. Os gastos pesados e a longa distância de trânsito me impuseram o abandono do estudo. Meu desejo e sonho foram destruídos pela sociedade capitalista impiedosa e suja.

Mas meu desejo de ser Doutor se tornou realidade na Coreia socialista do Juche. A respeito disso expresso meu sincero agradecimento à ACCS, sobretudo, ao Professor Kim Chang Gyong.

O tema de minha tese se tratava da defesa da política Songun, porém acrescentei materiais de meu livro “Em defesa do Songun” e da realidade atual da Coreia.

Os artigos sobre o Songun escritos por revisionistas e dogmatistas me impuseram escrever esse livro.

Tinha que defender minha tese ante aos 15 professores no Complexo de Ciência e Tecnologia recém-construído e responder suas perguntas. Foi um fato interessante. Me senti alegre quando um deles falou da necessidade de fortalecer de forma ininterrupta a ditadura do proletariado. Foi adotada a decisão de conferir-me o título de Doutor e me conferiu (também a Kulikov da Rússia e Enkhbadralt Dagandava da Mongólia) o vice-Primeiro-Ministro da RPDC no Palácio de Congressos Mansudae.

Nunca imaginei tal honra.

Francamente falando, foi difícil completar a tese devido a carga de trabalho, o despacho de bens imóveis de minha mãe e o desânimo por seu falecimento.

Rendemos tributos ao grande Líder Kim Il Sung na colina Mansu em 14 de abril e no Palácio do Sol Kumsusan no dia seguinte.

O Presidente Kim Il Sung, fundador da Coreia moderna, a Coreia socialista, era o gênio ideológico e teórico, o destacado líder do movimento comunista internacional e do mundo, o talentoso estrategista militar, o exemplo de liderança e pai do povo.

Hoje a causa revolucionária do Juche é continuada pelo estimado Marechal Kim Jong Un, Máximo Dirigente do Partido do Trabalho da Coreia, da RPDC e das forças armadas revolucionárias. É o grande sucessor da causa do grande Dirigente Kim Jong Il. É muito evidente que ele não fará nenhum desvio do caminho orgulhoso do Juche.

Durante a visita reafirmei que a RPDC é um país inteiramente independente baseado na Ideia Juche.

Alguns difamam dizendo que a RPDC era uma criação da antiga União Soviética ou da China ou de ambos e que o socialismo coreano não passava de ser um presente de outro país. Porém a verdade não pode ser ocultada.

Enquanto visitava pela primeira vez o Lugar Histórico-Revolucionário de Phyongchon pude saber claramente que a RPDC sempre se fortaleceu e se desenvolveu de forma independente desde o dia da libertação nacional em 1945. Se conservavam de forma original o local de montagem de submetralhadoras, o campo de disparo de ensaio e o museu revolucionário. Se podia dizer que constituía a casa natal da indústria bélica da RPDC.

Lá o Presidente Kim Il Sung, junto com a heroína antijaponesa Kim Jong Suk, fez o disparo de ensaio da primeira submetralhadora fabricada pelos coreanos em 12 de dezembro de 1948. Lá também a Coreia Juche cimentou a indústria bélica independente sob a direção do Presidente Kim Il Sung.

O museu mostrava bem a história de desenvolvimento da indústria bélica da RPDC.

Desde finais da década de 1940 este país começou a produzir com suas próprias forças não só submetralhadoras e metralhadoras mas também os morteiros.

Durante a Guerra de Libertação da Pátria o Presidente Kim Il Sung tomou a medida de trasladar a fábrica e seus trabalhadores à comuna Kunja, zona segura.

No Lugar Histórico Revolucionário de Phyongchon percebi o justo que era o caminho de apoiar-se nas próprias forças, o caminho do Juche optado pelo Presidente Kim Il Sung. A Luta Armada Antijaponesa e a Guerra de Libertação da Pátria nos ensinam quão estúpida é a ilusão a outros países.

Especialmente a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962 mostrou que um país, por menor que seja, nunca devia depositar a defesa nacional em países grandes.

Em uma Mensagem de Ano Novo o Marechal Kim Jong Un enfatizou a ideia de fortalecer-se e desenvolver-se com as próprias forças. Essa é a chave para a vitória. Apoia-se nas próprias forças significa lutar contra a submissão aos imperialistas.

Percorrendo as ruas da RPDC podíamos saber que o desenvolvimento vertiginoso da construção socialista estava nutrido do apoio nas próprias forças.

Se viam muitos novos edifícios. A maioria das mercadorias expostas nas lojas foram feitas na RPDC.

Nós, partidários da Ideia Juche e da Songun, protestamos contra as sanções dos EUA e da ONU contra a RPDC e devemos rechaçar todas as mercadorias estadunidenses. Esta é a decisão de nossas organizações (a Associação de Estudo da Política Songun do Reino Unido e o Grupo de Estudo da Ideia Juche do Reino Unido).

No programa da apresentação artística das crianças realizada no Palácio das Crianças de Mangyongdae figurava uma obra com o tema de apoio nas próprias forças. A peça se inicia com a cena do urso ocioso dormindo profundamente dando roncos extremecedores. Os esquilos propõem construir com suas próprias forças a central hidrelétrica, porém os ursos optam pela importação. O urso que foi a uma aldeia de elefantes em demanda de ajuda regressou de mãos vazias muito desanimado porque estes lhes exigiram uma quantidade gigantesca de frutas. Por outra parte, os esquilos terminaram a construção da hidrelétrica, que se pôs na geração de eletricidade. A fábula mostra claramente a grande vitalidade do apoio nas próprias forças.

O apoio nas próprias forças significa não significa que a RPDC dá as costas a outros países.

Juche é o verdadeiro conceito de internacionalismo.

Alguns revisionistas e imperialistas pregoavam que Juche constituía uma conceito nacionalista e que a RPDC não prestava atenção a outros países.

Porém a verdade não pode ser escondida. No Museu Comemorativo da Vitória na Guerra de Libertação da Pátria reconstruído às margens do rio Pothong percorremos os locais preparados recentemente onde estavam exibidos também os méritos dos heróis do Exército Popular da Coreia caídos na Guerra do Vietnã.

O Presidente Kim Il Sung enviou os voluntários do EPC, sobretudo aviadores, ao Vietnã. Uma atividade surte mais eficácia persuasiva que cem palavras. Tal envio mostra que a RPDC é um exemplo vivo do internacionalismo proletário. Quando os revisionistas de toda laia rechaçavam o apoio à luta contra o imperialismo e a desacreditavam, a RPDC levantou no alto a bandeira da luta antimperialista.

Os presentes de muitos partidos e de organizações de resistência do mundo exibidos na Exposição Permanente de Amizade Internacional mostravam bem o papel da RPDC na revolução mundial.

Visitamos pela primeira vez o lugar histórico revolucionário de Jonsung onde o Presidente Kim Il Sung dirigiu à vitória a Guerra de Libertação da Pátria. Precisamente lá, no túnel subterrâneo, se encontravam o gabinete e o comitê militar da RPDC. Lá o Presidente Kim Il Sung elaborou as políticas populares e as materializou.

Fiquei muito surpreso ao saber que o preço das mercadorias abaixou em 20 por cento em média e até em 50 por cento durante a guerra. É um fato incrível se comparado com a realidade de meu país em que os preços disparam diariamente no período de paz.

