terça-feira, 29 de julho de 2025

Esforços ativos para estabelecer uma ordem financeira internacional justa

Nos países em desenvolvimento, está se intensificando o movimento de rejeição ao sistema monetário internacional liderado pelos Estados Unidos e de estabelecimento de uma ordem financeira internacional justa.

Recentemente, o Ministério das Finanças da Etiópia divulgou um comunicado afirmando que incentivará o uso de outras moedas nas transações comerciais, a fim de evitar os efeitos negativos da dependência excessiva do dólar. Afirmou ainda que tal medida visa fortalecer as relações comerciais e de investimento com diversos países, bem como manter o equilíbrio comercial. A Etiópia assinou os acordos correspondentes com vários países, incluindo os Emirados Árabes Unidos.

Não só a Etiópia, mas muitos outros países africanos estão promovendo ativamente planos de moeda comum como parte de um projeto mais amplo de integração econômica. Essa moeda comum, provisoriamente chamada de "Afriq" ou "Afro", é considerada um elemento central da Zona de Livre Comércio Continental Africana.

A União Africana está liderando esse esforço, com o objetivo de criar um espaço de integração econômica e reforçar a estabilidade comercial e financeira em todo o continente.

O diretor-executivo do Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações declarou que seu objetivo é permitir transações diretas com moedas locais, sem a necessidade de passar pelo dólar. O sistema entrou em operação em janeiro de 2022 com a participação de 10 bancos comerciais, e hoje já conta com mais de 150 instituições financeiras aderidas. O sistema está funcionando em 15 países, incluindo Zâmbia, Maláui, Quênia e Tunísia.

Estima-se que, no momento, a utilização das moedas de países como Nigéria e África do Sul nos pagamentos comerciais permitirá economizar anualmente cerca de 5 bilhões de dólares em custos de transação no continente.

O esforço para realizar pagamentos com moedas locais nos países africanos, que antes era apenas um anseio, está agora gerando resultados concretos.

Os países africanos sofreram muitos prejuízos até agora ao realizar transações baseadas no dólar. Seus recursos foram explorados a preços irrisórios. Um especialista internacional em finanças afirmou que o sistema financeiro baseado no dólar impõe aos países africanos custos comerciais excessivos, sendo, portanto, um sistema irracional.

Atualmente, os países africanos estão decididos a pôr fim a esse sistema injusto.

O movimento da África para estabelecer um sistema de pagamento que não dependa do dólar coincide com os esforços de países como Rússia e China, que enfrentam sanções do Ocidente ou buscam criar sistemas financeiros independentes das instituições financeiras ocidentais.

Os países membros do BRICS — Rússia, China, Índia, Brasil, África do Sul, Egito e Etiópia — estão tentando reduzir sua dependência do dólar e criar uma moeda comum. A taxa de utilização de moedas locais no comércio entre os países do BRICS continua aumentando.

A Rússia está expandindo continuamente a participação dos países do BRICS em seu comércio exterior. Em 2024, essa participação ultrapassou 48%. Além disso, 90% dos pagamentos mútuos estão sendo realizados com as moedas dos respectivos países.

Enquanto isso, o volume total de comércio mútuo dentro da União Econômica da Eurásia duplicou, sendo que 93% dos pagamentos são feitos nas moedas dos países membros da aliança.

Agências de notícias internacionais afirmam que a principal tendência atual nas relações internacionais é o colapso da globalização promovida com base na dominação financeira, tecnológica e cultural dos Estados Unidos.

O impulso para estabelecer uma nova ordem internacional justa, baseada na soberania, justiça e igualdade, continuará se fortalecendo no futuro.

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