Ho Ka I, vice-presidente do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia do Norte
Três anos se passaram desde a fundação do Partido do Trabalho da Coreia do Norte.
Ao comemorarmos este glorioso terceiro aniversário, é necessário que façamos um balanço das políticas e realizações do Partido nesses três anos em diversos campos, e, de fato, é justo que assim o façamos. Entretanto, o papel e as conquistas do nosso Partido durante este período em todas as lutas e construções foram tão grandiosos e vastos que é difícil expressá-los em poucas palavras.
O ano que vai do 2º ao 3º aniversário da fundação do Partido foi um período em que se alcançaram progressos notáveis no fortalecimento do trabalho interno e do poder organizativo e político do Partido, mais do que em qualquer outro momento anterior. Além disso, foi um ano que abriu uma etapa completamente nova na história da luta do povo coreano pela reunificação e pela libertação da pátria.
Por isso, fazer um resumo preciso de todas as atividades do nosso Partido durante o último ano e das brilhantes vitórias alcançadas nessa luta tem um significado extremamente importante hoje, quando a nossa luta pela libertação da pátria e reunificação completa entrou em uma fase decisiva.
Durante o último ano, o nosso Partido obteve grandes resultados, sobretudo no fortalecimento da sua consolidação organizativa e política e no aumento de sua capacidade de direção.
No decorrer da luta pela construção de uma pátria democrática, o Partido ampliou significativamente suas fileiras com o ingresso de operários, camponeses e intelectuais revolucionários — os mais destacados e devotados entre o povo —, fortalecendo-se quantitativa e qualitativamente. Hoje, o Partido reúne em suas fileiras um grande número de membros dedicados.
As células do Partido e os comitês de base desempenharam um papel importante no fortalecimento do Partido. Hoje, em todos os locais essenciais da construção da pátria democrática — desde fábricas e cooperativas agrícolas até órgãos estatais de importância nacional e escolas — não há um único lugar onde não existam células ou membros do nosso Partido. Com base nos coletivos (de cerca de 20 pessoas), foram formados numerosos comitês de base.
Esse notável crescimento qualitativo e quantitativo das fileiras do Partido demonstra que o nosso Partido, vanguarda do povo trabalhador, fincou firmemente suas raízes entre as massas, respira junto com elas e, ao conquistar seu apoio e respeito ilimitados, desempenha um papel decisivo em todos os campos da construção da pátria. Mostra também que a vitalidade das organizações de base e o entusiasmo dos militantes foram grandemente elevados, e que sua força se consolidou de maneira ilimitada.
Na composição dos órgãos dirigentes e dos quadros do Partido, também se verificou um avanço notável: muitos novos quadros, formados e comprovados na luta e na construção desde a libertação, oriundos do seio do povo, foram promovidos e agora atuam lado a lado com os quadros veteranos e experientes, ricos em experiência revolucionária e administrativa. Isso tornou ainda mais estreita a ligação entre o Partido e o povo.
No fortalecimento do trabalho interno do Partido, um acontecimento de especial importância foi a decisão adotada na 5ª Reunião Plenária do Comitê Central, realizada entre dezembro de 1948 e janeiro de 1949. Nessa reunião, com base no balanço dos nove meses de atividade das células e comitês de base após as eleições das direções locais do Partido, foram estabelecidas medidas concretas para o fortalecimento da direção partidista.
As direções das organizações inferiores do Partido, ao fazerem o balanço dos seus nove meses de trabalho, submeteram-se à crítica e à avaliação dos militantes sobre o cumprimento das tarefas recebidas durante as conferências eleitorais e sobre a execução das resoluções do 1º Congresso do Partido. Os êxitos e deficiências constatados nessas avaliações foram analisados de forma precisa, e as diretrizes apresentadas pela 5ª Reunião Plenária do Comitê Central tornaram-se a base para melhorar o trabalho das organizações inferiores do Partido, especialmente das células, elevando o nível do trabalho de direção em todo o Partido.
Além disso, diante da grave situação política criada pelos atos traiçoeiros e entreguistas dos imperialistas estadunidenses e da camarilha traidora de Ri Sung Man — que provocaram a divisão da nação e a ameaça de destruição nacional —, o nosso Partido tomou medidas sérias para reforçar ainda mais a pureza e a unidade ideológica de suas fileiras. Intensificou a vigilância e o ódio de classe entre os militantes contra os inimigos, despertando neles uma consciência combativa e revolucionária, e fortaleceu de modo sistemático a vida interna do Partido mesmo sob condições de tensão. Nessa frente, também obteve grandes êxitos.