Foi lá onde o Presidente Kim Il Sung tomou a decisão de aplicar o sistema de assistência médica gratuita geral em novembro de 1952, que se pôs em prática em janeiro de 1953.

Hoje se pode perceber as políticas populares do Marechal Kim Jong Un em qualquer lugar da  RPDC. São distribuídas gratuitamente as moradias modernas.

Durante visita ao Monumento à Fundação do Partido nos disseram que o Dirigente Kim Jong Il fez distribuir aos trabalhadores a moradias  edificadas nos arredores do monumento. Graças à política imparcial de tarifa, o metro, o trólebus, o ônibus e o bonde cobram o mesmo preço.

Visitamos também centros culturais como o Complexo de Piscinas de Recreação de Munsu, o Palácio das Crianças de Mangyongdae e o Circo de Pyongyang. Não podíamos ver o “problema de direitos humanos” mas pessoas ordinárias que se desfrutam de uma vida ditosa.

As sanções não surtiam efeito nenhum na RPDC que avançava por conta própria. Ninguém falava de uma “nova marcha penosa” ou "crise alimentar". As propagandas de reacionários de que a RPDC sofria de crise alimentar resultaram infundadas.

Me disseram que tais propagandas não apareceram nem em um número do jornal Rondong Sinmun ou em qualquer lugar da RPDC. Nas ruas pudemos ver muitas pessoas que, sem exceção alguma, pareciam saudáveis e bem vestidas.

A RPDC investia enorme quantidade de fundos nos setores de ciência e educação.

Visitei o Complexo de Ciência e Tecnologia levantado recentemente na ilha Suk. Era uma arquitetura majestosa e ecológica que usava energia geotérmica e solar. No interior estavam postos em filas os computadores.

Foi um fato verdadeiramente incrível. Recordava realmente o “mundo do amanhã”. Para a RPDC alcançar o Ocidente no científico-técnico era só questão de tempo.

Assistimos também o Festival Artístico de Amizade Abril na Primavera, ocasião em que vimos apresentações dos artistas de Rússia, Ucrânia, Malásia, Vietnã e outros países. O festival mostrava que a RPDC não estava isolada do mundo como os imperialistas diziam.

Nos deu vontade de permanecer lá mais algumas semanas.


12. SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA IDEIA JUCHE


Visitei a República Popular Democrática da Coreia de 6 a 13 de setembro de 2016 com o fim de participar no Seminário Internacional da Ideia Juche para Antiimperialismo, Independência e Solidariedade organizada pela Associação Coreana de Cientistas Sociais e pelo Instituto Internacional da Ideia Juche e também nos atos comemorativos do 68º aniversário de fundação da República Popular Democrática da Coreia, terra sagrada do Juche.

A viagem de Londres à RPDC por Pequim tardou muito tempo.

A cabo de 10 horas em avião cheguei à capital chinesa onde passei uma noirte e peguei o avião da Companhia Aérea Coryo. No terminal do Aeroporto de Pequim me encontrei com o camarada Mikel Vivanko, membro do Grupo de Estudo da Ideia Juche da Espanha e representante oficial da Espanha da Associação de Amizade com a Coreia e também com outros vários partidários da Ideia Juche que conhecia por Facebook.

Subi ao avião da Companhia Aérea Coryo, que chegou a Pyongyang a cabo de um certo tempo.

No terminal me esperavam o subchefe da ACCS e a senhora Ri, estudante do Instituto Superior de Línguas Estrangeiras de Pyongyang que me havia servido de guia durante a visita de outubro de 2015.

Não a reconheci à primeira vista, porém me senti muito alegre por voltar a vê-la. Ela me falou sobre sua vida universitária e acrescentou que terminaria o estudo no ano seguinte. Me encontrei também com o presidente da União dos Escritores da Coreia.

Embora certas zonas da RPDC tivessem sofrido inundações, a situação de Pyongyang era igual como antes. Se viam pela janela do ônibus planícies de exuberantes arroz e milho.

Depois no caminho ao Campo de Golfe de Pyongyang pude ver também cultivos exuberantes.

Não se via nem um vestígio de crise alimentar ou má colheita de que vociferavam tanto os mentirosos veículos imperialistas.

Na verdade a vida popular na  RPDC melhorava dia após dia.

Estava em plena construção a avenida Ryomyong. Em minha visita de abril passado transitavam muitos caminhões. Porém agora muitos edifícios rasgavam o céu. Me explicaram que a avenida seria equivalente a uma unidade pequena de 20 mil pessoas. Contaria com lojas, serviços públicos e hospitais. As moradias eram distribuídas gratuitamente ao povo. Coisa inimaginável para nós ingleses. A construção de moradias se realizava em escala massiva também em outras localidades. Pyongyang era  a cidade de construção e, a Coreia popular, o país de construção.

O surpreendente foi a capacidade da RPDC de poder assumir tal construção de envergadura enorme. Em Londres se necessita 150,000£ para construir uma casa (vale 500,000£ quando se põe em venda). Em outras palavras, se necessita 3 bilhões £ para construir 20 mil moradias. As cifras insinuam muitas coisas. Primeiro, a RPDC dá primazia ao povo e investe grande quantidade de fundos na melhora da vida popular.

Segundo, ela dá acicate também à construção da defesa nacional.

Com a prioridade das próprias forças e o espírito revolucionário de perseverança o povo coreano pôde levar adiante uma construção de tal dimensão apesar das sanções rigorosas. O espírito de priorizar as próprias forças se traduz na adequação à atualidade da grande Ideia Juche e ao espírito revolucionário de apoiar-se nas próprias forças.

Alguns reacionários e inimigos de classe pregoavam que a Coreia Popular devia abandonar o Juche e aceitar a “reforma” e “abertura”, porém isso seria o caminho à ruína. Os países que as introduziram, sem exceção alguma, enfrentaram sofrimentos, derrocada, crise e confrontação.

O antiimperialismo, a independência e a solidariedade eram o tema principal no Seminário Internacional da Ideia Juche, a que assistiram os delegados de Espanha, Alemanha, Reino Unido, Rússia, Itália, Sri Lanka, Nepal, Índia, Paquistão, Nigéria, Uganda, RD do Congo e Japão. O doutor Harish Gupta, vice-diretor do Instituto Internacional da Ideia Juche presidiu a reunião e o vice-presidente do Partido do Trabalho da Coreia Kim Ki Nam esteve presente. Os discursos ativos, embora fossem diferentes as opiniões de situações de vários  países, coincidiam em que todos tinham que unir-se em torno à Ideia Juche. Especialmente foram excelentes as palavras de Dmitri Kostenko da Rússia, Jain da Índia e do delegado do Nepal.

O primeiro disse: Aproveito esta oportunidade para enfatizar que todos nós nunca devemos fazer concessões com os imperialistas nem dar crédito às promessas hipócritas e gestos pacifistas dos inimigos. Uma das razões principais da queda da União Soviética reside precisamente na chamada  política de reconciliação, a de “coexistência com o imperialismo” e a de paciência sobre a propaganda dos imperialistas perseguida pelos revisionistas durante anos. É uma ilusão estúpida a ideia de que poderíamos coexistir pacificamente e cooperar com os imperialistas.

