sábado, 16 de setembro de 2017

Por trás do discurso japonês sobre o míssil norte coreano


Recentemente a República Popular Democrática da Coreia chamou a atenção do mundo ao lançar mísseis do tipo Hwasong 12 (médio alcance) que passaram por cima do território japonês à uma altitude elevada antes de cair no oceano pacífico.

A primeira vez que fez o seu teste de fogo mais arriscado dos últimos tempos foi em 28 de agosto de 2017, quando o míssil teve 2700 km de alcance e 550 km de altitude, passando por todo o Japão e caindo a cerca de 3.000 KM de distância do território japonês.

O polêmico míssil levantou duas importantes questões que serão respondidas aqui.

1- A República Popular Democrática da Coreia violou a soberania do Japão? Invadiu seu espaço aéreo?

R- Não. Embora tenha sido algo muito ousado e controverso, o míssil não invadiu o espaço aéreo do Japão. O espaço aéreo é delimitado pela "Linha de Kármán" que diz que cada país tem 100 km acima do nível do mar como seu espaço. Acima disso, não é mais espaço aéreo do Japão.
Sabendo disso, lembremos que o míssil passou em 28 de agosto à 550 km de altitude, ou seja, o Japão não tem o direito de contestar sobre "invasão" de seu espaço aéreo, embora tenha o direito de considerar um ato provocativo e arriscando. O segundo teste, em 15 de setembro de 2017, foi ainda mais "seguro", passou a 770 km de altitude. Foi tudo muito bem calculado.

2- Por que o Japão não abateu os mísseis norte coreanos?

R- Essa é uma questão-chave para o momento. Washington e Tóquio estão se movendo para maquiar a realidade enquanto buscam alternativas defensivas mais confiáveis e eficazes.

O Ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera, buscando "diminuir" o poderio da RPDC e acalmar os ânimos do povo, ao mesmo tempo que condenou a imprudência da RPDC, disse que os anti-mísseis do país não abateram o míssil "porque não havia ameaças de sofrer danos".

Por trás desse discurso há uma hipocrisia enorme. Primeiro porque de fato, não havia chances de sofrer danos com o míssil alcançando tão altitude, e portanto não havia porque criar toda a histeria contra a RPDC, e ao mesmo tempo ativar alertas de que o míssil estava sobrevoando o país em todo o país, deixando a população em pânico. Segundo, porque o Japão não abateu em nenhuma das duas ocasiões porque só demorou a detectar a presença do míssil  e não tinha capacidade para abatê-lo caso estivesse programado para atingir o país.

Para se ter uma ideia, a Estação Espacial Internacional fica a 408 km de altitude, ou seja, o míssil tem capacidade de ir muito além disso e muitos sistemas anti-mísseis não conseguem detectar. Por isso Japão, Guam, Coreia do Sul e Estados Unidos estão sob a mira dos mísseis norte coreanos, o último, por meio do ICBM Hwasong 14, de capacidade ainda maior, de longo alcance. A RPDC ainda tem a capacidade de ludibriar o falho sistema anti-mísseis lançando vários mísseis, o que garante uma maior precisão em seu ataque;

A RPDC provou que qualquer sistema anti-míssil, incluindo o da maior potência militar, os EUA, podem virar objetos decorativos frente aos mísseis da Coreia Songun, cujo qual pode portar bomba A ou Bomba H se necessário.


O Japão ao mesmo tempo que fez esse discurso, moveu seus anti-mísseis para outras localidades do país como foi relatado por algumas mídias estrangeiras, o que demonstra de fato que o Japão viraria cinzas caso um míssil norte coreano o atingisse.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmando a capacidade dos mísseis norte coreanos. https://www.youtube.com/watch?v=lf-IhsR_ae8

Nenhum comentário:

Postar um comentário