quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

É necessário realizar a verdadeira justiça internacional


Ao refletirmos sobre o último ano, marcado pela contínua violência, destruição, fome, miséria e práticas de racismo em várias partes do mundo, provocadas pela tirania e arbitrariedade imperialista, a humanidade mais uma vez percebe uma verdade fundamental: é necessário realizar a verdadeira justiça internacional.

O desejo de viver em um mundo onde o domínio, a subjugação, a agressão e a interferência sejam erradicados, e a soberania e a igualdade de todos os países e povos sejam garantidas, é uma aspiração que a humanidade almeja há muito tempo. Nessa base reside o verdadeiro fundamento da justiça internacional. 

A verdadeira justiça internacional consiste em rejeitar a coerção, o autoritarismo, o padrão duplo e a injustiça promovidos pelos imperialistas e dominacionistas nas arenas internacionais, e em tratar todas as questões internacionais de forma justa, de acordo com as demandas e interesses independentes de cada país e nação.

Atualmente, os princípios básicos das relações internacionais, amplamente reconhecidos em nível global, estão sendo descaradamente desrespeitados devido à opressiva dominação e interferência dos EUA, líder das forças imperialistas.

Mesmo neste início de um novo ano, a crise no Oriente Médio, que provoca insegurança, preocupação, críticas e indignação na maioria dos países, é uma evidência clara dessa situação. O conflito entre Palestina e Israel, que perdura há séculos, tem raízes históricas em rivalidades nacionais e religiosas antigas. No entanto, o principal fator que mantém esse conflito é o desrespeito aos princípios básicos de igualdade soberana nas relações internacionais.

Em 1947, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução que dividia a terra da Palestina para que um Estado árabe e um Estado judeu coexistissem, inclusive delimitando as fronteiras. Desde a fundação de seu Estado, Israel travou sucessivas guerras de agressão, expandindo seu território várias vezes, obtendo status de membro da ONU e agindo de forma arrogante. Em contraste, os palestinos perderam suas terras por décadas, vagaram sem rumo e, até hoje, não conseguem exercer sua soberania como um Estado independente pleno no cenário internacional.

Portanto, acabar com a ocupação israelense e garantir os direitos legítimos e soberanos do povo palestino é a condição prioritária para a resolução da questão do Oriente Médio em conformidade com os princípios fundamentais das relações internacionais. Em resposta a essa demanda da comunidade internacional, em abril do ano passado, foi novamente submetida à ONU a proposta de conceder à Palestina o status de membro pleno. No entanto, devido ao veto dos Estados Unidos, a proposta não conseguiu passar pelo Conselho de Segurança.

A repetida frustração dos esforços da comunidade internacional revela que a rejeição ao autoritarismo dos dominacionistas e a realização da verdadeira justiça internacional tornaram-se tarefas urgentes desta era.

Para alcançar uma verdadeira justiça internacional, é necessário desmascarar e destruir a fachada de "justiça" promovida pelos imperialistas e dominacionistas, bem como eliminar a velha ordem internacional, onde a injustiça prospera sob o pretexto de "justiça", e estabelecer uma nova ordem internacional baseada na equidade e na justiça.

A "justiça" propagandeada pelos imperialistas não passa de uma máscara para justificar seus interesses hegemônicos. No final de setembro do ano passado, um ataque aéreo brutal das forças israelenses resultou no assassinato de um líder da organização patriótica libanesa Hezbollah. Sobre isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou os responsáveis, chamando o ataque de uma "ação justa".

Esse único exemplo já é suficiente para compreender que tipo de "justiça" é promovida pelos imperialistas.

Os imperialistas e dominacionistas ocultam seus interesses hegemônicos sob o rótulo de "justiça", ao mesmo tempo em que distorcem e manipulam a ordem internacional de garantia de paz de acordo com seus próprios interesses.