Ademais, vimos com muito interesse os vídeos preparados pela ACCS que se tratavam do problema de direitos humanos, a linha de desenvolvimento simultâneo da construção da economia e da indústria de defesa nacional e das tradições folclóricas da Coreia. Os vídeos nos ajudaram muito a compreender mais profundamente este país asiático.

Também nos submetemos à excelente lição da professora Mun Jong Suk sobre o VII Congresso do Partido do Trabalho da Coreia. A lição estava nutrida de muitas informações. Mediante ela pude aprender muito sobre o espírito de priorizar as próprias forças da RPDC incluindo o fato de que a RPDC produzia açúcar típico chamado okdang com milho como matéria-prima.

Verdadeiramente a RPDC constituía o país mais forte no autossustento capaz de desenvolver-se por conta própria.

Durante a visita me encontrei com os funcionários do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros, com que mantive conversações amistosas.

A ACCS organizou a magnífica reunião conjunta de amizade para nós no Campo de Golfe de Pyongyang. Jogamos diversos jogos, cantamos muito alegres, comemos carne assada e outras comidas ao ar livre. A reunião foi culminada com coro.

Os jogos me deixaram preocupado já que não os fazia desde o sexto grau do instituto superior há 36 anos.

Cantei a canção da bandeira vermelha conhecida pelos povos de RPDC e Reino Unido. A versão coreana era rápida, diferente da inglesa que era lente. No Reino Unido essa canção se entoava nas conferências do Partido Trabalhista até que o traidor Tony Blair a proibiu.

Recordo que minha canção foi aplaudida. Todos estrangeiros cantaram a canção “Ao monte Paektu iremos”, coisa muito difícil para mim. Certamente, tardaria meses para cantá-la corretamente. Os coreanos, todos, cantaram bem como profissionais e se mostraram muito talentosos.

Durante a visita visitei a Escola Secundária de Órfãos de Pyongyang construída recentemente no subúrbio. Contava com 21 salas dotadas de equipamentos e aparatos modernos. Também tinha uma piscina grande, uma quadra poliesportiva e sala de refeição acondicionada tão magnificamente como um restaurante de hotel.

A escola foi um exemplo que evidenciava a política popular do Partido do Trabalho da Coreia e do Máximo Dirigente Kim Jong Un. Na sociedade capitalista os órfãos são tratados como produtos defeituosos ou lixo. Evidente que existem os orfanatos, porém eram lugares terríveis de abusos físicos e sexuais sobre as crianças. Em meu país também os órfãos, uma vez crescidos, se tornavam desempregados e por vezes caiam no mundo do crime.

A RPDC presta uma grande importância ao problema dos jovens. Em agosto de 2016 foi realizado o IX Congresso da União da Juventude Socialista Kim Il Sung (atual União da Juventude Kimilsungista- Kimjongilista) com a presença do estimado Marechal Kim Jong Un.

Na TV vi a marcha com tocha dos jovens.

A guia Ri me disse que ela também havia participado nela antes. Na avenida Kwangbok se encontra o Museu do Movimento Juvenil. Mostrava bem a história de desenvolvimento do movimento juvenil coreano marcada sob a direção do Presidente Kim Il Sung, do Dirigente Kim Jong Il e do Marechal Kim Jong Un. Estão expostas também as pinturas e os objetos históricos sobre as façanhas da heroína antijaponesa Kim Jong Suk acumuladas no movimento juvenil.

Quando a guia me perguntou se existe também a união juvenil no Reino Unido lhe respondi que não. Alguns partidos políticos contavam com certas entidades juvenis de pequena dimensão e existiam  organizações como Boy Scouts, porém elas não passavam de objetos de escárnio. Por exemplo, Scouts perdeu sua fama devido à tendência fascista de seus fundadores e casos de abusos sexuais sobre crianças.

Só a Coreia Popular tinha a união massiva dos jovens. A RPDC, com a confiança nos jovens, os apresentava como pilares da sociedade.

Também visitamos o Palácio do Sol Kumsusan, Mangyongdae, o Museu Comemorativo da Vitória na Guerra de Libertação da Pátria, o Complexo de Ciência e Tecnologia e o Circo de Pyongyang.

Pela primeira vez fui ao Teatro Artístico Ponghwa, onde vi uma apresentação artística maravilhosa feita com a canção folclórica coreana “Arirang”.

Foram emocionantes a canção Songun Arirang e a peça que descreve o Generalíssimo Kim Jong Il no caminho ao monte Chol.

A RPDC prestava muita força a acondicionar de maneira impecável os centros culturais para o povo.

Há 4 anos, ou seja, em 2012, visitei o Jardim Zoológico Central, porém desta vez fui surpreendido muito por sua reconstrução. Nem podia reconhecer a entrada. Estava acondicionado de forma moderna o Museu de História Natural. Os visitantes podiam observar os peixes a curta distância passando pelo túnel transparente construído sob a água. Os carros de bateria facilitavam a ida e vinda das pessoas. A guia Ri me disse que a tarifa de entrada do jardim custava quase nada, motivo pelo qual os trabalhadores ordinários podiam visitá-lo. Para visitar o Jardim Zoológico de Londres do Parque Regents do Reino Unido um adulto devia pagar 25£ e, uma criança, 17£. O bilhete de via rápida custava 29£.

Porém na Coreia Popular, país do Juche, todas as instalações culturais não eram meios para ganhos mas instalações para satisfazer as demandas da vida cultural da população.

A RPDC aplicava autênticas políticas populares sustentada na Ideia Juche e sob a direção do estimado Marechal Kim Jong Un. A amabilidade dos coreanos me deixou muito impressionado. Me alojei em uma habitação do hotel maior que minha casa de 50 metros quadrados, desde cujo balcão podia contemplar o panorama da Avenida dos Cientistas Mirae e do rio Taedong.

A guia me ajudava sempre. Se esforçou muito para elaborar o plano diário de minha visita e fez todo o possível para dar-me maior comodidade durante durante a permanência. As veze med ava explicações concisas porém detalhadas sobre a Ideia Juche.

Embora eu seja de um país hostil que vergonhosamente enviou suas tropas à guerra contra a RPDC e impedia a reunificação  coreana, todos me trataram com muito carinho.

Até a data visitei 12 vezes a RPDC e em cada uma delas aprendi coisas novas.

A permanência na RPDC era como dias passados em sonho. Lá não existe contradição interna ou antagonismo e toda a sociedade está unida monoliticamente.

Se eu houvesse vivido na RPDC sentiria falta somente de minha família, do chá inglês e das frituras.

Me senti triste ao deixar a RPDC.

As doze visitas à RPDC me ensinaram que minha opção era correta como no passado e que não deveria desviar-me nunca dela.

Tomei a firme decisão de estudar com maior afinco a Ideia Juche e a Songun e cumprir melhor as tarefas assumidas.


13. VISITA QUE ME ACLAROU A VERDADE E A MENTIRA.

Por convite cordial da ACCS a delegação do Grupo de Estudo da Ideia Juche e da Associação de Estuo da Política Songun do Reino Unido visitou a RPDC de 11 a 22 de abril de 2017 para participar na celebração do 105º aniversário de nascimento do grande Líder Kim Il Sung. A formavam Shaun Pickford, secretário-chefe do Grupo de Estudo da Ideia Juche do Reino Unido e presidente de Staffordshire da Associação de Amizade com a Coreia, David Munoz, vice-presidente organizativo da sucursal inglesa da Associação de Amizade com a Coreia e eu.

