Recentemente, os reacionários japoneses têm viajado de país em país com o "problema dos sequestros", pedindo "cooperação" e "apoio", numa tentativa vergonhosa de angariar simpatia. Um exemplo típico disso foi quando um alto funcionário japonês, durante a recente cúpula do Encontro Ásia-Europa, implorou pelo apoio aos esforços do Japão para resolver o "problema dos sequestros". Os reacionários japoneses chegaram ao ponto de levar a pasta do "problema dos sequestros" até as Nações Unidas, agindo de maneira vergonhosa.
Enquanto isso, alguns elementos de extrema-direita e conservadores reacionários têm falado do "problema dos sequestros", dizendo que "devem ser tomadas medidas mais duras contra a Coreia do Norte" e que "sanções severas são necessárias", fazendo declarações inflamadas. Quando os Estados Unidos removeram nosso país da lista de "países que apoiam o terrorismo", eles protestaram dizendo que tinham sido "traídos" e que era uma "decisão errada", e chegaram até a lamentar que o presidente eleito Obama pudesse no futuro negligenciar os interesses do Japão.
Ainda mais repugnante é o fato de que os reacionários japoneses estão se agarrando com mais força ao "problema dos sequestros" como pretexto para intensificar suas manobras de sanções contra nós. No passado, ao apoiar ativamente a política de bloqueio dos Estados Unidos contra nosso país, os reacionários japoneses mostraram grande entusiasmo pelas sanções anti-RPDC. Recentemente, decidiram estender por mais meio ano as sanções que aplicam ao nosso país desde 2006, como a proibição de entrada de navios, e estão até falando em sanções adicionais, provocando-nos deliberadamente.
Chegaram ao ponto de perturbar o clima das negociações nas conversações de seis partes pela desnuclearização da Península Coreana, insistindo de forma vergonhosa no "problema dos sequestros", e declarando que não participarão do fornecimento de energia à RPDC enquanto não houver "avanço" nessa questão. Por causa disso, o Japão não só recebeu olhares de reprovação dos demais participantes das negociações, como também passou a ser considerado pela comunidade internacional um país mesquinho, um anão político, um oportunista tentando realizar suas ambições políticas sujas por meio das conversações de seis partes — um intruso indesejado.
Essas manobras dos reacionários japoneses foram classificadas como atos que tentam sabotar as próprias conversações de seis partes, e, em nível internacional, passou-se a discutir a legitimidade da participação do Japão nessas conversações.
Como diz o ditado, “quanto maior o medo, mais alto o grito”: o alvoroço do Japão ao bater ruidosamente o tambor do "problema dos sequestros" é apenas um comportamento vergonhoso resultante da culpa e do medo por seus pecados passados. No entanto, isso apenas revela ainda mais sua astúcia traiçoeira e seu descaramento.
Como é sabido, o Japão é um país definido como inimigo pela Carta das Nações Unidas. Essa designação de “país inimigo” ao Japão foi estabelecida devido aos inúmeros crimes cometidos pelo imperialismo japonês durante a Segunda Guerra Mundial, como agressões e saques contra outros países, sequestros e recrutamentos forçados, assassinatos e violações dos direitos humanos. Apesar disso, os reacionários japoneses continuam promovendo confusão em torno do "problema dos sequestros", numa tentativa desesperada de desviar os olhares da comunidade internacional, que exige responsabilidade pelos crimes do passado — um surto de delírio persecutório típico dos culpados.
A maneira como os reacionários japoneses invertem a verdade ao tratar o "problema dos sequestros", fingindo serem "vítimas" e nos apontando como os "agressores", não passa de um comportamento descarado e hipócrita.
Se formos tratar seriamente da questão dos sequestros, o verdadeiro criminoso é o próprio Japão. E sobre isso, por mais que abram a boca, não têm argumentos. Os crimes de sequestro e recrutamento forçado cometidos pelo imperialismo japonês contra os coreanos no início do século passado são provas irrefutáveis disso. Após ocupar a Coreia com armas, o Japão sequestrou e forçou milhões de jovens coreanos a trabalhos forçados para sustentar sua guerra de agressão no continente, bem como a produção de armamentos e construção de instalações militares.
O número dessas vítimas chega a mais de 8,4 milhões de pessoas. Os crimes de recrutamento forçado e sequestro cometidos pelo imperialismo japonês contra o povo coreano jamais podem ser justificados. É um fato histórico já amplamente revelado em diversos registros que inúmeras pessoas sequestradas e levadas à força pelo Japão foram tratadas como animais, submetidas a trabalho escravo brutal e forçadas até a morte.
Em especial, o fato do imperialismo japonês ter sequestrado e recrutado à força cerca de 200 mil mulheres coreanas, transformando-as em escravas sexuais do "exército imperial", constitui um crime contra a humanidade de classe especial. Foi tão grave que até mesmo os Estados Unidos, que o Japão considera como seu "Deus protetor", trouxeram à tona esses crimes do passado, com a Câmara dos Representantes dos EUA adotando uma resolução relacionada às “mulheres de conforto” do exército japonês. Parlamentos de vários países, como Canadá e Filipinas, também julgaram e condenaram devidamente os crimes de escravidão sexual cometidos pelo imperialismo japonês.
