sexta-feira, 7 de abril de 2023

AUKUS busca a corrida armamentista rompendo o sistema de não proliferação


O comentarista de assuntos internacionais, Ri Jong Su, publicou em 7 de abril um artigo intitulado "AUKUS busca a corrida armamentista rompendo o sistema internacional de não proliferação nuclear".

Recentemente, os EUA decidiram vender 220 mísseis de cruzeiro Tomahawk, avaliados em 895 milhões de dólares, que serão instalados nos contratorpedeiros que possui agora a Austrália e os submarinos de propulsão nuclear da classe Virginia que este país vai possuir. Enquanto isso, a Grã-Bretanha publicou que destinará à AUKUS 3 bilhões de euros dos 5 bilhões que serão desembolsados adicionalmente como gastos militares nos próximos 2 anos.

Anteriormente, o presidente estadunidense e os primeiros-ministros de Grã-Bretanha e Austrália publicaram uma declaração conjunta de que este último país fundará em cooperação com os EUA e a Grã-Bretanha uma frota de 8 submarinos nucleares investindo 245 bilhões de dólares na base naval de San Diego, Califórnia, porto matriz da frota do Pacífico das forças estadunidenses.

Assim se pode conhecer com mais clareza as facetas da AUKUS como produto da "nova Guerra Fria".


Destrutor do sistema internacional de não proliferação nuclear.


Segundo o programa de cooperação da AUKUS na construção de submarinos nucleares, publicado pelo presidente estadunidense e os primeiros-ministros de Grã-Bretanha e Austrália, os submarinos de propulsão nuclear dos EUA e da Grã-Bretanha começarão a entrada periódica nos portos da Austrália em 2023 e 2026, respectivamente, e serão localizados de maneira rotativa a partir de 2027.

Ademais, os EUA construirão desde princípios da década de 2030 três submarinos nucleares da classe Virginia para vendê-los à Austrália e mais no caso de necessidade e, em particular, entregarão oficialmente à Grã-Bretanha a finais da década de 2030 e à Austrália a princípios da década de 2040 os submarinos nucleares de novo tipo SSN-AUKUS, construído de maneira conjunta com base no desenho da Grã-Bretanha, aplicando as tecnologias sofisticadas dos 3 países.

A imparcial opinião pública internacional avalia unanimemente que significa evidente ato de proliferação nuclear a transferência à Austrália, Estado desnuclearizado, do urânio altamente enriquecido de uso militar por parte dos EUA e da Grã-Bretanha, possuidores de arma nuclear e signatários do Tratado de Não Proliferação.

Contudo, os 3 países insistem em que os submarinos em transação não vulneram o sistema internacional de não proliferação porque não carregam mísseis com ogiva nuclear.

Por trás de tal insistência, há a arrogância dos EUA, que acredita ter o direito a fazer tudo o que quiser, e a obediência cega de seus satélites.

A arrogância e superestima do primeiro usuário de arma nuclear e possuidor nº 1 do mesmo artefato no mundo chegaram a tal grau de emitir aos seus caprichos a entrada ao clube nuclear de qualquer país seguidor e "íntimo em raça e linhagem", rompe gravemente o referido sistema internacional.

Se pode prever facilmente que se as coisas seguem como agora, pode ocorrer em qualquer momento o "grande evento", ou seja, a entrega à Austrália do submarino nuclear que carrega até mesmo o míssil nuclear por parte dos EUA, e o abuso do urânio altamente enriquecido, que se usa no submarino do mesmo tipo, por parte da primeira.

Ao publicar esse programa, o presidente estadunidense disse que isso "é apenas o começo" tomando em conta outros aliados, além de Grã-Bretanha e Austrália, o que significa a ampliação da AUKUS.

É muito provável que a AUKUS amplie suas filas com os "Estados que compartilham o mesmo propósito" com os EUA, como Canadá e Japão, que invejam muito a "fortuna repentina" da Austrália. Se isso acontecer, será meramente superficial o regime internacional de não proliferação nuclear.

A realidade demonstra que este sistema, preconizado tanto pelos EUA, é usado como aparato deste e de seus aliados para afiançar seu monopólico armamentismo nuclear.


Semente da nova corrida armamentista


O fim da Guerra Fria junto com a desintegração da URSS deu aos EUA um novo quebra-cabeça.

China, Rússia, África do Sul, Brasil e outras potências novas emergiram e a multipolarização se tornou uma tendência mundial que não se pode menosprezar mais. Diante dessa realidade, os EUA buscam a saída para manter sua posição hegemônica em aumentar gastos militares e buscar nova Guerra Fria.

Segundo os informes, o presente negócio para equipar a Austrália com submarinos de propulsão nuclear custará no total a enorme soma de 245 bilhões de dólares, fato que incitará ainda mais a corrida armamentista tanto na Ásia-Pacífico como no âmbito mundial.

Nesta região não há país que cobice o território da Austrália que está situada em meio ao oceano distante.

É uma questão do Primeiro-Ministro australiano como explicar aos contribuintes de seu país o gasto de somas astronômicas para a compra desnecessária de submarinos nucleares. Porém, todos os chefes de Estado dos países membros da AUKUS têm a inevitável responsabilidade de dar resposta compreensível aos países regionais da Ásia-Pacífico sobre a causa de criar a exacerbação da situação e a instabilidade e desatar a corrida armamentista.

A realidade comprova que tanto no século passado como no presente, o motivo da corrida armamentista em escalas regional e mundial está sempre no aumento de gastos militares pelos EUA e seus aliados.

Desde 13 de março, os EUA realizaram os exercícios militares conjuntos Freedom Shield que supõem a guerra total contra a RPDC e, de 20 de março a 3 de abril, o treinamento combinado de desembarque Ssangryong de máxima envergadura, que havia sido suspendido durante 5 anos, incorporando a frota de ataque do porta-aviões nuclear Nimitz.

Assim leva a situação da Península Coreana à beira da guerra nuclear elevando ao extremo a pressão militar sobre a RPDC.

O que não se pode ignorar é que, no mesmo tempo, foram escutadas as vozes contra a RPDC durante a reunião de conspiração dos caudilhos da AUKUS, realizada muito além do Oceano Pacífico.

O Primeiro-Ministro britânico justificou a "necessidade" da AUKUS dizendo que "a agressão ilegal da Rússia à Ucrânia, a crescente coação da China e as ações de Irã e Coreia do Norte em busca da instabilidade constituem a ameaça que cria um mundo em perigo, desordem e divisão".

Por sua vez, um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA apontou que a AUKUS fará contribuição à paz e estabilidade da região, vociferando que "aumentarão os desafios provenientes de China, Rússia, Coreia do Norte e muitos outros".

Isso insinua que os submarinos da AUKUS aparecerão em qualquer lugar necessário para manter a posição hegemônica dos EUA, seja no Mar Sul da China ou nas águas marítimas da Península Coreana.

A Grã-Bretanha despachou mais de 40 fuzileiros navais ao treino Ssangryong, que persegue a "ocupação de Pyongyang", e a Austrália também participou na qualidade de observadora nesta manobra, o que demonstra que a AUKUS pode ser utilizada na tentativa de nova guerra de agressão dos EUA na Península Coreana.

O ambiente de segurança da Ásia-Pacífico, que piora cada dia mais devido aos EUA e seus seguidores, confirma com fatos que o fortalecimento do dissuasivo de guerra nuclear pela RPDC constitui a garantia fundamental para assegurar a paz, a estabilidade e o equilíbrio das forças na região.

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