terça-feira, 6 de março de 2018

A vida das mulheres da Coreia Juche


Passou-se muito tempo desde que a luta das mulheres por seus direitos genuínos foi iniciada e mais ainda para que fosse expandida em escala global.

Em todo globo terrestre as mulheres foram submetidas à servidão, total ou parcial, de forma que não eram vistas como inferiores aos homens, seres limitados, sob o julgo de sociedades patriarcais influenciadas por tradições passadas ou escrituras religiosas.

A história mais contada pelo mundo, hoje dominado de forma (ou quase) hegemônica por um único  sistema político-econômico - o capitalismo - é que o dia da mulher é comemorado na data de 8 de março em relação ao fato que em 1857, em Nova York, centenas de operárias morreram queimadas em  fábrica têxtil por policiais.  Elas reivindicavam a redução da jornada de trabalho e o direito à licença-maternidade. Em homenagem às vítimas, no ano de 1911, foi instituída a comemoração de 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.

Mas em relação à isso, ouve controvérsias incluindo se o fato ocorreu realmente, como forma de minimizar a importância da luta feminina e da opressão que sofriam e ainda sofrem. Mas a realidade sobre o que aconteceu, embora com muitas confusões de dados e informações, revela uma situação crítica sobre as condições das mulheres.

Mas em meio a discussões diversas sobre os eventos ocorridos no passado nos Estados Unidos e a forma como se abordava a questão, entre os socialistas e progressistas, o dia 8 de fevereiro passou a ser o Dia Internacional da Mulher Proletária.

O "Dia Internacional da Mulher Operária" foi criada pelos comunistas e espalhada pelo mundo por meio das seções locais e nacionais da III Internacional, adotada na República Popular Democrática da Coreia e mesmo antes, pelo Comitê Popular Provisório da Coreia do Norte, em 1946.

A escolha da data pelos soviéticos, também tem a ver com uma grande greve de mulheres operárias na Rússia, ocorrida durante a "Revolução de Fevereiro" (precursora da Revolução de Outubro). Na conversão do antigo calendário russo juliano para o novo calendário gregoriano, a data da greve caíra em Março, e por isso a escolha da data do dia Internacional da Mulher Proletária.

A data não tem a ver com a concepção "genérica" de Mulher: não tem a ver por um lado, nem com o esteriótipo da mulher "feminina" presenteada na data geralmente com rosas, e coisas do tipo, e nem por outro lado, com todo e qualquer tipo de mulher de todas as classes possíveis.

As mulheres proletárias possuíam problemas para serem resolvidos bem específicos, que eram absurdamente diferentes das mulheres mais abastadas. A questão crucial que se estende até os dias atuais devém da classe - As mulheres possuem, independentemente da classe, demandas por igualdade com relação ao homem, mesmo as mais abastadas, entretanto, a opressão principal que existe sobre tanto mulheres como homens está relacionado à opressão da classe dominante sob os operários. Entendido isso é facilmente visível que o o movimento feminino é socialista, mas desde sempre é utilizado pela burguesia para desviar o pensamento das mulheres sobre a luta de classes.


Na Coreia, ao longo do tempo as mulheres eram submissas aos seus maridos e tinham reduzidos direitos durante as dinastias feudais, o que também continha uma questão importante para ser observada - as classes- e poucas delas conseguiam ter alguma função além de ser uma simples serva de seus respectivos maridos.


Mas ainda não era o pior. As mulheres não eram severamente desrespeitadas naquela época como seriam posteriormente e havia-se regras firmes com relação à traição, o que socialmente era condenável, e nem homem nem mulher ousavam trair, ao mesmo tempo em que não havia a possibilidade de divórcio.

Uma revolução social era essencial para aquela sociedade que às luzes do tempo em evolução tendia a evoluir em conjunto ao mundo. Algumas mulheres conseguiram serem reconhecidas pela história como destaca-se a guerreira Sol Juk Hwa.

Sol Juk Hwa lutou bravamente contra os agressores de Khitan no início do século 11.

Sua história é a seguinte:

Para vingar seu pai que caiu (faleceu) em uma batalha, ela aprendeu artes marciais desde sua infância. Quando ouviu dizer que centenas de milhares de agressores de Khitan entraram, ela queimou seu coração (se enfureceu) com a determinação de se alistar no exército, mas hesitou por causa de sua mãe que estava adoentada.

Vendo isso, sua mãe lhe disse para sair ao campo de batalha para defender o país como seu pai. Sua mãe morreu pouco depois.

Encurralada com o desejo de sua mãe, Sol Juk Hwa, vestido com roupas de homem, se alistou na unidade liderada pelo General Kang Kam Chan.