Para mim foi a décima terceira visita, para Pickford a sétima e para Munoz a segunda.

Em vésperas de nossa visita os veículos de imprensa anunciavam a toda voz que a Península Coreana estava a bordo de uma guerra e o grupo de ataque porta-aviões estadunidense partiu a ela para dar um golpe preventivo à RPDC. Ademais, circulava o rumor de que todos os voos à Pyongyang foram cancelados e os cidadãos foram evacuados.

Porém eram propagandas mentirosas.

Em Pyongyang passavam pelas ruas cidadãos e estrangeiros. Os aviões voavam no céu e reinava um ambiente estável e pacífico.

Todos se encontravam tranquilos e firmes. Os aviões dos imperialistas cortavam o céu em todos rincões do mundo, porém não podiam fazê-lo no céu da RPDC.

Partimos do Reino Unido em 9 de abril e logo após o trânsito na China chegamos ao Aeroporto Internacional de Pyongyang situado em Sunan. O aeródromo acondicionado de forma harmoniosa era o modelo de aeroporto de país socialista independente. Estava bem equilibrado e não muito expandido. Lá tardavam no máximo 40 minutos para completar os trâmites e subir ao avião.

No aeroporto Kim Chol Ho, chefe de seção da ACCS nos recebeu cordialmente e nos apresentou a senhora Kil, professora de inglês e ciências da vida da Universidade Kim Il Sung conhecida amplamente no mundo.

Naquele dia chegaram também as delegações de Finlândia e Polônia. No ato auspiciado pela ACCS participaram mais de 90 delegações de mais de 20 países entre eles Bangladesh, Bélgica, Brasil, República Tcheca, RD do Congo, Finlândia, Irlanda, Japão, Luxemburgo, México, Polônia, Mongólia, Nepal, Paquistão, Rússia, Tailândia, Turquia e Ucrânia. Ninguém podia dizer que a RPDC estava isolada.

Nos dirigimos de carro ao luxuoso Hotel Coryo de Pyongyang onde havia me alojado várias vezes. O hotel estava remodelado de forma irreconhecível. Foi acondicionado um novo hall de descanso no primeiro piso e a mesa de comunicação internacional foi transferida do segundo piso ao primeiro. Descansamos no salão de chá do primeiro piso bebendo café. Evidente que não só o Hotel Coryo havia sido reconstruído. A reconstrução era realizada em vários lugares da cidade e se edificou recentemente a avenida Ryomyong.

Pudemos presenciar tais fatos. Vimos os arranha-céus de 70 pisos.

Quando estive na RPDC em abril do ano passado a avenida estava em início de construção. Em campos planos transitavam somente os caminhões. Realmente a avenida ocupava uma área tão espaçosa como uma pequena cidade.

Também a Avenida dos Cientista Mirae acabada em 2015 foi uma avenida grande com edifícios de moradia, lojas, clínicas e hospital. Ouvimos que o professor Ri Mu Il que nos serviu de guia durante a visita de abril de 2012 havia se mudado para lá.

Visitamos a recém-inaugurada Escola Primária de Órfãos de Pyongyang situada ao lado da Escola Secundária de Órfãos de Pyongyang. Estava dotada com equipamentos modernos e muito limpa. Não vimos qualquer marca de rachadura e destruição, coisas comuns em escolas do Reino Unido. Lá os estudantes, com amor infinito à pátria, se ofereciam para fazer coisas proveitosas para o país.

Uma pintura exortava a recolher sucatas para o fortalecimento da defesa nacional. Precisamente nessa escola soubemos o quão mentirosas eram as propagandas capitalistas sobre “fome” e “inanição” das crianças coreana.

A cozinha estava repleta de alimentos saudáveis como frutas e verduras. As comidas coreanas eram muito limpas. A escola tinha sua própria clínica com doutores, enfermeiras, equipamentos de tratamento e salas de hospitalização. Contrastava com as escolas inglesas que geralmente não tinham instalações médicas. Inclusive no Reino Unido algumas delas contavam com guardas permanentes. A escola também estava dotada de instalações esportivas de qualidade.

No Hospital Pediátrico Okryu construído há dois anos ao lado oposto da famosa Casa de Maternidade de Pyongyang, sentimos o amor às crianças do governo e as políticas populares. Ocupava uma superfície total de 32 mil metros quadrados. Era muito maior que as do Reino Unido. Devido à falta de tempo visitamos só uma parte do hospital, porém ficamos impressionados. O hospital com solo de mármore e pilares estava adornado com cores claras que davam sensações de ternura e sossego.

Em meu país os hospitais eram lugares de terror e inquietude geralmente, porém este hospital dava vontade de visitar. Contava com escola destinada às crianças hospitalizadas. Ademais, a sala de tratamento a longa distância possibilitava consultar em tempo real com os doutores de demais hospitais pediátricos do país. Ostentava o alto nível tecnológico da RPDC e mostrava o desenvolvimento da sociedade.

Perguntei à guia Kil se tinham lista de espera no tratamento e ela me disse que não e que as pessoas podiam ir ao hospital a qualquer momento para submeter-se ao tratamento. Disse para ela que os hospitais do Reino Unido tinham uma lista de espera e ela me respondeu que então os pacientes urgentes podiam perder a vida. Na realidade, isso era corriqueiro em meu país.

O Hospital Pediátrico Okryu não conhecia negação alguma ou exceção enquanto ao tratamento, que se dava totalmente gratuito. O correspondente da BBC Rupert Wingfield-Hayes difamou o hospital após visitá-lo, porém podia saber que suas palavras foram  mentirosas. Eram mentira também que as crianças sofriam de inanição.

Na RPDC todos os meios de transporte público se administravam a alto nível. Não se podia dizer que havia visitado toda Pyongyang sem o uso do Metrô de Pyongyang. É o metrô mais profundo e de tarifa mais baixa no mundo. A tarifa anual custava menos de um dólar. Se o comparamos com 1,800£, preço de um a quatro zonas de Londres, a diferença é quase 2000 vezes.

Visitamos também o Museu da História do Metrô de Pyongyang situado ao lado da avenida Ryomyong. Minha última visita a esse lugar havia sido em 1993. Gostava muito de visitá-lo porque eu tinha gosto pelos meios de transporte e este museu era o típico coreano. Lá pudemos aprofundar os conhecimentos da história de construção do Metrô de Pyongyang.

Sob a direção pessoal do grande Líder Kim Il Sung e do gran Dirigente Kim Jong Il a obra de primeira etapa foi concluída em 1973 e deram mais de 500 instruçãos acerca da construção. Estava exposto o veículo elétrico que o Presidente utilizava a cada vez que partia para visita ao campo construtivo. Um diagrama mostrava o processo de construção de túneis com a bandeira vermelha e a insígnia revolucionária gravadas.

Durante a permanência passamos várias vezes pelo centro de Pyongyang. A cidade estava muito tranquila e limpa. Não se notava nenhuma tensão e pressão.

Sem dúvida o desfile militar e civil efetuado em 15 de abril formou o ápice dos eventos. Se prognosticava que naquele dia choveria, porém fazia um bom tempo. O Presidente do Partido do Trabalho da Coreia e da Comissão de Assuntos Estatais da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong Un, estava presente.