Os crimes de sequestro e recrutamento forçado de coreanos pelo imperialismo japonês não podem jamais ser encobertos ou apagados, não importa quanto tempo passe. É ridículo que o Japão, que não só se recusa a pedir desculpas como sequer demonstra arrependimento por esses crimes, ainda insista em agitar ruidosamente o "problema dos sequestros" como se fosse inocente.
O que causa ainda mais indignação é que os reacionários japoneses tentam vincular o "problema dos sequestros" a supostas questões de direitos humanos, chegando ao ponto de tentar rotular nosso país como “violador dos direitos humanos”. Recentemente, os reacionários japoneses, em conluio com os títeres sul-coreanos, promoveram a farsa de apresentar uma suposta “resolução sobre direitos humanos” contra nós nas Nações Unidas. Essa manobra parte de uma intenção maliciosa: manchar a imagem cada vez mais elevada de nossa República e nos isolar internacionalmente a todo custo.
Quanto mais o Japão levanta falsamente a bandeira da "questão dos direitos humanos", mais se intensifica a indignação do nosso povo contra ele.
Durante o período de domínio colonial fascista do Japão sobre nosso país, inúmeros coreanos foram brutalmente assassinados pelos japoneses. Como demonstram recentes fotografias descobertas que revelam as atrocidades cometidas pelo imperialismo japonês contra o povo coreano, o Japão foi verdadeiramente um bando de feras, um grupo de assassinos, o pior violador dos direitos humanos. O Japão oprimiu e massacrou os coreanos com métodos tão cruéis que chegam a ser indescritíveis. Cortavam cabeças, matavam com baionetas, serravam pessoas vivas, queimavam-nas, afogavam-nas...
Incontáveis coreanos foram arrastados à força para campos de batalha e locais de trabalho forçado, onde perderam a vida ou foram submetidos a trabalhos escravos desumanos. Numerosas mulheres coreanas, levadas como escravas sexuais para o exército de invasão japonês, sofreram com atos bestiais e bárbaros, tiveram suas juventudes destruídas e sua dignidade violentada, e a maioria delas morreu de forma cruel.
Até hoje, no Japão, continuam as ações de repressão desumana e desprovidas de compaixão contra as vítimas coreanas levadas à força durante o período de dominação japonesa e contra seus descendentes — os coreanos residentes no Japão — em clara violação do direito internacional, das normas humanitárias e da consciência moral universal. Isso tem provocado a indignação de amplos setores da comunidade internacional.
Apesar dessa realidade, os reacionários japoneses ousam levantar acusações sobre "questões de direitos humanos" contra outros. Isso é um absurdo, uma afronta à justiça e uma ofensa à consciência da humanidade.
Nosso povo jamais esqueceu, nem por um instante, a infelicidade e o sofrimento impostos pela força pelo imperialismo japonês no século passado. E tampouco esquecerá as contínuas ações hostis dos reacionários japoneses contra a nossa República, nem os brutais atos de repressão cometidos até hoje contra os coreanos residentes no Japão. O fato dos reacionários japoneses se recusarem obstinadamente a assumir a responsabilidade pelos crimes históricos de sequestro e violação de direitos humanos, enquanto se agitam com histeria em torno do "problema dos sequestros", é uma afronta e um desafio ao nosso povo, que guarda um rancor profundo e inesquecível contra o imperialismo japonês.
A razão pela qual os reacionários japoneses continuam usando de forma vil o "problema dos sequestros" está enraizada em intenções sombrias.
As forças reacionárias japonesas, utilizando o chamado “sentimento popular” como pretexto, alardeiam a questão dos sequestros de forma escandalosa para conquistar o apoio da população, valorizar sua própria posição, criar um ambiente favorável à manutenção do poder e fortalecer sua base política. Ao mesmo tempo, tentam nos rotular como “sequestradores” para nos isolar internacionalmente e enterrar as questões pendentes do passado. Em resumo, estão tentando obter múltiplos ganhos com um único pretexto.
Mais grave ainda é o fato de que essa histeria em torno do "problema dos sequestros" está diretamente ligada aos planos de reinvasão da Coreia pelo Japão. É justamente aí que reside a gravidade e o perigo dessa campanha. A campanha em torno do "problema dos sequestros” levada a cabo pelos reacionários japoneses apenas agrava ainda mais as relações hostis entre a RPDC e o Japão e gera situações complicadas e prejudiciais em todos os sentidos.
Os reacionários japoneses precisam entender claramente que não têm nada a ganhar com essa campanha oportunista e mesquinha baseada em interesses egoístas. Devem abandonar sua mentalidade egoísta de tentar tirar proveito sacrificando os outros.
Nosso povo considera a vil campanha dos reacionários japoneses em torno do "problema dos sequestros” como uma provocação política contra nossa República e como parte de seus planos de reinvasão da Coreia. Estamos observando com atenção e firmeza os atos hostis cada vez mais descarados que cometem contra nós e faremos com que paguem caro por isso, seja quando for.
Jo Thaek Bom
Rodong Sinmun, 27 de dezembro de 2008
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