Atualmente, a União Europeia está tentando adotar o 18º pacote de sanções contra a Rússia desde o início da crise ucraniana, ao mesmo tempo em que tenta apressar a adesão da Ucrânia ao bloco.
Em 10 de junho, apresentou um pacote de sanções contra a Rússia que incluía a redução do teto de importação de petróleo russo e a inclusão de petroleiros e bancos russos na lista de sanções, mas enfrentou a oposição da Eslováquia e da Hungria.
A Eslováquia e a Hungria, insatisfeitas com a proposta recente da União Europeia de proibir completamente as importações de energia da Rússia, ameaçaram vetar a votação do novo pacote de sanções.
O primeiro-ministro eslovaco alegou que, caso rescindam unilateralmente o contrato de importação de gás de longo prazo já firmado com a Rússia, estarão sujeitos a um processo judicial no valor de 1 bilhão de euros, e que, sem uma solução para esse problema, não poderiam aprovar o pacote de sanções. Ele já vinha argumentando que interromper a importação de gás, petróleo e combustível nuclear da Rússia seria um ato de suicídio econômico.
A questão da adesão da Ucrânia à União Europeia também enfrenta as mesmas dificuldades.
A Hungria manifestou oposição às negociações para a adesão da Ucrânia ao bloco, alegando que, segundo um referendo realizado em seu país, 95% da população se opôs à entrada da Ucrânia. Caso a Hungria mantenha sua oposição até o fim, a adesão da Ucrânia à União Europeia se tornará impossível.
Enquanto isso, a decisão tomada recentemente na reunião de cúpula da OTAN realizada na Holanda — de aumentar os gastos militares dos países membros para 5% do PIB até 2035 — também está gerando controvérsias.
A imprensa observou que essa decisão representará um grande fardo para os países europeus que já estão enfrentando dificuldades financeiras, e avaliou que a imposição arbitrária dos EUA para que a OTAN aumente os gastos militares, bem como a aceitação passiva disso pela cúpula da OTAN, provocarão ainda mais divergências e atritos dentro da organização.
De fato, isso já está acontecendo. A Espanha se opõe veementemente à medida de aumento dos gastos militares da OTAN. Em uma carta enviada ao secretário-geral da OTAN, o primeiro-ministro espanhol rejeitou a exigência da organização, chamando-a de contraditória, injusta e ineficaz, e declarou que manterá os gastos militares em 2,1% do PIB. Também criticou a ameaça de sanções por parte dos EUA como “injusta e unilateral”.
Após o início da crise na Ucrânia, os países europeus despejaram grandes somas de dinheiro e armamentos no país, determinados a impor uma derrota à Rússia. Reduziram as importações de energia russa e passaram a importar energia dos Estados Unidos. No entanto, o resultado foi uma grave escassez energética, aumento dos preços e outras dificuldades econômicas. Além disso, muitos países que entregaram armas à Ucrânia agora são obrigados a comprar armamentos caros dos EUA para reabastecer seus estoques. A resistência de alguns países é algo natural.
Mesmo assim, a OTAN e a União Europeia continuam obcecadas com o aumento imprudente dos gastos militares e com as sanções contra a Rússia, dizendo que vão impor uma derrota estratégica ao país. Como disse o porta-voz da presidência russa, estão retratando a Rússia como “a encarnação do mal” e avançando “por um caminho de militarização desatinada”.
Mas o desfecho é evidente. As discordâncias que estão ressoando por toda parte são um prenúncio disso.
Ho Yong Min
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