As colunas do desfile estavam bem proporcionadas, cheias de fervor e força. Havia também colunas dos estudantes universitários.

Na RPDC estava estabelecido o sistema de defesa de todo o povo e no caso de emergência toda a população, com fuzil na mão, lutaria contra os invasores até que restasse um única pessoa. Vimos pela primeira vez a coluna de tropas de operação especial do Exército Popular da Coreia equipados com os armamentos modernos. Ademais, os mísseis balísticos submarinos e intercontinentais fizeram aparição.

As massas de cidadãos seguiram à parada militar demostrando a unidade monolítica em torno ao Partido e ao Líder. Passaram as filas com os lemas de defesa do socialismo, da Ideia Juche e do espírito de fortalecer-se por conta própria. Ao terminar o ato o estimado Marechal Kim Jong Un saudou os cidadãos com a mão levantada. Nós também o aplaudimos com entusiasmo. Me parecia que sua imagem com sorriso brilhante era como o sol da vida aos seres humanos.

De verdade o Marechal Kim Jong Un é o Sol do século XXI.

Vi a apresentação artística ao ar livre realizada com motivo do 105º aniversário de nascimento do grande Líder Kim Il Sung na Zona de Recreação do Povo de Rungna. Foi a primeira vez que vi uma apresentação de tal tipo na RPDC. As melodias da canção "Defendamos o socialismo" provocavam uma forte força espiritual. A peça de canção e dança "Porta-estandartes da ideia de fortalecer-se e desenvolver-se com suas próprias forças" mostrava os êxitos logrados sob a direção do estimado Marechal Kim Jong Un. Foi uma apresentação excelente no ideo-artístico.

Também vi a apresentação acrobática no Circo de Pyongyang situado na avenida  Kwangbok.

Nossa delegação participou na reunião conjunta de amizade celebrada na Escola Internacional de Futebol de Pyongyang. Cantamos a canção revolucionária "Seguiremos apenas você". O ambiente amistoso internacional dominava a reunião e algumas delegação como as de Rússia, Polônia e República Tcheca cantaram por grupos. Quem podia falar que a RPDC era “nacionalista” e estava "isolada"?

Rendemos tributo ao gtrande Líder Kim Il Sung e ao grande Dirigente Kim Jong Il no Palácio do Sol Kumsusan.

Visitamos a casa natal do grande Líder Kim Il Sung em Mangyongdae. E nos dirigimos ao Monte Myohyang para ver a Exposição Permanente de Amizade Internacional em que estão exibidos os presentes de povos estrangeiros enviados ao grande Líder Kim Il Sung, ao grande Dirigente Kim Jong Il e ao estimado Marechal Kim Jong Un.

Lá estavam expostos também nosso presentes. Nas salas de presentes oferecidos ao grande Líder Kim Il Sung vimos os trens enviados por Stalin e Mao Zedong e carros blindados, por Stalin e Malenkov.

Em 14 de abril participamos na Conferência de Estudo da Ideia Juche celebrada no Palácio Cultural do Povo e Ri Song Chol, secretário-chefe da ACCS proferiu o discurso de abertura. Os representantes de México, Japão, Finlândia, França, Rússia e Nepal tomaram uso de palavras.

Como representante do Reino Unido disse:

“Os êxitos brilhantes logrados na Coreia Juche nos mostram eloquentemente a veracidade absoluta do Juche e que a Ideia Juche é uma doutrina ideológica que todos devemos aprender. Esta é a ideia antiimperialista mais revolucionária que ilumina não só o caminho de construção da nova sociedade sem exploração e opressão, dominação e subjugação, mas também o caminho à independência e emancipação.

Constitui uma ideia indispensável não só para o povo coreano e os de países de terceiro mundo mas também para os de países imperialistas. Embora os imperialistas e reacionários façam frenéticos esforços para impedir o estudo sobre a Ideia Juche, esta goza da simpatia de cada dia mais crescente número de pessoas com o passar do tempo”.

Em 16 de abril foi celebrada a reunião dos partidários veteranos e jovens da Juche, em que David Munoz, vice-presidente organizativo da sucursal do Reino Unido da Associação de Amizade com a Coreia proferiu um depois dos adeptos jovens de Ucrânia, Rússia e Índia.

O vice-presidente da ACCS Choe Kang (nosso amigo íntimo), nos entregou as insígnias com as imagens de Kim Il Sung e Kim Jong Il.

Em um banquete estatal nos encontramos com o vice-presidente do Partido do Trabalho da Coreia, Kim Ki Nam. E no Palácio de Congressos de Mansudae, sede da Assembleia Popular Suprema (órgão legislativo supremo da RPDC) recebemos a audiência do presidente de seu Presídium Kim Yong Nam.

Durante a conversa com os chefes das delegações nos serviram chá de insam. Após assistir uma reunião organizada pelo Comitê Preparatório Internacional fomos convidados ao banquete preparado pelo Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros da Coreia que presidiu sua presidenta Kim Jong Suk.

Visitamos a Comissão Internacional do Fundo Kim Il Sung- Kim Jong Il.

Também visitamos o Museu de Sinchon reconstruído recentemente. Já o havia visitado em outubro de 2015, porém para outros membros da delegação foi a primeira visita.

No caminho a Sinchon passamos pela cidade de Sariwon, capital da província de  Hwanghae Norte, e pelos campos, em que se empreendia ativamente a construção igual a Pyongyang. Transitavam muitas  pessoas e incluso um bom número de carros em um caminho rural. Os imperialistas e os reacionários diziam que nos campos da Coreia do Norte as pessoas morriam de fome, porém não vimos nenhum indício disso.

Visitamos a Fazenda Cooperativa Migok. Ficamos admirados com o fato de que colheram mais de 10 toneladas de cereais por cada hectare. Visitamos um casa camponesa que foi visitada pelo grande Dirigente Kim Jong Il em 2006. Era uma casa muito limpa de 2 pisos com TV e computador. Mais magnifica que a casa camponesa no Brasil que havia visitado em 2016.

Os imperialistas propagavam que a RPDC introduzia métodos capitalistas na administração rural, porém vimos as bandeiras vermelhas e os lemas “Viva o grande método de cultivo inspirado na Ideia Juche!” nas parcelas.

Ao deixar essa aldeia rural pitoresca me deu vontade de viver em uma aldeia tão tranquila e campestre como ela de uma atmosfera diametralmente diferente da ruidosa Londres, desfrutando a vida lendo livro aos raios do sol.


14. PELA PRIMEIRA VEZ NO MONTE PAEKTU


Minha seguinte visita à RPDC foi para participar no V Festival Internacional de elogia aos grandes Líderes Kim Il Sung e Kim Jong Il e ao estimado Marechal Kim Jong Un.

A sucursal do Reino Unido da Associação de Amizade com a RPDC havia planejado organizar o comitê preparativo e enviar uma delegação de 6 ou 7 pessoas, porém mandou a de 3 pessoas devido a várias razões (carência de dinheiro, impossibilidade de deixar o trabalho).

Nossa delegação, composta de Alex Meads (traidor), Jose Blazquez e eu, visitou a RPDC de 11 a 19 de agosto. Foi minha décima quarta visita, a terceira para Alex e a primeira para José.

Após passar complicados e difíceis trâmites em Pequim, China, em 11 de agosto chegamos a Pyongyang.

