domingo, 5 de outubro de 2025

O frenesi das "tropas de choque" de revisão constitucional só coloca ainda mais em risco o futuro do Japão: comentário da Agência Central de Notícias da Coreia

A ambição militarista profundamente enraizada dos reacionários japoneses está se tornando cada vez mais temerária.

Recentemente, o Partido da Restauração do Japão, um partido da oposição, reivindicou abertamente que deve ser eliminada a cláusula 2 do artigo 9 da Constituição, que estipula a "não posse de forças armadas", e que deve ser reconhecido plenamente o exercício do "direito de autodefesa coletiva", além de inserir explicitamente na Constituição a posse do "direito de autodefesa" e das "forças armadas de defesa nacional".

O Partido Conservador do Japão também demonstrou extremo delírio, afirmando que para proteger o país é necessário revisar a Constituição que proíbe a guerra, e ainda dizendo que pode-se considerar que o "crime" da guerra já foi compensado durante 80 anos do pós-guerra.

O fato de que os pequenos partidos conservadores se uniram em bloco ao movimento de emenda constitucional liderado pelo Partido Liberal Democrata mostra que todas as forças militaristas japonesas estão se concentrando em torno de um único objetivo: a agressão ao exterior. É um desenvolvimento de eventos alarmante.

Como a comunidade internacional reconhece, o palco político japonês é uma arena fascista onde elementos de extrema-direita, dominados até a medula pela febre militarista, agem desenfreadamente.

A realidade inegável da política japonesa é que, ainda que brigando entre si por ambição de poder e interesses partidários, quando se trata de concretizar o objetivo da transformação do Japão em um Estado belicista, governo e oposição falam em uníssono.

O fato de que agora grupos conservadores de extrema-direita da oposição, incluindo o Partido da Restauração do Japão, estão na linha de frente da emenda constitucional está relacionado com o colapso da política de facções do Partido Liberal Democrata, que se agitava pela militarização da sociedade como "vanguarda" da revisão constitucional.

Historicamente, o Partido Liberal Democrata estabeleceu a revisão constitucional como sua "linha básica" e, para elaborar uma constituição de guerra, realizou manobras de todo tipo.

Já em setembro do ano passado, os grupos do Partido Liberal Democrata, mantendo o artigo 9 da atual Constituição que estipula a "renúncia à guerra" e a "não posse de forças armadas", inventaram o ardiloso método de introduzir um novo artigo que especificasse a existência das "Forças de Autodefesa". Em março deste ano, realizaram ainda um congresso partidário, onde mais uma vez prometeram implementar o quanto antes a revisão constitucional.

Tal Partido Liberal Democrata sofreu derrotas consecutivas e foi reduzido à minoria no parlamento, entrando em disfunção; até o primeiro-ministro Ishiba, que promovia ambiciosos planos para forçar a reforma constitucional que seus antecessores não conseguiram, passou a sofrer crescente pressão doméstica por sua renúncia e acabou obrigado a declarar que iria deixar o cargo.

A decadência e queda do Partido Liberal Democrata acenderam um sinal vermelho diante das perspectivas das forças conservadoras de extrema-direita que, em sua obsessão por degradar a “Constituição pacifista”, se enlevam com a ideia da restauração do “Império do Japão” e com o antigo sonho do “Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental”.

Partidos militaristas, tomados por profundo alarmismo, passaram a apoiar com afinco o enfraquecido Partido Liberal Democrata, apostando todas as fichas na emenda constitucional na esperança de, num prazo mínimo, consumar a transformação do país em um Estado belicista.

A realidade demonstra cabalmente que o clima político e a natureza estrutural do Japão, dominados por um chauvinismo fanático movido pelo ódio e pelo desejo de conquista contra outros povos, não mudaram nem ontem nem hoje.

Entretanto, a frenesi das "tropas de choque" que visam manipular a constituição para construir um Estado de guerra e ressuscitar um país agressor só colocará ainda mais em risco o destino do Japão.

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