domingo, 27 de julho de 2025

As relações entre República Popular Democrática da Coreia e República da Coreia já se livraram irrevogavelmente da concepção de uma mesma nação

A cessação das transmissões radiofônicas com alto-falantes direcionadas à RPDC, a suspensão do lançamento de panfletos, a permissão de turismo à RPDC para indivíduos da RC...

Esses são os detalhes dos “esforços sinceros” que o governo de Ri Jae Myong tem canalizado à sua maneira desde o início de seu mandato, com um fio de esperança de melhorar as relações com a RPDC.

Por sua parte, o ministro da Unificação, Jong Tong Yong, propôs abrir a época da boa vontade, reconciliação e cooperação, pondo fim ao tempo de responder à intransigência com intransigência, ao falar sobre a ressurreição da paz desaparecida e a restauração das deterioradas relações Norte-Sul.

Ultimamente, acalenta uma vã ilusão de convidar alguém para a cúpula de cooperação econômica da Ásia-Pacífico que ocorrerá em Kyongju em alguns meses.

Não prestamos atenção a quem é eleito presidente nem a que política se traça na RC, tampouco avaliamos isso.

Mas, desta vez, vamos expor nossa posição clara.

Quanto à cessação da radioemissão de propaganda psicológica e tendenciosa anti-RPDC, que as autoridades da RC descrevem como primeiro sinal da restauração da confiança entre o Norte e o Sul, isso é um problema delas, pois foi causado por elas mesmas, e nada mais é que uma reversão do fato de que não deviam ter feito aquilo.

Ou seja, não merece ser valorizado.

Seria um grande equívoco se a RC, que no passado estimulava a extrema confrontação qualificando unilateralmente nosso Estado como inimigo principal, espera agora mudar com algumas palavras sentimentais todos os resultados que ela mesma produziu.

Para nós, não foram tempos insignificantes os anos passados que o governo de Ri descreveu como horas péssimas e estúpidas.

Tiramos uma conclusão histórica muito importante: a RC jamais pode ser nossa contraparte de reconciliação e cooperação, mesmo que professe a “democracia” ou o “conservadorismo”. E pudemos romper com o passado, tão cansativo e incômodo devido à restrição da expressão retórica de “compatriota”, e liquidar completamente até a concepção contraditória à realidade.

A RC apresenta como tarefa da época o funcionamento normal do Ministério da Unificação, que deve ser dissolvido no atual momento em que se perpetuam dois Estados na Península Coreana. O fato confirma novamente que é inalterável a natureza dos politiqueteiros da RC, pressionados mentalmente pelo fantasma chamado reunificação por absorção.

Levando em conta os mais de 50 dias de mandato de Ri Jae Myong — sem falar do histórico dos governos anteriores da RC —, ele falou com estardalhaço sobre o alívio da tensão na Península Coreana e a melhoria das relações entre a RPDC e a RC, mas, como seus predecessores, deposita confiança cega na aliança com os EUA e persegue a intenção de confronto com a RPDC.

O mundo verá em breve as nuvens de pólvora que novamente se elevarão além da fronteira ao sul da RPDC, devido aos sucessivos exercícios militares de grande escala e caráter agressivo. E os EUA e a RC tentarão utilizar seu método rotineiro de imputar à RPDC a culpa pelo agravamento da situação na Península Coreana, causado por eles mesmos.

O governo de Ri Jae Myong faz alarde como se realizasse todos os esforços imparciais, fingindo ser compatriota da RPDC para atrair nossa atenção e focar a opinião mundial, mas não haverá nenhuma mudança na consciência hostil de nosso Estado em relação à RC, nem será revogado o ponteiro da história que modificou radicalmente o caráter das relações entre ambas as partes.

Esclarecemos novamente nossa posição oficial de que não temos nenhum interesse em política ou opinião apresentada por Seul, nem temos necessidade de nos sentar com a RC, tampouco há tema de discussão com ela.

As relações entre a RPDC e a RC já se libertaram irrevogavelmente da concepção de mesma nação.

Kim Yo Jong, vice-diretora de departamento do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia

Pyongyang, 28 de julho de 2025

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