quarta-feira, 1 de outubro de 2025

A verdadeira face da "política para o povo"

Os políticos do Ocidente e seus porta-vozes vivem repetindo como um mantra a noção de uma “política para o povo”. Alegam que sua política representa a vontade do povo e garante os interesses populares. Chegam a colocar o rótulo de “política para o povo” na chamada democracia ocidental, proclamando que não se trata de uma política voltada apenas a determinadas camadas ou classes, mas sim de uma política em que políticos e massas populares se fundem em uma unidade de sentimentos, uma política que amplia ao máximo os direitos fundamentais do povo — e defendem que o mundo deve aceitá-la.

Não passa de um sofisma absurdo para encobrir o caráter antipopular do sistema capitalista.

Na essência, a chamada “política para o povo” não é outra coisa senão política para a minoria privilegiada. É uma política em que poucos desfrutam de privilégios enquanto a maioria é privada de direitos e vive na pobreza; uma política que legaliza a opressão e a ditadura das elites dominantes sobre as massas populares.

A “política para o povo” que o Ocidente apregoa é, em última instância, política em favor dos grandes monopolistas capitalistas, e não política para as amplas massas trabalhadoras.

Atualmente, as falácias sobre “igualdade para todos” e “realização dos interesses do povo”, tão espalhafatosamente propagadas pelos políticos dos países capitalistas, não passam de palavras ocas que jamais se concretizam.

Em qualquer sociedade, para que haja uma política verdadeiramente voltada ao povo, é necessário que as massas populares ocupem a posição de donos do Estado e da sociedade, cumpram plenamente o papel de donos, e que sua vontade e demandas se convertam em políticas efetivamente implementadas.

No entanto, no mundo ocidental, os donos do Estado não são o povo, mas sim a minoria rica. A posição privilegiada desta minoria é assegurada pelo próprio sistema, e sob o disfarce de “servir ao povo”, políticas abertamente antipopulares são postas em prática.

No Ocidente, todas as políticas do Estado são elaboradas de acordo com a vontade e as demandas dos ricos, e as atividades governamentais se apoiam neles. A classe dominante, que monopoliza riqueza e poder, desfruta de privilégios enquanto viola impunemente a dignidade das massas trabalhadoras. A opressão e a exploração dos trabalhadores constituem o próprio modo de existência do regime. Uma política que considera as massas populares apenas como objeto da política, e as exclui dela, jamais pode ser uma verdadeira política para o povo.

Desde o princípio, os políticos ocidentais não têm em mente as massas trabalhadoras. O que eles chamam de “povo” são, na realidade, os capitalistas e outros exploradores que compõem apenas uma minoria da sociedade. Os próprios políticos são representantes dos interesses dos capitalistas.

Os defensores do capitalismo afirmam que a “política para o povo” significa a participação de todos os cidadãos nas eleições parlamentares ou em atividades políticas. Mas, na prática, os capitalistas compram o poder com dinheiro, impedem que representantes dos trabalhadores ocupem cadeiras no parlamento e restringem suas atividades políticas. Entre os bilionários que detêm imensas riquezas e as massas trabalhadoras pobres, não pode existir qualquer igualdade sociopolítica.

“Política para o povo” é também o nome dado ao sistema multipartidário. Mas ele não passa de uma camuflagem para encobrir a ditadura burguesa. Nos países ocidentais existe o multipartidarismo, porém quase todos os partidos são partidos das classes exploradoras.

Nos países capitalistas, os partidos burgueses se revezam no poder, sacudindo o chamado “programa” como se fossem realizar uma política para o povo, mas tudo não passa de uma farsa política. Os partidos que chegam ao poder nada mais são que marionetes manipuladas pelos capitalistas monopolistas. Na realidade, não são os partidos que governam, mas os capitalistas monopolistas. Para encobrir sua dominação com a aparência de “política para o povo”, também organizam o espetáculo das eleições, mas a competição eleitoral não é de programas, e sim de dinheiro. Aqueles que despejam mais dinheiro nas eleições – os capitalistas monopolistas e seus representantes – é que se alçam às posições de poder.

