Em fevereiro deste ano, foi realizada uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 em Joanesburgo, na África do Sul. Este encontro marcou o início das reuniões de alto nível da presidência rotativa deste ano do grupo, com a África do Sul liderando. Além da reunião dos ministros das Relações Exteriores, a África do Sul sediará reuniões de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais, entre outros encontros importantes, culminando com a cúpula de líderes prevista para novembro. Esta é a primeira vez que encontros significativos do G20 acontecem no continente africano.
A reunião de ministros das Relações Exteriores foi realizada sob o tema proposto pelo país anfitrião, "Unidade e Igualdade, Desenvolvimento Sustentável". O Secretário de Estado dos Estados Unidos não participou, alegando falta de interesse nos tópicos abordados. Durante o encontro, foram discutidos temas centrais, como o impulso ao crescimento internacional sustentável e inclusivo, além da reforma das estruturas financeiras internacionais, do sistema multilateral de comércio e dos bancos multilaterais de desenvolvimento.
A África do Sul, como país que preside o G20, declarou que o grupo comprometeu-se a apoiar os esforços pela paz na Palestina, no Sudão e na República Democrática do Congo, além de buscar resolver conflitos em grande escala em várias partes do mundo.
O Grupo dos 20 (G20) foi originalmente criado como uma organização internacional com o objetivo de permitir que países desenvolvidos do Ocidente e países em desenvolvimento lidassem juntos com as crises econômicas globais. Desde a década de 1970, o sistema do grupo dos sete países desenvolvidos (G7) do Ocidente tem exercido a liderança sobre a economia global, além de influenciar o comércio internacional, as finanças, a política e a segurança mundial. No entanto, após o fim da Guerra Fria, esse sistema foi incapaz de responder adequadamente ao rápido crescimento das economias emergentes e à tendência de multipolaridade.
O G20 surgiu em 1999, quando os ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G7, Rússia, China, Índia, Brasil e outros, se reuniram pela primeira vez. Após a crise financeira global de 2008, o G20 passou a ter uma cúpula de líderes, refletindo a nova realidade de um mundo econômico mais multipolar.
A criação do G20 reflete o aumento significativo do papel e da influência dos países em desenvolvimento na economia mundial. No entanto, as potências ocidentais tentaram manter sua hegemonia e o sistema econômico e comercial baseado no seu domínio. Apesar disso, à medida que as economias emergentes e os países em desenvolvimento ampliam sua capacidade econômica, sua busca por maior independência e crescente influência internacional, o G20 tem mudado de direção, refletindo não mais apenas os interesses ambiciosos do Ocidente, mas também as tendências mais universais e as aspirações de uma sociedade internacional mais ampla.
Em setembro do ano passado, durante a Assembleia Geral da ONU, foi realizada uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 sob o tema "Construção de um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". Durante a reunião, foi adotada a "Declaração de Ação sobre a Governança Global", que enfatizou reformas nas Nações Unidas, na estrutura financeira internacional e no sistema de comércio multilateral. Além disso, a União Africana se tornou membro pleno do G20 e participou pela primeira vez da cúpula de líderes. Na reunião, a União Africana exigiu a criação de um sistema financeiro internacional mais justo, o cancelamento das dívidas e a proteção dos interesses dos países em desenvolvimento.
Isso demonstra o crescente poder de fala dos países em desenvolvimento no cenário internacional. A reunião de ministros das Relações Exteriores foi um marco para acelerar ainda mais o processo de multipolaridade.
Durante seu discurso, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou que, em um mundo multipolar, não há lugar para a hegemonia ou políticas de blocos hostis, e que as relações internacionais devem ser baseadas no reconhecimento dos interesses nacionais de cada país. Ele também destacou que chegou o momento de os países ocidentais aceitarem o novo equilíbrio de poder e começarem a estabelecer relações com base no respeito mútuo.
O Ministro das Relações Exteriores da China enfatizou que o Grupo dos 20 (G20) deve revisitar o consenso alcançado na Cúpula de Líderes de 2022 no Rio de Janeiro e tornar-se uma força que proteja a paz e segurança mundial, construindo um mundo mais seguro em colaboração. Durante a Cúpula de Líderes do G20 realizada no Brasil no ano passado, foi decidida a criação de uma "aliança global para combater a fome e a pobreza", com o objetivo de construir um mundo justo e sustentável.
Os participantes reconheceram que a postura assertiva da África do Sul, como país presidente do G20, ao representar o continente africano e expressar sua forte voz no cenário global, constitui uma mudança histórica significativa e um marco importante na configuração da política e economia internacionais.
Isso demonstra que as tentativas dos países ocidentais de manipular as reuniões do G20 para impor suas próprias decisões e interesses estão cada vez mais perdendo eficácia. O motivo é simples: a ordem e os interesses defendidos por um pequeno grupo ocidental são injustos para a grande maioria, e a injustiça nunca conseguirá suprimir a justiça.
Jang Chol
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