O camarada Ham Sung Jin, secretário-chefe do Comitê de Amizade Reino Unido-RPDC, nos recebeu no aeroporto. No ônibus conhecemos os intérpretes, a senhora Kim, bonita e agradável estudante do Instituto Superior de Línguas Estrangeiras de Pyongyang e o senhor Jang, graduado da mesma universidade.

Nos hospedamos no Hotel Internacional Yanggakdo de 47 pisos levantado na ilha Yanggak do rio Taedong. Desde minha habitação se via muito bem a bela paisagem de Pyongyang como a Torre da Ideia Juche e o Hotel Coryo onde havia permanecido durante as visitas anteriores.

No festival estiveram presentes o ex-Primeiro-Ministro do Nepal, os representantes do Conselho Mundial da Paz e das organizações de solidariedade com os povos de Ásia, África e América Latina. A Associação de Amizade com a RPDC foi representada pelas delegações de Reino Unido, Espanha, Bélgica, Chipre, Estônia, Suíça, Tailândia e Irlanda. Foi uma magna ocasião em que se reuniram muitas pessoas.

Naturalmente o objetivo principal desta visita era subir ao Paektu, montanha sagrada da revolução coreana e pilar espiritual do povo coreano. Embora tivesse visitado a RPDC mais de 10 vezes, ainda não havia ido lá nenhuma vez. Tomei pela primeira vez o avião de voo doméstico da Companha Aérea Coryo para voar à parte norte do país e aterrissar no encantador aeroporto de Samjiyon. A paisagem da região era tão fascinante que não sou capaz de descrever em palavrar. Fui um espetáculo incrível para mim. Como surpresa o veículo que viajamos correu por mais de uma hora pelo bosque denso. Isso mostrava o quanto a RPDC prestava atenção à proteção do meio ambiente. O ar do monte Paektu e de Samjiyon era mais fresco e puro que o de Pyongyang. Me senti saudável e aliviado tanto que me surgiu o desejo de viver lá.

O então condado de Samjiyon, região nortenha da RPDC, estava limpo, bonito e ordenado. Os cidadãos pareciam muito felizes como os de Pyongyang e usavam telefones móveis. Não se viam indícios de pobreza ou miséria. Amistosamente nos cumprimentaram. Pudemos ver lá um bom número de edifícios em construção.

Nos dirigimos primeiro ao Conjunto Monumental de Samjiyon. É uma criação digna de mencionar que mostrava os grandes méritos do grande Líder camarada Kim Il Sung que dirigiu a luta antijaponesa ao triunfo. Havia visto as fotos do conjunto, porém nunca havia tido visitado.

Nos alojamos no Hotel Pegaebong, onde nos esperava uma apresentação artística ao ar livre dos alunos da região. O nível de ensino deles era igual que o de Pyongyang. Antes ouvi coisas negativas sobre este hotel, porém sus administração era impecável e se asseguravam água quente e eletricidade durante toda a noite. 

Em 14 de agosto pela manhã nos despertamos cedo para sair do hotel às 6. No ônibus nos dirigimos ao monte Paektu. Tem 2 750 metros de altura acima do nível do mar. Os ônibus subiram ao cume pelos caminhos empinados. Nos preocupávamos se poderiam chegar até o fim. Havia subido os montes da Escócia, porém o Paektu era algo diametralmente diferente deles. Podíamos presenciar a vista de pássaro ao Chon, lago vulcânico cheio de água clara e azul.

No cume tivemos uma reunião, na qual foram proferidos discursos e recitações de poemas. Os delegados de Guiné, Paquistão e Peru proferiram discursos. Descemos o monte com cartazes nas mãos.

O espírito do monte Paektu é o da independência. Este espírito de independência, o Juche e o apoio em suas próprias forças está penetrado em todos os domínios da RPDC, que progride com a independência e o apoio nas próprias forças.

Não sentimos nem uma marca das sanções na RPDC. Os novos edifícios eram levantados e durante toda a noite podia ouvir ruídos de campos construtivos fora do hotel. Parecia que a capacidade de fortalecer-se com as próprias forças da RPDC se aumentava dia após dia. Por exemplo, antes esta importava ou produzia, sob comércio com outros países, latas de café frio, bebida favorita entre os coreanos, porém agora os produzia por conta própria.

Visitamos o acampamento secreto do monte Paektu onde nasceu o grande Dirigente camarada Kim Jong Il e que era ao mesmo tempo o comando do Exército Revolucionário Popular da Coreia. O panorama era tão espetacular como no monte Paektu. À distância se via o majestoso pico Jong Il. Corria um córrego de água cristalina e senti o impulso de prová-la. A bandeira vermelha flamejava sobre a cabana, comando do ERPC.

Em 15 de agosto a “Conferência Internacional em elogio aos grandes homens do monte Paektu de 2017” foi realizada no Palácio Cultural do Povo. Altos funcionários do Partido e do governo da RPDC incluso Kim Yong Nam, Kim Ki Nam e Ri Su Yong estiveram presentes. O presidente do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros presidiu a conferência. Peter Woods da Austrália e Madhav Kumar, ex-Primeiro-Ministro do Nepal, apresentaram o informe principal.

Eu também fiz uso da palavra.

Em Panmunjom vimos a lápide com o autógrafo do Presidente Kim Il Sung deixada em um documento sobre a reunificação da pátria. Se a proposta do grande Líder camarada Kim Il Sung sobre a reunificação nacional tivesse sido aceita pela Coreia do Sul e as tropas estadunidenses tivessem sido retiradas, a Coreia já teria logrado reunificação. Ocorreu uma conversa sobre a Ideia Juche com um amável oficial do EPC.

Depois de Samjiyon e Panmunjom, nos dirigimos ao monte Myohyang para visitar a Exposição Permanente de Amizade Internacional. Nas viagens a vários lugares pelas estradas vimos os campos de ricas colheitas.

Os imperialistas propagavam que os coreanos sofriam de fome devido às prolongadas secas. Porém durante nossa permanência na RPDC caíram chuvas várias vezes e ouvimos que os efeitos das secas foram superados.

A visita ao Complexo de Ciência e Tecnologia nos ensinou o quão poderosa era a potencialidade científica da RPDC. Lá nos reunimos com os cientistas da Administração Nacional de Desenvolvimento Aeroespacial da Coreia, que nos contaram a história do plano de lançamento de satélites na RPDC e a fundação da ANDA. Apontaram que a promoção do desenvolvimento aeroespacial é o direito soberano e legal da RPDC.

Vimos uma magnífica apresentação artística da Banda Samjiyon no Grande Teatro de Pyongyang Leste. E visitamos o Palácio das Crianças de Mangyongdae e o Museu Comemorativo da Vitória na Guerra de Libertação da Pátria.

Fui convidado ao banquete oferecido pela Associação Coreana de Cientistas Sociais no Restaurante Okryu. Os pratos eram excelentes e as camareiras muito amáveis.

No dia seguinte tive uma conversa privada com o professor titular Kim Chang Gyong da referida associação.

Participamos em muitos atos estatais. Me encontrei com o camarada Kim Yong Nam, presidente do Presidium da Assembleia Popular Suprema.

O mais inesquecível para mim foi o banquete com karaokê, oferecido pelo Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros.

