quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Um edifício cambojano que irá expor os crimes dos assassinos imperialistas estadunidenses

No Camboja, está sendo construído um edifício em forma de mina terrestre.

O edifício, erguido na área da Galeria da Paz, na província de Siem Reap, no noroeste do país, deverá ser concluído no início de 2026.

O primeiro andar será um quadrado com 108 metros de comprimento e largura, e o segundo andar será circular, com 52 metros de diâmetro, assumindo a forma de uma mina terrestre.

O responsável pela instituição de remoção de explosivos enfatizou que esta construção se tornará um dos tesouros nacionais e mostrará a posição do governo de realizar de forma rigorosa as atividades de remoção de minas terrestres e bombas não detonadas.

Há uma dolorosa história por trás da decisão do governo cambojano de construir um edifício em forma de mina terrestre.

O Camboja sofreu devastações causadas pela guerra de agressão imposta pelos EUA no século passado e, até hoje, é um dos países que padecem de suas consequências horríveis.

Para derrubar o governo cambojano que seguia o caminho do desenvolvimento independente, os EUA instigaram seus lacaios a provocar uma guerra, tramando de forma desesperada para tentar bloquear a luta do povo cambojano.

De 1965 a 1973, os agressores aéreos dos EUA realizaram mais de 500 mil bombardeios, lançando sobre 115.273 locais mais de 4 milhões de toneladas de bombas aéreas e 27 milhões de bombas de fragmentação.

As cidades e vilas do país foram reduzidas a ruínas, e inúmeros civis pacíficos foram brutalmente massacrados.

O ex-primeiro-ministro cambojano Hun Sen, em seu livro, condenou que, durante essa guerra criminosa e não declarada, as bombas de fabricação estadunidense ceifaram a vida de inúmeros civis.

Tão insano foi o bombardeio que, mesmo décadas após o fim da guerra, minas terrestres e bombas não detonadas de fabricação estadunidense continuaram explodindo por todo o país, ameaçando a vida das pessoas a cada instante.

Houve casos em que bombas não detonadas explodiram e tiraram a vida de moradores que aravam seus campos, e, em uma escola, durante o processo de ampliação do pátio, foram encontrados mais de 2.000 projéteis e balas.

Também foram descobertas bombas de gás lacrimogêneo lançadas por aviões militares dos EUA; o vazamento do gás tóxico de bombas com rachaduras fez com que moradores locais sofressem de dermatite alérgica, e dezenas de pessoas foram levadas ao hospital. Chegaram a aparecer entre os recém-nascidos crianças com deformidades, apresentando desproporção entre a cabeça e a boca, além de coceira crônica.

Nos arredores da capital, Phnom Penh, foi encontrada uma bomba não detonada de cerca de 230 kg, e até no leito dos rios foram localizadas bombas não detonadas, causando choque entre pescadores.

No dia 24 de junho passado, em uma aldeia da província de Takeo, foi descoberta uma bomba de fabricação estadunidense enterrada a 4 metros de profundidade, pesando 372 kg e com mais de 2 metros de comprimento.

Segundo um relatório oficial divulgado pelo governo cambojano, entre 1979 e junho de 2025, explosões de minas terrestres e bombas não detonadas tiraram a vida de 19.843 pessoas e deixaram 45.267 com deficiências.

Mesmo não estando mais em tempo de guerra, até hoje os desastres causados por bombas não detonadas continuam causando infelicidade e sofrimento ao povo cambojano.

Para proteger a vida da população, o governo do Camboja tem levado a sério a remoção de bombas não detonadas e, entre 1999 e 2022, limpou mais de 2.550 km² de áreas contaminadas por bombas e minas terrestres. O país também está empenhado em concluir a remoção de explosivos até 2030.

A nova construção em forma de mina terrestre transmitirá às gerações futuras a história da infelicidade e do sofrimento impostos pelo imperialismo estadunidense ao povo cambojano e gravará a lição de que as tragédias da guerra jamais devem se repetir.

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