sexta-feira, 20 de abril de 2018

O pastor Kim Chang Jun



Nascido em 3 de maio de 1890, em Kangso, província de Pyongan Sul, Kim Chang Jun foi um pastor metodista, ativista político pela reunificação da Coreia e político engajado.

Kim nasceu ainda na época da dinastia Joson como filho de família de condições medianas, que pôde usufruir de boa instrução, apesar das maquinações dos imperialistas japoneses para tomar a Coreia. Sua família mudou-se para Pyongyang ainda em sua juventude onde ele estudou na Escola Sungsil, controlada por missionários estadunidenses.

Ele possuía um forte sentimento patriota passado por seus pais que tinham grande admiração pela dinastia Joson, e esse sentimento se fortaleceria na Escola Sungsil onde teve contato com Kim Hyong Jik, líder da Associação Nacional Coreana, fazendo-o colaborar com o movimento pela independência da Coreia.

Mas Kim, embora se preocupasse e amasse profundamente seu país, não pôs-se nas fileiras de combatentes do movimento neste momento, dando prioridade à sua fé. Sua religião, que adotou durante sua época de estudante foi o cristianismo, mais precisamente o protestantismo metodista, era o que mais tinha vontade de se dedicar, apesar de nunca deixar de lado seu apoio aos combatentes anti-japoneses.

Participou de conferências e seminários cristãos realizados por missionários estadunidenses na Coreia e também no Japão e tornou-se pastor. Estando neste meio, Kim passava desapercebido entre os policiais japoneses. Mas vendo como seu povo sofria nas mãos dos imperialistas japoneses que tinham tomado por completo o país, ele resolveu se engajar de vez no movimento após sua "formação cristã" e chamou muitos cristãos patriotas a seguir seu caminho em busca da libertação da pátria, junto com os combatentes anti-japoneses liderados por Kim Hyong Jik.

Em 1925 foi preso após liderar um ataque à sede da polícia japonesa em Hamgyong Norte e condenado à prisão perpétua, mas por intermédio de figuras religiosas, conseguiu ser libertado e foi para seu "exílio" nos EUA onde aprofundou-se no conhecimento teológico no "Garrett-Evangelical Theological Seminary" e retornou à Coreia anos depois com a função de professor de teologia. Neste tempo ele voltou a ter contato com seus antigos compatriotas mas não se pôs novamente entre as fileiras. Ele dava suporte com a promoção do patriotismo entre os fiéis.

A pátria foi libertada em 1945, mas neste tempo ele encontrava-se ao sul do Paralelo 38, e viu o povo coreano sofrer mais uma vez com a invasão de uma potência imperialista. Poderia parecer que ele, como um pastor, com boas relações com figuras religiosas dos EUA iria se contentar com tudo aquilo, até porque não era uma das figuras visadas pelos militaristas estadunidenses por ser pastor. Mas ele era um patriota e moveu os cristãos a lutar pela reunificação da Coreia criando a Aliança Cristã democrática que fez manifestações contra o regime de Rhee e contra a presença da comissão da ONU em 1947.

Em 1948, quando foi realizada a histórica Conferência Conjunta dos Representantes dos Partidos Políticos e Organizações Sociais do Norte e do Sul da Coreia, foi convidado como uma das figuras importantes, representando os cristãos sul coreanos, e para a surpresa de muitos, desertou com outras 6 figuras que participaram da conferência.

Recebido pelo Presidente Kim Il Sung, Kim Chang Jun, que apoiava fortemente a proposta do Líder para a reunificação pacífica, lançou-se como político e como político independente foi eleito como deputado, tornando-se membro da Assembléia Popular Suprema e foi nomeado ao Comitê pela Reunificação Pacífica da Pátria. Participou de muitas conferências e reuniões políticas e fez grandes esforços para a questão da reunificação da Coreia. Aos fins de semana dedicava-se ao seu trabalho como pastor e posteriormente foi nomeado como Ministro metodista, um responsável por gerir as igrejas protestantes do país. E também tornou-se Vice Presidente da Assembléia Popular Suprema anos depois.

Suas falas na conferência, e depois, quando atuava como político, apoiavam fortemente o governo da RPDC, embora ele não fosse comunista. Ele ressaltava que o povo coreano era esmagado por forças agressoras estrangeiras e só um grande líder do povo como Kim Il Sung poderia trazer a prosperidade do país. Também, denunciava fortemente a ligação do Japão, anteriormente o grande inimigo do povo coreano, com os traidores sul coreanos liderados por Syngman Rhee e a tentativa dos estadunidenses de tornarem os cristãos em meros fantoches para sua política de hostilidade, tirando-lhes o patriotismo, dando-lhe ilusões e tapando seus olhos para as coisas horríveis que acontecia.

Mas em uma de suas falas ele ressalta que grande parte dos cristãos não aceitou os imperialistas estadunidenses: "As rebeliões na Coreia do Sul aumentavam a cada dia e os cristãos coreanos decidiram se unir e fundamos a União Cristã Democrática em Seul para nos opormos ao governo fantoche"

Seu trabalho patriótico foi de grande valor para toda a Coreia e sua influência ainda manteve-se entre cristãos na Coreia do Sul nos anos pós-guerras, promovendo novas rebeliões.

Kim faleceu em 7 de maio de 1959 em Pyongyang e foi enterrado no Cemitério dos Mártires Patrióticos.

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