No sábado partimos a Londres e passamos um dia em Pequim. Tardou muito tempo para chegar em minha casa desde o aeroporto Stanstead.


15. A TOCHA ETERNA DO JUCHE 

Visitei a RPDC, país do Juche com minha filha Georgina de 11 a 18 de abril de 2019. Era a primeira visita para minha filha, e minha décima sétima. Esta cifra era surpreendente para mim.

Tivemos a honra de receber o convite cordial da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Partimos no aeroporto Heathrow de Londres a Pequim, onde passamos uma noite em um hotel perto do aeroporto. Na quinta-feira empreendemos a viagem à RPDC.

O avião decolou. Nele comi um hambúrguer e bebi uma bebida, oferecidas pela Companhia Aérea Coryo.

No Aeroporto Internacional de Pyongyang a camarada  Kim, que havia se graduado na Universidade Kim Il Sung, nos recebeu na qualidade de intérprete. Ademais, nos encontramos com uns chefes de departamento da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Nos dirigimos de ônibus ao Hotel Coryo, meu favorito albergue na Coreia Juche. Já estava escura. Minha filha contou que não via anúncios. Os quartos do hotel eram excelentes e espaçosos e havia garrafas de minha favorita água medicinal de Kangso.

Visitamos a RPDC com motivo do 107º aniversário de nascimento do grande Líder Presidente Kim Il Sung, eterno Sol do Juche, porém havia outro significado. Quando estávamos no caminho para a RPDC, foi realizada a reunião do Bureau Político do Partido do Trabalho da Coreia e a IV Reunião Plenária do VII Período do CC do PTC, em que o estimado Marechal Kim Jong Un enfatizou a necessidade de levantar mais alto a bandeira de apoiar-se nas próprias forças e mencionou que estabelecer estritamente o modo de vida socialista é o afazer importante para manter o espírito do Juche e o caráter nacional e para preservar o atributo original do socialismo e pôr em pleno jogo sua superioridade no setor da vida cultural

Para mim foi um discurso excelente. Primeiro, isso significava que a RPDC podia superar e frustrar, com o apoio nas próprias forças, as cruéis sanções dos imperialistas; segundo, o apoio em si mesmo significava a intransigência com o imperialismo e a manutenção do caráter autóctone e nacional.

No segundo dia de minha visita o estimado Marechal Kim Jong Un foi reeleito Presidente da Comissão de Assuntos Estatais da RPD da Coreia na primeira sessão da XIV legislatura da Assemblai Popular Suprema em refleto do infinito respeito e apoio de todo o povo coreano. Foram realizadas diversas atividades em festejo deste acontecimento. Em seu discurso de orientação política "Sobre a construção socialista e a política interna e externa do Governo da República na etapa atual", proferido na Assembleia Popular Suprema, Kim Jong Un elucidou as orientações e políticas principais que a RPDC mantinha na luta revolucionária para fortalecimento das próprias forças e o diálogo RPDC-EUA.

Em minha opinião, o estimado Marechal Kim Jong Un mantém a posição mais acertada na  complicada conversação com os Estados Unidos. Por uma parte, negou a mudança de regime e a concessão unilateral e, por outra, sugeriu que seria possível o diálogo, se os Estados Unidos mostrasse uma atitude correta.

Depois recebi a cópia de seu discurso traduzido em inglês dos camaradas do Comitê de Relações Culturais com Estrangeiros e a estudei detalhadamente. Me deixou uma profunda impressão o fato de que a RPDC estava avançando firmemente ao paraíso socialista sustentado-se nas próprias forças, um Estado socialista poderoso e invencível sob a liderança do Marechal Kim Jong Un.

Durante minha permanência pude saber que a política sobre o apoio nas próprias forças e a adequação da economia às condições do país estavam sendo aplicadas exitosamente e que a RPDC neutralizava as injustas e malignas sanções inauditas dos imperialistas. Estive também na RPDC em setembro de 2018 e em fevereiro de 2019; os preços das lojas e as taxas de câmbio monetário eram as mesmas.

Minha filha me disse que era uma surpresa os baixos preços das mercadorias. Ademais, as lojas estavam cheias de artigos. De fato a economia da RPDC estava em desenvolvimento vertiginoso durante dezenas de anos.

Quando visitamos a Fábrica de Cosméticos de Pyongyang (segunda vez para mim) podíamos ver cosméticos de diversas variedades. Recordo que no início da década de 1990 se viam raramente os cosméticos e produtos de insam (ginseng) feitos na Coreia. Porém agora produziam diversas espécies de tais mercadorias. Durante a visita a esta fábrica pude conhecê-la mais. O sistema de trabalho Taean, original forma econômica de gestión coletiva, de autêntico controle pelos trabalhadores, seguia vigente, embora os veículos mercenários anti-RPDC e os chamados “especialistas sobre Coreia do Norte” anunciavam sua abolição.

Aprendemos sobre a luta do povo coreano contra as sanções e bloqueios na década de 1990 durante a visita ao Museu da Revolução Coreana situado na pitoresca colina Mansu. A área estava muito lima, sem nenhum lixo. Se viam muitos militares e estudantes nas filas para entrar no museu. Fomos à seção do período da “marcha penosa” (1994-1998). Durante esse lapso a RPDC sofreu dificuldades devido às sanções intensivas dos imperialistas e sucessivas calamidades naturais. Os imperialistas ocidentais diziam que ela desmoronaria em 3 dias ou 3 meses ou 3 anos. Todavia, o Generalíssimo Kim Jong Il agrupou todo o povo coreano sob a bandeira do Songun dizendo que o povo coreano estava ante ao dilema de sobreviver como guardião da independência ou converter-se de novo em escravo colonial. No museu pudemos ver o quão perigosos eram os caminhos percorridos por ele para a inspeção das unidades militares.

No dia 14 foi realizado no Palácio Cultural do Povo o seminário sobre a Ideia Juche. O tema foi os êxitos e experiências da Coreia Juche, que experimentamos durante a visita a Pyongyang. Nele participaram delegações de Áustria, Bangladesh, Bulgária, República Tcheca, Eslováquia, Guiné, Índia, Itália, Japão, Mongólia, Nepal, Nigéria, Rússia, Sri Lanka, Ucrânia, Uganda, Reino Unido e do Instituto Internacional da IdeiaJuche. Os discursos dos acadêmicos e professores coreanos foram excelentes. E as intervenções dos delegados de Mongólia e Uganda que enfatizaram suas estreitas relações de amizade com a RPDC foram muito interessantes.

O ugandês falou da ajuda desinteressada por parte da RPDC oferecida em vários setores como defesa e segurança de seu país, e o da Nigéria denunciou as intervenções dos imperialistas na África e exigiu a independência do continente. Lukas Vrobel, membro do Grupo da República Tcheca para a Materialização da Ideia Juche, fez uso da palavra primeiro.

Sobre a impressão durante a visita a Pyongyang expressei: “Depois de alguns dias em Pyongyang cheguei a saber mais profundamente a superioridade da Ideia Juche e do socialismo baseado nela. Um camarada coreano me disse: ‘Como você pode ver, o socialismo é vitorioso em nosso país’. Um dia pela noite não pude dormir submergido em reflexão de qual sólida é a RPDC. Creio que a RPDC jamais será destruída e existirá para sempre.”

