segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Uma manifestação da ambição persistente de anexação territorial

À medida que a exigência da comunidade internacional pelo fim da situação na Faixa de Gaza se intensifica, a 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, aberta em setembro passado, discutiu amplamente essa questão.

No entanto, Israel, parte diretamente envolvida no problema, reagiu de maneira ainda mais desafiadora e brutal, aproveitando a ocasião da Assembleia Geral.

O primeiro-ministro Netanyahu afirmou repetidamente que o Estado da Palestina jamais será estabelecido. Em 11 de setembro, ao assinar um acordo para acelerar a construção de assentamentos na Cisjordânia, declarou publicamente: “O Estado da Palestina jamais existirá! Esta é a nossa terra.” A região em questão, que inclui Al-Quds Oriental, é considerada particularmente sensível, pois a construção de assentamentos ali pode isolar Al-Quds Oriental do norte da Cisjordânia, o que impactaria negativamente a implementação da solução de dois Estados proposta pela comunidade internacional. Por isso, as construções nessa área haviam sido suspensas por longo tempo devido à oposição interna e externa. Mesmo assim, Netanyahu avançou descaradamente com o plano.

Chegou ao ponto de, logo após bombardear o Catar, proferir ameaças chocantes ao dizer que qualquer país que acolhesse o Hamas ou outras organizações consideradas inimigas por Israel poderia tornar-se alvo de ataques.

Durante os discursos da política geral e na reunião de alto nível sobre a implementação da solução de dois Estados, realizadas na 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, muitos países, em uníssono, exigiram a imediata suspensão do massacre na Faixa de Gaza e a realização da paz. Vários países ocidentais também pressionaram Israel ao reconhecerem o Estado da Palestina.

Entretanto, Israel manteve uma postura obstinada.

O cerne do discurso de Netanyahu na Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro, foi a promessa de continuar a guerra contra o Hamas. Ele chegou a descrever o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de alguns países ocidentais como uma “mancha vergonhosa”, acusando-os agressivamente de “conceder enormes recompensas aos terroristas.”

Embora agitasse o pretexto do “resgate de reféns” para justificar a continuidade da guerra, isso é uma contradição, pois ele próprio declarou repetidamente que, mesmo que os reféns fossem libertados, não haveria qualquer possibilidade de cessar o conflito.

O argumento de Netanyahu de que reconhecer o Estado da Palestina e realizar um cessar-fogo na Faixa de Gaza significaria “recompensar terroristas” também é uma distorção. As ações de assassinato e destruição que Israel comete diariamente não possuem, de forma alguma, qualquer espécie de absolvição.

A verdadeira intenção de Israel é evidente: ocupar completamente a Palestina.

Atualmente, os belicistas israelenses afirmam abertamente que, mesmo após o fim da situação em Gaza, jamais se retirarão das áreas já ocupadas, defendendo publicamente a completa ocupação e anexação da Faixa de Gaza. Estão mobilizando dezenas de milhares de reservistas para levar a cabo operações destinadas a capturar os “dois últimos redutos” do Hamas.

A imprensa estrangeira denuncia que o plano de Israel para ocupar a cidade de Gaza — onde vivem cerca de um milhão de palestinos — está criando obstáculos aos esforços de pacificação que visam pôr fim à guerra que já dura dois anos. Contudo, esses fanáticos pelo massacre permanecem indiferentes a qualquer crítica.

Em 29 de setembro, o parlamento israelense aprovou a destinação de quase 10 bilhões de dólares adicionais para cobrir os custos da guerra. No mesmo dia, o exército israelense realizou ataques aéreos contra mais de 140 alvos na Faixa de Gaza, resultando em 50 mortos e 184 feridos.

As operações militares sangrentas continuam sem cessar, tornando ainda mais grave a situação na Faixa de Gaza.

O mundo condena veementemente Israel, que transformou toda a Faixa de Gaza em um “inferno na Terra” e os sobreviventes em “cadáveres ambulantes”, impondo-lhes ainda desastres mais atrozes.

O fato de muitos representantes de países terem deixado a reunião quando Netanyahu subiu à tribuna da Assembleia Geral da ONU demonstra claramente que Israel, esse elemento cancerígeno para a paz no Oriente Médio, encontra-se isolado internacionalmente.

Os crimes do Estado judaico, que com sua obstinada ambição de anexação territorial comete atrocidades e viola a paz do Oriente Médio e do mundo, jamais devem ser tolerados.

Ho Yong Min

Nenhum comentário:

Postar um comentário