sábado, 3 de maio de 2025

A humilhante relação de subordinação

"Será que o Japão é realmente um Estado soberano?"

Este é o título de um artigo publicado em julho do ano passado no "Tokyo Shinbun". O artigo aborda os crimes de agressão sexual cometidos por militares dos EUA no Japão, que continuam ocorrendo sem interrupção em várias regiões do país.

Neste ano, a mesma questão crítica continua sendo levantada, pois os incidentes de agressão sexual por parte das tropas estadunidenses seguem se repetindo, enquanto o governo japonês não toma nenhuma medida eficaz. A indignação popular está aumentando rapidamente.

Tentando apaziguar a raiva dos cidadãos japoneses em relação aos crimes cometidos por militares estadunidenses, o embaixador dos EUA no Japão se pronunciou. Recentemente, ele apressou-se em divulgar uma declaração, afirmando que os Estados Unidos tratam com seriedade todas as acusações criminais contra seus soldados e que estão colaborando plenamente nas investigações com as autoridades locais e o governo japonês. Ele também mencionou que os EUA exigem que todos os soldados estadunidenses no Japão adotem um "código de conduta e padrões éticos de alto nível como hóspedes no Japão" e que os Estados Unidos farão o possível para evitar atos que possam prejudicar os laços de confiança e amizade estabelecidos ao longo de décadas.

Anteriormente, as tropas estadunidenses estacionadas em Okinawa realizaram patrulhas conjuntas com a polícia e funcionários locais, tentando dar a impressão de que estavam combatendo os crimes cometidos por seus próprios soldados.

No ano passado, algo semelhante ocorreu. Quando ocorreram vários casos de agressão sexual por soldados estadunidenses em Okinawa, o Comando das Forças dos EUA no Japão estabeleceu uma "mesa redonda" com as autoridades locais e os moradores da prefeitura de Okinawa. Eles afirmaram que esta "mesa redonda" serviria como um espaço para "troca construtiva de opiniões".

Mas isso é apenas um enfeite. O ciclo vicioso dos crimes continua.

A postura submissa do Japão é a causa disso.

O Acordo de Segurança Japão-EUA estabelece que as forças estadunidenses no Japão estão fora da jurisdição das leis japonesas. Como resultado, sempre que ocorre um crime cometido por soldados estadunidenses, as autoridades japonesas só podem fazer pedidos fracos aos EUA para evitar que se repita, enquanto pressionam a polícia local a não criar alarde, como se fosse algo insignificante.

Um cientista político japonês publicou um livro desvendando a estrutura de subordinação do Japão aos Estados Unidos. O principal ponto do livro é que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a estratégia dos Estados Unidos de transformar o Japão em um Estado vassalo continua e se intensifica, e que as bases militares dos EUA no Japão servem como um lembrete diário para os japoneses de que o Japão é uma colônia e os Estados Unidos, uma potência dominante.

Um professor universitário afirmou que as forças estadunidenses no Japão ainda possuem uma mentalidade de ocupantes e que, em relação aos crimes cometidos pelos militares dos EUA, é comum no Japão ignorá-los. Ele criticou que essa postura não é de um Estado soberano.

A realidade mais uma vez confirma essa afirmação sobre a relação de subordinação do Japão aos Estados Unidos.

Recentemente, o Ministro da Defesa do Japão se encontrou com o embaixador dos EUA no Japão e, ao mencionar vagamente o problema de agressões sexuais cometidas pelas forças estadunidenses, falou sobre "aprofundar a relação de confiança" e sobre "colaboração para realizar a visão de um Indo-Pacífico livre e aberto".

A submissão dos fracos sempre vem acompanhada da arrogância dos opressores.

As forças estadunidenses no Japão continuam agindo à vontade.

As autoridades japonesas, que não ousam levantar a voz contra os Estados Unidos, que impõem infelicidade e sofrimento ao seu próprio povo, e que se comportam de maneira submissa, só geram críticas e zombarias tanto internas quanto externas.

Ho Yong Min

Rodong Sinmun

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