De tais governos jamais sairão políticas em favor das massas trabalhadoras. O analista político e ativista social Noam Chomsky, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, afirmou que a influência dos ricos na formulação de políticas é diretamente proporcional ao seu nível de riqueza.

Nos países capitalistas, a política é, em essência, uma política do dinheiro, inteiramente determinada por ele. Essa política monetária atravessa todas as esferas – das eleições à elaboração de leis e à execução das políticas –, excluindo de fato as massas populares do direito de participar da vida política. Somente os abastados podem usufruir dos chamados “direitos políticos” consagrados na constituição.

O poder, nas mãos da camada privilegiada dos países ocidentais, serve como instrumento para a realização de uma ditadura antipopular. A burguesia jamais concede liberdade política às massas trabalhadoras. Para manter sua posição privilegiada, fascistiza os mecanismos de dominação, fortalece sistematicamente a máquina repressiva e reprime impiedosamente os trabalhadores que exigem liberdade, democracia e direito à sobrevivência.

Ainda recentemente, em várias regiões da França, mais de um milhão de pessoas realizaram manifestações contra as políticas de austeridade do governo. Em resposta, as autoridades mobilizaram dezenas de milhares de policiais, drones e forças blindadas, desatando uma repressão desenfreada contra os manifestantes e prendendo um grande número de pessoas.

A situação não é diferente nos demais países ocidentais. Em todos eles, um vasto arsenal de leis repressivas e de aparelhos policiais e militares é mobilizado para vigiar e restringir permanentemente a atividade dos partidos progressistas, das organizações sociais e até da vida cotidiana dos cidadãos. No momento em que algo é considerado uma ameaça a seus interesses, a burguesia não hesita em brandir impiedosamente a espada da repressão.

O fato de os políticos ocidentais tentarem disfarçar sua ditadura com o cartaz de “política para o povo” é uma verdadeira zombaria e um insulto às massas trabalhadoras que aspiram a uma autêntica política popular.

A “política para o povo” alardeada pelo Ocidente é, na realidade, uma política antipopular que reduz as massas trabalhadoras a escravos do capital, meros instrumentos falantes, sugados até a última gota de seu suor e sangue pelos conglomerados financeiros.

Dentro do sistema político ocidental, construído para a camada privilegiada, não se pode esperar nenhuma política que atenda aos interesses das massas. No Ocidente, a política se converteu em instrumento de enriquecimento. As elites dominantes controlam o legislativo, o executivo e o judiciário, fabricando a seu bel-prazer leis e decisões que lhes favorecem, ao mesmo tempo em que exploram de forma implacável os trabalhadores. Isso conduz inevitavelmente à grave violação dos direitos humanos das amplas massas trabalhadoras.

Os países ocidentais até chegaram a aplicar, de maneira hipócrita, algumas políticas de “bem-estar social”, mas hoje as abandonam. O motivo é único: tais políticas reduzem os lucros das corporações monopolistas que dominam o controle político. Assim, o direito à vida e ao trabalho dos trabalhadores, bem como o direito à sobrevivência dos setores sociais mais frágeis, são facilmente sacrificados sob o pretexto do “consenso democrático”.

O jornal de Singapura "Lianhe Zaobao" observou em um artigo que a política ocidental há muito está apodrecida: a riqueza concentra-se cada vez mais nas mãos de poucos, os pobres tornam-se ainda mais pobres, enquanto os ricos ficam mais ricos; a política está nas mãos dos abastados e dos políticos, servindo a interesses particulares; o povo não consegue exercer influência real sobre o campo político. Esse sentimento de impotência, decepção com os partidos tradicionais e descrença nos governos transformou-se em atmosfera geral da sociedade.