Durante o período passado, ao fortalecer o Partido tanto organizativa quanto politicamente e ao consolidar sua liderança, o nosso Partido obteve conquistas que se tornaram a garantia mais sólida de todas as vitórias alcançadas, no último ano, pelo povo coreano na luta pela reunificação, independência e democratização da pátria.
No período entre o 2º e o 3º aniversário da fundação do Partido, o nosso Partido obteve brilhantes êxitos na luta para fortalecer o governo da República e construir o Norte do país, realizando tarefas grandiosas em prol da reconstrução nacional.
O Comitê Central do Partido reconheceu como dever de todas as organizações e militantes partidistas lutar firmemente pela realização do programa do governo central, que serve como a linha mestra para a reconstrução do Estado.
O Comitê Central do Partido instruiu todas as organizações e comitês partidistas a elevar por todos os meios o prestígio da Assembleia Popular Popular e do Governo Central da República, fortalecendo-os cada vez mais. Determinou também que as organizações de todos os níveis explicassem amplamente ao povo o caráter verdadeiramente popular e a natureza genuína do mais alto órgão do poder estatal — a Assembleia Popular Suprema — e do Governo Central.
Conforme as orientações do Comitê Central, todos os militantes e organizações do Partido cumpriram com êxito essas tarefas. Assim, em 25 de agosto do ano passado, por meio de eleições livres baseadas na vontade do povo, o povo coreano fundou o seu mais alto órgão legislativo, a Assembleia Popular Suprema da Coreia.
Na Primeira Sessão da Assembleia Popular Suprema, foi adotada a Constituição e proclamada a República Popular Democrática da Coreia. Nessa mesma ocasião, foi estabelecido o Governo Central Unificado, tendo à frente o nosso estimado líder e herói nacional, camarada Kim Il Sung.
Essa grande vitória abriu uma nova e gloriosa página na história da luta do povo coreano pela construção de um Estado independente e democrático.
Após a fundação do Governo Central da República, o nosso Partido mobilizou todas as suas forças para apoiá-lo com lealdade, fortalecê-lo e elevar amplamente seu prestígio entre as massas populares.
Na resolução adotada na reunião plenária do Comitê Central do Partido realizada em setembro do ano passado, foi declarado:
“O Comitê Central do Partido apoia e aprova plenamente o programa do Governo Central da República Popular Democrática da Coreia, adotado na Primeira Sessão da Assembleia Popular Suprema, e reconhece como dever de todas as organizações e militantes do Partido lutar resolutamente pela realização desse programa, em nome da revitalização da nação e da reconstrução do Estado.”
Também nas eleições dos comitês populares das cidades, condados e distritos do Norte da República, realizadas no mês passado, o nosso Partido esteve à frente do povo, desempenhando um papel exemplar e de vanguarda.
Como resultado, essas eleições se desenvolveram de forma vitoriosa, consolidando ainda mais e democratizando os órgãos locais do Poder Popular no Norte da República.
Graças à luta incessante e ao exemplo de todas as organizações e militantes do Partido, a luta do povo pela construção democrática no Norte da pátria foi conduzida com pleno êxito.
No campo da construção industrial, o povo da parte norte da República superou em 101,9% as metas previstas no plano econômico nacional de 1948, e está acumulando esforços para ultrapassar também as metas do plano econômico de 1949–1950.
Durante o último ano, a classe operária do Norte estabeleceu e ampliou várias novas fábricas e empresas. Um exemplo notável foi o da indústria elétrica: com um investimento de 1,11 bilhão de wons, concluiu-se, antes da estação chuvosa daquele ano, a construção de uma grande usina hidrelétrica — fonte motriz da indústria nacional.
No setor ferroviário, os trabalhadores superaram em 109% o plano de transporte de 1948 e cumpriram 105% do plano do primeiro semestre de 1949. Com o apoio ativo do nosso Partido, o número de operários do Norte da Coreia aumentou 139% em comparação ao ano anterior, e o de técnicos nacionais cresceu 166%.
Durante o último ano, dezenas de milhares de operários e técnicos exemplares se destacaram nas indústrias e nos transportes — e a grande maioria deles eram membros do nosso Partido.
Sob a direção do Partido, também na esfera agrícola o povo alcançou notáveis progressos. Os camponeses da parte norte da República, que se tornaram proprietários da terra, consolidaram ainda mais as conquistas da reforma agrária e impulsionaram de modo acelerado o desenvolvimento da economia rural.
A produção de cereais em 1948 aumentou 140,6% em relação a 1946 e 129% em relação a 1947. Assim, em apenas quatro anos após a libertação, os camponeses do Norte — região que antes não tinha uma agricultura bem desenvolvida — transformaram-na em uma área capaz de se sustentar independente em termos alimentares.