Ela lutou na vanguarda em batalhas. Quando ela caiu em uma batalha, as pessoas sabiam que o corajoso soldado era uma menina.
Encorajados por ela, as forças de Koryo redobraram seu espírito e exterminaram o invasor.

Quando os imperialistas japoneses tomaram a Coreia como colônia, em um período de sofrimento do povo coreano que durou 40 anos, as mulheres viraram objetos sexuais, descartáveis da forma mais cruel possível pelos invasores covardes. Eles escolhiam a dedo em cada região mulheres de diferentes idades, em alguns casos, relata-se que preferiam mais jovens, e as estupravam continuamente por várias vezes até que se torna-se "inúteis", "pouco atrativas" para eles e então eram mortas e jogadas em locais específicos onde colocavam fogo.

Você pode ver uma dessas cenas aterrorizantes no link a seguir: http://bit.ly/2H9m4lH


Essas mulheres sabiam que eram tratadas como um produto descartável, mas muitas tinham medo de tentar fugir e serem mortas pelos policiais. As que não foram selecionadas, durante determinado período, viviam em uma tensão noite e dia de que um policial japonês bateria em sua porta a qualquer momento ou a raptaria enquanto trabalha. Sobre trabalho, as mulheres tinham trabalhos limitados a ajudar os seus companheiros - durante o período não podia se casar sendo coreano - na agricultura, e produzir materiais têxteis em alguns raros casos e outros trabalhos manuais.

Elas tiveram mais sofrimento e menos direitos, mas novamente, era a classe dominante, agora os invasores japoneses, que impunham a opressão.

A luta anti-japonesa partiu dos homens, os únicos que podiam lutar de fato, mas muitas mulheres prestaram desde sempre apoio encorajando ou até entregando e preparando materiais e planos, mas também nunca tinham a última palavra.


Uma destacada mulher foi Kang Pan Sok, uma mulher tradicional, e que ainda havia estudado em escolas de missionários mas que sempre teve um senso crítico de que as mulheres deveriam ter mais direitos e para isso deveriam exigir, ao menos por meio dos próprios homens. Ela era uma grande patriota e conheceu Kim Hyong Jik, um indomável combatente coreano que lutou ativamente contra os imperialistas japoneses e formou a Associação Nacional Coreana, a primeira formação para combate aos imperialistas invasores.

Ambos amavam a pátria e enquanto Hyong Jik partiu para a luta armada, ela deu suporte com alimentos, roupas e até entregou armas. Criou seus filhos para serem excelentes combatentes para lutarem pela libertação da pátria, onde poderiam criar um novo Estado genuinamente do povo coreano.

Os seus filhos eram  Kim Yong Ju,  Kim Chol Ju e Kim Il Sung. Todos homens e aptos para a luta armada. Seu filho mais velho Kim Il Sung (1912) com suas habilidade de se comunicar com as massas e seu conhecimento tornou-se ao longo do tempo a liderança do movimento de liderou o Exército Revolucionário Popular da Coreia que libertou a Coreia em 15 de agosto de 1945. Seus outros dois filhos também estiveram no combate, inclusive seu filho Kim Chol Ju morreu de forma heroica em combate.

Mas, libertação foi um processo de 40 anos de lutas sangrentas e as mulheres, foram chamadas a se unirem aos combatentes, seja pegando em armas ou dando apoio. Há várias destacadas mulheres que mataram milhares de japoneses, outras que deram sua vida pela pátria e outras que auxiliaram apenas.

Mas a mais destacada foi uma jovem filha de camponeses pobres que aos 18 anos pegou em armas e também auxiliou com suporte aos guerrilheiros.



Em setembro de 1975 ela se juntou ao Exército  Revolucionário Popular da Coreia oficialmente para lutar pela libertação da pátria. Ela se encontrou pessoalmente com o presidente Kim Il Sung, quem ela defenderia durante toda a vida e se casaria.

Ela era conhecida por sua habilidade com o tiro. Os chineses e soviéticos que a viram atirar diziam que ela era algo realmente incrível, sua precisão era de atiradores de elite.


Seguindo os comando do líder, preparou ataques mortais aos japoneses, incluindo planos de emboscadas realizados com perfeição graças ao bom conhecimento territorial que ela tinha. Ela também ansiava por uma nova sociedade mais justa e genuinamente do povo coreano.


Suas façanhas que a fariam tornar-se uma heroína da pátria, fizeram muitas mulheres se despertarem para a luta de libertação da pátria e para uma construção da pátria socialista.

Após a  libertação da pátria ela teve um papel fundamental para despertar as massas e para chamar as mulheres a serem também ativas no movimentos.