A exploração e a pilhagem contra as massas populares são a essência imutável do capitalismo. O capitalismo é, em si, uma sociedade dominada pelo capital, que tem como modo de existência a multiplicação do capital mediante a obtenção do lucro. Toda a história do capitalismo é o processo de expandir e reforçar a exploração do homem em nome da busca ilimitada do lucro e da acumulação de capital.

Nos países capitalistas, dezenas de milhões de trabalhadores vivem atormentados pela fome e pela miséria, e o número de desabrigados que vagueiam pelas ruas aumenta dia após dia. A pressão da penúria chega a provocar até tragédias de suicídios coletivos.

Os políticos ocidentais proclamam que o aumento dos orçamentos em ciência e tecnologia e o investimento nesses setores levariam a um crescimento das forças produtivas e, consequentemente, a uma maior distribuição de bens para os trabalhadores e à construção de uma sociedade mais próspera. Mas a realidade mostra exatamente o oposto.

Nos países ocidentais, os frutos da ciência, da tecnologia e do trabalho criador das massas são monopolizados por uma camada restrita, sendo desviados para a riqueza e o luxo dessa minoria. O dinheiro corrompe os homens e espezinha a dignidade humana.

A ideia de que o desenvolvimento científico-técnico e das forças produtivas traria melhorias às condições de vida dos trabalhadores é insustentável. No passado, mesmo com a introdução de novas técnicas que aumentaram a produção de mercadorias, as massas não conseguiram escapar da pobreza. As ruas sempre estiveram repletas de desempregados.

Mesmo hoje, quando se afirma que até a tecnologia de inteligência artificial foi incorporada e que as forças produtivas alcançaram um desenvolvimento altamente avançado, a realidade permanece a mesma: o fenômeno do “rico cada vez mais rico e pobre cada vez mais pobre” acelera-se, e a desigualdade social chegou a um ponto extremo jamais visto na história da humanidade.

Para que os trabalhadores possam viver com abundância, é indispensável a existência de condições socioeconômicas adequadas — ou seja, que eles próprios sejam donos do poder estatal e dos meios de produção.

No entanto, no Ocidente, os capitalistas monopolistas controlam firmemente os meios de produção e dominam tudo. Eles consideram os seres humanos não como sujeitos dignos, mas apenas como ferramentas para a produção de mercadorias, como existências impotentes governadas pelo ouro. Enquanto os capitalistas continuarem monopolizando os meios de produção, a exploração capitalista dos trabalhadores será inevitável, e o anseio das massas por se libertarem de toda forma de dominação e servidão e desfrutarem de uma vida igualitária e abundante jamais poderá ser realizado.

No seio da sociedade capitalista, o desemprego equivale à morte. Os capitalistas exploram essa situação para acorrentar os trabalhadores a máquinas de alto desempenho, aumentando continuamente a intensidade do trabalho. Assim, muitos trabalhadores tornam-se deformados, inválidos física e mentalmente, e até mesmo perdem a vida devido à sobrecarga laboral.

Os países capitalistas sugam impiedosamente o suor dos trabalhadores utilizando diferentes mecanismos econômicos: reduzem salários que deveriam ser pagos de forma justa para extrair mais lucro; exploram também por meio do comércio, do crédito e do orçamento estatal.

Esse fenômeno tem-se agravado ainda mais nos últimos anos.

Embora os porta-vozes servis do Ocidente alardeiem incessantemente “democracia” e “bem-estar do povo”, a natureza reacionária e antipopular do sistema estatal capitalista não pode ser ocultada de forma alguma.

A característica antipopular do sistema capitalista, que impõe às massas trabalhadoras apenas desamparo e infelicidade, manifesta-se cada vez mais de forma nua e crua com o passar do tempo.

Ri Hak Nam

2 comentários:

  1. 2 de outubro de 2025 (horário de Pyongyang). Se você clicar no hiperlink em "Rodong Sinmun" terá acesso ao texto em coreano.

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