Já em 1948, a colheita agrícola superou em 110,4% o recorde mais alto do período colonial japonês (1939).
Esses progressos na indústria e na agricultura elevaram significativamente o nível material e cultural de vida do povo.
No campo da educação e cultura, também se obtiveram grandes conquistas. Prepararam-se as condições para a implantação, a partir de 1950, do ensino primário obrigatório universal.
Nosso Partido guiou todo o povo para defender plenamente todos os direitos conquistados e para que jamais voltasse a se submeter aos invasores imperialistas estrangeiros. Nesse propósito, promoveu um amplo movimento nacional para fortalecer e desenvolver ainda mais o Exército Popular, as forças de segurança e as milícias populares, compostos pelos próprios filhos do povo.
Assim, graças ao papel exemplar e dirigente do nosso Partido e à luta entusiástica de todo o povo, a construção democrática da parte norte da República avançou com grande sucesso. O Norte consolidou firmemente sua base política, econômica e militar, tornando-se inabalável.
Mas, no mesmo período, que situação política e econômica se formou no Sul da República?
Após o estabelecimento do governo tírete de Ri Sun Man, no ano passado, a situação política e econômica do Sul da Coreia tornou-se ainda mais desastrosa. Durante esse tempo, a camarilha traidora de Ri Sung Man implementou fielmente os propósitos reacionários de submeter o povo coreano ao imperialismo estadunidense, assinando tratados como o chamado “Acordo Militar Coreia–EUA”, o “Acordo de Ajuda Econômica Coreia–EUA” e o “Acordo de Transferência de Propriedades e Finanças”.
Sob o domínio dos imperialistas estadunidenses e de seus lacaios — os colaboradores japoneses e traidores nacionais —, os direitos democráticos e as liberdades políticas do povo do Sul foram totalmente suprimidos.
Hoje, o Sul da Coreia se transformou numa região de terror, massacres, violência e barbárie, sob um regime antipopular e reacionário.
Somente no último ano, dezenas de milhares de patriotas foram massacrados pela camarilha traidora de Ri Sung Man em várias partes do Sul, começando pelos levantes de Yosu e Sunchon. Entre julho e novembro de 1948, cerca de 17 mil pessoas inocentes foram assassinadas nessas regiões.
Na Ilha de Jeju, entre abril de 1948 e março de 1949, mais de 30 mil pessoas foram massacradas, 10 mil lares destruídos e 596 aldeias e fazendas incendiadas.
Atualmente, nas prisões e campos de detenção do Sul, há mais de 18 mil pessoas inocentes encarceradas. Apenas entre janeiro e setembro de 1948, 136.360 patriotas foram presos.
Os asseclas de Ri Sung Man uprimiram abertamente a liberdade de expressão, imprensa, reunião e associação, e perseguiram impiedosamente os partidos e organizações democráticas.
No campo econômico, os imperialistas estadunidenses e seus cúmplices — os colaboradores japoneses e traidores nacionais — arruinaram a economia democrática do Sul e a subordinaram completamente ao imperialismo estadunidense.
Como resultado dessa política de colonização e traição nacional, a situação política e econômica do Sul deteriorou-se gravemente.
Diante disso, o povo patriótico da parte sul da Coreia levantou-se em uma grande luta de salvação nacional, contra a política colonial dos imperialistas estadunidenses e pela derrubada de seus lacaios e traidores nacionais.
Sem dúvida, na vanguarda dessa gloriosa luta de libertação nacional estão os militantes do honroso Partido do Trabalho da Coreia do Sul.
A heroica luta do povo patriótico do Sul da Coreia, liderada pelo Partido do Trabalho da Coreia do Sul, recebeu o apoio unânime do Partido do Trabalho da Coreia do Norte e todo o povo do Norte.
Em abril de 1949, o âmbito de atuação das heroicas unidades guerrilheiras armadas do Sul havia-se expandido para 8.377 vilas em 283 distritos; alguns meses depois, esse alcance ampliou‑se para 8.481 vilas em 362 distritos, desenvolvendo uma ampla e vigorosa luta.
Hoje a nossa pátria encontra‑se claramente dividida em dois campos antagônicos.
O campo patriótico e democrático, constituído pelos progressistas que lutam pela reunificação, independência e democratização da pátria, e por todo o povo patriótico coreano, ergueu‑se contra a política de subjugação colonialista dos imperialistas estadunidenses e contra seus lacaios — os traidores nacionais liderados por Ri Sung Man. Em oposição, formou‑se o campo reacionário e antipopular que trai a pátria e vende os interesses da nação aos imperialistas.