No encontro os oradores coreanos se referiram ao apoio nas próprias forças, à economia nacional independente e à independência.

Este país é muito forte no espírito antiimperialista e independente que está fundamentado na Ideia Juche que toma a independência como a vida e espírito do país.

Visitamos a esplêndida Torre da Ideia Juche. A tocha que coroava o monumento ardia também na noite simbolizando o Juche como ideia que ilumina à humanidade o caminho a seguir. Lá podíamos saber a justeza da Ideia Juche e o apoio dos povos do mundo de que desfruta esta doutrina.

Em 15 de abril com motivo do 107º  natalício do Presidente Kim Il Sung, visitamos o Palácio do Sol Kumsusan para renderhomenagem ao Grande Líder Kim Il Sung e ao Grande Dirigente Kim Jong Il. Também fomos a Mangyongdae, terra natal do primero. Visitá-lo era sempre gratificante. Fomos à modesta casa onde o Presidente Kim Il Sung nasceu e passou sua infância e ao Museu da História Revolucionária de Mangyongdae que já havia visitado em 2008. Depois da libertação da Coreia em 1945, o avô do Presidente continuou vivendo naquela casa, o que surpreendeu um visitante de nacionalidade sul-coreana que acreditava que o avô do chefe de Estado viveria em uma casa luxuosa.

Também visitamos o Arco do Triunfo que simbolizava a libertação da Coreia e o retorno triunfal do Presidente Kim Il Sung. Desta vez subimos ao topo, de onde se contemplava o panorama de Pyongyang em desenvolvimento a ritmo vertiginoso.

Visitamos o metrô de Pyongyang.

E me reunia com os membros do Comitê Central da União de Escritores da Coreia. No banquete oferecido em festejo do Dia do Sol tive a honra de reunir-me com Kim Ki Nam, assessor do CC do Partido do Trabalho da Coreia. Me encotnrei também com Ri Kil Song, presidente da Associação Coreana de Cientistas Sociais.

Vou concluir aqui minhas impressões sobre as visitas à Coreia. Nesta oportunidade expresso meu sincero agradecimento à Associação Coreana de Cientistas Sociais pela organização de minhas visitas e pela hospitalidade, à Embaixada da República Popular Democrática da Coreia em Londres, aos empregados do Hotel Coryo, da Companhia Aérea Coryo, à intérpretre Kim e outros da ACCS e aos guias que me trataram amavelmente em vários lugares da Coreia.

A Coreia Juche, país da manhã serena, mantém os princípios revolucionários flamejando a bandeira vermelha.

Se visitam a RPDC, terra do Juche, todos podem saber que ela mantém a Ideia Juche, o apoio nas próprias forças e a linha socialista.

No ano passado, em alguns veículos de imprensa, os chamados “cérebros” e os mercenários “especialistas em assuntos da Coreia” da burguesia difundiram rumores sobre “mudança de regime” e “fim do ocialismo” pregoando que McDonald´s se instalaria em Pyongyang e a RPDC ingressaria no Fundo Monetário Internacional. Alguns professistas mostraram profundas preocupações e se perguntavam se isso significava o fim do socialismo jucheano. Porém ninguém pôde ver evidências de tais notícias infundadas. Na realidade, a RPDC hasteava mais alto a bandeira vermelha do socialismo e a de apoiar-se em suas próprias forças.

Durante os dias de minha permanência ocorreram muitos eventos importantes, entre eles a reeleição de Kim Jong Un como Presidente da CAE da RPDC. Em 12 de abril, no discurso de orientação pôs ênfase no apoio nas próprias forças e apontou:

“Tampouco no futuro faremos a mínima concessão ou conciliação a respeito dos interesses principais do Estado e do povo, independentemente se o vento sopre do leste ou do oeste e ainda que se interponham em nosso caminho múltiplos desafios e provas, e impulsionaremos a construção da potência socialista ao nosso estilo e com nossas forças, resolvendo todos os problemas com o pricípio de fortalecer-nos com nosso próprios recursos.” Estas palavram evidenciavam que a RPDC não abandonaria o apoio em suas próprias forças. Seu discurso foi um golpe duro aos imperialistas que desejavam que a RPDC abandonasse o apoio nas próprias forças e seguisse pelo caminho de dependência de forças estrangeiras.

Ouvi a notícia de que o estimado Marechal Kim Jong Un convocou a IV Reunião Plenária do Sétimo Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia quando eu estava no caminho à RPDC. Na reunião ele deu uma clara definição sobre o apoio nas próprias forças destacando que a autoconfiança e a economia nacional independente são a base de existência do socialismo ao estilo coreano, o motor de seu avanço e desenvolvimento e a eterna linha de vida que decide a existência ou o fracasso da revolução. E disse que esatbelecer estritamente o modo de vida socialista é o afazer importante para manter o caráter jucheano e a o caráter nacional na vida cultural e para preservar o atributo original do socialismo e pôr em pleno jogo sua superioridade. Essa é a ideia combativa de frustrar as manobras de penetração ideológica e cultural dos imperialistas.

Em uma ocasião o Presidente Kim Il Sung disse assim. “Se abrimos as portas sem nenhuma consideração, os mosquitos podem entrar e causar danos. Devemos fazer intercâmbios e estabelecer administrações mistas com outros países, porém com o mosquiteiro bem colocado para impedir a entrada desses insetos.”

Em minha décima sétima visita à RPDC, vi as bandeiras vermelhas flamejar em muitas partes das ruas e as mulheres balançarem bandeiras vermelhas e baterem tambor em frente às estações de metrô e nas praças para exortar os cidadãos à criação de maiores inovações na construção socialista. O fato foi uma prova evidente de que a RPDC priorizava o trabalho ideológico assim como no passado. Este constitui o método de trabalho que a Ideia Juche predica. O grande Dirigente camarada Kim Jong Il, em sua obra clássica "Sobre a Ideia Juche", indicou:

“Dado que a consciência ideológica independente das massas populares desempenha o papel determinante no movimento revolucionário, é preciso, na revolução e na construção, conceder atenção primordial ao fator ideológico e antepor a todas as demais tarefas o trabalho político, o de superação ideológica, destinado a despertar a consciência e atividade das massas populares.”

Todos, uma vez que visitam a RPDC, podem saber que esta ideia se materializa.

Pela noite vi a tocha iluminada da Torre da Ideia Juche desde meu quarto no hotel. Provavelmente simboliza os raios vermelhos do Juche que ilumina todo o mundo.

Mais tarde o visitamos, ocasião em que vimos muitas pedras comemorativas enviadas pelos grupos de estudo da Ideia Juche, associações de amizade e adeptos à Ideia Juche.

Os arredores deste monumento levantado às margens do rio Taedong estavam limpos de forma incrível em contraste com as ruas sujas de países capitalistas. Não havia nenhum mendigo, nem usuários de drogas, nem McDonald´s e KFC.

Os coreanos sentiam orgulho por esse monumento e mantinham a área sempre limpa. O Monumento simboliza a Coreia Juche e a Ideia Juche e está levantado no centro de  Pyongyang como o gigante na luta contra o imperialismo, o capitalismo e o revisionismo.

Através de minha última visita me convencia mais firmemente de que a RPDC seguiria avançando sob a direção do Marechal Kim Jong Un com a bandeira do Juche no alto e o espírito de apoiar-se em suas próprias forças.

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