Para isso, foi promulgada em  30 de julho de 1946 a "lei de igualdade de direitos do homem e da mulher da Coreia do Norte”. O Presidente Kim Il Sung promulgou esta lei que estipula que as mulheres têm os mesmos direitos que os homens e podem participar livremente em todas as esferas da vida social como atividades políticas, vida laboral, educação, vida cultural, matrimônio e vida familiar.

Graças a promulgação da lei, as coreanas puderam impulsionar a roda da revolução sendo dignas donas da sociedade e exercendo os direitos iguais aos do homem

Depois de assegurar as coreanas os autênticos direitos de vida, o grande Líder conduziu sabiamente a emancipação social delas.

Mas embora as mulheres tivessem esses direitos, seria uma questão de tempo até que a mentalidade da sociedade que provém de um passado feudal deixa-se de ser feudal para tornar-se socialista. Mesmo com o trabalho que promovia o presidente Kim Il Sung e outros camaradas faziam durante a luta armada para despertar o povo por meio de conhecimentos sobre o marxismo e posteriormente sobre sua esclarecida Ideia Juche, ainda precisaria de mais tempo para uma mudança na sociedade.

Por isso ele promoveu as três revoluções - a ideológica, a técnica e a cultural - o última era fundamental para acabar com costumes retrógrados e assim promover uma vida mais justa, inclusive para as mulheres.

O tempo passou-se as políticas para cuidado com as mulheres prosseguiu, pelo Dirigente Kim Jong Il.

Durante todo século 20 foram construídas creches para as mães deixarem seus filhos, maternidades, foi garantida licença maternidade e todo um cuidado especial para com a mãe, incluindo visitas especiais de médicos após a liberação da maternidade e também envio de remédios ou alimentos especiais, sem contar com o táxi que as leva de graça até suas residências, tudo providenciado pelo Estado socialista.

Mas é bom se notar que acabar com velhos costumes retrógrados não é deixar de ser tradicionalista e também que não se tenha que corrigir algumas coisas, claro, por  demanda das mulheres.

Na Coreia ser mãe sempre foi  algo muito significativo e após a fundação da RPDC as mães passaram a serem tratadas com todo carinho, afeto e cuidado necessário.


Ser mãe na República Popular Democrática da Coreia tornou-se ainda mais especial, e mães que tem muitos filhos ganham condecorações estatais, assim como as que adotam muitos filhos. Mas essas mães podem se dedicar aos filhos sem viver uma vida dependente, podendo deixá-los na creche e ir trabalhar na RPDC, ao contrário de muitos países, elas podem trabalhar tranquilas pois sabem que a possibilidade de algum acidente acontecer devido à violência é quase nula.

Sob a sábia liderança do respeitado Líder Supremo Kim Jong Un as mulheres foram ainda mais valorizadas com a garantia de novos hospitais, serviços mais modernos, e além disso, em julho de 2015 o artigo 66 da Lei do Trabalho Socialista e o artigo 33 da lei sobre a proteção dos direitos das mulheres foram alterados pelo Presidium da Assembléia Popular Suprema da RPDC.

    De acordo com os artigos alterados, a duração da licença de maternidade para trabalhadoras foi prolongada de 150 dias para 240 dias, 60 dias antes e 180 dias após o parto.

Além disso, elas estão presentes na política embora o número ainda possa aumentar em cargos mais altos -onde se tem poucas ainda- mas estima-se que ocupem mais de 35% estando à frente de países como França, Austrália e Estados Unidos.

Mas há que se analisar muito para se tirar conclusões. Muitas mulheres ainda não preferem, por gosto próprio participar efetivamente da política, no máximo ser quando jovem membro da juventude do Partido, mas seria importante que o Estado incentivasse acerca desse tema e mais debates em escala nacional entre as mulheres sobre questões propriamente femininas na União das Mulheres Socialistas da Coreia por exemplo que é um lugar de grande representatividade.



Mas há que ressaltar que embora tenham também setores específicos onde é "dominado" por mulheres em maioria como o têxtil, e na política precise de mais participação para evoluir mais, que as mulheres estão presentes em todos setores, em trabalho braçal e intelectual.

As mulheres norte coreanas possuem voz ativa mas ainda tem traços de "donas de casa" mas cabem a elas lutarem contra determinados hábitos que ainda prevalecem para levar o movimento feminino a um nível mais elevado. Elas são donas do próprio destino, elas são donas do Estado e uma roda da revolução e desfrutam de direitos genuínos que infelizmente em muitas partes do mundo outras mulheres não desfrutam.

As mulheres coreanas, com armas nas mãos, defendendo a pátria, cozinhando, trabalhando em minas de carvão, dando aulas, fazendo pesquisas científicas, praticando esporte e muitas outras atividades exercem seu papel como seres independentes, emancipadas do julgo da classe dominante.



Viva o  Dia Internacional da Mulher Proletária!


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