A luta entre o campo patriótico‑democrático e o campo reacionário‑antipopular torna‑se a cada dia mais intensa. Nesse confronto, o campo patriótico e democrático cresce em força, enquanto o campo reacionário, ao ver sua natureza traidora e vendida exposta diante do povo, enfraquece progressivamente.
Os imperialistas estadunidenses se opõem à reunificação e à independência da pátria e interferem de todas as formas nos assuntos internos do nosso país, impedindo que os coreanos resolvam a questão coreana por si mesmos.
Para reforçar sua política de domínio, os imperialistas não apenas procuram neutralizar o movimento patriótico do Sul, mas também, com o objetivo de destruir a construção democrática no Norte e arruinar as bases da independência e democracia da pátria, incitam o regime de Ri Sung Man a provocar e fomentar a guerra civil.
Diante dessa grave situação política criada na nossa pátria, surgiu a necessidade de formar uma frente unida única que concentrasse todas as forças patrióticas e democráticas da Coreia — partidos e organizações sociais — para a imediata defesa contra a agressão estadunidense e pela reunificação da pátria. O nosso Partido impulsionou ativamente a mobilização de todas as forças patrióticas e democráticas nesse sentido.
Assim, setenta e uma organizações políticas e sociais do Norte e do Sul, incluindo o Partido do Trabalho da Coreia do Norte e o Partido do Trabalho da Coreia do Sul, convocaram em junho uma conferência constitutiva em Seul e formaram a Frente Democrática pela Reunificação da Pátria.
Na conferência de constituição da Frente Democrática pela Reunificação da Pátria, com base na proposta apresentada pelos nossos representantes, foi adotada uma proclamação em favor da reunificação pacífica da pátria.
Com a apresentação da proposta de planos pacíficos para a reunificação pela Frente, o povo do Norte, fortalecendo ainda mais as bases democráticas da República e a economia popular da República, apoiou amplamente a iniciativa.
Hoje coloca‑se diante do nosso Partido uma tarefa sagrada e difícil em prol da pátria e do povo.
Não é por acaso que todo o povo patriótico coreano considera os Partidos do Trabalho da Coreia do Norte e do Sul como as mais confiáveis e poderosas forças políticas capazes de decidir o destino histórico da nossa pátria e da nossa nação, e lhes confere a mais elevada confiança.
As funções e responsabilidades não podem ser descritas de forma simplista... Através da luta do último ano, o nosso Partido elevou ainda mais seu prestígio entre as massas, fortaleceu sua capacidade combativa e consolidou firmemente o povo em torno do Partido.
Ao fortalecer o Partido e a sua liderança ao longo dos anos desde a fundação até o presente, e ao conduzir a luta pela construção de um próspero Estado independente e democrático, o nosso Partido desempenhou um papel exemplar e dirigente.
Ligado ao esforço geral para cumprir e exceder os planos anuais, o povo patriótico do Norte e do Sul, liderado pelos trabalhadores, organizou ações e manifestações, expandiu a área de atuação das unidades guerrilheiras por todo o território sul‑coreano, intensificou o movimento de massas e desenvolveu uma imponente campanha em apoio às propostas de reunificação pacífica da pátria.
A tarefa premente do nosso Partido é derrotar até o fim a política militar e repressiva dos traidores que, por meio da guerra e da violência contra o povo, estabeleceram seu regime reacionário; derrubar a camarilha traidora de Ri Sun Man; esmagar a política de submissão colonialista e de divisão nacional dos imperialistas estadunidenses; e, sob a bandeira da República, realizar rapidamente a reunificação pacífica da pátria.
Nessa luta, o nosso Partido deve liderar todo o povo patriótico, guiá-lo a fortalecer a frente unida com todas as organizações políticas e sociais patrióticas que se filiaram à Frente Democrática pela Reunificação da Pátria, cumprindo essa sagrada missão com firmeza.
Para tanto, antes de tudo, devemos reforçar ainda mais a capacidade de combate do Partido e consolidar organizativa e politicamente sua estrutura; e não esquecer de corrigir rapidamente, no interior do Partido e entre certas organizações e militantes, as deficiências que apareceram durante o fortalecimento do trabalho interno e no processo da luta pela reunificação e democratização da pátria.
Assim como, sob a liderança do camarada Kim Il Sung e do Comitê Central do Partido, conquistamos vitórias históricas em todas as lutas passadas, também venceremos nas lutas vindouras; e em breve alcançaremos a histórica aspiração do povo — a reunificação da pátria.
Publicado na edição de 15 de setembro de 1949 da revista Kulloja.
*Ho Ka I futuramente tornou-se uma figura faccionista e, diante do julgamento crítico do Partido sobre suas ações, cometeu suicídio em junho de 1953.

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