Após os profundos ensinamentos da Segunda Guerra Mundial, que sacrificou milhões de vidas e devastou de forma terrível as conquistas da civilização e do progresso humano, foi estabelecida uma ordem internacional para prevenir agressões e garantir a paz — a ordem internacional de garantia de paz promovida pelas Nações Unidas. No entanto, devido à arrogância e à dominação das forças imperialistas, princípios fundamentais amplamente reconhecidos das relações internacionais, incluindo a Carta da ONU, estão sendo descaradamente desrespeitados. O poder arbitrário e a tirania estão sendo racionalizados e legalizados.

Os princípios de garantia de paz consagrados na Carta da ONU são distorcidos ou "interpretados" seletivamente pela administração dos EUA. Somente no ano passado, os Estados Unidos, sob o pretexto de defender o "direito à legítima defesa" de Israel, vetaram repetidamente resoluções do Conselho de Segurança que exigiam ações urgentes para aliviar a situação na Faixa de Gaza.

Se tal poder arbitrário e tirania forem tolerados no cenário internacional, nem o desenvolvimento independente dos Estados soberanos, nem a verdadeira justiça internacional poderão ser alcançados.

É essencial reconhecer a natureza reacionária da chamada "ordem baseada em regras" promovida pelos imperialistas e dominacionistas e rejeitá-la com firmeza.

O jornal estadunidense "The New York Times", em um artigo intitulado "O Oriente Médio visto através do reino animal", comparou os Estados Unidos, que tentam ser o "rei da selva do Oriente Médio", a um leão, enquanto países da região foram associados a vespas parasitas e larvas. O artigo promove a ideia de "incendiar toda a selva para eliminar as vespas parasitas". Essa chamada "ordem baseada em regras" promovida pelos EUA e pelo Ocidente nada mais é do que a "lei da selva", onde prevalece a sobrevivência do mais forte.

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia afirmou em um fórum internacional que a "ordem baseada em regras" é um conceito substitutivo do direito internacional, projetado para servir aos objetivos hegemônicos dos Estados Unidos, permitindo-lhes agir arbitrariamente e consolidar sua supremacia.

Para realizar a verdadeira justiça internacional, é necessário rejeitar o padrão duplo dos imperialistas em questões globais, como o combate ao terrorismo e os conflitos, e assegurar a imparcialidade.

A Estratégia Global da ONU contra o Terrorismo, adotada na Assembleia Geral de 2006, estabeleceu medidas claras para que os Estados-membros da ONU, organizações internacionais e regionais enfrentem conjuntamente o terrorismo. No entanto, os Estados Unidos fingem apoiar os esforços internacionais contra o terrorismo, enquanto utilizam essa luta como um pretexto para manter sua hegemonia e expandir sua influência. Eles rotulam arbitrariamente países soberanos que desafiam seus interesses como "Estados patrocinadores do terrorismo", ao mesmo tempo em que fornecem recursos financeiros e armamentos letais a fantoches como a Ucrânia e Israel, incentivando atos terroristas e protegendo seus crimes hediondos na arena internacional.

Esse padrão duplo descarado dos EUA têm prejudicado seriamente os esforços globais contra o terrorismo, permitindo que extremistas ressuscitem e ganhem força.

A continuação da crise em Gaza e do conflito na Ucrânia ao longo dos anos ocorre porque os Estados Unidos e as forças ocidentais persistem em ignorar os princípios de uma solução pacífica e justa, mantendo-se obcecados com a ideia de impor uma "paz" conduzida por eles próprios. Nesse processo, continuam incitando seus aliados a travarem guerras por procuração.

A injustiça promovida pelo imperialismo, que domina o cenário político internacional atual, não reflete a tendência predominante da época.

Os povos progressistas do mundo, ansiosos por verdade e justiça, estão se levantando com determinação no caminho para alcançar a verdadeira justiça internacional, independentemente de diferenças em crenças políticas, fé religiosa, ou níveis de desenvolvimento econômico e cultural.

Nosso planeta deve se tornar um lugar de independência, igualdade e paz, onde a ordem seja guiada pela justiça universal e pela verdade absoluta da humanidade, em vez da força bruta das potências dominantes.

Jang Chol

Rodong Sinmun

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